{"id":151115,"date":"2019-03-25T12:00:50","date_gmt":"2019-03-25T15:00:50","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=151115"},"modified":"2019-03-24T23:23:02","modified_gmt":"2019-03-25T02:23:02","slug":"poderemos-ficar-sem-nuvens-no-ceu-e-vamos-fritar","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/03\/25\/151115-poderemos-ficar-sem-nuvens-no-ceu-e-vamos-fritar.html","title":{"rendered":"Poderemos ficar sem nuvens no c\u00e9u, e vamos fritar"},"content":{"rendered":"

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Uma nova pesquisa do Instituto de Tecnologia da Calif\u00f3rnia (EUA) sugere que os gases do efeito estufa est\u00e3o eliminando as nuvens do c\u00e9u, o que pode acelerar drasticamente o ritmo do aquecimento global no pr\u00f3ximo s\u00e9culo.<\/span><\/p>\n

\u00c0 medida que o carbono se acumula na atmosfera, ele quebra as baixas nuvens estrato-c\u00famulos que ajudam a resfriar o planeta.<\/p>\n

Sem essas nuvens, o planeta pode experimentar um aumento r\u00e1pido e global da temperatura de mais de 14\u00b0 C acima do n\u00edvel pr\u00e9-industrial.<\/span><\/p>\n

Isso seria, obviamente, catacl\u00edsmico. Grandes partes dos tr\u00f3picos se tornariam quentes demais para animais de sangue quente, incluindo n\u00f3s, sobreviverem.<\/p>\n

<\/span>A descoberta<\/h2>\n

Os cientistas h\u00e1 muito v\u00eam tentando compreender como a mudan\u00e7a clim\u00e1tica afeta a cobertura de nuvens. A nova pesquisa preenche certas lacunas no nosso conhecimento.<\/p>\n

Especificamente, os cientistas liderados por Tapio Schneider fizeram c\u00e1lculos utilizando um novo supercomputador e descobriram que, uma vez que as concentra\u00e7\u00f5es atmosf\u00e9ricas de di\u00f3xido de carbono chegarem a 1.200 partes por milh\u00e3o (PPM), as nuvens desaparecer\u00e3o e o mundo se aquecer\u00e1 rapidamente, espelhando um hist\u00f3rico evento de extin\u00e7\u00e3o em massa de 56 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s.<\/p>\n

A equipe modelou nuvens estrato-c\u00famulos sobre oceanos subtropicais, que cobrem cerca de 7% da superf\u00edcie da Terra e resfriam o planeta refletindo o calor do sol de volta ao espa\u00e7o. A raz\u00e3o pela qual esse achado se aplica apenas \u00e0s estrato-c\u00famulos subtropicais \u00e9 que essas nuvens s\u00e3o incomuns. A camada \u00e9 mantida pelo resfriamento das nuvens enquanto elas emitem radia\u00e7\u00e3o infravermelha \u2013 e n\u00edveis muito altos de CO2 bloqueiam esse processo.<\/p>\n

A perda destas nuvens, por sua vez, teria um efeito de aquecimento dram\u00e1tico, adicionando 8\u00b0 C \u00e0 temperatura global. Como o mundo se aqueceria em torno de 6\u00b0 C ou mais se os n\u00edveis de CO2 ultrapassassem 1.200 PPM, isso significa que a temperatura global m\u00e9dia poderia exceder 14\u00b0 C.<\/span><\/p>\n

Chegaremos a esse ponto?<\/h2>\n

Os n\u00edveis de CO2 passar\u00e3o dos 410 PPM este ano, acima dos 280 PPM os tempos pr\u00e9-industriais. Se queim\u00e1ssemos todos os combust\u00edveis f\u00f3sseis dispon\u00edveis hoje, os n\u00edveis atmosf\u00e9ricos de CO2 poderiam subir at\u00e9 4.000 PPM.<\/span><\/p>\n

No entanto, mesmo no cen\u00e1rio mais pessimista utilizado pelos cientistas clim\u00e1ticos, que pressup\u00f5e que nada seja feito para reduzir as emiss\u00f5es, os n\u00edveis de CO2 passariam dos 1.200 PPM somente ap\u00f3s 2100.<\/span><\/p>\n

De qualquer forma, j\u00e1 temos raz\u00f5es mais do que suficientes para evitar chegar a esse ponto.<\/p>\n

<\/span>Se a temperatura global subir apenas quatro graus, o suficiente para limitar ainda mais a quantidade de nuvens que se forma ao redor do mundo, isso j\u00e1 significaria a destrui\u00e7\u00e3o dos recifes de corais, a perda massiva de esp\u00e9cies animais e eventos meteorol\u00f3gicos extremos catastr\u00f3ficos, bem como metros de eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel do mar que desafiariam nossa capacidade de adapta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A boa not\u00edcia \u00e9 que, se os pa\u00edses intensificarem seus esfor\u00e7os para reduzir suas emiss\u00f5es de gases do efeito estufa, podemos evitar fritar em um mundo sem nuvens. \u201cN\u00e3o acho que chegaremos perto disso\u201d, disse Schneider.<\/span><\/p>\n

<\/span>Coloquem as nuvens nos seus modelos<\/h2>\n

A descoberta tamb\u00e9m pode ajudar a resolver um mist\u00e9rio antigo \u2013 como o planeta ficou t\u00e3o quente h\u00e1 cerca de 50 milh\u00f5es de anos que crocodilos chegaram a prosperar no \u00c1rtico.<\/p>\n

Sabemos que os n\u00edveis de CO2 eram muito mais altos na \u00e9poca, mas n\u00e3o o suficiente para explicar o calor extremo durante esse per\u00edodo.<\/span><\/p>\n

A raz\u00e3o pela qual o efeito da falta de nuvens n\u00e3o havia sido descoberto at\u00e9 agora \u00e9 que os modelos clim\u00e1ticos gerais do planeta precisam simplificar bastante a f\u00edsica das nuvens para tornar os c\u00e1lculos gerenci\u00e1veis.<\/p>\n

A equipe de Schneider, em vez disso, modelou apenas uma pequena parte da atmosfera subtropical em grande detalhe.<\/span><\/p>\n

<\/span>No entanto, se os modelos clim\u00e1ticos atuais n\u00e3o est\u00e3o levando em conta grandes efeitos como este, pode haver mais surpresas desagrad\u00e1veis nos esperando enquanto o mundo se aquece.<\/p>\n

A pesquisa foi publicada em um artigo na revista cient\u00edfica\u00a0Nature Geoscience<\/a>.<\/p>\n

Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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