{"id":153365,"date":"2019-08-13T01:41:35","date_gmt":"2019-08-13T04:41:35","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153365"},"modified":"2019-08-12T22:46:14","modified_gmt":"2019-08-13T01:46:14","slug":"alemanha-confirma-bloqueio-de-r-156-milhoes-e-poe-em-xeque-acordo-mercosul-ue","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/08\/13\/153365-alemanha-confirma-bloqueio-de-r-156-milhoes-e-poe-em-xeque-acordo-mercosul-ue.html","title":{"rendered":"Alemanha confirma bloqueio de R$ 156 milh\u00f5es e p\u00f5e em xeque acordo Mercosul-UE"},"content":{"rendered":"\n
\"Bolsonaro\"\/
Pol\u00edtica de Bolsonaro na Amaz\u00f4nia “gera d\u00favidas sobre se o pa\u00eds ainda busca uma redu\u00e7\u00e3o consistente nas taxas de desmatamento”, diz governo alem\u00e3o
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O Minist\u00e9rio do Meio Ambiente da Alemanha confirmou nesta segunda-feira (12) que decidiu congelar investimentos de at\u00e9 35 milh\u00f5es de euros (ou R$ 156 milh\u00f5es) em projetos de preserva\u00e7\u00e3o ambiental no Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Em novo epis\u00f3dio da sequ\u00eancia de atritos entre pa\u00edses europeus e o Brasil sobre a prote\u00e7\u00e3o de ecossistemas, a pasta tamb\u00e9m colocou em d\u00favida o apoio alem\u00e3o ao acordo de livre com\u00e9rcio entre Mercosul e Uni\u00e3o Europeia, cujo cap\u00edtulo sobre sustentabilidade seria “essencial”, segundo o minist\u00e9rio.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dos impactos sociais e ambientais, a controv\u00e9rsia sobre o aumento brusco no ritmo de desmatamento na Amaz\u00f4nia desde o in\u00edcio do governo de Jair Bolsonaro traz problemas diplom\u00e1ticos para o Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Junto ao corte milion\u00e1rio em investimentos e de poss\u00edveis impactos no acordo assinado por sul-americanos e europeus ap\u00f3s 10 anos de negocia\u00e7\u00f5es, o governo da Alemanha afirmou que “j\u00e1 discute” mudan\u00e7as no financiamento do Fundo Amaz\u00f4nia, lan\u00e7ado em 2008 como o maior projeto da hist\u00f3ria de coopera\u00e7\u00e3o internacional para a preserva\u00e7\u00e3o da floresta amaz\u00f4nica.<\/p>\n\n\n\n

Em nota enviada por um porta-voz \u00e0 reportagem, a ministra alem\u00e3 do Meio Ambiente, Svenja Schulze, afirmou que “a pol\u00edtica do governo brasileiro na Amaz\u00f4nia gera d\u00favidas sobre se o pa\u00eds ainda busca uma redu\u00e7\u00e3o consistente nas taxas de desmatamento”.<\/p>\n\n\n\n

“Somente quando esta clareza for restaurada, a colabora\u00e7\u00e3o no projeto pode ser retomada”, continuou.<\/p>\n\n\n\n

Os investimentos bloqueados faziam parte de uma verba do governo alem\u00e3o destinada a projetos ligados a clima e biodiversidade em pa\u00edses em desenvolvimento – a Iniciativa Internacional para o Clima.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o porta-voz do minist\u00e9rio alem\u00e3o, “uma chamada para avalia\u00e7\u00e3o de projetos de at\u00e9 35 milh\u00f5es de euros criada especificamente para o Brasil est\u00e1 bloqueada”.<\/p>\n\n\n\n

“Um pr\u00e9-requisito para a coopera\u00e7\u00e3o dentro do programa \u00e9 que o parceiro pol\u00edtico (Brasil) apoie o conte\u00fado dos projetos. Na situa\u00e7\u00e3o atual, h\u00e1 d\u00favidas consider\u00e1veis sobre isso e, por enquanto, nenhum outro projeto novo ser\u00e1 financiado.”<\/p>\n\n\n\n

Entre 2008 e 2018, este programa do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente da Alemanha investiu em torno de 95 milh\u00f5es de euros (ou 424 milh\u00f5es de reais) em projetos bilaterais com o Brasil, segundo o porta-voz.<\/p>\n\n\n\n

