{"id":150657,"date":"2019-02-26T12:00:56","date_gmt":"2019-02-26T15:00:56","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150657"},"modified":"2019-02-25T22:53:09","modified_gmt":"2019-02-26T01:53:09","slug":"cientistas-precisam-reconquistar-coracoes-e-mentes-em-relacao-as-mudancas-climaticas-diz-brito-cruz","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/02\/26\/150657-cientistas-precisam-reconquistar-coracoes-e-mentes-em-relacao-as-mudancas-climaticas-diz-brito-cruz.html","title":{"rendered":"Cientistas precisam reconquistar cora\u00e7\u00f5es e mentes em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, diz Brito Cruz"},"content":{"rendered":"
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Embora a ci\u00eancia clim\u00e1tica tenha avan\u00e7ado muito nos \u00faltimos anos \u2013 seja em modelagem ou na avalia\u00e7\u00e3o de riscos e impactos \u2013 parte da sociedade ainda p\u00f5e em d\u00favida o conhecimento cient\u00edfico acumulado sobre o assunto. Essa situa\u00e7\u00e3o\u00a0sui generis<\/i>\u00a0tem sido observada no Brasil e em outros pa\u00edses que lideram as pesquisas na \u00e1rea.<\/p>\n
Para piorar a situa\u00e7\u00e3o, esse ceticismo ocorre no mesmo per\u00edodo em que o Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC) da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas\u00a0alerta para a urg\u00eancia<\/b>\u00a0de medidas para reduzir do ritmo das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n
\u201cAs mudan\u00e7as clim\u00e1ticas s\u00e3o um dos maiores exemplos de como a ci\u00eancia \u00e9 importante para a sociedade. Porque foi a ci\u00eancia que descobriu que esse fen\u00f4meno estava e est\u00e1 ocorrendo. Isso j\u00e1 h\u00e1 d\u00e9cadas\u201d, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor cient\u00edfico da FAPESP, na abertura da reuni\u00e3o anual do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas Globais (PFPMCG<\/b>), ocorrido na semana passada.<\/p>\n
A reuni\u00e3o, que teve como proposta avaliar os 10 anos do programa, lan\u00e7ado em 2008, e propor novas abordagens, serviu tamb\u00e9m como reflex\u00e3o para a import\u00e2ncia da divulga\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e da alfabetiza\u00e7\u00e3o cient\u00edfica \u2013 mais conhecida pelo termo em ingl\u00eas\u00a0science literacy<\/i>, que tem por objetivo disseminar o conhecimento e o m\u00e9todo cient\u00edfico para a popula\u00e7\u00e3o em geral, sobretudo nas escolas.<\/p>\n
\u201cPrecisamos de excel\u00eancia na ci\u00eancia e tamb\u00e9m na comunica\u00e7\u00e3o com a sociedade, que sofre os impactos desse fen\u00f4meno\u201d, disse Brito Cruz.\u00a0\u201cN\u00e3o \u00e9 quest\u00e3o de opini\u00e3o, \u00e9 uma quest\u00e3o comprovada por pesquisa, medi\u00e7\u00e3o, teste e verifica\u00e7\u00e3o h\u00e1 muitos anos por cientistas em todo o mundo. O que eu percebo \u00e9 que n\u00f3s brasileiros, mas tamb\u00e9m cientistas americanos, franceses e ingleses, n\u00e3o estamos conquistando os cora\u00e7\u00f5es e mentes\u201d, disse.<\/p>\n
Entre 2008 e 2018, a FAPESP investiu R$ 276 milh\u00f5es em pesquisa sobre o tema mudan\u00e7as clim\u00e1ticas globais e R$ 151 milh\u00f5es em estudos que fazem parte do programa.<\/p>\n
\u201cUm ter\u00e7o \u00e9 por meio de colabora\u00e7\u00e3o internacional, ou seja, a cada R$ 1 da FAPESP outra ag\u00eancia internacional deposita tamb\u00e9m o equivalente a pelo menos R$ 1. Isso amplia recursos\u201d, disse Brito Cruz.<\/p>\n
