{"id":149556,"date":"2019-01-05T01:00:13","date_gmt":"2019-01-05T03:00:13","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149556"},"modified":"2019-01-04T23:09:29","modified_gmt":"2019-01-05T01:09:29","slug":"carne-de-laboratorio-em-breve-nos-supermercados","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/05\/149556-carne-de-laboratorio-em-breve-nos-supermercados.html","title":{"rendered":"Carne de laborat\u00f3rio em breve nos supermercados?"},"content":{"rendered":"
\"Bife
Bife sint\u00e9tico da Aleph Farms: quase como o original?<\/figcaption><\/figure>\n

Entre as diversas maneiras para reduzir a pegada carb\u00f4nica humana, costuma-se sugerir segundas-feiras sem carne ou vegetarianismo. Mas, se a quest\u00e3o \u00e9 renunciar ao consumo de animais, uma alternativa se anuncia, \u00e0 medida que se torna mais vi\u00e1vel a comercializa\u00e7\u00e3o de carne cultivada em laborat\u00f3rio.<\/p>\n

Em dezembro de 2018, a empresa Aleph Farms, sediada em Israel, apresentou ao mundo o primeiro bife criado em laborat\u00f3rio. Ao produzir o fino peda\u00e7o de carne, a empresa conseguiu superar um dos maiores desafios enfrentados por essa jovem ind\u00fastria: o cultivo em laborat\u00f3rio de um produto c\u00e1rneo que integre os tecidos muscular e adiposo.<\/p>\n

“A carne \u00e9 um tecido complexo, n\u00e3o apenas um aglomerado de c\u00e9lulas”, disse Didier Toubia, cofundador e diretor executivo da Aleph Farms. “S\u00e3o v\u00e1rios tipos de c\u00e9lulas interagindo entre si para formar uma estrutura tridimensional muito espec\u00edfica.”<\/p>\n

Nos Estados Unidos, alguns meses antes, a Food and Drug Administration e o Departamento de Agricultura anunciaram que “supervisionariam conjuntamente a produ\u00e7\u00e3o de produtos aliment\u00edcios cultivados a partir de c\u00e9lulas derivadas de gado e aves” \u2013 um sinal de que a comercializa\u00e7\u00e3o dessas carnes pode n\u00e3o estar muito distante.<\/p>\n

\"Carne
Carne in-vitro: primeiro hamb\u00farguer de laborat\u00f3rio custou mais de 300 mil d\u00f3lares para ser produzido em 2013<\/figcaption><\/figure>\n

Mas qual \u00e9 a possibilidade realista de que a humanidade v\u00e1 substituir as prote\u00ednas animais di\u00e1rias por carne cultivada em placas de Petri? A carne in vitro vem sendo pesquisada h\u00e1 anos, desde que a Nasa come\u00e7ou a estudar o cultivo de frutos do mar e carnes no in\u00edcio dos anos 2000.<\/p>\n

A primeira produ\u00e7\u00e3o bem sucedida, por\u00e9m, foi um hamb\u00farguer feito num laborat\u00f3rio da Universidade de Maastricht a partir de c\u00e9lulas-tronco extra\u00eddas do pesco\u00e7o de uma vaca. Ser o primeiro a cultivar carne sint\u00e9tica n\u00e3o saiu barato: o hamb\u00farguer custou mais de 300\u00a0mil d\u00f3lares.<\/p>\n

Por sua vez, o bifinho da Aleph Farms custa 50 d\u00f3lares para ser produzido. atualmente, pelo menos seis empresas est\u00e3o trabalhando numa variedade de carnes “cultivadas”, desde salsicha de porco a foie gras e nuggets de frango.<\/p>\n

Benjamina Bollag, diretora executiva e cofundadora de uma dessas empresas, a Higher Steaks, prev\u00ea que em 2019 a maioria das firmas que trabalham nesse espa\u00e7o focar\u00e3o no aperfei\u00e7oamento de seus produtos e na redu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os.<\/p>\n

“Acho que realmente veremos mais gente se direcionando para a pequena escala e talvez mirando um restaurante com que trabalhar”, comentou \u00e0 DW. “Ou veremos os primeiros requerimentos de regulamenta\u00e7\u00e3o nos diversos pa\u00edses.”<\/p>\n

\"Consumo
Consumo de carne cresceu em pa\u00edses como China e \u00cdndia, aumentando a demanda global<\/figcaption><\/figure>\n

Melhor para o meio ambiente?<\/strong><\/p>\n

Com perspectivas de um aumento de 70% do consumo global de carne, nas pr\u00f3ximas tr\u00eas d\u00e9cadas, e de uma popula\u00e7\u00e3o do planeta de 9,6\u00a0bilh\u00f5es em 2050, as carnes cultivadas em laborat\u00f3rio poderiam ajudar a compensar os custos ambientais.<\/p>\n

