{"id":153339,"date":"2019-08-10T09:46:00","date_gmt":"2019-08-10T12:46:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153339"},"modified":"2019-08-09T20:48:23","modified_gmt":"2019-08-09T23:48:23","slug":"sera-que-em-breve-os-alemaes-estarao-brigando-pela-agua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/08\/10\/153339-sera-que-em-breve-os-alemaes-estarao-brigando-pela-agua.html","title":{"rendered":"Ser\u00e1 que em breve os alem\u00e3es estar\u00e3o brigando pela \u00e1gua?"},"content":{"rendered":"\n
\"Ch\u00c3\u00a3o

N\u00famero de pedidos de agricultores para captar \u00e1gua subterr\u00e2nea aumentou significativamente na Baixa Sax\u00f4nia
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A advert\u00eancia veio pelo celular: o n\u00edvel das reservas de \u00e1gua pot\u00e1vel eram “preocupantes”, alertou no final de junho o aplicativo NINA, do Departamento Federal para Prote\u00e7\u00e3o da Popula\u00e7\u00e3o e Aux\u00edlio em Cat\u00e1strofes (BBK), respons\u00e1vel em n\u00edvel federal pela defesa civil.<\/p>\n\n\n\n

Herford, uma regi\u00e3o do estado da Ren\u00e2nia do Norte-Vestf\u00e1lia estava particularmente afetada. Alguns quil\u00f4metros mais ao norte, a situa\u00e7\u00e3o era semelhante: parte da popula\u00e7\u00e3o da cidadezinha de Lohne, na Baixa Sax\u00f4nia, sofria falta d’\u00e1gua, especialmente \u00e0 noite saia quase nada das torneiras. Ambos os exemplos mostram algo a que ningu\u00e9m est\u00e1 habituado na Alemanha: \u00e1gua \u00e9 um recurso natural, e ele \u00e9 finito.<\/p>\n\n\n\n

Na Alemanha, pa\u00eds rico em recursos h\u00eddricos, essas situa\u00e7\u00f5es eram, a rigor, impens\u00e1veis. De acordo com a Ag\u00eancia Federal de Meio Ambiente (UBA), em 2013 foram captados 25 bilh\u00f5es de metros c\u00fabicos de \u00e1gua, portanto a Alemanha utilizara apenas 13% da \u00e1gua doce dispon\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Desde ent\u00e3o, por\u00e9m, um ver\u00e3o com recorde de calor em 2018, um inverno de pouca precipita\u00e7\u00e3o, e dias quentes e secos no ver\u00e3o de 2019 transformaram o len\u00e7ol fre\u00e1tico na principal fonte de \u00e1gua para o pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

Lutz Neubauer, da sucursal da Federa\u00e7\u00e3o de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental da Alemanha (Nabu) na Baixa Sax\u00f4nia, considera que somente em seu estado “o n\u00edvel das \u00e1guas subterr\u00e2neas diminui entre 1,5 cm e 2 cm por ano”. Isso significa menos \u00e1gua dispon\u00edvel, enquanto, devido \u00e0s fases de calor seco, quase nenhuma \u00e1gua nova \u00e9 adicionada.<\/p>\n\n\n\n

Ao mesmo tempo, o calor provoca uma maior demanda de \u00e1gua. O gramado de casa fica seco, todos anseiam por se refrescar na piscina, e isso j\u00e1 basta para criar problemas para os fornecedores de \u00e1gua. No nordeste da Ren\u00e2nia do Norte-Vestf\u00e1lia, chegou-se a impor multas aos moradores que encheram suas piscinas ou lavaram seus carros com \u00e1gua fresca.<\/p>\n\n\n\n

Nos \u00faltimos anos, por\u00e9m, um outro grupo passou tamb\u00e9m a necessitar \u00e1gua subterr\u00e2nea com urg\u00eancia cada vez maior: os agricultores. “Uma situa\u00e7\u00e3o de competi\u00e7\u00e3o pela \u00e1gua se anuncia. Dever\u00edamos pensar a tempo sobre uma distribui\u00e7\u00e3o eficiente”, alerta J\u00f6rg Rechenberg, especialista em \u00e1gua na Ag\u00eancia Alem\u00e3 de Meio Ambiente (UBA).<\/p>\n\n\n\n

