{"id":151625,"date":"2019-04-24T12:01:57","date_gmt":"2019-04-24T15:01:57","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=151625"},"modified":"2020-09-25T13:58:31","modified_gmt":"2020-09-25T16:58:31","slug":"tubaroes-brancos-morrem-de-medo-de-uma-certa-criatura-marinha","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/04\/24\/151625-tubaroes-brancos-morrem-de-medo-de-uma-certa-criatura-marinha.html","title":{"rendered":"Tubar\u00f5es brancos morrem de medo de uma certa criatura marinha"},"content":{"rendered":"
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N\u00f3s costumamos pensar no grande tubar\u00e3o branco<\/a> como um animal que vive no topo da cadeia alimentar, sem predadores naturais, e, portanto, sem medo de viver em nenhum territ\u00f3rio. Do que um tubar\u00e3o branco teria medo, afinal de contas? Pois um novo estudo resolveu responder essa pergunta, e descobriu que h\u00e1 sim um animal de quem at\u00e9 mesmo os tubar\u00f5es brancos t\u00eam medo: as orcas. As novas evid\u00eancias encontradas no estudo mostram que essas baleias s\u00e3o realmente boas em espantar a fera mais temida do mar. As orcas retiram do grande tubar\u00e3o branco o trono de \u201cpredador supremo\u201d. A equipe de cientistas marinhos, formada por pesquisadores do Aqu\u00e1rio Monterey Bay, nos EUA, e da Universidade de Stanford, descobriu que grandes tubar\u00f5es brancos (Carcharodon carcharias) se tornam extremamente escassos sempre que detectam a presen\u00e7a de orcas (Orcinus orca). Leia tamb\u00e9m:<\/strong><\/p>\n \u201cQuando confrontados por orcas, os tubar\u00f5es brancos desocupam imediatamente seu local de ca\u00e7a preferido e n\u00e3o retornam por at\u00e9 um ano, mesmo que as orcas estejam apenas passando\u201d, conta Salvador Jorgensen, cientista s\u00eanior do Aqu\u00e1rio Monterey Bay, nos EUA, e l\u00edder do estudo, em mat\u00e9ria publicada no site da institui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n A equipe de pesquisa documentou quatro encontros entre os predadores no sudeste das Ilhas Farallon, no Santu\u00e1rio Marinho Nacional de Farallon, em S\u00e3o Francisco, na Calif\u00f3rnia. Os cientistas analisaram as intera\u00e7\u00f5es usando dados de 165 tubar\u00f5es brancos marcados entre 2006 e 2013 e compilaram 27 anos de pesquisas de focas, orcas e tubar\u00f5es nos Farallones.<\/p>\n \u201cEsta pesquisa combina duas fontes de dados realmente robustas. Complementando os novos dados de identifica\u00e7\u00e3o de tubar\u00f5es do Aqu\u00e1rio com o monitoramento a longo prazo da vida<\/a> selvagem no Ref\u00fagio Nacional de Vida Selvagem das Ilhas Farallon, n\u00f3s pudemos mostrar conclusivamente como os tubar\u00f5es brancos saem da \u00e1rea quando as orcas aparecem\u201d, reafirma Jim Tietz, co-autor do estudo e bi\u00f3logo do Programa Farallon, da Point Blue Conservation Science.<\/p>\n Em todos os casos examinados pelos pesquisadores, os tubar\u00f5es brancos fugiram da ilha quando as orcas chegaram e n\u00e3o voltaram para l\u00e1 at\u00e9 a esta\u00e7\u00e3o seguinte. Isso teve um efeito nas col\u00f4nias de elefantes-marinhos nos Farallones, que se beneficiaram indiretamente desse efeito. Os dados revelaram de quatro a sete vezes menos eventos de preda\u00e7\u00e3o em elefantes-marinhos nos anos em que os tubar\u00f5es brancos foram embora da regi\u00e3o. \u201cEm m\u00e9dia, documentamos cerca de 40 eventos de preda\u00e7\u00e3o de elefantes-marinhos por tubar\u00f5es brancos no sudeste da Ilha Farallon a cada temporada. Depois que as orcas aparecem, n\u00e3o vemos um \u00fanico tubar\u00e3o e n\u00e3o h\u00e1 mais mortes\u201d, diz Anderson A cada outono, entre setembro e dezembro, os tubar\u00f5es brancos se re\u00fanem nos Farallones para ca\u00e7ar jovens elefantes-marinhos, tipicamente passando mais de um m\u00eas circulando na regi\u00e3o sudeste das Ilhas Farallon. As orcas que passam por ali tamb\u00e9m se alimentam de elefantes-marinhos, mas s\u00f3 aparecem ocasionalmente na ilha. Para determinar quando as orcas e os tubar\u00f5es coexistiram na \u00e1rea, os pesquisadores compararam os dados das marcas eletr\u00f4nicas dos tubar\u00f5es com as observa\u00e7\u00f5es de campo dos avistamentos de orcas. Isso permitiu demonstrar o resultado nos raros casos em que os predadores se encontravam.