{"id":152274,"date":"2019-05-31T12:00:28","date_gmt":"2019-05-31T15:00:28","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=152274"},"modified":"2019-05-30T23:21:22","modified_gmt":"2019-05-31T02:21:22","slug":"as-memorias-da-antiguidade-presas-nas-geleiras-ao-redor-do-mundo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/05\/31\/152274-as-memorias-da-antiguidade-presas-nas-geleiras-ao-redor-do-mundo.html","title":{"rendered":"As mem\u00f3rias da antiguidade presas nas geleiras ao redor do mundo"},"content":{"rendered":"\n
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Presos no gelo est\u00e3o min\u00fasculas bolhas de g\u00e1s, part\u00edculas de poeira, p\u00f3len e at\u00e9 organismos considerados fundamentais para pesquisas
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Em meio ao zumbido de m\u00e1quinas em um laborat\u00f3rio abarrotado na Su\u00ed\u00e7a, Fran\u00e7ois Burgay fala do “c\u00e9u aberto” sobre o Mont Blanc, o monte mais alto dos Alpes e o maior da Europa. “A 4.200 metros acima do n\u00edvel do mar, voc\u00ea nunca imaginaria que a noite fosse t\u00e3o clara”, diz ele. \u00c9 a aus\u00eancia de polui\u00e7\u00e3o luminosa da Terra que d\u00e1 ao c\u00e9u essa caracter\u00edstica \u00fanica.<\/p>\n\n\n\n

“Acho que posso falar por muitos dos meus colegas quando digo que para fazer este trabalho voc\u00ea precisa ser essencialmente um explorador”, diz Burgay sorrindo.<\/p>\n\n\n\n

O homem \u00e9 glaciologista, ou seja, um estudioso de geleiras na Universidade Ca’ Foscari de Veneza, na It\u00e1lia. Ele acampou durante uma semana em agosto de 2016 no ic\u00f4nico pico que separa o pa\u00eds da Fran\u00e7a. Foi a primeira miss\u00e3o de campo que fez na carreira.<\/p>\n\n\n\n

Como parte de um projeto chamado Ice Memory (ou Mem\u00f3ria de Gelo, em tradu\u00e7\u00e3o livre), ele esteve no local para coletar amostras de gelo do glaciar Col du Dome, posteriormente armazenadas no laborat\u00f3rio em Grenoble, na Fran\u00e7a. <\/p>\n\n\n\n

Um dia, esperam os pesquisadores, parte desses n\u00facleos de gelo ser\u00e1 levada \u00e0 Ant\u00e1rtida, onde cofres feitos sob medida com neve v\u00e3o preservar por s\u00e9culos o conhecimento contido neles.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s esta primeira miss\u00e3o, a equipe encarou a montanha Illimani na Bol\u00edvia, desta vez alcan\u00e7ando uma geleira ao lado de um pico de 6.300 metros de altitude e coletando n\u00facleos que precisaram ser transportados a p\u00e9, j\u00e1 que n\u00e3o havia helic\u00f3pteros dispon\u00edveis.<\/p>\n\n\n\n

O monte Kilimanjaro, na Tanz\u00e2nia, \u00e9 o pr\u00f3ximo da lista, com uma expedi\u00e7\u00e3o planejada para o final deste ano, e mais geleiras amea\u00e7adas vir\u00e3o em seguida, \u00e0 medida que novos parceiros internacionais aderirem \u00e0 iniciativa franco-italiana.<\/p>\n\n\n\n

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Alguns dos n\u00facleos de gelo s\u00e3o extra\u00eddos \u00e0 m\u00e3o usando um dispositivo que permite perfurar o gelo compactado da geleira<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Corrida contra o tempo<\/h2>\n\n\n\n

Pesquisas mostram que as geleiras do mundo t\u00eam diminu\u00eddo dramaticamente h\u00e1 algum tempo, provavelmente devido a mudan\u00e7as clim\u00e1ticas provocadas pelo homem. O Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7a Clim\u00e1tica (IPCC) das Na\u00e7\u00f5es Unidas estima que, se o aquecimento global continuar nesse ritmo, a maior parte da cobertura de gelo do planeta poder\u00e1 ser perdida at\u00e9 o final do s\u00e9culo, com exce\u00e7\u00e3o das camadas de gelo da Groenl\u00e2ndia e da Ant\u00e1rtida.<\/p>\n\n\n\n

