{"id":152173,"date":"2019-05-27T01:00:38","date_gmt":"2019-05-27T04:00:38","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=152173"},"modified":"2019-05-26T19:04:36","modified_gmt":"2019-05-26T22:04:36","slug":"o-buraco-mais-profundo-ja-cavado-na-terra","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/05\/27\/152173-o-buraco-mais-profundo-ja-cavado-na-terra.html","title":{"rendered":"O buraco mais profundo j\u00e1 cavado na Terra"},"content":{"rendered":"\n
\"Po\u00e7o
Po\u00e7o ainda existe, mas foi lacrado<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A paisagem da pen\u00ednsula de Kola, nos confins do C\u00edrculo Polar \u00c1rtico, pode fazer com que esse canto da R\u00fassia pare\u00e7a uma cena de um conto de fadas. No entanto, em meio \u00e0 beleza natural, est\u00e3o as ru\u00ednas de uma esta\u00e7\u00e3o de pesquisa cient\u00edfica sovi\u00e9tica abandonada. Ali, h\u00e1 uma tampa de metal pesada e enferrujada sobre o piso de concreto, lacrada por um anel de ferrolhos grossos e tamb\u00e9m enferrujados.<\/p>\n\n\n\n

Para muitos, esta \u00e9 a entrada para o inferno.<\/p>\n\n\n\n

Trata-se do Po\u00e7o Superprofundo de Kola, o buraco mais profundo cavado pelo homem na Terra.<\/p>\n\n\n\n

A estrutura de 12,2 km \u00e9 t\u00e3o profunda que os moradores locais juram que podem ouvir os gritos das almas torturadas no inferno. Os sovi\u00e9ticos levaram quase 20 anos para conclui-la. Apesar disso, n\u00e3o chegaram ao fundo da Terra. Na verdade, a broca ainda estava a apenas um ter\u00e7o do caminho entre a crosta e o manto da Terra quando o projeto foi interrompido, em meio ao caos da R\u00fassia p\u00f3s-sovi\u00e9tica.<\/p>\n\n\n\n

O Po\u00e7o Superprofundo de Kola n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico buraco desse tipo na Terra. Durante a Guerra Fria, houve uma corrida entre as superpot\u00eancias para perfurar o mais fundo poss\u00edvel na crosta terrestre – e at\u00e9 para alcan\u00e7ar o manto do nosso planeta.<\/p>\n\n\n\n

Corrida ao manto<\/h2>\n\n\n\n

Agora, s\u00e3o os japoneses que querem se lan\u00e7ar nesta empreitada.<\/p>\n\n\n\n

“A perfura\u00e7\u00e3o come\u00e7ou na \u00e9poca da Cortina de Ferro”, conta Uli Harms, do Programa Internacional de Perfura\u00e7\u00e3o Continental Cient\u00edfica (ICDP, na sigla em ingl\u00eas). Na \u00e9poca um jovem cientista, ele trabalhou na “rival alem\u00e3” do Po\u00e7o Superprofundo de Kola. “Havia certamente uma competi\u00e7\u00e3o entre n\u00f3s. Uma das principais motiva\u00e7\u00f5es era que os russos simplesmente n\u00e3o revelavam nada sobre o que faziam.”<\/p>\n\n\n\n

“Quando eles come\u00e7aram a perfurar, alegaram que haviam encontrado \u00e1gua livre – e a maioria cientistas n\u00e3o acreditava nisso. Havia um consenso entre n\u00f3s de que a crosta era t\u00e3o densa a 5 km abaixo da Terra que a \u00e1gua n\u00e3o poderia penetrar nela.”<\/p>\n\n\n\n

“O objetivo final do (novo) projeto \u00e9 obter amostras reais do manto tal qual ele existe agora”, diz Sean Toczko, gerente de programa da Ag\u00eancia Japonesa para Ci\u00eancias da Terra Marinha. “Em lugares como Om\u00e3, podemos encontrar o manto perto da superf\u00edcie, mas esse \u00e9 o manto de milh\u00f5es de anos atr\u00e1s”.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 a diferen\u00e7a entre ter um dinossauro vivo e um osso de dinossauro fossilizado”, compara.<\/p>\n\n\n\n

Em outras palavras: se a Terra \u00e9 como uma cebola, ent\u00e3o a crosta \u00e9 como a pele fina do planeta. Tem apenas 40 km de espessura. Para al\u00e9m dali, h\u00e1 um manto com 3.000 km de profundidade. Abaixo dele, o n\u00facleo da Terra.<\/p>\n\n\n\n