‘Incentivos para o desmatamento na Am\u00e9rica do Sul n\u00e3o devem existir’<\/h2>\n\n\n\n
\"desmatamento\"\/
Programa congelado pela Alemanha investiu em torno de 95 milh\u00f5es de euros (ou 424 milh\u00f5es de reais) em projetos bilaterais com o Brasil<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Segundo a BBC News Brasil apurou, existem 38 projetos financiados pela Alemanha que j\u00e1 est\u00e3o em andamento. Eles se dedicam a temas como biodiversidade e clima na Mata Atl\u00e2ntica, desenvolvimento de tecnologias e combust\u00edveis limpos, redu\u00e7\u00e3o em emiss\u00f5es de carbono em \u00e1reas urbanas, prote\u00e7\u00e3o de mananciais, entre outros.<\/p>\n\n\n\n

A partir de agora, a continuidade dos projetos j\u00e1 iniciados ser\u00e1 avaliada “caso a caso”.<\/p>\n\n\n\n

Questionado no domingo sobre o tema, o presidente Bolsonaro disse que o Brasil n\u00e3o precisa dos recursos. “Ela [Alemanha] n\u00e3o vai mais comprar a Amaz\u00f4nia, vai deixar de comprar a presta\u00e7\u00f5es a Amaz\u00f4nia. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil n\u00e3o precisa disso”, afirmou.<\/p>\n\n\n\n

“Voc\u00ea acha que grandes pa\u00edses est\u00e3o interessados na imagem do Brasil ou em se apoderar do Brasil?”, prosseguiu Bolsonaro, dias depois da substitui\u00e7\u00e3o do presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pelo oficial da Aeron\u00e1utica Darcton Policarpo Dami\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ricardo Os\u00f3rio Galv\u00e3o, que dirigia o \u00f3rg\u00e3o, foi exonerado ap\u00f3s ser criticado pelo presidente por ter divulgado dados sobre desmatamento medidos pelo instituto.<\/p>\n\n\n\n

“Ele (Policarpo Dami\u00e3o) vai apresentar os n\u00fameros para mim, se forem alarmantes, antes de tomar a decis\u00e3o (de divulgar). At\u00e9 para eu me preparar para responder para voc\u00eas. Isso tem reflexo no mundo todo”, disse Bolsonaro no dia 7.<\/p>\n\n\n\n

S\u00f3 nos 9 estados amaz\u00f4nicos, as \u00e1reas sob alerta de desmatamento cresceram 278% na compara\u00e7\u00e3o entre julho de 2018 e julho de 2019, segundo o Inpe – um salto de 596,6 km\u00b2 para 2.254,9 km\u00b2.<\/p>\n\n\n\n

Estes alertas s\u00e3o repassados a fiscais do Ibama, que por sua vez tomam provid\u00eancias para comprovar e controlar o desmatamento.<\/p>\n\n\n\n

O porta-voz do pa\u00eds governado por Angela Merkel afirma que “\u00e9 bom que o governo brasileiro tenha repetidamente reiterado seu compromisso com o Acordo de Paris” – referindo-se ao acordo para redu\u00e7\u00e3o das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas assinado em 2015.<\/p>\n\n\n\n

Mas isso n\u00e3o \u00e9 suficiente. “Mais importante que isso, \u00e9 necess\u00e1rio, no entanto, que o Brasil efetivamente cumpra os objetivos clim\u00e1ticos adotados pelo acordo”, diz o porta-voz do minist\u00e9rio alem\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 precisamente este compromisso que se exige expressamente no texto do Acordo de Livre-com\u00e9rcio entre a Uni\u00e3o Europeia e o Mercosul. Do ponto de vista do minist\u00e9rio do meio ambiente da Alemanha, o cap\u00edtulo de sustentabilidade do Acordo de Livre Com\u00e9rcio \u00e9 um componente essencial.”<\/p>\n\n\n\n

Detalhes sobre as regras ligadas a sustentabilidade que dever\u00e3o ser cumpridas para que o acordo seja ratificado ainda n\u00e3o foram fechados pelos pa\u00edses europeus e sul-americanos.<\/p>\n\n\n\n

