{"id":150054,"date":"2019-01-29T11:58:21","date_gmt":"2019-01-29T13:58:21","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150054"},"modified":"2019-01-28T23:06:59","modified_gmt":"2019-01-29T01:06:59","slug":"as-galinhas-que-ajudam-a-desenvolver-remedios-de-combate-ao-cancer","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/29\/150054-as-galinhas-que-ajudam-a-desenvolver-remedios-de-combate-ao-cancer.html","title":{"rendered":"As galinhas que ajudam a desenvolver rem\u00e9dios de combate ao c\u00e2ncer"},"content":{"rendered":"
\"Galinha\"
Essas galinhas t\u00eam um gene humano que permite a elas botar ovos que cont\u00eam n\u00edvel elevado de prote\u00ednas<\/figcaption><\/figure>\n

Pesquisadores desenvolveram galinhas geneticamente modificadas capazes de botar ovos que cont\u00eam prote\u00ednas usadas no combate \u00e0 artrite e a alguns tipos de\u00a0c\u00e2ncer.<\/p>\n

Eles esperam que a descoberta leve, um dia, \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de medicamentos que salvam vidas com um custo muito mais baixo.<\/p>\n

Inicialmente, as prote\u00ednas ser\u00e3o usadas em pesquisas, mas os testes de laborat\u00f3rio j\u00e1 mostraram que elas funcionam, pelo menos, t\u00e3o bem quanto os medicamentos equivalentes.<\/p>\n

A nova pesquisa foi desenvolvida pelo Instituto Roslin, da Universidade de Edimburgo, na Esc\u00f3cia, em parceria com a empresa Roslin Technologies.<\/p>\n

Galinhas ‘paparicadas’<\/h2>\n

Segundo a pesquisadora Lissa Herron, da Roslin Technologies, as galinhas n\u00e3o sofrem e s\u00e3o mais “paparicadas” que animais criados em fazenda.<\/p>\n

“Elas vivem em cercados bem grandes. S\u00e3o alimentadas, hidratadas e cuidadas diariamente por t\u00e9cnicos altamente treinados, elas t\u00eam uma vida bastante confort\u00e1vel.”<\/p>\n

“Para a galinha, \u00e9 como botar um ovo normal. Isso n\u00e3o afeta a sa\u00fade dela de forma alguma, \u00e9 s\u00f3 continuar o que elas j\u00e1 fazem, botar ovos normalmente.”<\/p>\n

Os cientistas j\u00e1 haviam mostrado que animais como cabras, coelhos e galinhas geneticamente modificados podem ser usados para produzir prote\u00ednas com propriedade terap\u00eautica em seu leite ou ovos.<\/p>\n

Mas os pesquisadores dizem que a nova abordagem \u00e9 mais eficiente, produz resultados melhores e \u00e9 mais rent\u00e1vel que as tentativas anteriores.<\/p>\n

Economia<\/h2>\n

“A produ\u00e7\u00e3o a partir dos ovos de galinha pode custar de 10 a 100 vezes menos do que das f\u00e1bricas. Por isso, creio que chegaremos a um valor pelo menos 10 vezes menor que o custo total da fabrica\u00e7\u00e3o industrial”, afirma Herron.<\/p>\n

\"Ovos
Estes ovos cont\u00eam prote\u00ednas produzidas a um d\u00e9cimo do custo das fabricadas por empresas farmac\u00eauticas<\/figcaption><\/figure>\n

A maior economia vem do fato de que galp\u00f5es de galinha s\u00e3o muito mais baratos de construir e operar do que laborat\u00f3rios altamente limpos e esterilizados para produ\u00e7\u00e3o industrial.<\/p>\n

Muitas doen\u00e7as s\u00e3o causadas porque nosso corpo n\u00e3o produz naturalmente quantidade suficiente de determinada subst\u00e2ncia qu\u00edmica ou prote\u00edna. Problemas de sa\u00fade deste tipo podem ser controlados com medicamentos que contenham a prote\u00edna que est\u00e1 em falta.<\/p>\n

Essas drogas s\u00e3o produzidas sinteticamente por empresas farmac\u00eauticas e podem ser muito caras de fabricar.<\/p>\n

Herron e seus colegas conseguiram reduzir estes custos ao inserir um gene humano na parte do DNA das galinhas respons\u00e1vel pela clara do ovo.<\/p>\n

Dois tipos de prote\u00ednas<\/h2>\n

Depois de quebrar os ovos, os cientistas deixam a gema de lado. \u00c9 na clara que se encontra o tesouro: grandes quantidades de prote\u00ednas clinicamente importantes.<\/p>\n

“Essas prote\u00ednas s\u00e3o muito caras para produzir”, diz Herron, “porque voc\u00ea n\u00e3o pode simplesmente sintetiz\u00e1-las em um laborat\u00f3rio de qu\u00edmica.”<\/p>\n

“Voc\u00ea precisa de um sistema vivo para fabric\u00e1-las porque as prote\u00ednas s\u00e3o mol\u00e9culas muito grandes, muito complexas e precisam de todo o maquin\u00e1rio de uma c\u00e9lula para produzi-las adequadamente.”<\/p>\n

At\u00e9 agora, as galinhas foram geneticamente modificadas para produzir dois tipos de prote\u00edna que s\u00e3o essenciais para o sistema imunol\u00f3gico.<\/p>\n

Uma delas \u00e9 o interferon alfa 2a, que tem efeitos antivirais e antic\u00e2ncer poderosos; e a outra \u00e9 o macr\u00f3fago CSF, que est\u00e1 sendo desenvolvido como uma terapia que estimula os tecidos danificados a se regenerar.<\/p>\n

Tr\u00eas ovos s\u00e3o suficientes para produzir uma dose da droga, e as galinhas podem botar at\u00e9 300 ovos por ano. Com galinhas suficientes, os pesquisadores acreditam que v\u00e3o ser capazes de produzir o rem\u00e9dio em escala comercial.<\/p>\n

O desenvolvimento de drogas para a sa\u00fade humana, com todos os tr\u00e2mites regulat\u00f3rios necess\u00e1rios, vai levar entre 10 e 20 anos.<\/p>\n

Os pesquisadores est\u00e3o esperan\u00e7osos de usar as galinhas para desenvolver medicamentos para animais.<\/p>\n

Isso inclui drogas que estimulam o sistema imunol\u00f3gico de animais de fazenda, como uma alternativa aos antibi\u00f3ticos, o que reduziria o risco do desenvolvimento de novas cepas de superbact\u00e9rias resistentes a tratamentos. E h\u00e1 o potencial para usar as propriedades curativas do macr\u00f3fago CSF para tratar animais de estima\u00e7\u00e3o, de acordo com Herron.<\/p>\n

“Por exemplo, podemos us\u00e1-lo para regenerar o f\u00edgado ou os rins de um animal de estima\u00e7\u00e3o que tenha sofrido danos a esses \u00f3rg\u00e3os. As drogas atualmente dispon\u00edveis s\u00e3o um pouco caras demais, ent\u00e3o esperamos que possamos avan\u00e7ar mais nisso,” explicou.<\/p>\n

“Ainda n\u00e3o estamos produzindo medicamentos para as pessoas, mas este estudo mostra que as galinhas s\u00e3o comercialmente vi\u00e1veis para produzir prote\u00ednas adequadas para estudos de novas drogas e outras aplica\u00e7\u00f5es em biotecnologia”, disse a professora Helen Sang, do Instituto Roslin, da Universidade de Edimburgo.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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