At\u00e9 agora, os agricultores n\u00e3o dependiam dos len\u00e7\u00f3is fre\u00e1ticos, pois a chuva bastava para irrigar seus campos. Mas isso mudou, as ondas de calor deixaram os campos totalmente secos. “O n\u00famero de requerimentos de agricultores para captar \u00e1gua subterr\u00e2nea aumentou significativamente”, sublinha Neubauer, da Nabu-Baixa Sax\u00f4nia, sobre a sua regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O prefeito de Lohne, Tobias Gerdesmeyer, est\u00e1 entre que primeiro perceberam os efeitos dessa tend\u00eancia. Quando a cidade na Baixa Sax\u00f4nia ficou seca em junho, a culpa n\u00e3o era da falta de \u00e1gua subterr\u00e2nea, e sim das tubula\u00e7\u00f5es velhas que n\u00e3o comportam mais o volume h\u00eddrico. A partir de setembro uma nova tubula\u00e7\u00e3o dever\u00e1 remediar a situa\u00e7\u00e3o, e todos os moradores voltar\u00e3o a ter \u00e1gua na torneira a qualquer hora do dia.<\/p>\n\n\n\n

No entanto Gerdesmeyer n\u00e3o esconde que a \u00e1gua \u00e9 um grande problema em sua cidade: “Podemos observar uma competi\u00e7\u00e3o pela \u00e1gua aqui, e estamos muito atentos a esse tema.” Ele tamb\u00e9m observa a demanda crescente de \u00e1gua subterr\u00e2nea por parte dos agricultores. Ao mesmo tempo, um grande matadouro na regi\u00e3o consome enormes volumes: “Precisamos de concep\u00e7\u00f5es inovadoras sobre como usar a \u00e1gua de forma eficiente.”<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 tamb\u00e9m importante n\u00e3o desperdi\u00e7ar \u00e1gua doce, ressalva o prefeito. At\u00e9 agora, a maior parte da \u00e1gua pluvial se infiltra no solo, n\u00e3o sendo armazenada, e isso a cidade de Lohne quer mudar. “Atualmente estamos considerando armazenar a \u00e1gua das chuvas fortes em c\u00e2maras sob os gin\u00e1sios esportivos, para que possa ser usada mais tarde.”<\/p>\n\n\n\n

No fim s\u00e3o operadoras como a Associa\u00e7\u00e3o de \u00c1guas de Oldenburg-Fr\u00edsia Oriental (OOWV) que distribuem o recurso. Ela abastece cerca de 1 milh\u00e3o de clientes, metade dos quais agricultores ou empresas industriais que usam \u00e1gua subterr\u00e2nea de forma privada. Axel Frerichs, diretor-geral adjunto, est\u00e1 ciente da situa\u00e7\u00e3o: suas 15 esta\u00e7\u00f5es de tratamento d’\u00e1gua est\u00e3o na fase “crescimento positivo”, o que significa que a demanda por \u00e1gua subterr\u00e2nea est\u00e1 muito alta. Em meados de julho, o consumo foi maior do que nunca, nos 71 anos de hist\u00f3ria da associa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ela apelou aos consumidores para serem mais econ\u00f4micos, e reduziu a press\u00e3o da \u00e1gua. Mas Frerichs espera medidas adicionais: “Dentro de 50 anos, os clientes aqui poder\u00e3o estar vivendo num clima como o de Toulouse [Sul da Fran\u00e7a], hoje. Precisamos melhorar nossas esta\u00e7\u00f5es de tratamento para produzir mais \u00e1gua.”<\/p>\n\n\n\n

Como Rechenberg, da UBA, quase todos os especialistas, concordam que ainda n\u00e3o h\u00e1 escassez d’\u00e1gua na Alemanha. De fato, o pa\u00eds n\u00e3o sofre o chamado estresse h\u00eddrico, que, segundo a UBA, significaria “um risco crescente de problemas ambientais e dificuldades econ\u00f4micas”.<\/p>\n\n\n\n

“N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para p\u00e2nico ou medidas radicais”, frisa Rachenberg. “Contudo est\u00e1 mais do que na hora de come\u00e7armos a implementar programas para que no futuro continuemos a ter \u00e1gua de qualidade em nossas torneiras.”<\/p>\n\n\n\n

O Di\u00e1logo Nacional da \u00c1gua, com representantes de v\u00e1rios grupos, como agricultores e associa\u00e7\u00f5es industriais, tem sido realizado em intervalos regulares h\u00e1 dez meses, organizado pelo Minist\u00e9rio alem\u00e3o do Meio Ambiente. A meta \u00e9, at\u00e9 o terceiro trimestre de 2020, desenvolver a estrat\u00e9gia de longo prazo com o promissor nome “Futuro: \u00c1gua”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os alem\u00e3es est\u00e3o acostumados a terem em suas torneiras \u00e1gua pronta para beber, em quantidade ilimitada. Mas o recurso se torna escasso, devido aos ver\u00f5es quentes e invernos secos. Uma situa\u00e7\u00e3o de competi\u00e7\u00e3o se anuncia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153340,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[752,987,2932,469,1644],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153339"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153339"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153339\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153341,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153339\/revisions\/153341"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153340"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153339"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153339"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153339"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}