“As geleiras do mundo est\u00e3o literalmente desaparecendo sob nossos p\u00e9s”, diz Carlo Barbante, um paleoclimatologista tamb\u00e9m da Universidade Ca’ Foscari e um dos fundadores do projeto Ice Memory. Para 1,5 bilh\u00e3o de pessoas que dependem das geleiras para beber \u00e1gua e fazer irriga\u00e7\u00e3o, essa \u00e9 uma situa\u00e7\u00e3o catastr\u00f3fica. Mas o gelo tamb\u00e9m oferece um mundo de informa\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00f3s muitas vezes nos concentramos nas amea\u00e7as imediatas trazidas pelo derretimento do gelo, como a falta de \u00e1gua em \u00e1reas vulner\u00e1veis \u200b\u200bcomo o subcontinente indiano”, diz Barbante. “Mas, como cientistas que estudam o gelo como um arquivo, entendemos que tamb\u00e9m estamos perdendo informa\u00e7\u00f5es fundamentais. Sentimos que precis\u00e1vamos fazer alguma em rela\u00e7\u00e3o a isso.”<\/p>\n\n\n\n

Juntamente com climatologistas franceses e glaciologistas, Barbante e sua equipe partiram para resgatar amostras de gelo das geleiras do mundo. Cada n\u00facleo de gelo representa um arquivo precioso da hist\u00f3ria que se estende por milhares de anos at\u00e9 o passado.<\/p>\n\n\n\n

Presos no gelo est\u00e3o min\u00fasculas bolhas de g\u00e1s, part\u00edculas de poeira, p\u00f3len e at\u00e9 min\u00fasculos organismos que podem fornecer uma janela fundamental para o estudo de eventos que aconteceram antes de os registros humanos come\u00e7arem.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, os pesquisadores extraem um metro por vez dos n\u00facleos de gelo, perfurando a superf\u00edcie da geleira, realizando uma primeira an\u00e1lise visual do n\u00facleo antes de prepar\u00e1-lo para o transporte em cont\u00eaineres que normalmente t\u00eam 10 cm de largura.<\/p>\n\n\n\n

Esse processo \u00e9 repetido centenas de vezes \u00e0 medida que os pesquisadores v\u00e3o cada vez mais fundo para capturar camadas mais antigas de gelo, chegando a atingir profundidades extremas, de at\u00e9 900 metros.<\/p>\n\n\n\n

\u00c0 medida que eles cavam, cada metro de gelo se mostra mais comprimido pelo peso das camadas de cima, o que significa que conserva produtos qu\u00edmicos e outras part\u00edculas acumuladas por per\u00edodos mais longos.<\/p>\n\n\n\n

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Geleiras de montanhas t\u00eam diminu\u00eddo em todo o mundo devido \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas: cientistas correm para preservar informa\u00e7\u00f5es<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

An\u00e1lise detalhada<\/h2>\n\n\n\n

No laborat\u00f3rio, os n\u00facleos s\u00e3o limpos e as amostras s\u00e3o derretidas lentamente em um ambiente controlado, para que os glaciologistas possam analisar a \u00e1gua e identificar nela metais ou gases, como o di\u00f3xido de carbono.<\/p>\n\n\n\n

“O gelo tamb\u00e9m funciona como um paleoterm\u00f4metro”, diz Burgay. “Ele registra as temperaturas do ambiente onde uma certa cobertura de neve caiu em algum momento.”<\/p>\n\n\n\n

Usando essas informa\u00e7\u00f5es, os pesquisadores podem reconstruir a evolu\u00e7\u00e3o do clima da Terra ao longo de mil\u00eanios, fornecendo informa\u00e7\u00f5es valiosas que os cientistas podem usar para ‘reproduzir’ as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

As m\u00e1quinas no laborat\u00f3rio de Burgay, por exemplo, est\u00e3o atualmente buscando vest\u00edgios de ferro em partes de gelo com 6.000 anos de idade, extra\u00eddo de um n\u00facleo da Groenl\u00e2ndia. Os n\u00edveis m\u00ednimos de metal podem dar pistas sobre a atividade vulc\u00e2nica antiga que lan\u00e7ou poeira met\u00e1lica na atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s a limpeza, os n\u00facleos restantes s\u00e3o preparados para armazenamento de longo prazo no reposit\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

