{"id":149771,"date":"2019-01-16T12:00:51","date_gmt":"2019-01-16T14:00:51","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=149771"},"modified":"2019-01-15T22:44:25","modified_gmt":"2019-01-16T00:44:25","slug":"a-morte-do-caracol-mais-solitario-do-mundo-que-levou-com-ele-toda-sua-especie","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/16\/149771-a-morte-do-caracol-mais-solitario-do-mundo-que-levou-com-ele-toda-sua-especie.html","title":{"rendered":"A morte do caracol mais solit\u00e1rio do mundo, que levou com ele toda sua esp\u00e9cie"},"content":{"rendered":"<figure style=\"width: 980px\" class=\"wp-caption alignnone\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" src=\"https:\/\/ep01.epimg.net\/brasil\/imagenes\/2019\/01\/12\/actualidad\/1547315840_622769_1547582596_noticia_normal.jpg\" alt=\"Imagem do solit\u00c3\u00a1rio caracol \u00e2\u0080\u0098George\u00e2\u0080\u0099.\" width=\"980\" height=\"599\" \/><figcaption class=\"wp-caption-text\">Imagem do solit\u00e1rio caracol \u2018George\u2019. DIVIS\u00c3O DE SILVICULTURA E VIDA SILVESTRE DO HAVA\u00cd<\/figcaption><\/figure>\n<p>Chamava-se George, tinha aproximadamente 14 anos e morreu no dia de Ano Novo de 2019, ap\u00f3s uma longa e boa vida para um caracol de sua classe.\u00a0Era o \u00faltimo exemplar conhecido da\u00a0<em>Achatinella apexfulva,<\/em>\u00a0e por isso os especialistas consideram que sua esp\u00e9cie morreu com ele. A Divis\u00e3o de Silvicultura e Vida Silvestre do Hava\u00ed (Estados Unidos) informou sobre a morte do molusco em 3 de janeiro passado, atrav\u00e9s de sua conta do Facebook e de um comunicado intitulado\u00a0<em>RIP George<\/em>. A\u00a0<em>Achatinella apexfulva<\/em>\u00a0\u00e9 a primeira esp\u00e9cie extinta conhecida do ano. Seu desaparecimento, segundo o\u00a0<em>The New York Times<\/em>, simboliza a dr\u00e1stica redu\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o de carac\u00f3is terrestres, outrora fantasticamente diversos no Hava\u00ed, assim como a r\u00e1pida extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies no mundo inteiro.<\/p>\n<p>Os cientistas estimam que dezenas de esp\u00e9cies s\u00e3o extintas todos os dias, mas poucas receberam tanta aten\u00e7\u00e3o da imprensa. O motivo \u00e9 que George tinha um nome, disse ao EL PA\u00cdS Michael G. Hadfield, fundador do programa voltado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos carac\u00f3is no Hava\u00ed. O gastr\u00f3pode foi batizado de George em homenagem ao\u00a0Solit\u00e1rio George, uma das tartarugas mais queridas das Ilhas Gal\u00e1pagos\u00a0e cuja morte, em 2012, tamb\u00e9m deu fim \u00e0 sua esp\u00e9cie. \u201cEmbora fossem de linhagens evolutivas muito diferentes, ambos os Georges viveram vidas simples no cativeiro. Silenciosamente, levaram milh\u00f5es de anos de evolu\u00e7\u00e3o e seu genoma completo ao esquecimento\u201d, lamenta a Divis\u00e3o de Silvicultura.<\/p>\n<section id=\"sumario_1|html\" class=\"sumario_html izquierda\"><iframe loading=\"lazy\" src=\"https:\/\/www.facebook.com\/plugins\/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2FHawaiiDLNR%2Fposts%2F2376736865700874&amp;width=500\" width=\"500\" height=\"702\" frameborder=\"0\" scrolling=\"no\" data-mce-fragment=\"1\"><\/iframe><\/p>\n<div class=\"sumario__interior\">\n<div class=\"sumario-texto\">\n<p>Os carac\u00f3is eram especialmente abundantes no Hava\u00ed. Documentos do s\u00e9culo XIX mostram que num s\u00f3 dia era poss\u00edvel colher at\u00e9 10.000 exemplares. \u201cMais de 750 esp\u00e9cies de carac\u00f3is terrestres foram descritas nas ilhas, num dos exemplos mais impressionantes de radia\u00e7\u00e3o adaptativa de esp\u00e9cies do mundo. Infelizmente, estima-se que mais de 90% dessa diversidade foi perdida\u201d, afirma o site do programa contra a extin\u00e7\u00e3o dos\u00a0<em>K\u0101huli<\/em>\u00a0(carac\u00f3is).