{"id":152286,"date":"2019-05-31T11:59:42","date_gmt":"2019-05-31T14:59:42","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=152286"},"modified":"2019-05-30T23:39:12","modified_gmt":"2019-05-31T02:39:12","slug":"virus-mortal-aos-anfibios-e-detectado-pela-primeira-vez-no-brasil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/05\/31\/152286-virus-mortal-aos-anfibios-e-detectado-pela-primeira-vez-no-brasil.html","title":{"rendered":"V\u00edrus mortal aos anf\u00edbios \u00e9 detectado pela primeira vez no Brasil"},"content":{"rendered":"\n
\"R\u00c3\u00a3-touro

R\u00c3-TOURO TAMB\u00c9M APRESENTOU CARGAS DE RANAV\u00cdRUS, MESMO QUE ELA SEJA CONSIDERADA RESISTENTE AO PAT\u00d3GENO (FOTO: WIKIPEDIA COMMONS)
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Foi identificada no Brasil, pela primeira vez, a presen\u00e7a e a a\u00e7\u00e3o do ranav\u00edrus na natureza. O pat\u00f3geno infectou r\u00e3s, sapos e pererecas presentes em duas lagoas na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. O v\u00edrus n\u00e3o causa danos aos humanos, mas \u00e9 uma grave amea\u00e7a aos animais, provocando hemorragia interna e ulcera\u00e7\u00f5es na pele.<\/p>\n\n\n\n

O\u00a0estudo\u00a0\u00e9 fruto da pesquisa de p\u00f3s-doutorado de Joice Ruggeri, apoiada pela\u00a0ag\u00eancia FAPESP,\u00a0 em parceria com\u00a0v\u00e1rios pesquisadores brasileiros, que coletaram exemplares de r\u00e3s, sapos e pererecas em diferentes lagoas brasileiras localizadas na regi\u00e3o da Mata Atl\u00e2ntica.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Os animais passaram por uma an\u00e1lise molecular, sendo utilizada a t\u00e9cnica da rea\u00e7\u00e3o em cadeia da polimerase (PCR), capaz de \u201camplificar o DNA\u201d. \u201cColetamos as amostras, fizemos a extra\u00e7\u00e3o do DNA no laborat\u00f3rio e realizamos um PCR quantitativo em tempo real, que n\u00e3o somente possibilita detectar o pat\u00f3geno, mas tamb\u00e9m quantifica a carga viral em cada uma das amostras\u201d, explica Ruggeri em entrevista \u00e0 GALILEU.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores encontraram girinos de esp\u00e9cies nativas e de r\u00e3s-touro (Lithobates catesbeianus<\/em>), que s\u00e3o consideradas invasoras ao habitat local. Em uma das lagoas, onde s\u00f3 havia esp\u00e9cies nativas, os animais apresentaram n\u00edveis baixos do ranav\u00edrus.<\/p>\n\n\n\n

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O RANAV\u00cdRUS ATINGE A POPULA\u00c7\u00c3O DE ANF\u00cdBIOS EM PA\u00cdSES EUROPEUS E NOS ESTADOS UNIDOS. AGORA, ELE FOI IDENTIFICADO NO BRASIL EM R\u00c3S, SAPOS E PERERECAS. (FOTO: WIKIPEDIA COMMONS)
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Por outro lado, em outra lagoa, onde n\u00e3o havia nenhuma esp\u00e9cie nativa, foram achados mais de 20 girinos de r\u00e3-touro mortos, com les\u00f5es severas na pele causadas pelo v\u00edrus. Dois girinos vivos encontrados tinham baixos n\u00edveis de infec\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Para os pesquisadores, apesar das r\u00e3-touro apresentarem naturalmente uma alta toler\u00e2ncia ao v\u00edrus, havia altas cargas do pat\u00f3geno nesses animais. Origin\u00e1rias da Am\u00e9rica do Norte, elas s\u00e3o a principal esp\u00e9cie criada para consumo humano e s\u00e3o criadas em ran\u00e1rios, localizados em regi\u00f5es onde foram feitas as coletas.<\/p>\n\n\n\n

\"Anf\u00c3\u00adbios

ANF\u00cdBIOS INFECTADOS POR RANAV\u00cdRUS S\u00c3O IDENTIFICADOS NA MATA ATL\u00c2NTICA (FOTO: DIVULGA\u00c7\u00c3O)
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Uma das hip\u00f3teses \u00e9 que o v\u00edrus teria se disseminado na Mata Atl\u00e2ntica atrav\u00e9s dos ran\u00e1rios (o Brasil \u00e9 o segundo maior produtor de r\u00e3s do mundo). \u201cAinda n\u00e3o sabemos se o v\u00edrus \u00e9 end\u00eamico do Brasil, mas pode ser que ele tenha surgido a partir da introdu\u00e7\u00e3o de invertebrados no pa\u00eds. Um deles \u00e9 a r\u00e3-touro, mas esse v\u00edrus tamb\u00e9m infecta  peixes, outros anf\u00edbios e r\u00e9pteis\u201d, afirma Ruggeri.<\/p>\n\n\n\n

Duas r\u00e3-touro estudadas n\u00e3o somente tinham o ranav\u00edrus, como tamb\u00e9m o fungo\u00a0Batrachochytrium dendrobatidis<\/em>, respons\u00e1vel por\u00a0praticamente levar \u00e0 extin\u00e7\u00e3o 90 esp\u00e9cies de sapos.\u00a0O fungo foi detectado em 7 de 19 amostras de girinos mortos, de esp\u00e9cies nativas e invasoras (amostras das duas lagoas).<\/p>\n\n\n\n

\u201cOs  anf\u00edbios s\u00e3o os mais amea\u00e7ados entre os grupos de invertebrados. Descobrir o v\u00edrus no Brasil foi um passo muito importante para entendermos a sua din\u00e2mica na natureza e saber se existe uma correla\u00e7\u00e3o com o fungo. Apesar do estudo estar no seu in\u00edcio, ele \u00e9 essencial para a conserva\u00e7\u00e3o dos anf\u00edbios brasileiros\u201d, conta a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Revista Galileu *Com supervis\u00e3o de Thiago Tanji<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"