{"id":152879,"date":"2019-07-10T01:00:49","date_gmt":"2019-07-10T04:00:49","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=152879"},"modified":"2019-07-09T22:30:21","modified_gmt":"2019-07-10T01:30:21","slug":"o-que-e-o-giro-do-pacifico-sul-o-enorme-deserto-marinho-considerado-o-lugar-mais-hostil-de-todo-o-oceano","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/07\/10\/152879-o-que-e-o-giro-do-pacifico-sul-o-enorme-deserto-marinho-considerado-o-lugar-mais-hostil-de-todo-o-oceano.html","title":{"rendered":"O que \u00e9 o Giro do Pac\u00edfico Sul, o enorme ‘deserto marinho’ considerado o lugar mais ‘hostil’ de todo o oceano"},"content":{"rendered":"\n
\"Giro

Giro do Pac\u00edfico Sul abarca 37 milh\u00f5es de quil\u00f4metros quadrados
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

No meio do oceano Pac\u00edfico, h\u00e1 uma ampla regi\u00e3o em que as condi\u00e7\u00f5es\u00a0naturais\u00a0atrapalham o desenvolvimento da vida marinha.<\/p>\n\n\n\n

Esse gigantesco “deserto marinho” tem sido chamado pelos cientistas de “o lugar mais hostil de todo o oceano”.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 conhecido como o Giro do Pac\u00edfico Sul, que se estende por 37 milh\u00f5es de quil\u00f4metros quadrados, desde as costas oeste da Am\u00e9rica do Sul at\u00e9 a Nova Zel\u00e2ndia, e desde o Equador at\u00e9 a Corrente Circumpolar Ant\u00e1rtica. A regi\u00e3o equivale, no total, \u00e0s superf\u00edcies somadas de EUA, China e R\u00fassia.<\/p>\n\n\n\n

Sua superf\u00edcie tem a \u00e1gua mais cristalina do mundo – o que, na verdade, \u00e9 um sinal de qu\u00e3o “\u00e1rida” e est\u00e9ril \u00e9 essa zona.<\/p>\n\n\n\n

Embora o Giro represente 10% da superf\u00edcie total dos oceanos, \u00e9 tamb\u00e9m uma das regi\u00f5es menos estudadas da Terra.<\/p>\n\n\n\n

Agora, uma expedi\u00e7\u00e3o do Instituto Max Planck, da Alemanha, revelou novas pistas sobre essa regi\u00e3o e sobre como s\u00e3o as escassas e peculiares formas de vida que habitam ali.<\/p>\n\n\n\n

\"correntes\"\/
Correntes no Giro do Pac\u00edfico Sul impedem a entrada de \u00e1guas mais ricas em nutrientes que podem vir de outras partes do oceano<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Condi\u00e7\u00f5es extremas<\/h2>\n\n\n\n

O Giro do Pac\u00edfico Sul \u00e9 um dos cinco enormes sistemas de correntes circulares oce\u00e2nicas.<\/p>\n\n\n\n

Essas correntes impedem a entrada de \u00e1guas mais ricas em nutrientes que podem vir de outras partes do oceano. Com isso, o nutritivo fitoplancton fica dispon\u00edvel apenas em profundidades superiores a 100 metros, tornando a superf\u00edcie t\u00e3o pobre quanto cristalina.<\/p>\n\n\n\n

Nas \u00e1reas mais internas desse “deserto aqu\u00e1tico”, distantes de qualquer costa, o ar n\u00e3o leva part\u00edculas org\u00e2nicas vindas da terra, o que tamb\u00e9m impede que a \u00e1gua se nutra.<\/p>\n\n\n\n

O fundo do Giro cont\u00e9m a menor quantidade de mat\u00e9ria org\u00e2nica que j\u00e1 se encontrou em profundidades marinhas.<\/p>\n\n\n\n

\"Peixe\"\/
Cientistas ainda tentam entender como formas de vida conseguem sobreviver em um ambiente t\u00e3o in\u00f3spito<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, nessa regi\u00e3o o sol se irradia de forma “perigosamente alta”, segundo especialistas. Os n\u00edveis de raios ultravioleta no Giro s\u00e3o qualificados de “extremos”.<\/p>\n\n\n\n