Tal como a corrida espacial, a disputa para explorar essa desconhecida “fronteira profunda” foi uma demonstra\u00e7\u00e3o de proeza de engenharia, tecnologia de ponta e “coisas certas”. Os cientistas queriam ir aonde nenhum humano havia ido. As amostras de rocha que esses furos profundos poderiam fornecer eram provavelmente t\u00e3o importantes para a ci\u00eancia quanto qualquer coisa que a Nasa, a ag\u00eancia espacial americana, trouxe da Lua. A \u00fanica diferen\u00e7a foi que desta vez os americanos n\u00e3o venceram a corrida. Na verdade, ningu\u00e9m venceu.<\/p>\n\n\n\n

\"Pen\u00ednsula
Po\u00e7o est\u00e1 localizado numa \u00e1rea inabitada no norte da Pen\u00ednsula de Kola, na R\u00fassia<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os EUA foram os primeiros a tentar explorar essa fronteira profunda. A iniciativa partiu da famosa American Miscellaneous Society, no final dos anos 1950. O grupo informal era formado por expoentes das principais da comunidade cient\u00edfica dos EUA. A ideia de perfurar a crosta terrestre at\u00e9 o manto foi chamada de projeto Mohole, em homenagem \u00e0 Descontinuidade de Mohorovi\u010di\u0107 (ou Descontinuidade M), que separa a crosta do manto.<\/p>\n\n\n\n

Em vez de perfurar um buraco muito, muito profundo, a expedi\u00e7\u00e3o dos EUA decidiu fazer um atalho pelo oceano Pac\u00edfico a partir de Guadalupe, no M\u00e9xico.<\/p>\n\n\n\n

A vantagem de perfurar o fundo do oceano \u00e9 que ali a crosta terrestre \u00e9 mais fina; a desvantagem \u00e9 que as \u00e1reas mais finas da crosta geralmente s\u00e3o onde o oceano tem a maior profundidade.<\/p>\n\n\n\n

Empreitada sovi\u00e9tica<\/h2>\n\n\n\n

Os sovi\u00e9ticos come\u00e7aram a perfurar o C\u00edrculo Polar \u00c1rtico em 1970. E, finalmente, em 1990, o Programa de Perfura\u00e7\u00e3o Profunda Continental Alem\u00e3 (KTB) teve in\u00edcio na regi\u00e3o da Bav\u00e1ria – e finalmente perfurou 9 km.<\/p>\n\n\n\n

Mas, assim como na miss\u00e3o \u00e0 Lua, havia um grande desafio. As tecnologias necess\u00e1rias para o sucesso dessas expedi\u00e7\u00f5es tinham que ser constru\u00eddas quase do zero.<\/p>\n\n\n\n

Quando, em 1961, o projeto Mohole come\u00e7ou a adentrar o fundo do mar, a perfura\u00e7\u00e3o em \u00e1guas profundas para petr\u00f3leo e g\u00e1s ainda n\u00e3o existia. A exemplo do posicionamento din\u00e2mico, que permite que um navio-sonda permane\u00e7a sobre o po\u00e7o sem se movimentar. Em vez disso, os engenheiros tiveram que improvisar. Eles instalaram um sistema de h\u00e9lices ao longo dos lados de seu navio de perfura\u00e7\u00e3o para mant\u00ea-lo est\u00e1vel sobre o buraco.<\/p>\n\n\n\n

Um dos maiores desafios enfrentados pelos engenheiros alem\u00e3es foi a necessidade de perfurar um buraco o mais vertical poss\u00edvel. A solu\u00e7\u00e3o criada por eles se tornou atualmente a tecnologia padr\u00e3o nos campos de petr\u00f3leo e g\u00e1s do mundo.<\/p>\n\n\n\n

“O que ficou claro para os russos foi que voc\u00ea tem que perfurar o mais vertical poss\u00edvel. Caso contr\u00e1rio, voc\u00ea aumenta o torque nas brocas e tor\u00e7\u00f5es no buraco”, diz Uli Harms. “A solu\u00e7\u00e3o foi desenvolver sistemas de perfura\u00e7\u00e3o verticais. Estes s\u00e3o agora um padr\u00e3o da ind\u00fastria, mas foram originalmente desenvolvidos para o KTB – e podiam perfurar at\u00e9 7,5 km abaixo da Terra. Ent\u00e3o, nos \u00faltimos 1,5 a 2 km (0,9 a 1,25 milhas), o buraco estava fora da linha vertical por quase 200 metros.<\/p>\n\n\n\n

