{"id":150820,"date":"2019-03-08T12:00:21","date_gmt":"2019-03-08T15:00:21","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=150820"},"modified":"2019-03-07T20:24:31","modified_gmt":"2019-03-07T23:24:31","slug":"justica-europeia-exige-acesso-publico-a-estudos-sobre-glifosato","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/03\/08\/150820-justica-europeia-exige-acesso-publico-a-estudos-sobre-glifosato.html","title":{"rendered":"Justi\u00e7a europeia exige acesso p\u00fablico a estudos sobre glifosato"},"content":{"rendered":"
\"Trator
Glifosato \u00e9 o herbicida mais utilizado em pa\u00edses como o Brasil<\/figcaption><\/figure>\n

Uma corte europeia determinou\u00a0nesta quinta-feira (07\/03) que cidad\u00e3os t\u00eam o direito de ter acesso a estudos sobre os efeitos do herbicida glifosato, amplamente utilizado na agricultura.<\/p>\n

O Tribunal Geral da Uni\u00e3o Europeia (TGUE) em Luxemburgo decidiu que a Autoridade Europeia de Seguran\u00e7a Alimentar (EFSA) deve permitir o acesso a estudos de toxicidade e fatores de risco de c\u00e2ncer do herbicida contra o qual a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) emitiu alerta em 2015, classificando-o como “provavelmente cancer\u00edgeno”.<\/p>\n

Tanto a ag\u00eancia alimentar europeia, a Ag\u00eancia Europeia de Produtos Qu\u00edmicos (ECHA, na sigla em ingl\u00eas) quanto o Instituto Alem\u00e3o de Avalia\u00e7\u00e3o de Risco\u00a0n\u00e3o encontraram confirma\u00e7\u00e3o<\/a>\u00a0para essa classifica\u00e7\u00e3o da OMS. O glifosato \u00e9 alvo de protestos de ambientalistas mundo afora.<\/p>\n

Com a senten\u00e7a, o tribunal anulou duas decis\u00f5es da ag\u00eancia alimentar europeia, que havia rejeitado o acesso a detalhes sobre estudos que a EFSA realizou sobre o glifosato, com base no argumento de que a divulga\u00e7\u00e3o das pesquisas poderia prejudicar os interesses comerciais das empresas que forneceram dados para as pesquisas \u2013 entre outros, a americana\u00a0Monsanto<\/a>, que foi comprada pela gigante fitossanit\u00e1ria e farmac\u00eautica alem\u00e3 Bayer. Al\u00e9m disso, segundo a EFSA, n\u00e3o existia um interesse p\u00fablico que justificasse a divulga\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O glifosato \u00e9 o herbicida mais utilizado e pol\u00eamico do mundo e \u00e9 usado por multinacionais como a Monsanto. A Comiss\u00e3o Europeia, \u00f3rg\u00e3o executivo da UE, aprovou em novembro de 2017 a\u00a0renova\u00e7\u00e3o da licen\u00e7a\u00a0do glifosato no bloco at\u00e9 2022, apesar de oposi\u00e7\u00e3o de pa\u00edses como a Fran\u00e7a.<\/p>\n

A solicita\u00e7\u00e3o de acesso a distintas partes dos estudos da EFSA sobre o impacto ambiental e de sa\u00fade do glifosato haviam sido feitas por um cidad\u00e3o europeu e pelos eurodeputados\u00a0Heidi Hautala, Mich\u00e8le Rivasi, Benedek J\u00e1vor e Bart Staes.<\/p>\n

Os requerentes lembraram no pedido que o Centro Internacional de Pesquisas sobre o C\u00e2ncer (CIIC) concluiu em mar\u00e7o de 2015 que o glifosato apresentava potencial risco de causar c\u00e2ncer. Apesar disso, segundo o tribunal, em novembro de 2015, an\u00e1lises conduzidas por especialistas da EFSA haviam conclu\u00eddo que o glifosato n\u00e3o apresentava nenhum risco cancer\u00edgeno para o ser humano.<\/p>\n