<\/p>\n Etiquetas eletr\u00f4nicas mostraram que todos os tubar\u00f5es brancos come\u00e7aram a desocupar a \u00e1rea em poucos minutos ap\u00f3s breves visitas de orcas \u2013 \u00e0s vezes as orcas estavam presentes na \u00e1rea apenas por menos de uma hora e isso j\u00e1 era suficiente para a debandada. As marcas ent\u00e3o mostraram os tubar\u00f5es brancos aglomerados em outras col\u00f4nias de elefantes-marinhos mais distantes ao longo da costa ou dirigidas para fora da costa.<\/p>\n \u201cEstes s\u00e3o tubar\u00f5es brancos enormes. Alguns t\u00eam mais de 5 metros e meio de comprimento, e eles geralmente dominam o poleiro aqui. Temos observado alguns desses tubar\u00f5es nos \u00faltimos 15 a 20 anos \u2013 e alguns deles at\u00e9 mais do que isso\u201d, aponta Anderson.<\/p>\n O fato do tamanho dos tubar\u00f5es n\u00e3o intimidar as orcas n\u00e3o \u00e9 uma surpresa, entretanto \u2013 elas podem atacar baleias muito maiores do que isso. Orcas j\u00e1 foram observadas atacando grandes tubar\u00f5es brancos ao redor do mundo, inclusive em regi\u00f5es perto das Ilhas Farallon. Ainda n\u00e3o se sabe ao certo o motivo, mas os tubar\u00f5es mortos por orcas s\u00e3o encontrados sem seus f\u00edgados, \u00f3rg\u00e3os ricos em \u00f3leo e cheios de vitaminas. As descobertas do estudo destacam a import\u00e2ncia das intera\u00e7\u00f5es entre os principais predadores na natureza, algo que \u00e9 pouco documentado \u2013 ainda mais no oceano. \u201cN\u00f3s normalmente n\u00e3o pensamos sobre como o medo e a avers\u00e3o ao risco podem ter um papel importante na forma\u00e7\u00e3o de grandes predadores que ca\u00e7am e como isso influencia os ecossistemas oce\u00e2nicos. Acontece que esses efeitos de risco s\u00e3o muito fortes mesmo para grandes predadores como os tubar\u00f5es brancos \u2013 fortes o suficiente para redirecionar sua atividade de ca\u00e7a para \u00e1reas menos preferidas, mas mais seguras\u201d, relaciona Jorgensen.<\/p>\n Os pesquisadores n\u00e3o sabem se as orcas est\u00e3o atacando os tubar\u00f5es brancos como presas ou se est\u00e3o intimidando eles em nome da competi\u00e7\u00e3o pelos elefantes-marinhos, presas ricas em calorias, mas acreditam que essa intera\u00e7\u00e3o tem uma grande import\u00e2ncia na forma\u00e7\u00e3o e na din\u00e2mica da cadeia alimentar. <\/span>\u201cEu acho que isso demonstra como as cadeias alimentares nem sempre s\u00e3o lineares. As chamadas intera\u00e7\u00f5es laterais entre os predadores de topo s\u00e3o bastante conhecidas em terra, mas s\u00e3o muito mais dif\u00edceis de documentar no oceano. E como esta acontece com pouca frequ\u00eancia, pode demorar um pouco mais para entendermos completamente a din\u00e2mica\u201d, define Jorgensen. [Science Alert<\/a>,\u00a0Washington Post<\/a>,\u00a0Monterey Bay Aquarium<\/a>]<\/p>\n Fonte:\u00a0 Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" N\u00f3s costumamos pensar no grande tubar\u00e3o branco como um animal que vive no topo da cadeia alimentar, sem predadores naturais, e, portanto, sem medo de viver em nenhum territ\u00f3rio. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":151626,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[405,3851,315],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/151625"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=151625"}],"version-history":[{"count":2,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/151625\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":163700,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/151625\/revisions\/163700"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/151626"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=151625"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=151625"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=151625"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
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