{"id":150450,"date":"2019-02-14T12:00:15","date_gmt":"2019-02-14T14:00:15","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150450"},"modified":"2019-02-13T22:36:26","modified_gmt":"2019-02-14T00:36:26","slug":"desmatamento-e-agrotoxicos-podem-causar-prejuizo-a-economia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/02\/14\/150450-desmatamento-e-agrotoxicos-podem-causar-prejuizo-a-economia.html","title":{"rendered":"Desmatamento e agrot\u00f3xicos podem causar preju\u00edzo \u00e0 economia"},"content":{"rendered":"
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A SOJA, PRINCIPAL PRODUTO DE EXPORTA\u00c7\u00c3O BRASILEIRO, \u00c9 DEPENDE DA POLINIZA\u00c7\u00c3O POR INSETOS. (FOTO: CREATIVE COMMONS \/ DIFFE88)<\/figcaption><\/figure>\n

A morte de abelhas devido ao\u00a0uso de agrot\u00f3xicos\u00a0e\u00a0mudan\u00e7as em seu habtat\u00a0j\u00e1 n\u00e3o s\u00e3o uma novidade. Um\u00a0novo estudo, elaborado pela revis\u00e3o de outros 73 relat\u00f3rios, indica que mais de 40% das esp\u00e9cies de insetos est\u00e3o amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

“Nosso trabalho revela taxas dram\u00e1ticas de decl\u00ednio que podem levar \u00e0 extin\u00e7\u00e3o de 40% das esp\u00e9cies de insetos do mundo nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas”, escreveram os autores do estudo Francisco S\u00e1nchez-Bayo, da Universidade de Sydney, e Kris Wyckhuys, da Universidade de Queensland.<\/p>\n

De acordo com os pesquisadores, a mortandade dos invertebrados \u00e9 consequ\u00eancia de diversos fatores, como a urbaniza\u00e7\u00e3o, mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, polui\u00e7\u00e3o e aumento de esp\u00e9cies invasoras que atacam os insetos\u00a0 A agricultura, entretanto, \u00e9 considerada a maior respons\u00e1vel pelo desequil\u00edbrio ambiental.<\/p>\n

“A menos que mudemos nossas formas de produzir alimentos, os insetos como um todo ir\u00e3o seguir o caminho da extin\u00e7\u00e3o em poucas d\u00e9cadas”,\u00a0escrevem. “As repercuss\u00f5es que isso ter\u00e1 para os ecossistemas do planeta s\u00e3o, no m\u00ednimo, catastr\u00f3ficas”.<\/p>\n

Mas a \u201ccatastrofe\u201d n\u00e3o se resume aos sistemas naturais. A pr\u00f3pria agricultura sofre as consequ\u00eancias de suas pr\u00e1ticas. O \u201cRelat\u00f3rio Tem\u00e1tico sobre Poliniza\u00e7\u00e3o, Polinizadores e Produ\u00e7\u00e3o de Alimentos no Brasil\u201d, produzido em conjunto pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Servi\u00e7os Ecossist\u00eamicos (BPBES) e pela Rede Brasileira de Intera\u00e7\u00f5es Planta-Polinizador (REBIPP), mostra o tamanho do nosso problema.<\/p>\n

No Brasil temos pelo menos 600 esp\u00e9cies de insetos transitando por zonas agr\u00edcolas, sendo que 250, pelo menos, tem potencial polinizador. Das 191 culturas agr\u00edcolas utilizadas para a produ\u00e7\u00e3o de alimentos no pa\u00eds, 114 (60%) s\u00e3o visitadas por polinizadores.<\/p>\n

As abelhas s\u00e3o as mais importantes, respons\u00e1veis por 66% da poliniza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o agricola, mas outros insetos, como besouros, borboletas, mariposas, vespas e moscas tamb\u00e9m fazem sua parte, assim como aves e morcegos.<\/p>\n

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76% DAS ESP\u00c9CIAS CULTIVADAS NO BRASIL DEPENDEM DOS POLINIZADORES. (FOTO: RELAT\u00d3RIO TEM\u00c1TICO SOBRE POLINIZA\u00c7\u00c3O, POLINIZADORES E PRODU\u00c7\u00c3O DE ALIMENTOS NO BRASIL)<\/figcaption><\/figure>\n

Com base nos n\u00faimeros do agroneg\u00f3cio brasileiro e a contribui\u00e7\u00e3o animais para a produtividade, os pesquisadores calcularam que o trabalho dos polinizadores renderam R$ 43 bilh\u00f5es em 2018. Cerca de 60% dessa perda seria no principal produto de exporta\u00e7\u00e3o do pa\u00eds: a soja. Seguido pelo caf\u00e9 (12%), laranja (5%) e ma\u00e7\u00e3 (4%).<\/p>\n

\u201cA poliniza\u00e7\u00e3o das planta\u00e7\u00f5es em algumas regi\u00f5es da China \u00e9 feita de forma manual, mas o custo financeiro \u00e9 alto e a produ\u00e7\u00e3o e a qualidade dos frutos diminuem\u201d, explica a a bi\u00f3loga Vera Imperatriz, revisora do relat\u00f3rio de poliniza\u00e7\u00e3o brasileiro e professora aposentada do Instituto de Bioci\u00eancias (IB) da USP.<\/p>\n

A conclus\u00e3o do documento \u00e9 que, para evitar uma perda na produtividade da agriculturam \u00e9 preciso manter um firme controle na regulamenta\u00e7\u00e3o do uso de agrot\u00f3xicos, preservar as pareas naturais que promovam o servi\u00e7o ecossist\u00eamico de poliniza\u00e7\u00e3o, e regulamentar a meliponicultura – que \u00e9 a\u00a0 cria\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies nativas de abelhas sem ferr\u00e3o.<\/p>\n

\u201cO documento, al\u00e9m de trazer um amplo diagn\u00f3stico sobre as amea\u00e7as aos polinizadores nativos de nossa regi\u00e3o\u201d, afirmou o professor Ant\u00f4nio Saraiva, da Escola Polit\u00e9cnica (Poli) da USP, que escreveu um dos cap\u00edtulos. \u201cSugere propostas de prote\u00e7\u00e3o aos insetos, dados importantes para tomada de decis\u00f5es governamentais.\u201d<\/p>\n

O relat\u00f3rio destaca, por\u00e9m, que estamos indo na \u201ccontram\u00e3o deste diagn\u00f3stico\u201d. Em janeiro, o Minist\u00e9rio da Agricultura brasileiro liberou o registro de 28 agrot\u00f3xicos e princ\u00edpios ativos, entre eles o Sulfoxaflor, inseticida que est\u00e1 ligado ao exterm\u00ednio das abelhas.<\/p>\n

A situa\u00e7\u00e3o preocupante, por\u00e9m, n\u00e3o atinge todos os insetos do planeta. Eles v\u00e3o continuar existindo, sendo que algumas esp\u00e9cies devem encontrar ambiente cada vez mais pr\u00f3p\u00edcio para proliferarem. Invertebrados bem adaptados \u00e0 vida nas cidades, como moscas caseiras e baratas, s\u00f3 tem a ganhar com o desmatamento, urbaniza\u00e7\u00e3o e o aumento da temperatura do planeta.<\/p>\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Quase a metade das esp\u00e9cies de insetos est\u00e3o amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o e a agricultura, principal respons\u00e1vel pela mortalidade, \u00e9 quem corre o maior risco <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":150451,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[169,1290],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150450"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=150450"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150450\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":150452,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150450\/revisions\/150452"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/150451"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=150450"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=150450"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=150450"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}