{"id":153351,"date":"2019-08-12T16:00:53","date_gmt":"2019-08-12T19:00:53","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153351"},"modified":"2019-08-11T21:20:31","modified_gmt":"2019-08-12T00:20:31","slug":"na-jureia-a-ultima-familia-do-rincao-mais-preservado-da-mata-atlantica","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/08\/12\/153351-na-jureia-a-ultima-familia-do-rincao-mais-preservado-da-mata-atlantica.html","title":{"rendered":"Na Jureia, a \u00faltima fam\u00edlia do rinc\u00e3o mais preservado da Mata Atl\u00e2ntica"},"content":{"rendered":"\n
\"Casa
Casa de Edmilson Prado, na Jureia.EL PA\u00cdS <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Nancy Prado, de 83 anos, agarra com for\u00e7a os caules das \u00e1rvores enquanto caminha devagarzinho pelas matas da Jureia \u2014uma esta\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica localizada no litoral sul paulista, a cerca de 150 quil\u00f4metros de S\u00e3o Paulo, e considerada por ambientalistas a \u00e1rea da mata atl\u00e2ntica \u2014bioma que se estende pelo litoral brasileiro e alcan\u00e7a a Argentina e o Paraguai\u2014 mais preservada do mundo. “A vida da gente \u00e9 bem sofrida nesse mundo, a gente t\u00e1 sempre lutando pra ficar”, ela diz, com uma voz t\u00e3o baixa que se mistura ao barulho das ondas que quebram a cerca de 500 metros, na Praia do Una. N\u00e3o h\u00e1 sinal para celular, e os dois \u00fanicos acessos s\u00e3o por meio de barco ou de uma trilha por um morro. Nancy nasceu e cresceu naquela regi\u00e3o, num tempo em que o povo cai\u00e7ara tinha toda a liberdade para viver ali: podia ca\u00e7ar, plantar e pescar onde quisesse. Quando crian\u00e7as, seus netos Marcos, H\u00e9ber e Edmilson se penduravam no topo das \u00e1rvores e apostavam corridas por cima da floresta. Mas os tempos s\u00e3o os outros e as mem\u00f3rias da liberdade ficaram no passado. Os tr\u00eas netos de dona Nancy, que representam a oitava gera\u00e7\u00e3o que carrega o sobrenome, e as respectivas esposas, est\u00e3o sendo expulsos pelo Governo do Estado. As casas de H\u00e9ber e Marcos j\u00e1 foram inclusive demolidas em uma a\u00e7\u00e3o da pol\u00edcia ambiental no dia 3 de julho deste ano.<\/p>\n\n\n\n

A fam\u00edlia Prado vive na regi\u00e3o do Rio Verde \u2013 hoje declarada Patrim\u00f4nio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela\u00a0Unesco\u00a0\u2013, no cora\u00e7\u00e3o da Jureia, entre a foz do rio Una e o Maci\u00e7o da Jureia. A \u00e1rea \u00e9 considerada a joia da coroa por ambientalistas e pelo Estado. S\u00edmbolo de uma das maiores conquistas do movimento para proteger a biodiversidade brasileira, a \u00e1rea \u00e9 considerada o mais bem preservado trecho de mata atl\u00e2ntica do mundo, com a natureza supostamente intacta da praia at\u00e9 a montanha. Resistiu \u00e0 press\u00e3o do setor imobili\u00e1rio nos anos 70 e at\u00e9 ao lobby de uma usina nuclear para instalar-se ali nos anos 80. \u00c9 nesse peda\u00e7o que vivem protegidas esp\u00e9cies amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o como cotias e pacas ou mesmo a ave macuco. A regi\u00e3o ainda faz parte do Lagamar, considerado o mais importante ber\u00e7\u00e1rio de vida marinha do Atl\u00e2ntico Sul. “Garantir que n\u00e3o haja perturba\u00e7\u00e3o humana nessa \u00e1rea \u00e9 essencial para a recoloniza\u00e7\u00e3o da biodiversidade diante de todas as perdas j\u00e1 sofridas pela mata atl\u00e2ntica”, argumenta uma fonte da Funda\u00e7\u00e3o Florestal, \u00f3rg\u00e3o gestor da unidade, que pediu para n\u00e3o ser identificada. Na pr\u00e1tica, hoje o Estado s\u00f3 reconhece formalmente a legitimidade de duas casas no que considera o cora\u00e7\u00e3o da Jureia: a do av\u00f4 On\u00e9sio, casado com Nancy, e de Valdir, pai de Edmilson, que foram funcion\u00e1rios da Funda\u00e7\u00e3o Florestal e atuaram na vigil\u00e2ncia da \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