O Tribunal Geral da UE defendeu em sua decis\u00e3o que o p\u00fablico deve ter acesso “n\u00e3o s\u00f3 \u00e0 informa\u00e7\u00e3o sobre as emiss\u00f5es (…) como tamb\u00e9m sobre as consequ\u00eancias de mais ou menos longo prazo dessas emiss\u00f5es sobre o meio ambiente, assim como sobre os efeitos das citadas emiss\u00f5es sobre os diferentes organismos daqueles a quem o produto \u00e9 destinado”.<\/p>\n

A decis\u00e3o, \u00e0 qual cabe recurso no Tribunal de Justi\u00e7a da Uni\u00e3o Europeia (ao qual o TGUE est\u00e1 associado),\u00a0tamb\u00e9m define que o acesso aos estudos \u00e9 “revestido de um interesse p\u00fablico superior\u00a0\u00e0 prote\u00e7\u00e3o de interesses comerciais de pessoa f\u00edsica ou jur\u00eddica”.<\/p>\n

Os ju\u00edzes luxemburgueses afirmaram que o interesse p\u00fablico n\u00e3o \u00e9 de apenas\u00a0saber o que foi liberado no meio ambiente, mas tamb\u00e9m quais os efeitos ambientais do glifosato. Como \u00e9 o princ\u00edpio ativo de herbicidas usados na Uni\u00e3o Europeia desde sua libera\u00e7\u00e3o, em 2002, haveria resqu\u00edcios da subst\u00e2ncia em plantas, na \u00e1gua e em alimentos, disseram os magistrados.<\/p>\n

Ap\u00f3s o pronunciamento da senten\u00e7a, o eurodeputado espanhol Florent Marcellesi, do partido verde espanhol Equo, avaliou que a decis\u00e3o representa “uma vit\u00f3ria na luta contra o secretismo quando h\u00e1 riscos ao meio ambiente e sanit\u00e1rios de produtos perigosos como o glifosato”.<\/p>\n

“Gra\u00e7as \u00e0 publica\u00e7\u00e3o de todos os estudos dispon\u00edveis, no futuro outros especialistas independentes ter\u00e3o a possibilidade de realizar um controle duplo sobre a ci\u00eancia que est\u00e1 por tr\u00e1s das avalia\u00e7\u00f5es dos pesticidas”, acrescentou.<\/p>\n

A EFSA declarou que considera positiva a decis\u00e3o, j\u00e1 que ela gera orienta\u00e7\u00e3o com o acesso p\u00fablico dos documentos. Segundo a ag\u00eancia, a decis\u00e3o dever\u00e1 ser minuciosamente analisada \u2013 afirma\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m feita por um porta-voz da Bayer.<\/p>\n

J\u00e1 o eurodeputado Martin H\u00e4usling alertou que, “se forem encontradas evid\u00eancias de que o glifosato \u00e9 realmente cancer\u00edgeno, isso seria um esc\u00e2ndalo com amplas mudan\u00e7as: o glifosato teria de ser proibido imediatamente”, ponderou.<\/p>\n

No Brasil, a\u00a0Ag\u00eancia Nacional de Vigil\u00e2ncia Sanit\u00e1ria\u00a0(Anvisa) prop\u00f4s na semana passada a manuten\u00e7\u00e3o da licen\u00e7a para o glifosato, mas com restri\u00e7\u00f5es de uso e novas medidas de controle. A equipe t\u00e9cnica da ag\u00eancia concluiu que n\u00e3o h\u00e1 evid\u00eancias suficientes para classificar o herbicida de cancer\u00edgeno.<\/p>\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Ag\u00eancia alimentar europeia argumentava que tornar p\u00fablicos seus levantamentos sobre efeitos do controverso herbicida sobre a sa\u00fade humana e o meio ambiente contrariava interesses comerciais de empresas produtoras.<\/p>\n

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