{"id":150097,"date":"2019-01-31T01:01:54","date_gmt":"2019-01-31T03:01:54","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150097"},"modified":"2019-01-30T22:09:03","modified_gmt":"2019-01-31T00:09:03","slug":"mina-de-brumadinho-tem-historico-de-danos-ambientais","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/01\/31\/150097-mina-de-brumadinho-tem-historico-de-danos-ambientais.html","title":{"rendered":"Mina de Brumadinho tem hist\u00f3rico de danos ambientais"},"content":{"rendered":"
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Vista a\u00e9rea da barragem de Brumadinho depois da trag\u00e9dia<\/figcaption><\/figure>\n

A Mina C\u00f3rrego do Feij\u00e3o, de Brumadinho (MG), foi alvo de pelo menos cinco multas ambientais desde 1988, de acordo com os registros do Siam (Sistema Integrado de Informa\u00e7\u00e3o Ambiental de Minas Gerais).<\/p>\n

Apenas dois processos est\u00e3o digitalizados no portal do \u00f3rg\u00e3o ambiental. Num dos casos, t\u00e9cnicos apontaram que a mina teria provocado degrada\u00e7\u00e3o ambiental entre 2007 e 2009 na regi\u00e3o, com o despejo de\u00a0efluentes em recursos h\u00eddricos, e prejudicando a qualidade do ar. Em 2003 a mina j\u00e1 havia sido multada pelo deslizamento de um talude na estrada que d\u00e1 acesso \u00e0 empresa mineradora que pertence ao grupo Vale S\/A desde 2001. As duas multas somaram R$ 120 mil.<\/p>\n

Os dois autos de infra\u00e7\u00e3o n\u00e3o t\u00eam rela\u00e7\u00e3o com poss\u00edveis problemas estruturais na Barragem 1 da mina C\u00f3rrego do Feij\u00e3o, que rompeu na semana passada e j\u00e1 provocou a morte de 84 pessoas e o desaparecimento de mais de 270, segundo os Bombeiros de Minas Gerais. No entanto, as infra\u00e7\u00f5es revelam que havia falhas no funcionamento da mina.<\/p>\n

No auto de infra\u00e7\u00e3o registrado no n\u00famero 57773\/2001, t\u00e9cnicos da Superintend\u00eancia Regional Central Metropolitana de Meio Ambiente de Minas Gerais (Supram), apontaram contamina\u00e7\u00e3o da qualidade do ar num per\u00edodo de dois anos, o que pode ter prejudicado a popula\u00e7\u00e3o, segundo o laudo t\u00e9cnico de 15 de junho de 2011.<\/p>\n

“O empreendimento [Mina C\u00f3rrego do Feij\u00e3o] causou degrada\u00e7\u00e3o ambiental durante os anos de 2008 e 2009 devido ao monitoramento de qualidade do ar estar acima do padr\u00e3o prim\u00e1rio estabelecido na resolu\u00e7\u00e3o Conama 03\/1990. Essa degrada\u00e7\u00e3o prejudicou ou pode ter prejudicado a sa\u00fade da popula\u00e7\u00e3o.”<\/p>\n

Em outro trecho, o documento afirma que a a\u00e7\u00e3o da empresa teria afetado recursos h\u00eddricos da regi\u00e3o num per\u00edodo de tempo ainda maior, entre 2007 e 2009. T\u00e9cnicos do \u00f3rg\u00e3o ambiental do Estado explicam que efluentes do laborat\u00f3rio qu\u00edmico da mina foram despejados num ribeir\u00e3o perto da empresa.<\/p>\n

“O empreendimento tamb\u00e9m causou degrada\u00e7\u00e3o ambiental durante os anos de 2007 e 2009 que resultou ou possa ter resultado em danos aos recursos h\u00eddricos devido ao lan\u00e7amento de efluente do laborat\u00f3rio qu\u00edmico acima dos limites estabelecidos.”<\/p>\n

A mina recebeu uma multa de R$ 50 mil, “embargo sobre lan\u00e7amento de efluentes do laborat\u00f3rio qu\u00edmico no ribeir\u00e3o Ferro Carv\u00e3o” e ainda foi obrigada a apresentar planos de recupera\u00e7\u00e3o do ar, em at\u00e9 60 dias, e dos recursos h\u00eddricos afetados, em at\u00e9 120 dias. Na sua defesa, a Vale S\/A negou as irregularidades e pediu a anula\u00e7\u00e3o do auto de infra\u00e7\u00e3o ou a redu\u00e7\u00e3o da multa original em 30%.<\/p>\n

Em 2003, a mina foi alvo de um auto de infra\u00e7\u00e3o que resultou numa multa de R$ 74.487,00 ap\u00f3s deslizamento do talude de uma estrada de liga\u00e7\u00e3o da Mina C\u00f3rrego do Feij\u00e3o at\u00e9 a empresa Mineral do Brasil, o que provocou “supress\u00e3o de vegeta\u00e7\u00e3o”. A Vale S\/A respondeu que o deslizamento teria sido provocado por chuvas no come\u00e7o do ano, mas isso n\u00e3o reverteu a multa prevista no auto de infra\u00e7\u00e3o 083\/2003.<\/p>\n

A DW Brasil entrou em contato com assessoria da Vale S\/A sobre as multas e com respons\u00e1veis pela assessoria do governo de Minas Gerais sobre a falta de documentos de infra\u00e7\u00f5es no sistema Siam, mas n\u00e3o obteve respostas.<\/p>\n

Trag\u00e9dia em Brumadinho<\/strong><\/p>\n

O rompimento da barragem de 86 metros de altura e 720 de cumprimento liberou mais de 11 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos de lama e rejeitos de min\u00e9rio de ferro no rio Paraopeba e arrasou instala\u00e7\u00f5es da mineradora e parte de uma comunidade da cidade. Centenas de pessoas continuam desaparecidas entre os rejeitos, e 84 mortes foram confirmadas.<\/p>\n

A trag\u00e9dia em Brumadinho ocorre cerca de tr\u00eas anos ap\u00f3s o rompimento da barragem do Fund\u00e3o, em Mariana (MG), respons\u00e1vel pela morte de 19 pessoas e por uma das maiores trag\u00e9dias ambientais do mundo, com o despejo de mais de 60 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos de rejeito de min\u00e9rio, o que afetou rios e mata em Minas Gerais e Esp\u00edrito Santo. A mineradora respons\u00e1vel pela barragem, Samarco, tamb\u00e9m pertencia \u00e0 Vale S\/A, em sociedade com o grupo anglo-australiano BHP Billiton.<\/p>\n

A Vale S\/A perdeu R$ 72,8 bilh\u00f5es em valor de mercado na segunda-feira, primeiro preg\u00e3o do Ibovespa depois da trag\u00e9dia. A queda do valor das a\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m foi influenciada pela decis\u00e3o da empresa de suspender a remunera\u00e7\u00e3o a acionistas na forma de dividendos e juros sobre capital pr\u00f3prio e o pagamento de remunera\u00e7\u00e3o vari\u00e1vel (b\u00f4nus) a executivos, o que foi anunciado no domingo.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

C\u00f3rrego do Feij\u00e3o recebeu pelo menos cinco multas desde 1988 por degrada\u00e7\u00e3o ambiental, incluindo despejo de efluentes em recursos h\u00eddricos e preju\u00edzos \u00e0 qualidade do ar, e pode ter prejudicado a sa\u00fade da popula\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":150098,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[240,4029,446,311],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150097"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=150097"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150097\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":150099,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150097\/revisions\/150099"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/150098"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=150097"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=150097"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=150097"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}