<\/p>\n<p>Com suas belas conchas, os carac\u00f3is das \u00e1rvores do Hava\u00ed s\u00e3o considerados \u201cjoias da floresta\u201d. O folclore havaiano diz que eles podem cantar. \u201cMuitas das esp\u00e9cies de carac\u00f3is terrestres que restam na ilha enfrentam uma extin\u00e7\u00e3o iminente\u201d, adverte o programa. Suas principais amea\u00e7as s\u00e3o as esp\u00e9cies invasoras e os efeitos da mudan\u00e7a clim\u00e1tica.<\/p>\n<p>Segundo informa a Divis\u00e3o de Silvicultura no comunicado, a\u00a0<em>Achatinella apexfulva<\/em>\u00a0foi justamente a primeira entre mais de 750 esp\u00e9cies end\u00eamicas de carac\u00f3is catalogados pelos cientistas. A primeira men\u00e7\u00e3o foi feita em 1787, quando o Capit\u00e3o George Dixon atracou na ilha de O\u2019ahu, no Hava\u00ed, e recebeu uma concha num\u00a0<em>lei<\/em>\u00a0\u2013 uma guirlanda ou coroa. Esses carac\u00f3is eram comuns nas montanhas Ko\u2019olau de O\u2019ahu, a ilha mais populosa do arquip\u00e9lago, e usados para as guirlandas por sua beleza. Foram chamados de\u00a0<em>apex fulva<\/em>\u00a0(ponta amarela) porque esse era um tra\u00e7o comum da esp\u00e9cie.<\/p>\n<p>Carac\u00f3is como George cumpriam uma fun\u00e7\u00e3o vital em seu ecossistema, pois se alimentavam de fungos que cresciam nas \u00e1rvores. Isso ajudava a evitar doen\u00e7as na flora da regi\u00e3o, afirma a\u00a0<em>National Geographic<\/em>.<\/p>\n<p>Numa tentativa desesperada de salvar a esp\u00e9cie, em 1997 os cientistas levaram os \u00faltimos 10\u00a0<em>Achatinella apexfulva<\/em>\u00a0que restavam a um laborat\u00f3rio da Universidade do Hava\u00ed. O objetivo era que procriassem em cativeiro. De fato cerca de 20 carac\u00f3is nasceram, mas uma doen\u00e7a desconhecida matou-os um a um. Apenas George sobreviveu.<\/p>\n<p>O valioso exemplar vivia sozinho num terr\u00e1rio na sede central do programa de preven\u00e7\u00e3o da extin\u00e7\u00e3o de carac\u00f3is em Honolulu. O bi\u00f3logo David Sischo, diretor do programa de invertebrados do Hava\u00ed, conta que George era \u201cum caracol t\u00edmido\u201d. Tanto que s\u00f3 o viu pela primeira vez fora de sua concha quando fez 10 anos. \u201cGeorge amadureceu sozinho numa jaula. E embora o cham\u00e1ssemos de \u2018ele\u2019, era hermafrodita. Infelizmente, a\u00a0<em>Achatinella apexfulva<\/em>\u00a0precisa de um companheiro para se reproduzir\u201d, explica a Divis\u00e3o de Silvicultura.<\/p>\n<p>Em 2017, os cientistas colheram uma pequena amostra do p\u00e9 de George, e o tecido continua vivo e congelado num cont\u00eainer do zool\u00f3gico de San Diego (EUA). \u201cHoje n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel clonar um caracol, mas um dia ser\u00e1. George ainda pode viver outra vez!\u201d, exclama a Divis\u00e3o. O molusco apareceu em v\u00e1rias reportagens, e centenas de estudantes o visitaram na faculdade ao longo dos \u00faltimos anos. Por isso, sua perda significa muito para os havaianos.<\/p>\n<p>Fonte: El Pa\u00eds<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/section>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<div class=\"mh-excerpt\"><p>George tinha cerca de 14 anos e era o \u00faltimo exemplar da &#8216;Achatinella apexfulva&#8217;, end\u00eamica do Hava\u00ed <a class=\"mh-excerpt-more\" href=\"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/16\/149771-a-morte-do-caracol-mais-solitario-do-mundo-que-levou-com-ele-toda-sua-especie.html\" title=\"A morte do caracol mais solit\u00e1rio do mundo, que levou com ele toda sua esp\u00e9cie\"><\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":149772,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[405,61],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149771"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=149771"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149771\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":149773,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/149771\/revisions\/149773"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/149772"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=149771"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=149771"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=149771"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}