{"id":150459,"date":"2019-02-15T12:00:10","date_gmt":"2019-02-15T14:00:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150459"},"modified":"2019-02-14T23:32:23","modified_gmt":"2019-02-15T01:32:23","slug":"por-que-ha-cada-vez-mais-moscas-e-baratas-e-menos-borboletas-e-abelhas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/02\/15\/150459-por-que-ha-cada-vez-mais-moscas-e-baratas-e-menos-borboletas-e-abelhas.html","title":{"rendered":"Por que h\u00e1 cada vez mais moscas e baratas e menos borboletas e abelhas"},"content":{"rendered":"
\"Borboleta
A popula\u00e7\u00e3o de diversas esp\u00e9cies de borboletas est\u00e1 em decl\u00ednio, al\u00e9m de abelhas e lib\u00e9lulas<\/figcaption><\/figure>\n

Uma nova an\u00e1lise cient\u00edfica sobre o n\u00famero de insetos no mundo sugere que 40% das esp\u00e9cies est\u00e3o experimentando uma “dram\u00e1tica taxa de decl\u00ednio” e podem desaparecer. Entre elas, abelhas, formigas e besouros, que est\u00e3o desaparecendo oito vezes mais r\u00e1pido que esp\u00e9cies de mam\u00edferos, p\u00e1ssaros e r\u00e9pteis. J\u00e1 outras esp\u00e9cies, como moscas dom\u00e9sticas e baratas, devem crescer em n\u00famero.<\/p>\n

V\u00e1rios outros estudos realizados nos \u00faltimos anos j\u00e1 demonstraram que popula\u00e7\u00f5es de algumas esp\u00e9cies de insetos, como abelhas, sofreram um grande decl\u00ednio, principalmente nas economias desenvolvidas. A diferen\u00e7a dessa nova pesquisa \u00e9 ter uma abordagem mais ampla sobre os insetos em geral. Publicado no peri\u00f3dico cient\u00edfico\u00a0Biological Conservation<\/i>, o artigo faz uma revis\u00e3o de 73 estudos publicados nos \u00faltimos 13 anos em todo o mundo.<\/p>\n

Os pesquisadores descobriram que o decl\u00ednio nas popula\u00e7\u00f5es de insetos vistos em quase todas as regi\u00f5es do planeta pode levar \u00e0 extin\u00e7\u00e3o de 40% dos insetos nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas. Um ter\u00e7o das esp\u00e9cies est\u00e1 classificada como amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

“O principal fator \u00e9 a perda de habitat, devido \u00e0s pr\u00e1ticas agr\u00edcolas, urbaniza\u00e7\u00e3o e desmatamento”, afirma o principal autor do estudo, Francisco S\u00e1nchez-Bayo, da Universidade de Sydney.<\/p>\n

“Em segundo lugar, est\u00e1 o aumento no uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura ao redor do mundo, com poluentes qu\u00edmicos de todos os tipos. Em terceiro lugar, temos fatores biol\u00f3gicos, como esp\u00e9cies invasoras e pat\u00f3genos. Quarto, mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, particularmente em \u00e1reas tropicais, onde se sabe que os impactos s\u00e3o maiores.”<\/p>\n

\n

Os insetos representam a maioria dos seres vivos que habitam a terra e oferecem benef\u00edcios para muitas outras esp\u00e9cies, incluindo humanos. Fornecem alimentos para p\u00e1ssaros, morcegos e pequenos mam\u00edferos; polinizam em torno de 75% das planta\u00e7\u00f5es no mundo; reabastecem os solos e mant\u00eam o n\u00famero de pragas sob controle.<\/p>\n

\"Escaravelho,
Besouros tamb\u00e9m est\u00e3o em decl\u00ednio, segundo o estudo<\/figcaption><\/figure>\n<\/div>\n
<\/figure>\n

