{"id":151193,"date":"2019-03-29T12:02:49","date_gmt":"2019-03-29T15:02:49","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=151193"},"modified":"2019-03-28T22:37:03","modified_gmt":"2019-03-29T01:37:03","slug":"microrganismos-conseguem-viver-no-mar-morto-por-canibalismo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/03\/29\/151193-microrganismos-conseguem-viver-no-mar-morto-por-canibalismo.html","title":{"rendered":"Microrganismos conseguem viver no Mar Morto por “canibalismo”"},"content":{"rendered":"
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MAR MORTO, NO ORIENTE M\u00c9DIO (FOTO: DAVID SHANKBONE\/WIKIMEDIA COMMONS)<\/figcaption><\/figure>\n

O\u00a0<\/span>Mar Morto, lago com alt\u00edssima salinidade que fica no Oriente M\u00e9dio, n\u00e3o oferece condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis para a maior parte dos seres vivos da Terra. Muito menos para o desenvolvimento demicrorganismos unicelulares chamados archaea, visto que eles n\u00e3o recebem luz, oxig\u00eanio para seu sustento. Mais ainda assim eles est\u00e3o presentes no in\u00f3spito ecossistema: um novo estudo indica que sua sobreviv\u00eancia \u00e9 baseada na alimenta\u00e7\u00e3o de micr\u00f3bios mortos.<\/p>\n

Publicada na revista\u00a0Geology<\/em>, a pesquisa abre uma janela para entender a misteriosa e profunda biosfera da Terra, onde potencialmente milh\u00f5es de esp\u00e9cies microbianas n\u00e3o descobertas prosperam em condi\u00e7\u00f5es extremas. Nesta an\u00e1lise,\u00a0cientistas da Su\u00ed\u00e7a e da Fran\u00e7a avaliaram longos n\u00facleos de sedimentos escavados no centro do Mar Morto, e encontraram evid\u00eancias de que a vida microbiana antiga acumulou a energia de que precisava para sobreviver se alimentando de microrganismos mortos.<\/p>\n

Morto muito louco<\/strong><\/em>
\nPara entender a hist\u00f3ria microbiana desse ecossistema extremo, os pesquisadores investigaram amostras antigas de sedimentos enterradas a at\u00e9 245 metros abaixo da superf\u00edcie do lago. Dentro das profundas fatias de leito, encontraram vest\u00edgios de vida microbiana morta h\u00e1 anos.<\/p>\n

Nas camadas mais salgadas, foram identificados compostos microbianos chamados \u00e9steres de cera \u2013\u00a0tipo de mol\u00e9cula de armazenamento de energia que os microrganismos podem criar quando a sobreviv\u00eancia \u00e9 levada aos limites.<\/p>\n

A\u00a0ci\u00eancia\u00a0j\u00e1 sabia que bact\u00e9rias transformam os mortos em \u00e9steres de cera, mas os seres archaea n\u00e3o pareciam ter essa habilidade. Assim, os pesquisadores conclu\u00edram que os \u00e9steres de cera provavelmente vieram de bact\u00e9rias que n\u00e3o tinham escolha a n\u00e3o ser se alimentar dos cad\u00e1veres.<\/p>\n

Isso \u00e9 surpreendente, visto que se pensava que as bact\u00e9rias eram incapazes de se adaptar ao ecossistema extremo do Mar Morto. No entanto, “reciclar” micr\u00f3bios melhor adaptados pode ter garantido a sobreviv\u00eancia no passado.<\/p>\n

Al\u00e9m do Mar Morto, isso pode se estender para outros ambientes severos do planeta.\u00a0“Nossos resultados ilustram a alta adaptabilidade da biosfera subsuperficial e sua capacidade de usar estrat\u00e9gias variadas para produ\u00e7\u00e3o e preserva\u00e7\u00e3o de energia sob condi\u00e7\u00f5es adversas”, declararam os cientistas.<\/p>\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n

<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"