{"id":151555,"date":"2019-04-18T12:00:06","date_gmt":"2019-04-18T15:00:06","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=151555"},"modified":"2019-04-17T22:00:54","modified_gmt":"2019-04-18T01:00:54","slug":"alemanha-vive-histeria-climatica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/04\/18\/151555-alemanha-vive-histeria-climatica.html","title":{"rendered":"Alemanha vive histeria clim\u00e1tica"},"content":{"rendered":"
\"Artista
Artista de rua durante protesto Fridays For Future: “Os jovens s\u00e3o v\u00edtimas da grande bolha clim\u00e1tica que se autorrefor\u00e7a”<\/figcaption><\/figure>\n

Ao contr\u00e1rio do que muitos pensam, a Alemanha nunca foi um pa\u00eds na vanguarda clim\u00e1tica. E Angela Merkel tamb\u00e9m nunca foi uma “chanceler do clima”. \u00c9 simples acaso que o ano de 1990 sirva de base de c\u00e1lculo para as metas de redu\u00e7\u00e3o de CO2 e a Alemanha ter, naquele ano, a suprema sorte de ainda ter funcionando, no leste do pa\u00eds, todas aquelas f\u00e1bricas poluidoras\u00a0da Alemanha Oriental.<\/p>\n

Elas tiveram que fechar rapidamente ap\u00f3s a Reunifica\u00e7\u00e3o, o que naturalmente contribuiu muito para enfeitar as estat\u00edsticas de emiss\u00e3o de CO2. Nos \u00faltimos dez anos, as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa quase n\u00e3o diminu\u00edram.<\/p>\n

Se o acidente nuclear de Fukushima jamais tivesse ocorrido, as usinas nucleares alem\u00e3s teriam continuado a gerar eletricidade sem interrup\u00e7\u00e3o por ainda muitos anos. Mas a trag\u00e9dia no Jap\u00e3o levou a autoproclamada “chanceler do clima” a uma “dupla guinada”.<\/p>\n

Em 2010, um ano depois de assumir o cargo pela segunda vez e um ano antes da trag\u00e9dia de Fukushima, Merkel voltara atr\u00e1s no cronograma para o fim da produ\u00e7\u00e3o de energia nuclear determinado pelo governo dos social-democratas e verdes em 2000. Na \u00e9poca, ela afirmou que a energia nuclear era uma “tecnologia de transi\u00e7\u00e3o”. A\u00ed veio Fukushima, e Merkel recuou da recuada, anunciando de novo o fim da energia nuclear.<\/p>\n

Desde ent\u00e3o, a Alemanha luta contra as consequ\u00eancias dessa\u00a0Energiewende<\/em>\u00a0(virada energ\u00e9tica) proclamada pelo governo federal. Ela levou, \u00e9 verdade, a um aumento significativo na parcela de eletricidade que \u00e9 gerada por fontes renov\u00e1veis. Mas a que pre\u00e7o? Bilh\u00f5es e bilh\u00f5es de euros.<\/p>\n

Mais exatamente: 160 bilh\u00f5es de euros s\u00f3 nos \u00faltimos cinco anos! O resultado \u00e9 a energia mais cara da Europa (o que afeta tanto os consumidores privados quanto o setor industrial). E nem assim as emiss\u00f5es desse maldito CO2 diminuem. Por isso chegou a hora de uma nova virada, desta vez no setor de transportes.<\/p>\n

E a\u00ed cabe a pergunta: ser\u00e1 que n\u00e3o teria sido muito mais eficaz se os 160 bilh\u00f5es de euros (ou pelo menos uma boa parte deles) tivessem sido investidos logo no setor de transportes? N\u00e3o teria sido uma medida muito mais direta para reduzir as emiss\u00f5es de CO2?<\/p>\n