Os riscos da redu\u00e7\u00e3o do n\u00famero de insetos<\/h2>\n

Entre destaques apontados pelo estudo est\u00e3o o recente e r\u00e1pido decl\u00ednio de insetos voadores na Alemanha e a dizima\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o de insetos em florestas tropicais de Porto Rico, ligados ao aumento da temperatura global.<\/p>\n

Outros especialistas dizem que as descobertas s\u00e3o preocupantes. “N\u00e3o se trata apenas de abelhas, ou de poliniza\u00e7\u00e3o ou alimenta\u00e7\u00e3o humana. O decl\u00ednio (no n\u00famero de insetos) tamb\u00e9m impacta besouros que reciclam res\u00edduos e lib\u00e9lulas que d\u00e3o in\u00edcio \u00e0 vida em rios e lagoas”, diz Matt Shardlow, do grupo ativista brit\u00e2nico Buglife.<\/p>\n

“Est\u00e1 ficando cada vez mais claro que a ecologia do nosso planeta est\u00e1 em risco e que \u00e9 preciso um esfor\u00e7o global e intenso para deter e reverter essas tend\u00eancias terr\u00edveis. Permitir a erradica\u00e7\u00e3o lenta da vida dos insetos n\u00e3o \u00e9 uma op\u00e7\u00e3o racional”.<\/p>\n

Os autores do estudo ainda est\u00e3o preocupados com o impacto do decl\u00ednio dos insetos ao longo da cadeia de produ\u00e7\u00e3o de comida. J\u00e1 que muitas esp\u00e9cies de p\u00e1ssaros, r\u00e9pteis e peixes t\u00eam nos insetos sua principal fonte alimentar, \u00e9 poss\u00edvel que essas esp\u00e9cies tamb\u00e9m acabem sendo eliminadas.<\/p>\n

\"Baratas\"
J\u00e1 baratas e moscas dom\u00e9sticas podem prosperar<\/figcaption><\/figure>\n

Baratas e moscas podem proliferar<\/h2>\n

Embora muitas esp\u00e9cies de insetos estejam experimentando uma redu\u00e7\u00e3o, o estudo tamb\u00e9m descobriu que um menor n\u00famero de esp\u00e9cies podem se adaptar \u00e0s mudan\u00e7as e proliferar.<\/p>\n

“Esp\u00e9cies de insetos que s\u00e3o pragas e se reproduzem r\u00e1pido provavelmente ir\u00e3o prosperar, seja devido ao clima mais quente, seja devido \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de seus inimigos naturais, que se reproduzem mais lentamente”, afirma Dave Goulson, da Universidade de Sussex.<\/p>\n

Segundo Goulson, esp\u00e9cies como moscas dom\u00e9sticas e baratas podem ser capazes de viver confortavelmente em ambientes humanos, al\u00e9m de terem desenvolvido resist\u00eancia a pesticidas.<\/p>\n

“\u00c9 plaus\u00edvel que n\u00f3s vejamos uma prolifera\u00e7\u00e3o de insetos que s\u00e3o pragas, mas que percamos todos os insetos maravilhosos de que gostamos, como abelhas, moscas de flores, borboletas e besouros”.<\/p>\n

O que podemos fazer a respeito?<\/h2>\n

Apesar dos resultados do estudo serem alarmantes, Goulson explica que todos podem tomar a\u00e7\u00f5es para ajudar a reverter esse quadro. Por exemplo, comprar comida org\u00e2nica e tornar os jardins mais amig\u00e1veis aos insetos, sem o uso de pesticidas.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, \u00e9 preciso fazer mais pesquisas, j\u00e1 que 99% da evid\u00eancia do decl\u00ednio de insetos v\u00eam da Europa e da Am\u00e9rica do Norte, com poucas pesquisas na \u00c1frica e Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n

Se um grande n\u00famero de insetos desaparecer, diz Goulson, eles provavelmente ser\u00e3o substitu\u00eddos por outras esp\u00e9cies. Mas esse \u00e9 um processo de milh\u00f5es de anos. “O que n\u00e3o \u00e9 um consolo para a pr\u00f3xima gera\u00e7\u00e3o, infelizmente”.<\/p>\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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