{"id":149559,"date":"2019-01-05T00:55:31","date_gmt":"2019-01-05T02:55:31","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149559"},"modified":"2019-01-04T23:14:46","modified_gmt":"2019-01-05T01:14:46","slug":"o-que-a-china-quer-fazer-no-lado-escuro-da-lua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/05\/149559-o-que-a-china-quer-fazer-no-lado-escuro-da-lua.html","title":{"rendered":"O que a China quer fazer no ‘lado escuro da Lua’"},"content":{"rendered":"
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As primeiras imagens de perto do lado escuro da Lua<\/figcaption><\/figure>\n

A\u00a0China\u00a0realizou um feito in\u00e9dito e pousou pela primeira vez no lado escuro da Lua. Mas o que Pequim pretende fazer nesta regi\u00e3o nunca antes explorada? A BBC lista abaixo alguns objetivos da miss\u00e3o Chang’e-4.<\/p>\n

Aprender sobre a hist\u00f3ria da Lua<\/h2>\n

Nenhuma miss\u00e3o espacial jamais explorou o lado escuro da Lua. Sendo assim, esta \u00e9 a primeira oportunidade de conhecer uma regi\u00e3o misteriosa do sat\u00e9lite natural da Terra.<\/p>\n

O lado da Lua que nunca foi visto do nosso planeta tem algumas diferen\u00e7as importantes em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 face vis\u00edvel do sat\u00e9lite, a mais pr\u00f3xima da Terra. O lado oculto tem uma crosta mais grossa, com mais crateras e menos “mares” – plan\u00edcies escuras de forma\u00e7\u00e3o bas\u00e1ltica, criadas por fluxos de lava – que s\u00e3o caracter\u00edsticos da face lunar que est\u00e1 sempre posicionada de frente para a Terra.<\/p>\n

A sonda n\u00e3o-tripulada Chang’e-4 teria pousado em um local conhecido como cratera de Von K\u00e1rm\u00e1n, uma depress\u00e3o de 180 quil\u00f4metros localizada no hemisf\u00e9rio sul do lado oculto. A Von K\u00e1rm\u00e1n fica, por sua vez, dentro de uma abertura muito maior na superf\u00edcie lunar, a Bacia do Polo Sul-Aitken.<\/p>\n

Esta \u00e9 considerada a maior, mais profunda e mais antiga bacia da Lua, formada pelo impacto de um asteroide – possivelmente de 500 quil\u00f4metros de di\u00e2metro ou at\u00e9 mais – que colidiu com o sat\u00e9lite h\u00e1 bilh\u00f5es de anos.<\/p>\n

O evento foi t\u00e3o poderoso que se acredita que tenha atravessado a crosta lunar e penetrado na zona conhecida como manto.<\/p>\n

Um dos objetivos da miss\u00e3o \u00e9 estudar qualquer material exposto do manto presente no local da aterrissagem. Isso poderia oferecer pistas sobre a estrutura interna e a hist\u00f3ria da Lua.<\/p>\n

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A Bacia do Polo Sul-Aitken foi criada pelo impacto de um asteroide h\u00e1 bilh\u00f5es de anos<\/figcaption><\/figure>\n

De fato, os dados da espa\u00e7onave em \u00f3rbita mostram que a composi\u00e7\u00e3o da bacia \u00e9 diferente das terras altas ao redor. Mas o material do manto exposto na superf\u00edcie \u00e9 apenas uma possibilidade entre v\u00e1rias para explicar essa observa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A sonda, uma esp\u00e9cie de “rover”, vai usar sua c\u00e2mera panor\u00e2mica para identificar locais interessantes e seu Espectr\u00f4metro de Imagem Vis\u00edvel e de Infravermelhos Pr\u00f3ximos (VNIS, na sigla em ingl\u00eas) para estudar minerais no solo da cratera (assim como rochas lan\u00e7adas por colis\u00f5es pr\u00f3ximas no espa\u00e7o).<\/p>\n

Al\u00e9m disso, um radar lunar (LPR, na sigla em ingl\u00eas) ser\u00e1 capaz de espreitar o subsolo da superf\u00edcie da Lua, at\u00e9 uma profundidade de cerca de 100 metros. O instrumento poder\u00e1 analisar a espessura do regolito lunar – rochas quebradas e poeira que comp\u00f5em sua superf\u00edcie – e lan\u00e7ar luz sobre a estrutura da camada superior da sua crosta.<\/p>\n