Mas todas essas expedi\u00e7\u00f5es terminaram com certa frustra\u00e7\u00e3o. Houve falsas partidas e bloqueios. Outro desafio foram as altas temperaturas que o maquin\u00e1rio encontrou no subterr\u00e2neo profundo, o custo e a pol\u00edtica – tudo isso interrompeu os sonhos dos cientistas de perfurar mais fundo e quebrar o recorde de buraco mais profundo j\u00e1 cavado.<\/p>\n\n\n\n

Dois anos antes de Neil Armstrong caminhar na Lua, o Congresso dos EUA cancelou o financiamento para o projeto Mohole quando os custos se afastaram do previsto. Os poucos metros de basalto que eles conseguiram trazer custaram aos cofres p\u00fablicos cerca de US$ 40 milh\u00f5es (R$ 160 milh\u00f5es) em valores atuais.<\/p>\n\n\n\n

\"Po\u00e7o
Local onde fica o Po\u00e7o Superprofundo de Kola est\u00e1 abandonado desde o in\u00edcio dos anos 1990<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ent\u00e3o foi a vez do Po\u00e7o Superprofundo de Kola. A perfura\u00e7\u00e3o foi interrompida em 1992, quando a temperatura chegou a 180\u00b0C. Foi o dobro do esperado para aquela profundidade, e uma perfura\u00e7\u00e3o mais profunda n\u00e3o era mais poss\u00edvel. Ap\u00f3s o colapso da Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica, n\u00e3o havia dinheiro para financiar esses projetos – e, tr\u00eas anos depois, a instala\u00e7\u00e3o inteira foi fechada. Agora, o local abandonado \u00e9 um destino para turistas aventureiros.<\/p>\n\n\n\n

O po\u00e7o alem\u00e3o foi poupado do mesmo destino. A enorme perfuratriz ainda est\u00e1 l\u00e1 – uma atra\u00e7\u00e3o tur\u00edstica hoje – mas o guindaste apenas serve a instrumentos de medi\u00e7\u00e3o. O local se tornou um observat\u00f3rio do planeta – ou at\u00e9 mesmo uma galeria de arte.<\/p>\n\n\n\n

Ali, em 2013, a artista holandesa Lotte Geevan decidiu fazer um experimento. Ela levou para baixo um microfone protegido por um escudo t\u00e9rmico, captando um som profundo e estrondoso que os cientistas n\u00e3o conseguiram explicar. Nas palavras dela, o som “me fez sentir muito pequena; foi a primeira vez na minha vida que essa grande bola em que vivemos veio \u00e0 vida e parece assombrosa”, diz. “Algumas pessoas achavam que soava como o inferno. Outras, que podiam ouvir o planeta respirar”.<\/p>\n\n\n\n

“O plano era para perfurar mais profundamente do que os sovi\u00e9ticos”, diz Harms, “mas nem chegamos \u00e0 nossa fase permitida de 10 km durante o tempo que tivemos. Ent\u00e3o, onde est\u00e1vamos perfurando era muito mais quente do que onde os russos estavam. Estava bem claro que seria muito mais dif\u00edcil irmos mais fundo”.<\/p>\n\n\n\n

Viagem ao Centro da Terra<\/h2>\n\n\n\n

\u00c9 dif\u00edcil n\u00e3o ter a sensa\u00e7\u00e3o de que a corrida para o manto da Terra \u00e9 uma vers\u00e3o atualizada do famoso livro Viagem ao Centro da Terra<\/em>, de Jules Verne. Embora n\u00e3o esperem encontrar uma caverna escondida cheia de dinossauros, os cientistas gostam de descrever seus projetos como “expedi\u00e7\u00f5es”.<\/p>\n\n\n\n

“Pensamos nisso como uma expedi\u00e7\u00e3o, porque realmente leva algum tempo em termos de prepara\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o”, diz Harms, “e porque voc\u00ea est\u00e1 realmente entrando na terra de ningu\u00e9m, onde ningu\u00e9m esteve antes, e isso \u00e9 realmente incomum nos dias de hoje”.<\/p>\n\n\n\n

“Essas miss\u00f5es s\u00e3o como uma explora\u00e7\u00e3o planet\u00e1ria”, diz Damon Teagle, professor de geoqu\u00edmica na Escola de Oceanos e Ci\u00eancias da Terra do Centro Nacional de Oceanografia de Southampton, na Universidade de Southampton, no Reino Unido.<\/p>\n\n\n\n