Ao longo dos anos, Nancy e os parentes foram sendo empurrados para outras regi\u00f5es \u2014primeiro, pela press\u00e3o da grilagem de terras; depois, pela restri\u00e7\u00e3o legal de suas atividades de sobreviv\u00eancia e pela aus\u00eancia de servi\u00e7os b\u00e1sicos, como sa\u00fade e educa\u00e7\u00e3o. “Quando veio\u00a0esse\u00a0Meio Ambiente, proibiram quase tudo”, diz Nancy, enquanto se acomoda na cadeira de madeira em uma das poucas clareiras que podem ser vistas de cima na floresta. O lugar \u2014chamado de \u00e1rea de tapera por j\u00e1 ter sido ocupado por outras gera\u00e7\u00f5es da fam\u00edlia\u2014 \u00e9 o mesmo onde ela foi morar assim que casou com On\u00e9sio Prado, aos 18 anos. E o mesmo onde o neto Edmilson, de 32 anos, ergueu este ano uma casa de madeira azul de 68 metros quadrados para viver com a esposa Karina Ferro.<\/p>\n\n\n\n

\"Nancy
Nancy Prado \u00e9 a matriarca dos cai\u00e7aras que vivem na regi\u00e3o do Rio Verde. (Foto: Maur\u00edcio Pisani)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Mas a morada nova do casal virou o centro de uma disputa que revela a complexidade de lidar com povos tradicionais, mesmo quando o objetivo \u00e9 nobre como preservar o meio ambiente. Gr\u00e1vida de quatro meses, Karina viveu um dos piores momentos da sua vida no dia 4 de julho. No dia anterior, a comunidade j\u00e1 havia sido alertada pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal que o Governo do Estado de S\u00e3o Paulo havia rompido a media\u00e7\u00e3o iniciada pelo \u00f3rg\u00e3o para buscar solu\u00e7\u00f5es ao impasse com os descendentes da fam\u00edlia Prado.<\/p>\n\n\n\n

Edmilson havia ido de moto com o primo Marcos at\u00e9 a Praia do Una para decidir se colocariam a rede de pesca enquanto a mar\u00e9 estava baixa. Encontraram mais de uma dezena de policiais ambientais e guarda-parques na orla e acabaram retidos porque n\u00e3o estavam com os documentos pessoais e da moto naquele momento. Tentaram argumentar que eram comunidade tradicional, mas escutaram que precisariam ser encaminhados para a delegacia na cidade e acabaram afastados por horas.”Do jeito que a gente aprendeu a falar, aprendeu a viver no territ\u00f3rio e a cuidar da nossa natureza. Minha miss\u00e3o \u00e9 manter a hist\u00f3ria da fam\u00edlia. N\u00e3o d\u00e1 pra deixar isso morrer por causa de um pensamento dos ambientalistas ou do Estado” Edmilson Prado, morador<\/p>\n\n\n\n

Naquele momento, s\u00f3 Karina e H\u00e9ber estavam na comunidade. Vanessa e Daiana, esposas de H\u00e9ber e Marcos, haviam viajado at\u00e9 Matinhos (PR), onde cursam Educa\u00e7\u00e3o no Campo em um regime de altern\u00e2ncia, com temporadas na universidade e na comunidade. As duas t\u00eam o plano de construir uma escola naquelas terras para, assim, conseguirem criar os filhos que viessem no futuro. O primeiro passo para isso havia sido dado: a constru\u00e7\u00e3o das pr\u00f3prias moradias. Mas n\u00e3o demorou para que gestores do Estado, acompanhados da pol\u00edcia ambiental e de guarda-parques, chegassem at\u00e9 as casas deles. Foram primeiro at\u00e9 a de H\u00e9ber, uma casa verde constru\u00edda em uma pequena \u00e1rea que havia sido usada de ro\u00e7a por outros familiares. Depois de uma intensa discuss\u00e3o com os poucos moradores que estavam no local, deram dez minutos para que eles retirassem os pertences antes de come\u00e7ar a demoli\u00e7\u00e3o da estrutura a marretadas. \u201cA gente ficou meio sem a\u00e7\u00e3o. Vieram dois tios ajudar, mas como quatro pessoas v\u00e3o defender tr\u00eas casas?\u201d, questiona H\u00e9ber, com os olhos grudados nos entulhos do que sobrou da antiga constru\u00e7\u00e3o. (Abaixo, H\u00e9ber Prado e Vanessa Honorato, sentados sobre os entulhos do que era sua casa. <\/em>Por Maur\u00edcio Pisani<\/strong>)
<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"H\u00e9ber<\/figure>\n\n\n\n