Mudan\u00e7as clim\u00e1ticas \u00e9 a \u00e1rea de pesquisa mais internacionalizada na FAPESP, destacou Brito Cruz. Nesse campo, 80% dos artigos publicados por cientistas paulistas s\u00e3o feitos em colabora\u00e7\u00e3o com colegas de outros pa\u00edses. A m\u00e9dia do Estado de S\u00e3o Paulo \u00e9 40%.<\/p>\n
\u201cA Amaz\u00f4nia \u00e9 fundamental para o estudo das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e a FAPESP \u00e9 a ag\u00eancia com a maior carteira de pesquisa nesse bioma. Ent\u00e3o, n\u00e3o acreditem quando dizem que n\u00e3o existe pesquisa brasileira sobre a Amaz\u00f4nia\u201d, disse.<\/p>\n
Descarbonizar a atmosfera<\/b><\/p>\n
Na reuni\u00e3o do PFPMCG, os participantes destacaram tamb\u00e9m que, al\u00e9m de fazer ci\u00eancia eficiente, \u00e9 preciso conectar os resultados com os benef\u00edcios econ\u00f4micos e sociais das pesquisas. Nesse sentido, estudos que integrem as ci\u00eancias sociais e os temas cidades e sa\u00fade ganham relev\u00e2ncia, por exemplo. Outra \u00e1rea que precisa ganhar espa\u00e7o \u00e9 o estudo das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas nos oceanos.<\/p>\n
De acordo com os cientistas que participaram do evento, \u00e9 preciso tamb\u00e9m estudar medidas e a modelagem de descarboniza\u00e7\u00e3o da atmosfera.<\/p>\n
\u201cSe somarmos tudo que os pa\u00edses se comprometeram ao adotar no Acordo de Paris, em 2015, n\u00e3o vamos conseguir limitar o aquecimento global em 1,5\u00baC. Se tudo for feito, deve ficar acima de um aumento m\u00e9dio de 3\u00baC. Vamos precisar dos cientistas\u201d, disse\u00a0Thelma Krug<\/b>, membro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e vice-presidente do IPCC.<\/p>\n
Isso quer dizer que, al\u00e9m de reduzir as emiss\u00f5es de di\u00f3xido de carbono, ser\u00e1 necess\u00e1rio tamb\u00e9m descarbonizar a atmosfera. Na reuni\u00e3o, foram apresentadas vari\u00e1veis que devem ser inclu\u00eddas nas modelagens clim\u00e1ticas com essa nova realidade. Entre as vari\u00e1veis est\u00e1 a resposta da natureza frente \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n
\u201cBasicamente, descobriu-se que a fotoss\u00edntese fica mais eficiente quando tem mais CO2 na atmosfera, assim como o aumento na capacidade de estocagem de carbono nos oceanos. Por\u00e9m, quanto mais se retira CO2 ativamente [por tecnologias de descarboniza\u00e7\u00e3o], menos a natureza trabalha. Os processos v\u00e3o diminuindo e deixam de ficar eficientes\u201d, disse Marcos Heil Costa, professor do Departamento de Engenharia Agr\u00edcola da Universidade Federal de Vi\u00e7osa (UFV).<\/p>\n
Segundo Costa, isso torna a modelagem clim\u00e1tica mais complexa e os processos de descarboniza\u00e7\u00e3o ainda mais caros.<\/p>\n
Dados abertos e impactos nas cidades<\/b><\/p>\n
A maioria dos participantes do encontro destacou a necessidade da cria\u00e7\u00e3o de um programa de dados abertos para os cientistas.<\/p>\n
\u201cExtra\u00edmos dados para produzir conhecimento. Portanto, precisamos j\u00e1 no in\u00edcio do projeto determinar a gest\u00e3o e os processos de an\u00e1lise de big data. Temos exemplos de boa gest\u00e3o e an\u00e1lise de big data\u201d, disse\u00a0Pedro Luiz Pizzigatti Corr\u00eaa<\/b>, professor do Departamento de Engenharia de Computa\u00e7\u00e3o e Sistemas Digitais da Escola Polit\u00e9cnica da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP).<\/p>\n