Ap\u00f3s o enorme impacto que deu origem \u00e0 Bacia do Polo Sul-Aitken, uma grande quantidade de rocha derretida teria preenchido a depress\u00e3o. A equipe de cientistas quer usar a sonda Chang’e-4 para identificar e estudar varia\u00e7\u00f5es em sua composi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Preencher uma lacuna astron\u00f4mica<\/h2>\n

O lado escuro da Lua \u00e9 considerado h\u00e1 muito tempo como um local ideal para a realiza\u00e7\u00e3o de um tipo particular de radioastronomia – por meio de baixas frequ\u00eancias – porque est\u00e1 protegido dos ru\u00eddos de r\u00e1dio vindos da Terra.<\/p>\n

H\u00e1 uma banda de frequ\u00eancia (abaixo de 10MHz) em que as observa\u00e7\u00f5es da radioastronomia n\u00e3o podem ser feitas do nosso planeta, devido \u00e0 interfer\u00eancia de sinais de r\u00e1dio provocada pelo homem e outros fatores naturais.<\/p>\n

O m\u00f3dulo da Chang’e-4 est\u00e1 equipado com um instrumento chamado espectr\u00f4metro de baixa frequ\u00eancia (LFS, na sigla em ingl\u00eas) para fazer observa\u00e7\u00f5es de r\u00e1dio. Ele ser\u00e1 usado em conjunto com um experimento similar no sat\u00e9lite Queqiao, que orbita a Lua.<\/p>\n

Os objetivos incluem elaborar um mapa do c\u00e9u em radia\u00e7\u00e3o de baixa frequ\u00eancia e estudar o comportamento do Sol.<\/p>\n

“Uma vez que o lado oculto da Lua \u00e9 protegido da interfer\u00eancia eletromagn\u00e9tica da Terra, \u00e9 o lugar ideal para pesquisar o ambiente espacial e explos\u00f5es solares. A sonda pode ‘ouvir’ as profundezas do cosmo”, disse Liu Tongjie, da CNSA, ag\u00eancia espacial chinesa, em 2016.<\/p>\n

Assim, a miss\u00e3o preencher\u00e1 uma lacuna na observa\u00e7\u00e3o astron\u00f4mica, permitindo que os cientistas estudem fen\u00f4menos c\u00f3smicos de uma maneira que nunca foi poss\u00edvel em nosso planeta.<\/p>\n

Radia\u00e7\u00e3o na Lua<\/h2>\n
\"Astronautas
Compreender os poss\u00edveis riscos da radia\u00e7\u00e3o \u00e9 vital para as futuras explora\u00e7\u00f5es do homem na Lua<\/figcaption><\/figure>\n

V\u00e1rias ag\u00eancias espaciais querem levar o homem de novo \u00e0 Lua em um futuro n\u00e3o muito distante, e pode ser que os astronautas fiquem l\u00e1 por mais tempo do que antes. Portanto, compreender os poss\u00edveis riscos da radia\u00e7\u00e3o \u00e9 vital.<\/p>\n

A atmosfera espessa e o forte campo magn\u00e9tico da Terra oferecem uma prote\u00e7\u00e3o adequada contra os raios c\u00f3smicos gal\u00e1cticos e part\u00edculas carregadas emanadas pelo Sol.<\/p>\n

Mas os astronautas na Lua estar\u00e3o fora dessa bolha protetora e expostos a part\u00edculas que viajam pelo espa\u00e7o quase \u00e0 velocidade da luz – com consequ\u00eancias potencialmente prejudiciais \u00e0 sa\u00fade.<\/p>\n

Um experimento para dosimetria de n\u00eautrons, fornecido por pesquisadores na Alemanha, ter\u00e1 como objetivo preencher algumas lacunas no nosso entendimento sobre o ambiente de radia\u00e7\u00e3o lunar.<\/p>\n

O instrumento vai permitir fazer a dosimetria (medir a dose de radia\u00e7\u00e3o ionizante que poderia ser absorvida pelo corpo humano) tendo em vista futuras explora\u00e7\u00f5es na Lua e contribuir para aumentar nossa compreens\u00e3o sobre as part\u00edculas provenientes do sol.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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