Logo que terminaram ali, os agentes p\u00fablicos andaram pouco mais de 200 metros por uma pequena trilha at\u00e9 a casa de Marcos, cujo exterior ainda estava sem pintura. A moradia tinha a mesma estrutura das demais e havia sido constru\u00edda na tapera onde a av\u00f3 Nancy havia passado toda a inf\u00e2ncia com os pais. Karina seguiu para a sua casa. Chorou durante alguns minutos pelos cerca de 300 metros de estradinha de terra que separavam as duas resid\u00eancias e decidiu fazer um \u00faltimo almo\u00e7o, embora a tarde j\u00e1 estivesse avan\u00e7ada. O rel\u00f3gio marcava 16 horas, quando Karina colocou no fogo duas panelas com arroz e lingui\u00e7a. “Nem tinha gosto a comida nesse dia”, ela diz.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto almo\u00e7ava, Karina decidiu que n\u00e3o sairia de casa, ainda que lhe rondasse o medo de que os parentes reagissem e ocorresse um conflito violento. Quando os policiais chegaram na sua casa e souberam que ela estava gr\u00e1vida, decidiram recuar. A casa azul de Karina foi a \u00fanica das tr\u00eas que se manteve intacta. Foi para l\u00e1 que, nos dias seguintes, os outros casais levaram seus pertences. Hoje tr\u00eas camas de casal ocupam a metade do \u00fanico c\u00f4modo da estrutura, e os seis jovens dividem a vida na resid\u00eancia que restou \u2014 e que pelo menos por enquanto tem a integridade garantida por uma decis\u00e3o judicial liminar que reconhece o direito de Edmilson permanecer ali pela comprova\u00e7\u00e3o de pertencer \u00e0 comunidade tradicional cai\u00e7ara. No processo, laudos antropol\u00f3gicos apontam que a fam\u00edlia Prado vive na regi\u00e3o pelo menos desde o s\u00e9culo XVIII. (Abaixo,<\/em> Marcos, Daiane, Edmilson, Karina, H\u00e9ber e Vanessa, em uma das casas que constru\u00edram na Jureia. <\/em>Por Maur\u00edcio Pisani<\/strong>)<\/p>\n\n\n\n

\"Marcos,<\/figure>\n\n\n\n

O Estado, por meio da Funda\u00e7\u00e3o Florestal, promete recorrer na Justi\u00e7a. Admite que o caso de Edmilson precisa ser estudado, j\u00e1 que o pai dele nunca deixou a regi\u00e3o e que ele pr\u00f3prio viveu a maior parte da vida l\u00e1. Mas n\u00e3o v\u00ea que Marcos e H\u00e9ber t\u00eam os mesmos direitos, j\u00e1 que teriam sido criados pelos pais fora da esta\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica. A lei estadual estabelece que, para ter direito a permanecer no territ\u00f3rio, \u00e9 preciso estar no cadastro realizado em 1990, ter morada habitual na \u00e1rea e viver de atividade de subsist\u00eancia. “Os meninos [netos] j\u00e1 jaz bastante tempo que estavam morando comigo aqui, agora vieram e derrubaram as casinhas deles. N\u00e3o tiveram sorte, coitados. Derrubaram e depois mandaram reagir. Como?”, questiona Nancy. E complementa: “Eu penso em ficar aqui pro resto da minha vida e quero meus netos comigo. Nem gosto que fale o nome dessas coisas de Meio Ambiente. \u00c9 destruidor.\u00a0Quem cuida da natureza \u00e9 a gente”, diz. Ela confidencia a tristeza profunda de ver tr\u00eas de seus netos serem considerados invasores. N\u00e3o terem permiss\u00e3o legal para construir em um territ\u00f3rio que considera tradicional, em nome da prote\u00e7\u00e3o de uma das poucas \u00e1reas preservadas de um pa\u00eds que j\u00e1 devastou ao menos 80% de sua mata atl\u00e2ntica, na estimativa de ambientalistas.<\/p>\n\n\n\n

Marcos, H\u00e9ber e Edmilson cresceram perto da regi\u00e3o do Rio Verde participando de mutir\u00f5es para fazer ro\u00e7a e sovar mandioca. Agu\u00e7aram o olhar para entender quando o mar est\u00e1 bom pra pescar tainha. Aprenderam a ler a floresta para saber o momento certo de cortar uma planta, sem correr o risco de “estragar a natureza”, e quais ervas servem para tratar doen\u00e7a. Internalizaram que o tempo do trabalho \u00e9 regido pela lua e que n\u00e3o h\u00e1 divers\u00e3o maior que a dos bailes de fandango.<\/p>\n\n\n\n

