{"id":151774,"date":"2019-05-02T12:07:08","date_gmt":"2019-05-02T15:07:08","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=151774"},"modified":"2019-05-01T20:07:28","modified_gmt":"2019-05-01T23:07:28","slug":"relatorio-da-onu-apresenta-cenario-terrivel-para-a-natureza-e-a-culpa-e-nossa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/05\/02\/151774-relatorio-da-onu-apresenta-cenario-terrivel-para-a-natureza-e-a-culpa-e-nossa.html","title":{"rendered":"Relat\u00f3rio da ONU apresenta cen\u00e1rio terr\u00edvel para a natureza – e a culpa \u00e9 nossa"},"content":{"rendered":"
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A presen\u00e7a humana na Terra \u00e9, de forma inquestion\u00e1vel, extremamente perigosa para as outras esp\u00e9cies de seres vivos do planeta. Em uma pr\u00e9via de um relat\u00f3rio que deve ser divulgado no in\u00edcio de maio, a ONU aponta que at\u00e9 um milh\u00e3o de esp\u00e9cies enfrentam risco de extin\u00e7\u00e3o devido \u00e0 influ\u00eancia humana neste momento. A pr\u00e9via foi obtida pela ag\u00eancia de not\u00edcias France Press (AFP), que reportou alguns dos pontos mais importantes. Segundo a ag\u00eancia, o texto da ONU indica meticulosamente como a humanidade minou os recursos naturais dos quais depende a sobreviv\u00eancia da vida no planeta \u2013 incluindo a nossa pr\u00f3pria.<\/p>\n
O relat\u00f3rio destaca que a perda acelerada de ar limpo, \u00e1gua pot\u00e1vel, florestas que absorvem CO2, insetos polinizadores, peixes ricos em prote\u00ednas e manguezais bloqueadores de tempestades, entre outras caracter\u00edsticas naturais do planeta que est\u00e3o sendo destru\u00eddas, s\u00e3o t\u00e3o amea\u00e7adoras quanto o aquecimento global. Al\u00e9m disso, essas perdas est\u00e3o todas interligadas. A perda de biodiversidade e o aquecimento global, por exemplo, est\u00e3o intimamente conectados, de acordo com o relat\u00f3rio, chamado Sum\u00e1rio de 44 Pol\u00edticas para Agentes Pol\u00edticos (em tradu\u00e7\u00e3o livre), que faz uma avalia\u00e7\u00e3o de 1.800 p\u00e1ginas a respeito do estado atual da natureza, baseada na literatura cient\u00edfica.<\/p>\n Delegados de 130 pa\u00edses est\u00e3o reunidos em Paris desde ontem (29 de abril) para examinar o texto do relat\u00f3rio. A reda\u00e7\u00e3o pode mudar, mas os valores levantados pelo relat\u00f3rio subjacente n\u00e3o podem ser alterados. \u201cPrecisamos reconhecer que as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e a perda da natureza s\u00e3o igualmente importantes, n\u00e3o apenas para o meio ambiente, mas tamb\u00e9m para quest\u00f5es econ\u00f4micas e de desenvolvimento\u201d, disse \u00e0 AFP Robert Watson, presidente do \u00f3rg\u00e3o da ONU respons\u00e1vel por compilar o relat\u00f3rio. \u201cA forma como produzimos nossos alimentos e energia est\u00e1 minando os servi\u00e7os de regula\u00e7\u00e3o que recebemos da natureza\u201d, disse ele, acrescentando que apenas \u201cmudan\u00e7as transformadoras\u201d podem conter os danos.<\/p>\n A AFP destaca que o desmatamento e a agricultura, incluindo a produ\u00e7\u00e3o pecu\u00e1ria, s\u00e3o respons\u00e1veis \u200b\u200bpor cerca de um quarto das emiss\u00f5es de gases de efeito estufa, al\u00e9m de tamb\u00e9m causarem estragos nos ecossistemas naturais. O relat\u00f3rio da Plataforma Intergovernamental de Pol\u00edticas Cient\u00edficas sobre Biodiversidade e Servi\u00e7os Ecossist\u00eamicos (IPBES) alerta para \u201cuma r\u00e1pida acelera\u00e7\u00e3o iminente na taxa global de extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies\u201d.<\/p>\n O ritmo da perda \u201cj\u00e1 \u00e9 dezenas a centenas de vezes maior do que tem sido, em m\u00e9dia, nos \u00faltimos 10 milh\u00f5es de anos\u201d, observa. \u201cMeio milh\u00e3o a um milh\u00e3o de esp\u00e9cies est\u00e3o amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o, muitas dentro de d\u00e9cadas\u201d, alerta o texto.<\/p>\n Muitos especialistas acreditam que isso significa que o chamado \u201cevento de extin\u00e7\u00e3o em massa\u201d \u2013 apenas o sexto do \u00faltimo meio bilh\u00e3o de anos na Terra \u2013 j\u00e1 est\u00e1 em andamento.<\/p>\n O mais recente deles culminou com o fim do per\u00edodo Cret\u00e1ceo, cerca de 66 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, quando um asteroide de 10 quil\u00f4metros caiu perto do golfo do M\u00e9xico e acabou com a maioria das formas de vida no planeta. Os cientistas estimam que a Terra \u00e9 hoje o lar de cerca de oito milh\u00f5es de esp\u00e9cies distintas, a maioria delas insetos. Um quarto destas esp\u00e9cies catalogadas de animais e plantas j\u00e1 est\u00e1 tendo suas vidas amea\u00e7adas, seja por falta de espa\u00e7o, seja por estar sendo comido ou envenenado.