A pecu\u00e1ria responde por 14,5% de todas as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa ligadas \u00e0 atividade humana, de acordo com a Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para Agricultura e Alimenta\u00e7\u00e3o (FAO). A carne bovina representa o maior emissor desse setor, que tamb\u00e9m ocupa a maioria das terras agr\u00edcolas, tanto para o pastoreio como para as culturas a serem usadas como ra\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Embora o cultivo de carne em laborat\u00f3rio consuma muita energia, um relat\u00f3rio do F\u00f3rum Econ\u00f4mico Mundial divulgado nesta quinta-feira (03\/01) sugere que “\u00e0 medida que os processos de produ\u00e7\u00e3o amadurecem e a produ\u00e7\u00e3o aumenta, alavancando o fornecimento de energia renov\u00e1vel e delimitando a produ\u00e7\u00e3o nas cidades”, os benef\u00edcios ambientais da carne cultivada em laborat\u00f3rio podem ser significativamente intensificados.<\/p>\n

No entanto, n\u00e3o \u00e9 un\u00e2nime a no\u00e7\u00e3o de que a carne in vitro v\u00e1 realmente reduzir as emiss\u00f5es de gases do efeito estufa. Carolyn Mattick, bolsista de Pol\u00edtica de Ci\u00eancia e Tecnologia da Associa\u00e7\u00e3o Americana para o Avan\u00e7o da Ci\u00eancia, ressalta a grande incerteza em torno dos impactos ambientais dos processos de fabrica\u00e7\u00e3o atuais e futuros.<\/p>\n

“At\u00e9 que sejam realizadas an\u00e1lises de ciclo de vida de alta qualidade, revisadas pela comunidade cient\u00edfica, sobre pr\u00e1ticas de produ\u00e7\u00e3o espec\u00edficas, realmente n\u00e3o podemos quantificar os impactos ambientais de produtos \u00e0 base de c\u00e9lulas ou compar\u00e1-los com o da cria\u00e7\u00e3o de animais.”<\/p>\n

\"Gado\"
Para cada 15 gramas de prote\u00edna bovina s\u00e3o necess\u00e1rios 100 gramas de prote\u00edna vegetal<\/figcaption><\/figure>\n

Melhor para os humanos?<\/strong><\/p>\n

Uma da grandes promessas da prote\u00edna animal in vitro \u00e9 a redu\u00e7\u00e3o do n\u00famero de casos de doen\u00e7as como salmonela,\u00a0Escherichia coli<\/em>\u00a0\u00a0e s\u00edndrome vaca louca. Quando a carne \u00e9 cultivada em laborat\u00f3rio, o risco de contamina\u00e7\u00e3o bacteriana \u00e9 reduzido extremamente, ou at\u00e9 completamente.<\/p>\n

A carne \u00e0 base de c\u00e9lulas tampouco exigiria o uso de antibi\u00f3ticos e horm\u00f4nios de que os produtores industriais de gado atualmente dependem. “Acreditamos que seja uma coisa realmente importante”, aponta Toubia. “Essas s\u00e3o vantagens de que n\u00e3o se fala.”<\/p>\n

Al\u00e9m desses benef\u00edcios concretos \u00e0 sa\u00fade, as empresas podem ajustar certos fatores da carne, como o teor geral de sal ou a propor\u00e7\u00e3o de gordura saturada e insaturada.<\/p>\n

“O aspecto que de fato mais depende do que o consumidor quer, \u00e9 fazer carne mais saud\u00e1vel”, diz Benjamina Bollag. “Ent\u00e3o substituindo a gordura, acrescentando diferentes vitaminas, pode-se adicionar muitas coisas. \u00c9 poss\u00edvel substituir as gorduras saturadas por \u00f4mega 3.”<\/p>\n

De acordo com Toubia, a textura realista e o cheiro do bife da Aleph Farms s\u00e3o promissores para o futuro da carne cultivada em laborat\u00f3rio. Neste ano, a companhia planeja trabalhar no aumento do tamanho dos cortes, melhorando um pouco o sabor e reduzindo custos.<\/p>\n

“Ainda temos pelo menos dois anos de desenvolvimento at\u00e9 chegarmos a um produto comercial, e depois provavelmente mais dois para transferi-lo \u00e0 produ\u00e7\u00e3o e ampli\u00e1-lo at\u00e9 as quantidades maiores necess\u00e1rias \u00e0 atividade comercial”, enumera o diretor da Aleph Farms.<\/p>\n

S\u00f3 a\u00ed o produto estaria pronto para as prateleiras dos supermercados. Portanto, embora as perspectivas de ver peito de frango e alm\u00f4ndegas de laborat\u00f3rio na mercearia local possam ser atraentes, \u00e9 ainda cedo demais para programar o pr\u00f3ximo churrasco in vitro.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A carne produzida com c\u00e9lulas de gado pode ter enormes implica\u00e7\u00f5es para o planeta, a sa\u00fade humana e o bem-estar animal. Ser\u00e1 que, ap\u00f3s anos restrita a laborat\u00f3rios, ela finalmente entrar\u00e1 para o mercado consumidor? <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":149557,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[405,896,2366,767],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149556"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=149556"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149556\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":149558,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149556\/revisions\/149558"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/149557"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=149556"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=149556"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=149556"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}