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Os n\u00facleos s\u00e3o removidos um metro de cada vez antes de serem preparados para o transporte at\u00e9 o laborat\u00f3rio<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Pode-se argumentar que os n\u00facleos de gelo estariam seguros em uma geladeira comercial em Veneza ou Paris”, diz Barbante.<\/p>\n\n\n\n

“Mas n\u00e3o estamos pensando a curto prazo. N\u00f3s n\u00e3o podemos prever se daqui a 200 anos algu\u00e9m ainda vai poder pagar a conta de energia”. A hist\u00f3ria, segundo ele, mostra como conflitos e mudan\u00e7as de prioridade de pesquisas, al\u00e9m dos desastres naturais, dificultam a previs\u00e3o de futuro de qualquer empreendimento cient\u00edfico de longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

Isso tem levado os cientistas a buscarem uma solu\u00e7\u00e3o mais definitiva.<\/p>\n\n\n\n

“A Ant\u00e1rtica \u00e9 o lugar mais seguro para armazenar as amostras”, diz Barbante, “Primeiro, porque \u00e9 uma geladeira natural, com temperaturas m\u00e9dias anuais em torno de -50\u00baC, e tamb\u00e9m porque n\u00e3o pertence a nenhum pa\u00eds espec\u00edfico. \u00c9 a regi\u00e3o ideal para empreendimentos cient\u00edficos pac\u00edficos”.<\/p>\n\n\n\n

Assinado em 1959 e em vigor desde 1961, o Tratado da Ant\u00e1rtida re\u00fane 53 pa\u00edses ativos na regi\u00e3o, estipulando que o territ\u00f3rio “ser\u00e1 utilizado apenas para fins pac\u00edficos” e que “observa\u00e7\u00f5es cient\u00edficas e resultados dos experimentos na Ant\u00e1rtida ser\u00e3o compartilhados e disponibilizados gratuitamente”.<\/p>\n\n\n\n

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Pesquisadores buscam ‘novas janelas’ para desbravar o passado do planeta, e at\u00e9 estudar v\u00edrus e bact\u00e9rias antigos preservados no gelo<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Enquanto o tratado for mantido, diz Bess Koffmann, ge\u00f3loga da Universidade do Maine, nos EUA, a Ant\u00e1rtica continuar\u00e1 sendo um lugar seguro. O documento, por\u00e9m, deve ser renegociado daqui a 30 anos.<\/p>\n\n\n\n

“H\u00e1 sempre o risco de um pa\u00eds se recusar a assinar o acordo para tirar proveito dos recursos inexplorados da regi\u00e3o, como os minerais”, alerta Koffmann.<\/p>\n\n\n\n

Criar um santu\u00e1rio para o gelo que est\u00e1 desaparecendo tamb\u00e9m pode oferecer benef\u00edcios inimagin\u00e1veis \u200b\u200bhoje. \u00c0 medida que novas ferramentas e tecnologias v\u00e3o ficando dispon\u00edveis, isso pode permitir aos cientistas abrir novas janelas para desbravar o passado do planeta, e talvez at\u00e9 estudar v\u00edrus e bact\u00e9rias antigos preservados no gelo.<\/p>\n\n\n\n

Tecnologia<\/h2>\n\n\n\n

“As tecnologias evolu\u00edram rapidamente nas \u00faltimas d\u00e9cadas, e n\u00f3s agora estamos fazendo medi\u00e7\u00f5es que nem sonh\u00e1vamos serem poss\u00edveis h\u00e1 30 ou 40 anos”, diz Koffmann.<\/p>\n\n\n\n

Um dia, diz Barbante, as t\u00e9cnicas de imagem ser\u00e3o t\u00e3o avan\u00e7adas que “vamos poder analisar os n\u00facleos sem nem precisar toc\u00e1-los”.<\/p>\n\n\n\n

