{"id":153515,"date":"2019-08-20T16:00:49","date_gmt":"2019-08-20T19:00:49","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153515"},"modified":"2019-08-19T21:46:32","modified_gmt":"2019-08-20T00:46:32","slug":"vulcoes-soltam-aneis-de-fumaca-e-agora-sabemos-como-isso-e-possivel","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/08\/20\/153515-vulcoes-soltam-aneis-de-fumaca-e-agora-sabemos-como-isso-e-possivel.html","title":{"rendered":"Vulc\u00f5es soltam an\u00e9is de fuma\u00e7a, e agora sabemos como isso \u00e9 poss\u00edvel"},"content":{"rendered":"\n
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Um anel de fuma\u00e7a se ergue acima da cratera do vulc\u00e3o Yasur em Vanuatu, como retratado por uma c\u00e2mera de infravermelho colocada no cume por pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zel\u00e2ndia. An\u00e9is de fuma\u00e7a semelhantes s\u00e3o lan\u00e7ados por crateras em todo o mundo, mas sua origem permanece um mist\u00e9rio.
FOTO DE\u00a0IMAGE BY BEN SIMONS<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Com fluxos pirocl\u00e1sticos atordoantes e rios de lava causticantes, os\u00a0vulc\u00f5es\u00a0s\u00e3o famosos pelas furiosas explos\u00f5es. Entretanto eles podem ser impressionantes em momentos mais calmos \u2014 como quando uma cratera efervescente lan\u00e7a um demorado anel de fuma\u00e7a nos c\u00e9us.<\/p>\n\n\n\n

Tais apari\u00e7\u00f5es ef\u00eameras foram avistadas brevemente sobre diversos vulc\u00f5es em todo o mundo, mas n\u00e3o se sabe ao certo como se formam. Apesar de poderem alcan\u00e7ar mais de 60 metros transversalmente, os an\u00e9is t\u00eam curta dura\u00e7\u00e3o e s\u00e3o imprevis\u00edveis, dificultando seu estudo. Por essa raz\u00e3o, cientistas sob a lideran\u00e7a de\u00a0Fabio Pulvirenti, pesquisador s\u00eanior do Laborat\u00f3rio de Propuls\u00e3o a Jato da Nasa, decidiram que a melhor alternativa era simular os an\u00e9is em computador.<\/p>\n\n\n\n

O vulc\u00e3o virtual da equipe, apresentado em um encontro da\u00a0Sociedade de Geoci\u00eancias da \u00c1sia e Oceania\u00a0em Singapura no in\u00edcio deste m\u00eas, demonstra que \u201co que ocorre na boca de um fumante pode se assemelhar ao que ocorre em um vulc\u00e3o\u201d, afirma\u00a0Carmelo Ferlito, coautor do estudo, vulcan\u00f3logo da Universidade de Cat\u00e2nia na It\u00e1lia.<\/p>\n\n\n\n

Entre fuma\u00e7a e espelhos<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Apesar do nome, esses an\u00e9is de fuma\u00e7a n\u00e3o s\u00e3o feitos de fuma\u00e7a, afirma\u00a0Boris Behncke, vulcan\u00f3logo do Instituto Nacional de Geof\u00edsica e Vulcanologia da It\u00e1lia, que n\u00e3o participou da pesquisa. Em vez de fuma\u00e7a, as variantes vulc\u00e2nicas s\u00e3o compostas basicamente de gases condensados, com o predom\u00ednio de vapor d\u2019\u00e1gua, que escapam do magma e s\u00e3o lan\u00e7ados pela chamin\u00e9 do vulc\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Parte inferior do formul\u00e1rio<\/p>\n\n\n\n

Ventos fortes podem impedir que os an\u00e9is se formem ou durem mais que um breve instante. Por outro lado, an\u00e9is formados por um fornecimento consider\u00e1vel de vapor vulc\u00e2nico \u2014 que \u00e9 mais quente e menos denso que o ar ao redor \u2014 deslocam-se em dire\u00e7\u00e3o ao c\u00e9u e come\u00e7am a expandir. Com a dissipa\u00e7\u00e3o da maior parte do vapor, os an\u00e9is desaparecem.<\/p>\n\n\n\n

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Uma s\u00e9rie de imagens em infravermelho mostra um anel de fuma\u00e7a se formando e dissipando acima do vulc\u00e3o Yasur.
FOTO DE\u00a0IMAGE BY BEN SIMONS<\/strong>
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Contudo, ao que parece, somente alguns vulc\u00f5es emitem an\u00e9is de fuma\u00e7a e apenas em determinados momentos. Quando Pulvirenti tomou conhecimento dos an\u00e9is pela primeira vez em 2013, ele n\u00e3o encontrou explica\u00e7\u00f5es substanciais na literatura cient\u00edfica. Ent\u00e3o, quando n\u00e3o aguentou mais de curiosidade, recrutou alguns colegas para tentar desvendar o mist\u00e9rio.<\/p>\n\n\n\n