Teagle tem estado fortemente envolvido no novo projeto de perfura\u00e7\u00e3o liderado pelos japoneses. “O desafio \u00e9 que nunca sabemos o que vamos encontrar.”<\/p>\n\n\n\n

“No buraco 1256, fomos os primeiros a ver a crosta oce\u00e2nica intacta. Ningu\u00e9m tinha conseguido isso antes. Foi realmente emocionante. Sempre h\u00e1 surpresas”.<\/p>\n\n\n\n

\"Alem\u00e3es
Alem\u00e3es iniciaram seu pr\u00f3prio projeto de perfura\u00e7\u00e3o superprofunda em 1990<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Hoje, “M2M-MoHole to Mantle” \u00e9 um dos projetos mais importantes do Programa Internacional para a Descoberta dos Oceanos (IODP). Assim como o projeto Mohole original, os cientistas est\u00e3o planejando perfurar o fundo do mar, onde a crosta tem 6 km de profundidade. O objetivo do projeto de perfura\u00e7\u00e3o ultraprofundo de US$ 1 bilh\u00e3o (R$ 4 bilh\u00f5es) \u00e9 recuperar as rochas do manto in situ pela primeira vez na hist\u00f3ria da humanidade.<\/p>\n\n\n\n

Apesar da import\u00e2ncia do projeto, o enorme navio de perfura\u00e7\u00e3o Chiky\u016b foi constru\u00eddo quase 20 anos atr\u00e1s com este projeto em mente. A embarca\u00e7\u00e3o usa um sistema de GPS e seis jatos controlados por computador que podem alterar a posi\u00e7\u00e3o do imenso navio em apenas 50cm.<\/p>\n\n\n\n

“A ideia \u00e9 que esse navio d\u00ea prosseguimento ao trabalho iniciado pelo projeto Mohole original h\u00e1 50 anos”, diz Sean Toczko, gerente de programa da Ag\u00eancia Japonesa para a Ci\u00eancia e Tecnologia Marinha-Terrestre. “Esses po\u00e7os superprofundos nos ensinaram sobre nossa densa crosta continental. O que estamos tentando fazer agora \u00e9 descobrir mais sobre os limites da crosta-manto”.<\/p>\n\n\n\n

“O principal ponto de disc\u00f3rdia \u00e9 que existem tr\u00eas localiza\u00e7\u00f5es candidatas \u00e0 essa perfura\u00e7\u00e3o: nos litorais da Costa Rica, de Baha e do Hava\u00ed.”<\/p>\n\n\n\n

A decis\u00e3o vir\u00e1 da melhor combina\u00e7\u00e3o entre a profundidade do oceano, a dist\u00e2ncia do local de perfura\u00e7\u00e3o e a necessidade de uma base na costa que possa dar apoio a uma opera\u00e7\u00e3o bilion\u00e1ria de 24 horas por dia no mar. “A infraestrutura pode ser constru\u00edda, mas isso demanda tempo e dinheiro”, acrescenta Toczko.<\/p>\n\n\n\n

“No fim das contas, \u00e9 realmente uma quest\u00e3o de custo”, diz Harms. “Essas expedi\u00e7\u00f5es s\u00e3o extremamente caras – e, portanto, s\u00e3o dif\u00edceis de serem replicadas. Podem custar centenas de milh\u00f5es de d\u00f3lares – e apenas uma pequena porcentagem ser\u00e1 de fato para as ci\u00eancias da terra; o restante ser\u00e1 para o desenvolvimento tecnol\u00f3gico e, \u00e9 claro, para as opera\u00e7\u00f5es.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A paisagem da pen\u00ednsula de Kola, nos confins do C\u00edrculo Polar \u00c1rtico, pode fazer com que esse canto da R\u00fassia pare\u00e7a uma cena de um conto de fadas. No entanto, em meio \u00e0 beleza natural, est\u00e3o as ru\u00ednas de uma esta\u00e7\u00e3o de pesquisa cient\u00edfica sovi\u00e9tica abandonada. Ali, h\u00e1 uma tampa de metal pesada e enferrujada sobre o piso de concreto, lacrada por um anel de ferrolhos grossos e tamb\u00e9m enferrujados. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":152174,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[36,93,854],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/152173"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=152173"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/152173\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":152175,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/152173\/revisions\/152175"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/152174"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=152173"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=152173"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=152173"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}