“Mas, para chegar a esse ponto, \u00e9 essencial construir reposit\u00f3rios enquanto ainda podemos”, diz Emma Smith, glaciologista e geof\u00edsica do Instituto Alfred Wegener, em Bremerhaven, Alemanha. “Estamos perdendo nossas geleiras muito rapidamente, e, sem arquivar as informa\u00e7\u00f5es que elas cont\u00eam, simplesmente n\u00e3o estamos nos dando a chance de entender as mudan\u00e7as que podem acontecer no futuro.”<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas geralmente se concentram no gelo polar porque \u00e9 onde eles podem descobrir os registros mais antigos, diz Smith. “Mas se voc\u00ea observar os n\u00facleos de gelo regionais de geleiras menores, poder\u00e1 ver mudan\u00e7as em uma escala muito menor”. Isso significa criar uma imagem detalhada dos climas locais, o que n\u00e3o seria poss\u00edvel analisando somente o gelo polar.<\/p>\n\n\n\n

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Escava\u00e7\u00f5es em busca de material para estudos chegam a alcan\u00e7ar 900 metros, segundo pesquisadores<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A equipe do Ice Memory espera ter uma grande variedade de amostras prontas para serem armazenadas na Ant\u00e1rtida at\u00e9 2020, em um cofre constru\u00eddo sob medida perto da esta\u00e7\u00e3o de pesquisa franco-italiana Concordia.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores planejam empregar um m\u00e9todo que foi testado com sucesso na Groenl\u00e2ndia, que envolve escavar um fosso e inserir nele um bal\u00e3o infl\u00e1vel que ser\u00e1 usado como molde para o dep\u00f3sito.<\/p>\n\n\n\n

“Em seguida, colocamos a neve que hav\u00edamos removido para criar o fosso de volta na estrutura e esperamos ela endurecer por alguns dias”, explica Barbante. O bal\u00e3o \u00e9 ent\u00e3o esvaziado nesse ponto e pode ser facilmente removido.<\/p>\n\n\n\n

“Dessa forma, criamos uma estrutura natural de baixo custo e sem impacto ambiental.”<\/p>\n\n\n\n

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Uma vez de volta ao laborat\u00f3rio, os n\u00facleos de gelo s\u00e3o empacotados em caixas protetoras e colocados em c\u00e2maras frigor\u00edficas<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Barbante admite que depois de uma ou duas d\u00e9cadas a estrutura provavelmente vai diminuir sob o peso de mais neve caindo sobre ela. “Mas os n\u00facleos podem ser movidos com relativa facilidade para uma nova estrutura constru\u00edda da mesma maneira”, acrescenta.<\/p>\n\n\n\n

O projeto j\u00e1 conquistou o apoio da Unesco, e Barbante diz que um n\u00famero crescente de equipes, incluindo de pa\u00edses como R\u00fassia, Estados Unidos e China, j\u00e1 est\u00e1 coletando material extra durante suas expedi\u00e7\u00f5es independentes, para que possam contribuir com o projeto no futuro.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com proje\u00e7\u00f5es atuais, n\u00e3o importa o que fa\u00e7amos agora para reduzir as emiss\u00f5es globais de gases do efeito estufa, muitas das geleiras do mundo t\u00eam pouca esperan\u00e7a de sobreviver al\u00e9m de algumas gera\u00e7\u00f5es humanas, com parte delas perdendo um ter\u00e7o de seu gelo no pr\u00f3ximo s\u00e9culo. Logo, essas poucas centenas de metros de n\u00facleos de gelo poder\u00e3o ser tudo o que restou da informa\u00e7\u00e3o antiga armazenada no gelo.<\/p>\n\n\n\n

Os esfor\u00e7os de alguns destemidos exploradores que se aventuram nas montanhas para coletar esses n\u00facleos est\u00e3o ajudando a garantir que os segredos contidos neles estejam dispon\u00edveis para as pr\u00f3ximas gera\u00e7\u00f5es decifrarem.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n\n\n\n


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Em meio ao zumbido de m\u00e1quinas em um laborat\u00f3rio abarrotado na Su\u00ed\u00e7a, Fran\u00e7ois Burgay fala do “c\u00e9u aberto” sobre o Mont Blanc, o monte mais alto dos Alpes e o maior da Europa. “A 4.200 metros acima do n\u00edvel do mar, voc\u00ea nunca imaginaria que a noite fosse t\u00e3o clara”, diz ele. \u00c9 a aus\u00eancia de polui\u00e7\u00e3o luminosa da Terra que d\u00e1 ao c\u00e9u essa caracter\u00edstica \u00fanica. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":152275,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1313,46,93],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/152274"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=152274"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/152274\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":152276,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/152274\/revisions\/152276"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/152275"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=152274"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=152274"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=152274"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}