<\/p>\n <\/span>A queda nos n\u00fameros \u00e9 ainda mais dram\u00e1tica em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 biomassa de mam\u00edferos selvagens \u2013 ou seja, seu peso coletivo. Este n\u00famero teve uma queda de 82% \u2013 seres humanos e o gado respondem por mais de 95% da biomassa de mam\u00edferos.<\/p>\n <\/p>\n \u201cSe quisermos ter um planeta sustent\u00e1vel que forne\u00e7a servi\u00e7os para comunidades em todo o mundo, precisamos mudar essa trajet\u00f3ria nos pr\u00f3ximos dez anos, assim como precisamos fazer isso com o clima\u201d, observa na mat\u00e9ria da AFP Rebecca Shaw, cientista-chefe da World Wide Fund for Nature (WWF), organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o governamental internacional que atua nas \u00e1reas da conserva\u00e7\u00e3o, investiga\u00e7\u00e3o e recupera\u00e7\u00e3o ambiental, e ex-membra dos \u00f3rg\u00e3os cient\u00edficos da ONU para o clima e a biodiversidade. Segundo o relat\u00f3rio, as causas diretas da perda de esp\u00e9cies, em ordem de import\u00e2ncia, s\u00e3o: o encolhimento do habitat e das mudan\u00e7as no uso da terra, ca\u00e7a \u2013 como meio de alimenta\u00e7\u00e3o ou com\u00e9rcio il\u00edcito de partes do corpo -, mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, polui\u00e7\u00e3o e esp\u00e9cies ex\u00f3ticas como ratos, mosquitos e cobras que pegam carona para outros lugares em viagens de navios ou avi\u00f5es.<\/p>\n \u201cH\u00e1 tamb\u00e9m dois grandes fatores indiretos de perda de biodiversidade e mudan\u00e7a clim\u00e1tica \u2013 o n\u00famero de pessoas no mundo e sua crescente capacidade de consumir\u201d, lembra Watson. Antes visto como uma amea\u00e7a futura \u00e0 vida animal e vegetal, o impacto disruptivo do aquecimento global se acelerou, e este impacto j\u00e1 est\u00e1 sendo dentido atualmente pela vida selvagem. Mudan\u00e7as na distribui\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, por exemplo, provavelmente dobrar\u00e3o se a temperatura m\u00e9dia subir um n\u00edvel de 1,5 graus Celsius para 2C.<\/p>\n At\u00e9 agora, o term\u00f4metro global subiu 1C em compara\u00e7\u00e3o com os n\u00edveis do meio do s\u00e9culo 19. O Acordo de Paris de 2015 ordena que as na\u00e7\u00f5es limitem a ascens\u00e3o da temperatura a algo \u201cbem abaixo\u201d de 2C. Um relat\u00f3rio clim\u00e1tico da ONU revelado em outubro do ano passado, entretanto, afirma que isso ainda seria suficiente para aumentar a intensidade e a frequ\u00eancia de ondas de calor, secas, inunda\u00e7\u00f5es e tempestades.<\/span><\/p>\n <\/span>A AFP ainda fez uma lista com outras descobertas importantes do relat\u00f3rio:<\/p>\n \u2013 Tr\u00eas quartos das superf\u00edcies terrestres, 40% do ambiente marinho e 50% das vias naveg\u00e1veis \u200b\u200binteriores em todo o mundo foram \u201cseveramente alteradas\u201d<\/p>\n \u2013 Muitas das \u00e1reas onde a contribui\u00e7\u00e3o da natureza para o bem-estar humano ser\u00e1 mais gravemente comprometida s\u00e3o o lar dos povos ind\u00edgenas e das comunidades mais pobres do mundo, que tamb\u00e9m s\u00e3o vulner\u00e1veis \u200b\u200b\u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas<\/p>\n \u2013 Mais de dois bilh\u00f5es de pessoas dependem de combust\u00edvel de madeira (como lenha ou carv\u00e3o) para ter energia, quatro bilh\u00f5es dependem de medicamentos naturais e mais de 75% das planta\u00e7\u00f5es globais de alimentos requerem poliniza\u00e7\u00e3o animal<\/p>\n \u2013 Quase metade dos ecossistemas terrestres e marinhos foi profundamente comprometida pela interfer\u00eancia humana nos \u00faltimos 50 anos<\/p>\n \u2013 Subs\u00eddios \u00e0 pesca, agricultura industrial, pecu\u00e1ria, silvicultura, minera\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edvel ou energia de combust\u00edveis f\u00f3sseis estimulam o desperd\u00edcio, a inefici\u00eancia e o excesso de consumo<\/p>\n O relat\u00f3rio alerta tamb\u00e9m contra solu\u00e7\u00f5es para o aquecimento global que podem, sem inten\u00e7\u00e3o, prejudicar a natureza. A utiliza\u00e7\u00e3o, por exemplo, de biocombust\u00edveis combinados com \u201ccaptura e armazenamento de carbono\u201d \u2013 o sequestro de CO2 liberado quando os biocombust\u00edveis s\u00e3o queimados \u2013 \u00e9 amplamente vista como fundamental na transi\u00e7\u00e3o para a energia verde em escala global.<\/p>\n Mas a terra necess\u00e1ria para cultivar todas essas culturas de biocombust\u00edveis pode acabar reduzindo a produ\u00e7\u00e3o de alimentos, a expans\u00e3o de \u00e1reas protegidas ou os esfor\u00e7os de reflorestamento. [AFP<\/a>,\u00a0Live Science<\/a>] Fonte: Hypescience<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
\n<\/span><\/p>\nPerda acelerada de esp\u00e9cies<\/h2>\n
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