Todos esses fatores dificultam que o lugar seja habitado por animais que abundam em outras partes do mundo.<\/p>\n\n\n\n

A investiga\u00e7\u00e3o do Instituto Max Planck, no entanto, mostra que no meio dessa paisagem marinha desolada h\u00e1 micro-organismos que encontraram formas curiosas de sobreviver sob condi\u00e7\u00f5es t\u00e3o adversas.<\/p>\n\n\n\n

Durante seis semanas, uma equipe de microbi\u00f3logos percorreu de barco cerca de 7 mil quil\u00f4metros entre o Chile e a Nova Zel\u00e2ndia, recolhendo e analisando amostras da \u00e1gua – entre 20 metros e 5 mil metros de profundidade – enquanto navegavam.<\/p>\n\n\n\n

“Surpreendentemente, encontramos cerca de um ter\u00e7o a menos de c\u00e9lulas nas \u00e1guas superficiais do Pac\u00edfico Sul, em compara\u00e7\u00e3o com os giros oce\u00e2nicos do Atl\u00e2ntico”, disse em comunicado o microbi\u00f3logo marinho Bernhard Fuchs, coautor da pesquisa. “\u00c9 provavelmente o menor n\u00famero de c\u00e9lulas j\u00e1 registrados em \u00e1guas oce\u00e2nicas superficiais.”<\/p>\n\n\n\n

\"Pesquisadores
Pesquisadores do Max Planck Institute usaram sondas para tirar amostras da \u00e1gua<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Comportamentos estranhos<\/h2>\n\n\n\n

Segundo os pesquisadores, apesar de esses micro-organismos serem min\u00fasculos e escassos, eles t\u00eam uma grande influ\u00eancia na din\u00e2mica do oceano, \u00e0 semelhan\u00e7a dos ciclos de carbono em \u00e2mbito global.<\/p>\n\n\n\n

Ainda n\u00e3o se sabe com precis\u00e3o como esses organismos sobrevivem em um ambiente com t\u00e3o poucos nutrientes.<\/p>\n\n\n\n

Os bi\u00f3logos, no entanto, encontraram casos de algas que estabelecem rela\u00e7\u00f5es simbi\u00f3ticas com algumas bact\u00e9rias, com as quais intercambiam subst\u00e2ncias essenciais como nitrog\u00eanio e a\u00e7\u00facares, embora ainda seja um mist\u00e9rio onde obt\u00eam os demais nutrientes, como f\u00f3sforo e ferro, raramente encontrados por ali.<\/p>\n\n\n\n

Durante a explora\u00e7\u00e3o, os cientistas tamb\u00e9m se deram conta que a “comunidade” de organismos variava fortemente \u00e0 medida que aumentava a profundidade.<\/p>\n\n\n\n

\"Oceano
Os pesquisadores analisaram a regi\u00e3o entre o Chile e a Nova Zel\u00e2ndia<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Isso se explica pela quantidade de luz que penetra na \u00e1gua. O surpreendente, no entanto, \u00e9 que um organismo altamente fotossint\u00e9tico chamado Prochlorococcus<\/em>se encontrava em poucas quantidades nas \u00e1guas superficiais, onde h\u00e1 mais luz, e era abundante a 150 metros de profundidade, onde \u00e9 mais escuro.<\/p>\n\n\n\n

O contr\u00e1rio ocorreu com outro organismo chamado AEGEAN-169, que at\u00e9 agora s\u00f3 havia sido detectado em \u00e1reas cerca de 500 metros de profundidade, mas que os cientistas encontraram de maneira “particularmente numerosa” em \u00e1guas superficiais do centro do Giro.<\/p>\n\n\n\n

“Isso \u00e9 algo que definitivamente vamos investigar mais”, afirmou a microbi\u00f3loga Greta Reintjes, coautora da pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

Embora o Giro do Pac\u00edfico Sul ainda guarde muitos enigmas, os pesquisadores acreditam que essas descobertas ajudem a entender melhor o funcionamento desse ecossistema e como ele afeta os ciclos vitais da Terra.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n\n\n\n


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