“Atualmente, h\u00e1 apenas vers\u00f5es preliminares. Assim que os textos finais estiverem dispon\u00edveis, verificaremos conclusivamente se os padr\u00f5es de prote\u00e7\u00e3o acertados tamb\u00e9m s\u00e3o atendidos de maneira clara”.<\/p>\n\n\n\n

“Novos incentivos para o desmatamento na Am\u00e9rica do Sul n\u00e3o devem existir”, continua a nota oficial, que informa que a posi\u00e7\u00e3o do governo da Alemanha j\u00e1 foi comunicada ao governo brasileiro.<\/p>\n\n\n\n

‘Agroneg\u00f3cio se prejudica’<\/h2>\n\n\n\n
\"Ricardo
Ricardo Os\u00f3rio Galv\u00e3o, que dirigia o Inpe, deixou o instituto ap\u00f3s ser criticado pelo presidente por ter divulgado dados negativos sobre o desmatamento<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O governo alem\u00e3o tamb\u00e9m mandou um recado para o agroneg\u00f3cio brasileiro – parte importante da base que ajudou a eleger Bolsonaro.<\/p>\n\n\n\n

“O aumento no desmatamento n\u00e3o \u00e9 um problema apenas para o clima global. A agricultura brasileira tamb\u00e9m se prejudica, porque o corte de \u00e1rvores tamb\u00e9m destr\u00f3i a biodiversidade, os recursos naturais e a abund\u00e2ncia de \u00e1gua”, diz a nota enviada \u00e0 BBC News Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Nos \u00faltimos 11 anos, o governo alem\u00e3o doou cerca de US$ 100 milh\u00f5es (ou R$ 380 milh\u00f5es) para o Fundo Amaz\u00f4nia. A principal respons\u00e1vel pelo financiamento \u00e9 a Noruega, que doou cerca de US$ 1,2 bilh\u00e3o (ou R$ 4,6 bilh\u00f5es, em valores corrigidos) para o fundo.<\/p>\n\n\n\n

As doa\u00e7\u00f5es s\u00e3o condicionadas, entre outros fatores, ao controle das taxas de desmatamento na floresta. Quanto menores, mais verbas s\u00e3o doadas pelos pa\u00edses-membros.<\/p>\n\n\n\n

Hoje, os recursos s\u00e3o aplicados em 103 projetos ligados \u00e0 prote\u00e7\u00e3o ambiental nos Estados amaz\u00f4nicos, como a\u00e7\u00f5es envolvendo tribos ind\u00edgenas e programas contra queimadas.<\/p>\n\n\n\n

Em junho, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, afirmou em nota enviada \u00e0 BBC News Brasil que o Brasil n\u00e3o pode fazer “mudan\u00e7as na estrutura do Fundo Amaz\u00f4nia sem o consentimento” do governo noruegu\u00eas.<\/p>\n\n\n\n

A autoridade do pa\u00eds europeu admitiu que o encerramento do fundo \u00e9 uma possibilidade real, mas disse que o objetivo do pa\u00eds \u00e9 continuar a parceria com o Brasil.<\/p>\n\n\n\n

O governo alem\u00e3o tamb\u00e9m comentou o tema. “Do ponto de vista do Minist\u00e9rio Federal do Meio Ambiente, a participa\u00e7\u00e3o da Alemanha no Fundo Amaz\u00f4nia tamb\u00e9m deve ser revista. Al\u00e9m da Alemanha, a Noruega e a petroleira brasileira Petrobras tamb\u00e9m est\u00e3o pagando recursos substanciais que o Fundo consegue investir em medidas para reduzir as taxas de desmatamento.”<\/p>\n\n\n\n

“Uma decis\u00e3o sobre como proceder em rela\u00e7\u00e3o ao Fundo Amaz\u00f4nia dever\u00e1 ser coordenada com os outros doadores do ponto de vista do minist\u00e9rio. N\u00f3s j\u00e1 estamos falando sobre isso”, afirmou o porta-voz.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Minist\u00e9rio do Meio Ambiente da Alemanha confirmou nesta segunda-feira (12) que decidiu congelar investimentos de at\u00e9 35 milh\u00f5es de euros (ou R$ 156 milh\u00f5es) em projetos de preserva\u00e7\u00e3o ambiental no Brasil. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153366,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[987,54,252,1035],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153365"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153365"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153365\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153367,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153365\/revisions\/153367"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153366"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153365"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153365"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153365"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}