{"id":150686,"date":"2019-02-27T12:00:16","date_gmt":"2019-02-27T15:00:16","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150686"},"modified":"2019-02-26T23:58:26","modified_gmt":"2019-02-27T02:58:26","slug":"crescer-cercada-de-espacos-verdes-faz-crianca-ter-menos-possibilidade-de-ter-transtornos-mentais-quando-adulta","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/02\/27\/150686-crescer-cercada-de-espacos-verdes-faz-crianca-ter-menos-possibilidade-de-ter-transtornos-mentais-quando-adulta.html","title":{"rendered":"Crescer cercada de espa\u00e7os verdes faz crian\u00e7a ter menos possibilidade de ter transtornos mentais quando adulta"},"content":{"rendered":"

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O mundo \u00e9 um lugar cada vez mais urbano. Atualmente, mais da metade da popula\u00e7\u00e3o mundial vive em cidades, e este n\u00famero tende a aumentar. A Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas prev\u00ea que, at\u00e9 2050, 68% da popula\u00e7\u00e3o mundial viver\u00e1 em centros urbanos. Ao mesmo tempo, a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade estima que mais de 450 milh\u00f5es de pessoas ao redor do mundo sofrem de algum dist\u00farbio mental, um n\u00famero que tamb\u00e9m se espera que aumente nos pr\u00f3ximos anos. De acordo com um novo estudo, estes dados est\u00e3o diretamente relacionados.<\/span><\/p>\n

Utilizando como base dados de sat\u00e9lite de 1985 a 2013, pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, mapearam a presen\u00e7a de espa\u00e7os verdes em torno dos lares de inf\u00e2ncia de quase um milh\u00e3o de dinamarqueses e compararam esses dados com o risco de desenvolver um dos 16 transtornos mentais diferentes mais tarde na vida.<\/span><\/p>\n

O estudo, publicado hoje na revista PNAS, mostra que crian\u00e7as cercadas por grandes quantidades de espa\u00e7os verdes na inf\u00e2ncia t\u00eam um risco at\u00e9 55% menor de desenvolver um transtorno mental \u2013 mesmo ap\u00f3s o ajuste para outros fatores de risco conhecidos. como status socioecon\u00f4mico, urbaniza\u00e7\u00e3o e hist\u00f3rico familiar de transtornos mentais.<\/p>\n

<\/span>Conjunto grande e rico de dados<\/h2>\n

Estudos menores feitos anteriormente j\u00e1 sugeriram que a falta de espa\u00e7o verde aumenta o risco de transtornos de humor e esquizofrenia e pode at\u00e9 afetar o desenvolvimento cognitivo. Mas fatores mais pr\u00e1ticos, como status socioecon\u00f4mico, hist\u00f3rico familiar de doen\u00e7a mental e urbaniza\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m podem ter grandes efeitos sobre a sa\u00fade mental. As fam\u00edlias mais ricas, por exemplo, podem ter condi\u00e7\u00f5es de morar em bairros com mais acesso \u00e0 natureza e tamb\u00e9m ter acesso a outros recursos relacionados \u00e0 riqueza que poderiam melhorar o desenvolvimento infantil.<\/p>\n

Para isolar os efeitos da natureza de tantos fatores, \u00e9 necess\u00e1rio um conjunto grande e rico de dados \u2013 como o que existe no sistema de registro civil dinamarqu\u00eas.<\/p>\n

Criado em 1968, o sistema atribui um n\u00famero de identifica\u00e7\u00e3o pessoal a cada cidad\u00e3o dinamarqu\u00eas e registra o sexo, o local de nascimento e os PINs dos pais. Um PIN liga indiv\u00edduos em v\u00e1rios bancos de dados, incluindo registros de sa\u00fade mental, e \u00e9 atualizado com mudan\u00e7as de resid\u00eancia. O conjunto de dados final dos pesquisadores compreendia quase 1 milh\u00e3o de dinamarqueses que nasceram entre 1985 e 2003 e para os quais eles tinham registros longitudinais de sa\u00fade mental, status socioecon\u00f4mico e local de resid\u00eancia.<\/p>\n

Dados de sat\u00e9lite que se estendem desde 1985 permitiram aos pesquisadores calcular a densidade da vegeta\u00e7\u00e3o em torno de cada resid\u00eancia. Infelizmente, esses dados n\u00e3o conseguem distinguir uma floresta de crescimento antigo de um campo coberto de vegeta\u00e7\u00e3o, mas, em geral, quanto mais vegeta\u00e7\u00e3o for acumulada em um lote de terra, maior a densidade da vegeta\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\n

