{"id":150348,"date":"2019-02-12T11:58:08","date_gmt":"2019-02-12T13:58:08","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150348"},"modified":"2019-02-11T22:31:23","modified_gmt":"2019-02-12T00:31:23","slug":"colapso-da-natureza-e-uma-ameaca-real-alertam-cientistas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/02\/12\/150348-colapso-da-natureza-e-uma-ameaca-real-alertam-cientistas.html","title":{"rendered":"\u201cColapso da natureza\u201d \u00e9 uma amea\u00e7a real, alertam cientistas"},"content":{"rendered":"
<\/p>\n
De acordo com a primeira an\u00e1lise cient\u00edfica global, publicada na revista Biological Conservation, a popula\u00e7\u00e3o de insetos est\u00e1 a caminho da extin\u00e7\u00e3o no mundo todo, amea\u00e7ando um \u201ccolapso catastr\u00f3fico dos ecossistemas da natureza\u201d.<\/span><\/p>\n Mais de 40% das esp\u00e9cies de insetos est\u00e3o em decl\u00ednio e um ter\u00e7o est\u00e1 amea\u00e7ada. Segundo a revis\u00e3o, a taxa de aniquilamento \u00e9 oito vezes mais r\u00e1pida que a dos mam\u00edferos, aves e r\u00e9pteis.<\/p>\n Baseado nos melhores dados que temos dispon\u00edveis, a massa total de insetos est\u00e1 caindo 2,5% ao ano, sugerindo que eles poderiam desaparecer dentro de um s\u00e9culo.<\/span><\/p>\n O planeta est\u00e1 no in\u00edcio da sexta extin\u00e7\u00e3o em massa em sua hist\u00f3ria, com enormes perdas animais j\u00e1 relatadas.<\/p>\n No entanto, os insetos s\u00e3o de longe os mais variados e abundantes animais, superando a humanidade em 17 vezes. Eles s\u00e3o \u201cessenciais\u201d para o funcionamento adequado de todos os ecossistemas, servindo como alimento para outras criaturas, como polinizadores e recicladores de nutrientes.<\/p>\n Essa tend\u00eancia de decl\u00ednio dos insetos est\u00e1 impactando profundamente as formas de vida em nosso planeta. Uma das maiores consequ\u00eancias \u00e9 vista nos muitos p\u00e1ssaros, r\u00e9pteis, anf\u00edbios e peixes que comem insetos. Se essa fonte de alimento \u00e9 levada embora, todos esses animais morrem de fome. Tais efeitos em cascata j\u00e1 foram vistos em Porto Rico, onde um estudo recente revelou uma queda de 98% nos insetos no solo ao longo de 35 anos.<\/p>\n \u201cSe as perdas de esp\u00e9cies de insetos n\u00e3o puderem ser interrompidas, isso ter\u00e1 consequ\u00eancias catastr\u00f3ficas tanto para os ecossistemas do planeta quanto para a sobreviv\u00eancia da humanidade\u201d, disse Francisco S\u00e1nchez-Bayo, da Universidade de Sydney, na Austr\u00e1lia.<\/p>\n A maioria dos estudos analisados foi realizado na Europa Ocidental e nos EUA, com alguns feitos da Austr\u00e1lia \u00e0 China e do Brasil \u00e0 \u00c1frica do Sul.<\/p>\n A pesquisa selecionou os 73 melhores estudos feitos at\u00e9 hoje para avaliar o decl\u00ednio de insetos. Borboletas e mariposas est\u00e3o entre os mais atingidos. Por exemplo, o n\u00famero de esp\u00e9cies de borboletas generalizadas diminuiu 58% em terras cultivadas na Inglaterra entre 2000 e 2009. O Reino Unido sofreu a maior queda de insetos em geral, embora isso seja provavelmente um resultado de ser mais intensamente estudado do que a maioria dos lugares.<\/span><\/p>\n <\/p>\n As abelhas tamb\u00e9m foram gravemente afetadas, com apenas metade das esp\u00e9cies de abelhas encontradas em Oklahoma nos Estados Unidos em 1949 estando presentes em 2013. O n\u00famero de col\u00f4nias de abelhas nos EUA era de 6 milh\u00f5es em 1947, mas 3,5 milh\u00f5es foram perdidas desde ent\u00e3o.<\/span><\/p>\n Existem mais de 350.000 esp\u00e9cies de besouros e acredita-se que muitos tenham diminu\u00eddo, especialmente os escaravelhos. Mas tamb\u00e9m h\u00e1 grandes lacunas no nosso conhecimento, com pouqu\u00edssima informa\u00e7\u00e3o sobre muitas moscas, formigas, pulg\u00f5es e grilos, por exemplo. Especialistas dizem que n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para pensar que eles est\u00e3o se saindo melhor do que outras esp\u00e9cies estudadas.<\/p>\n <\/span>A an\u00e1lise afirma que a agricultura intensiva \u00e9 o principal motor dos decl\u00ednios, particularmente o uso pesado de pesticidas. A urbaniza\u00e7\u00e3o e as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas tamb\u00e9m s\u00e3o fatores significativos.