O aspecto urbano foi outro ponto que deve ganhar relev\u00e2ncia nos estudos de mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. \u201cOs cientistas pensam no futuro mas as cidades ainda s\u00e3o pensadas como no s\u00e9culo 19, quando come\u00e7ou a urbaniza\u00e7\u00e3o. Ainda enfrentam problemas de saneamento, mobilidade, lixo\u201d, disse\u00a0Jos\u00e9 Puppim de Oliveira<\/b>, pesquisador da Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV).<\/p>\n
Para Oliveira, os problemas e as solu\u00e7\u00f5es est\u00e3o nas cidades dos pa\u00edses emergentes. \u201cA emiss\u00e3o\u00a0per capita<\/i>\u00a0na China \u00e9 maior que na Europa enquanto o PIB\u00a0per capita<\/i>\u00a0chin\u00eas \u00e9 mais que a metade do europeu. Isso tem rela\u00e7\u00e3o com a urbaniza\u00e7\u00e3o\u201d, disse.<\/p>\n
Ele comentou que a cidade chinesa de Xangai e a capital paulista t\u00eam o mesmo PIB, por\u00e9m Xangai emite 10 vezes mais CO2. \u201cIsso mostra que \u00e9 poss\u00edvel melhorar e n\u00e3o \u00e9 preciso\u00a0rocket science<\/i>, j\u00e1 temos as solu\u00e7\u00f5es. Elas j\u00e1 existem\u201d, disse.<\/p>\n
Marta Arretche<\/b>, professora do Departamento de Ci\u00eancia Pol\u00edtica da USP e coordenadora do Centro de Estudos da Metr\u00f3pole (CEM) \u2013 um dos Centros de Pesquisa, Inova\u00e7\u00e3o e Difus\u00e3o (CEPIDs) financiados pela FAPESP \u2013, alertou para a agenda ambiciosa.<\/p>\n
\u201cAs ci\u00eancias sociais brasileiras precisam se adensar sobre o tema. Olhar para a quest\u00e3o urbana das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas exige um novo modelo de cidade e isso implica um novo estilo de vida e a implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas\u201d, disse.<\/p>\n
A pesquisadora sugeriu que os cientistas clim\u00e1ticos tivessem como base outras pol\u00edticas p\u00fablicas no Brasil para formular uma agenda. \u201cProblemas urgentes requerem convencimentos urgentes\u201d, disse. Em sua apresenta\u00e7\u00e3o, ela usou como exemplo de implementa\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas a amplia\u00e7\u00e3o do Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS) nos \u00faltimos 30 anos.<\/p>\n
\u201cAntes de 1988, o padr\u00e3o do SUS era atender quem tinha carteira assinada. Isso deixava de fora do sistema cerca de 60% da popula\u00e7\u00e3o. Se olharmos historicamente, o SUS incorporou mais da metade da popula\u00e7\u00e3o brasileira. Tem milh\u00f5es de problemas, mas incorporou. E s\u00f3 conseguiu isso sensibilizando o poder central\u201d, disse.<\/p>\n
\u201cA quest\u00e3o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas exige participa\u00e7\u00e3o de governos, empresas e cidad\u00e3os. Ela requer uma revolu\u00e7\u00e3o copernicana. N\u00e3o \u00e9 trivial, \u00e9 mais que uma opera\u00e7\u00e3o de guerra\u201d, disse Arretche.<\/p>\n
Problema global com impacto individual<\/b><\/p>\n
Outro ponto destacado na reuni\u00e3o anual do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas Globais\u00a0foi a abordagem das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas no n\u00edvel local e at\u00e9 individual, al\u00e9m de seus impactos em \u00e1reas sens\u00edveis da economia, como agricultura, energia, rela\u00e7\u00f5es internacionais e na sa\u00fade do cidad\u00e3o.<\/p>\n
Entre as \u00e1reas de estudo que ganham relev\u00e2ncia est\u00e3o o c\u00e1lculo do risco sist\u00eamico desses setores-chave da economia e o desenvolvimento e implementa\u00e7\u00e3o de tecnologias que garantam maior efici\u00eancia.<\/p>\n