\u201cA escala deste estudo \u00e9 uma coisa e tanto. \u00c9 uma fonte incrivelmente rica de dados\u201d, diz Kelly Lambert, neurocientista da Universidade de Richmond, nos EUA, que estuda os efeitos psicol\u00f3gicos dos espa\u00e7os naturais, em entrevista ao portal da R\u00e1dio P\u00fablica Nacional dos EUA.<\/span><\/p>\n

\u201cNossos dados s\u00e3o \u00fanicos. Tivemos a oportunidade de usar uma enorme quantidade de dados de registros dinamarqueses de, entre outras coisas, localiza\u00e7\u00e3o residencial e diagn\u00f3sticos de doen\u00e7as e compar\u00e1-los com imagens de sat\u00e9lite revelando a extens\u00e3o do espa\u00e7o verde em torno de cada indiv\u00edduo durante o crescimento\u201d, conta em mat\u00e9ria publicada no site da universidade a p\u00f3s-doutora Kristine Engemann, do Departamento de Bioci\u00eancia e do Centro Nacional de Pesquisa em Registros da Universidade de Aarhus e l\u00edder do estudo.<\/p>\n

Menos estresse, mais \u00e1rvores<\/h2>\n

<\/span>Pesquisas j\u00e1 mostraram que o ru\u00eddo, a polui\u00e7\u00e3o do ar, as infec\u00e7\u00f5es e as m\u00e1s condi\u00e7\u00f5es socioecon\u00f4micas aumentam o risco de desenvolver um transtorno mental. Por outro lado, outros estudos mostraram que mais espa\u00e7o verde na \u00e1rea local cria maior coes\u00e3o social e aumenta o n\u00edvel de atividade f\u00edsica das pessoas e pode melhorar o desenvolvimento cognitivo das crian\u00e7as. Estes s\u00e3o todos fatores que podem ter um impacto na sa\u00fade mental das pessoas.<\/p>\n

\u201cCom nosso conjunto de dados, mostramos que o risco de desenvolver um transtorno mental diminui gradativamente quanto mais tempo voc\u00ea estiver cercado por espa\u00e7os verdes desde o nascimento at\u00e9 os 10 anos de idade. O espa\u00e7o verde durante toda a inf\u00e2ncia \u00e9 extremamente importante\u201d, explica Engemann.<\/span><\/p>\n

Os resultados encontrados pelo estudo variavam de acordo com a doen\u00e7a. O alcoolismo, por exemplo, estava mais fortemente associado \u00e0 falta de espa\u00e7o verde durante crescimento, enquanto o risco de desenvolver uma defici\u00eancia intelectual n\u00e3o estava de forma alguma associado \u00e0s \u00e1reas verdes na inf\u00e2ncia.<\/p>\n

Os pesquisadores acreditam que estas descobertas s\u00e3o uma indica\u00e7\u00e3o robusta de uma rela\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima entre espa\u00e7o verde, vida urbana e transtornos mentais, uma vez que outros fatores ligados aos problemas mentais foram considerados. \u201cH\u00e1 evid\u00eancias crescentes de que o ambiente natural desempenha um papel maior para a sa\u00fade mental do que se pensava anteriormente. Nosso estudo \u00e9 importante para nos dar uma melhor compreens\u00e3o de sua import\u00e2ncia em toda a popula\u00e7\u00e3o\u201d, defende Engemann.<\/p>\n

Esse conhecimento tem implica\u00e7\u00f5es importantes para o planejamento urbano sustent\u00e1vel., j\u00e1 que h\u00e1 ind\u00edcios de que uma propor\u00e7\u00e3o cada vez maior da popula\u00e7\u00e3o mundial viver\u00e1 nas cidades nos pr\u00f3ximos anos<\/span><\/p>\n

<\/span>\u201cA liga\u00e7\u00e3o entre sa\u00fade mental e acesso a espa\u00e7os verdes em sua \u00e1rea local \u00e9 algo que deve ser considerado ainda mais no planejamento urbano para garantir cidades mais verdes e saud\u00e1veis \u200b\u200be melhorar a sa\u00fade mental dos residentes urbanos no futuro\u201d, acrescenta o co-autor Jens-Christian Svenning, professor do Departamento de Bioci\u00eancia da Universidade de Aarhus. [NPR<\/a>,\u00a0Universidade de Aarhus<\/a>]<\/p>\n

Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O mundo \u00e9 um lugar cada vez mais urbano. Atualmente, mais da metade da popula\u00e7\u00e3o mundial vive em cidades, e este n\u00famero tende a aumentar. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":150687,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[3705,2527,1852],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150686"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=150686"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150686\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":150688,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/150686\/revisions\/150688"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/150687"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=150686"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=150686"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=150686"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}