Mas eles faziam tudo isso principalmente nas f\u00e9rias e nos fins de semana, j\u00e1 que seus pais haviam migrado para s\u00edtios mais pr\u00f3ximos da zona urbana de Iguape ou Peru\u00edbe \u2014as duas cidades entre as quais fica a regi\u00e3o do Rio Verde\u2014 para que eles pudessem estudar, j\u00e1 que ali n\u00e3o h\u00e1 escolas. Como viveram parte de suas vidas fora do territ\u00f3rio, o Estado alega que eles j\u00e1 n\u00e3o t\u00eam direito de morar no local. Os tr\u00eas recha\u00e7am o argumento. Afirmam que nunca se afastaram completamente da regi\u00e3o e, por isso, se veem agora como uma gera\u00e7\u00e3o cai\u00e7ara cuja exist\u00eancia \u00e9 negada pelo Estado. “Do jeito que a gente aprendeu a falar, aprendeu a viver no territ\u00f3rio e a cuidar da nossa natureza. Minha miss\u00e3o \u00e9 manter a hist\u00f3ria da fam\u00edlia. N\u00e3o d\u00e1 pra deixar isso morrer por causa de um pensamento dos ambientalistas ou do Estado”, diz Edmilson, que morou at\u00e9 pouco tempo na casa do pai, Valdir.<\/p>\n\n\n\n

\"Reserva<\/figure>\n\n\n\n

Ele e seus dois primos, que ent\u00e3o moravam com a av\u00f3 Nancy, solicitaram ao Estado a permiss\u00e3o para construir suas pr\u00f3prias casas, mas n\u00e3o conseguiram. Mesmo assim, ergueram as moradias \u00e0 revelia do poder p\u00fablico. Convocaram familiares e organizaram pequenos mutir\u00f5es para erguer as paredes. Embora os tr\u00eas casais afirmem que j\u00e1 estavam morando no local e que demoraram meses para terminar as edifica\u00e7\u00f5es, o Estado diz que as casas foram constru\u00eddas em 20 dias e que os cai\u00e7aras ignoraram a ordem de paralisa\u00e7\u00e3o das obras no dia 13 de junho, quando uma inspe\u00e7\u00e3o de rotina da Funda\u00e7\u00e3o Florestal identificou a constru\u00e7\u00e3o de uma das casas sem autoriza\u00e7\u00e3o. No dia 4 de julho, os tr\u00eas casais viram o sonho de permanecer no territ\u00f3rio ser interrompido.<\/p>\n\n\n\n

Agora, no entorno da casa de Edmilson, pouco mais de uma dezena de pessoas est\u00e3o acampadas para apoiar a perman\u00eancia dos tr\u00eas casais. O local tem um forte cheiro de lenha queimando, sinal do fog\u00e3o improvisado ao lado da casa, onde todo o tempo alguma comida est\u00e1 sendo preparada. Aos visitantes, os cai\u00e7aras pedem que sigam seu modo de vida: com a separa\u00e7\u00e3o do lixo para que os recicl\u00e1veis sejam levados para descarte na cidade no \u00fanico carro que a comunidade disp\u00f5e h\u00e1 dez anos. O que a comunidade v\u00ea como um ato de solidariedade e resist\u00eancia causa preocupa\u00e7\u00e3o ao Estado, que teme os impactos ambientais da presen\u00e7a de mais pessoas na unidade de conserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O arque\u00f3logo Pl\u00e1cido Cali, que estudou a regi\u00e3o durante anos, concorda: “\u00c1rea de conserva\u00e7\u00e3o n\u00e3o necessariamente \u00e9 aquela que n\u00e3o tem ningu\u00e9m dentro. Eu acho perfeitamente poss\u00edvel a\u00a0manuten\u00e7\u00e3o da biodiversidade mantendo uma comunidade tradicional integrada. Neste caso, os cai\u00e7aras est\u00e3o presentes ali desde o in\u00edcio da coloniza\u00e7\u00e3o”. O embate deve ser levado a uma nova rodada de negocia\u00e7\u00e3o, estabelecida pela Justi\u00e7a para o pr\u00f3ximo dia 16 de agosto. A preocupa\u00e7\u00e3o do Estado \u00e9 que, nos pr\u00f3ximos 50 ou 100 anos, a comunidade cres\u00e7a demais e ponha em risco a preserva\u00e7\u00e3o da \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: El Pa\u00eds <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A oitava gera\u00e7\u00e3o dos Prado quer continuar na reserva ecol\u00f3gica paulista onde viveram seus antepassados, mas novas casas foram derrubadas pelo governo do Estado, que quer preservar a ‘joia da coroa’ dos ambientalistas. Embate mostra dificuldade de lidar com povos tradicionais mesmo quando a causa \u00e9 nobre <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153352,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[223,27,1120,509,43,224,363,315],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153351"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153351"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153351\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153353,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153351\/revisions\/153353"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153352"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153351"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153351"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153351"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}