<\/p>\n \u201cA principal causa do decl\u00ednio \u00e9 a intensifica\u00e7\u00e3o agr\u00edcola\u201d, disse S\u00e1nchez-Bayo. \u201cIsso significa a elimina\u00e7\u00e3o de todas as \u00e1rvores e arbustos que normalmente cercam os campos, por isso h\u00e1 campos nus que s\u00e3o tratados com fertilizantes sint\u00e9ticos e pesticidas\u201d.<\/span><\/p>\n O pesquisador cr\u00ea que o desaparecimento de insetos parece ter come\u00e7ado no alvorecer do s\u00e9culo 20, acelerado durante os anos 1950 e 1960 e atingido \u201cpropor\u00e7\u00f5es alarmantes\u201d nas \u00faltimas duas d\u00e9cadas.<\/p>\n Ele acredita que novas classes de inseticidas introduzidos nos \u00faltimos 20 anos, incluindo neonicotin\u00f3ides e fipronil, foram particularmente prejudiciais \u00e0 medida que s\u00e3o usados rotineiramente e persistem no ambiente, inclusive alcan\u00e7ando reservas naturais nas proximidades. 75% de perdas de insetos registradas na Alemanha foram em \u00e1reas protegidas.<\/span><\/p>\n O mundo deve mudar a forma como produz alimentos, uma vez que as fazendas org\u00e2nicas tinham mais insetos e que o uso ocasional de pesticidas no passado n\u00e3o causou o n\u00edvel de decl\u00ednio observado nas \u00faltimas d\u00e9cadas. \u201cA agricultura intensiva em escala industrial \u00e9 a que est\u00e1 matando os ecossistemas\u201d, argumenta S\u00e1nchez-Bayo.<\/p>\n Nos tr\u00f3picos, onde a agricultura industrial muitas vezes ainda n\u00e3o est\u00e1 presente, acredita-se que o aumento das temperaturas devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas seja o fator mais expressivo do decl\u00ednio. As esp\u00e9cies s\u00e3o adaptadas a condi\u00e7\u00f5es muito est\u00e1veis e t\u00eam pouca capacidade de mudar, como foi observado em Porto Rico.<\/span><\/p>\n <\/span>S\u00e1nchez-Bayo afirma que a linguagem extraordinariamente forte usada na revis\u00e3o n\u00e3o \u00e9 alarmista. \u201cQuer\u00edamos realmente acordar as pessoas. Quando voc\u00ea considera que 80% da biomassa de insetos desapareceu em 25 a 30 anos, \u00e9 uma grande preocupa\u00e7\u00e3o\u201d.<\/p>\n Outros cientistas concordam. \u201cDeve ser uma grande preocupa\u00e7\u00e3o para todos n\u00f3s, pois os insetos est\u00e3o no centro de toda teia alimentar, eles polinizam a grande maioria das esp\u00e9cies de plantas, mant\u00eam o solo saud\u00e1vel, reciclam nutrientes, controlam as pragas e muito mais. Ame-os ou deteste-os, n\u00f3s humanos n\u00e3o podemos sobreviver sem insetos\u201d, disse o professor Dave Goulson, da Universidade de Sussex, no Reino Unido.<\/p>\n Outros pesquisadores mencionam que a an\u00e1lise, apesar de excelente, falha em incluir fatores que podem desempenhar um papel nesse decl\u00ednio, como polui\u00e7\u00e3o luminosa, superpopula\u00e7\u00e3o humana e o consumo excessivo, bem como minimiza a influ\u00eancia da mudan\u00e7a clim\u00e1tica.<\/span><\/p>\n A conclus\u00e3o, entretanto, \u00e9 uma s\u00f3: \u201c\u00c9 cada vez mais \u00f3bvio que a ecologia do planeta est\u00e1 desmoronando e h\u00e1 uma necessidade de um esfor\u00e7o intenso e global para deter e reverter essas tend\u00eancias terr\u00edveis\u201d, resume Matt Shardlow, da institui\u00e7\u00e3o de caridade de conserva\u00e7\u00e3o Buglife. [TheGuardian<\/a>]<\/p>\n Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" De acordo com a primeira an\u00e1lise cient\u00edfica global, publicada na revista Biological Conservation, a popula\u00e7\u00e3o de insetos est\u00e1 a caminho da extin\u00e7\u00e3o no mundo todo, amea\u00e7ando um \u201ccolapso catastr\u00f3fico dos ecossistemas da natureza\u201d. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":150349,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[481,384,1290],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150348"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=150348"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150348\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":150350,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150348\/revisions\/150350"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/150349"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=150348"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=150348"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=150348"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}<\/span>Por que isso \u00e9 p\u00e9ssimo?<\/h2>\n
Os mais afetados<\/h2>\n
De quem \u00e9 a culpa?<\/h2>\n
Sem exagero<\/h2>\n