Afinal, a turma verde da rep\u00fablica n\u00e3o culpa hoje de forma quase fan\u00e1tica o setor de transportes por todos os males do clima? (S\u00f3 uma curta observa\u00e7\u00e3o: o setor dos transportes \u00e9\u00a0respons\u00e1vel por apenas 18% das emiss\u00f5es totais de CO2). O que os membros\u00a0do Partido Verde atualmente t\u00eam proposto \u00e9 capaz de deixar qualquer um aterrorizado: proibi\u00e7\u00e3o dos voos de curta dist\u00e2ncia, proibi\u00e7\u00e3o de motores de combust\u00e3o a partir de 2030. Isso \u00e9 comunismo ambiental!<\/p>\n

Que tal, em vez disso, uma abordagem baseada na economia de mercado? Por exemplo, um pre\u00e7o de mercado para o CO2?<\/p>\n

E agora temos na Alemanha tamb\u00e9m um “gabinete do clima”alem! Nele est\u00e3o os ministros que precisam de “recupera\u00e7\u00e3o” porque foram incapazes de agir de forma coordenada para alcan\u00e7ar as metas de prote\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica. A coisa vai ficar realmente engra\u00e7ada se, como planejado, os minist\u00e9rios tiverem que\u00a0pagar multas porque\u00a0n\u00e3o conseguiram\u00a0alcan\u00e7ar as suas metas de prote\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica. Gabinete do clima? Parece mais um gabinete dos horrores. S\u00f3 falta convidar as novas estrelas do clima, como a sueca Greta Thunberg ou sua equivalente alem\u00e3, Luisa Neubauer. A\u00ed\u00a0seria o auge da hipocrisia.<\/p>\n

Mas n\u00e3o me entendam mal: acho \u00f3timo que os jovens saiam \u00e0s ruas e expressem suas preocupa\u00e7\u00f5es. Os adolescentes, afinal, ouvem todos os dias, na escola e no notici\u00e1rio, que o apocalipse \u00e9 iminente. “Estamos destruindo o planeta!” (quem argumenta assim n\u00e3o tolera ser questionado) \u00e9 um dos principais slogans dos populistas do clima, que se sobrep\u00f5em \u00e0 gigantesca rede de pesquisadores do clima mundiais por sua presen\u00e7a constante na m\u00eddia.<\/p>\n

Se os pesquisadores do clima acreditam que conquistaram aliados com o movimento Fridays for Future, est\u00e3o muito enganados. Os jovens s\u00e3o apenas v\u00edtimas dessa grande bolha clim\u00e1tica, que se autoalimenta. H\u00e1 algo muito mais fundamental por tr\u00e1s dessa bolha clim\u00e1tica: uma cr\u00edtica flagrante ao sistema econ\u00f4mico capitalista vigente (apontado como\u00a0culpado pela “destrui\u00e7\u00e3o do planeta”).<\/p>\n

N\u00e3o, eu realmente n\u00e3o vejo nada de bom nesse p\u00e2nico por causa do clima. N\u00e3o se trata de negar que haja uma mudan\u00e7a clim\u00e1tica. O que me interessa \u00e9 que cada um forme\u00a0a sua pr\u00f3pria opini\u00e3o e\u00a0veja\u00a0o que pode fazer para mudar a situa\u00e7\u00e3o. Eu concordo com o grande e infelizmente j\u00e1 morto cientista sueco Hans Rosling. Ele apresentou, com\u00a0Factfulness<\/em>, o livro mais otimista da \u00faltima d\u00e9cada. “Quando me dizem que algo tem que acontecer j\u00e1, come\u00e7o a hesitar. Na maioria das vezes, se esconde ali a tentativa de evitar que eu pense.” Nada a acrescentar.<\/p>\n

O jornalista Henrik B\u00f6hme escreve para a Editoria de Economia da DW.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Debate em torno das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas j\u00e1 perdeu qualquer conex\u00e3o com a realidade e est\u00e1 ficando absurdo na Alemanha, com propostas que deixam qualquer um aterrorizado, opina Henrik B\u00f6hme.<\/p>\n

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