\u201cO que comove o agricultor n\u00e3o \u00e9 a redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es. Ele precisa se manter na atividade agr\u00edcola, precisa produzir. Portanto, promover a mitiga\u00e7\u00e3o, aumentando a efici\u00eancia, \u00e9 o que vai funcionar\u201d, disse\u00a0Giampaolo Pellegrino<\/b>, coordenador do Portf\u00f3lio de Pesquisa em Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas da Embrapa.<\/p>\n
Para Pellegrino, o maior desafio \u00e9 institucional, n\u00e3o cient\u00edfico. \u201cNo caso da agricultura, j\u00e1 temos muitas solu\u00e7\u00f5es, mas como tornar isso acess\u00edvel, fazer com que seja utilizado pela sociedade?”<\/p>\n
Ele mencionou como exemplo positivo e institucional a implanta\u00e7\u00e3o do plano ABC \u2013 Agricultura de Baixa Emiss\u00e3o de Carbono, do Minist\u00e9rio da Agricultura Pecu\u00e1ria e Abastecimento. \u201cO plano conta com uma linha de cr\u00e9dito para que medidas de mitiga\u00e7\u00e3o sejam implementadas para a agricultura de baixo carbono\u201d, disse.<\/p>\n
Segundo Pellegrino, \u00e9 preciso tamb\u00e9m municiar o governo federal e os negociadores clim\u00e1ticos que participam das confer\u00eancias do clima e c\u00fapulas internacionais. \u201cQuando n\u00e3o fazemos isso, perdemos dinheiro\u201d, disse.<\/p>\n
A maior efici\u00eancia tamb\u00e9m \u00e9 uma quest\u00e3o importante no campo energ\u00e9tico. \u201cTodas as transforma\u00e7\u00f5es est\u00e3o acontecendo n\u00e3o por causa de uma afli\u00e7\u00e3o com as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, mas porque elas s\u00e3o mais eficientes, gastam menos energia e, portanto, s\u00e3o mais interessantes\u201d, disse\u00a0Jos\u00e9 Goldemberg<\/b>, professor da USP e ex-presidente da FAPESP.<\/p>\n
Para Goldemberg, a competi\u00e7\u00e3o entre os pa\u00edses industrializados \u00e9 importante para aumentar a efici\u00eancia energ\u00e9tica e, com isso, reduzir as emiss\u00f5es.<\/p>\n
Na sa\u00fade n\u00e3o \u00e9 muito diferente. \u201cAn\u00e1lises do n\u00famero de mortes por varia\u00e7\u00e3o de temperatura, mostram que vamos morrer de acordo com o nosso CEP [C\u00f3digo de Endere\u00e7amento Postal]. As cidades precisam estar preparadas para as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. H\u00e1 muita vulnerabilidade e n\u00f3s cientistas precisamos mostrar que as mudan\u00e7as de h\u00e1bito s\u00e3o para benef\u00edcio pr\u00f3prio\u201d, disse\u00a0Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina e diretor do Instituto de Estudos Avan\u00e7ados da USP.<\/p>\n
Fonte: FAPESP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Embora a ci\u00eancia clim\u00e1tica tenha avan\u00e7ado muito nos \u00faltimos anos \u2013 seja em modelagem ou na avalia\u00e7\u00e3o de riscos e impactos \u2013 parte da sociedade ainda p\u00f5e em d\u00favida o conhecimento cient\u00edfico acumulado sobre o assunto. Essa situa\u00e7\u00e3o sui generis tem sido observada no Brasil e em outros pa\u00edses que lideram as pesquisas na \u00e1rea. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":150658,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[730,46,2453],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150657"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=150657"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150657\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":150659,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150657\/revisions\/150659"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/150658"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=150657"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=150657"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=150657"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}