A equipe examinou in\u00fameras observa\u00e7\u00f5es de an\u00e9is vulc\u00e2nicos, analisando a altura alcan\u00e7ada, a velocidade de deslocamento, o ritmo de resfriamento, a varia\u00e7\u00e3o de suas composi\u00e7\u00f5es e a frequ\u00eancia em que continham cinzas. Os cientistas ainda estudaram como os \u00a0gases magm\u00e1ticos se movimentavam e sa\u00edam dos condutos vulc\u00e2nicos\u00a0e investigaram as complexas propriedades f\u00edsicas da forma\u00e7\u00e3o de v\u00f3rtices em fluidos, analisadas em experi\u00eancias em laborat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

Em seguida, lan\u00e7aram todos os resultados obtidos em um modelo de computador. Ao simular os diferentes aumentos de press\u00e3o nos condutos, bem como diferentes geometrias da chamin\u00e9 do vulc\u00e3o virtual, a equipe decifrou exatamente o que era necess\u00e1rio para produzir an\u00e9is de fuma\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

Com a ascens\u00e3o do magma pelo conduto vulc\u00e2nico, a press\u00e3o ao redor \u00e9 reduzida, o que permite que os gases dissolvidos sejam expelidos na forma de bolhas. Se o magma n\u00e3o estiver viscoso demais, as bolhas podem se unir em bols\u00f5es \u00fanicos de gases pressurizados. Ao se aproximar da chamin\u00e9, esses bols\u00f5es gasosos podem despressurizar violentamente e explodir, lan\u00e7ando vapor quente para o alto, por vezes, a velocidades quase supers\u00f4nicas.<\/p>\n\n\n\n

Nesse ponto, os vulc\u00f5es s\u00e3o compar\u00e1veis a simples\u00a0canh\u00f5es de fuma\u00e7a de brinquedo, que lan\u00e7am fuma\u00e7a atrav\u00e9s de uma abertura circular estreita. Em ambos os casos, \u00e9 preciso armazenar uma quantidade substancial de vapor e depois expeli-la rapidamente para formar um anel decente.<\/p>\n\n\n\n

Na simula\u00e7\u00e3o de vulc\u00e3o, o vapor lan\u00e7ado pela chamin\u00e9 interagiu com as laterais rochosas, fazendo com que a bola de g\u00e1s ficasse arredondada nas bordas. V\u00eddeos em c\u00e2mera lenta mostram que \u00e9 reproduzido exatamente o mesmo efeito nos canh\u00f5es de fuma\u00e7a de brinquedo, afirma Pulvirenti. Em seguida, o anel circular de vapor encontra a atmosfera fria, resfria, desacelera, condensa e torna-se vis\u00edvel, semelhante ao que ocorre com rastros de fuma\u00e7a deixados por avi\u00f5es no c\u00e9u.<\/p>\n\n\n\n

Para que os an\u00e9is se formem, \u00e9 imprescind\u00edvel que a chamin\u00e9 vulc\u00e2nica seja razoavelmente circular e suas laterais tenham a mesma altura. Se a chamin\u00e9 tiver um formato muito irregular ou escarpado, o anel poder\u00e1 ficar acentuadamente distorcido, inst\u00e1vel ou nem sequer se formar.<\/p>\n\n\n\n

Sociedade dos an\u00e9is<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Benjamin Simons,\u00a0aluno de doutorado em vulcanologia da Universidade de Auckland, observou an\u00e9is de fuma\u00e7a em v\u00e1rios\u00a0vulc\u00f5es\u00a0permanentemente ativos, como o\u00a0Monte Yasur\u00a0em Vanuatu. A maioria dos an\u00e9is vistos por ele saiu de \u201cskylights\u201d ou claraboias, que s\u00e3o aberturas naturais arredondadas projetadas acima das chamin\u00e9s vulc\u00e2nicas que se abrem em um \u201cbelo espet\u00e1culo noturno de magma\u201d ladeira abaixo.<\/p>\n\n\n\n

Quando pequenos sopros de gases vulc\u00e2nicos eram for\u00e7ados a atravessar essas estreitas aberturas, surgiam os an\u00e9is de fuma\u00e7a. Ele conta que os gases eram pesados e raramente conseguiam se afastar da cratera antes de se dissipar. Os resultados do novo modelo computadorizado condizem com as pr\u00f3prias observa\u00e7\u00f5es de Simons; quanto mais circular a abertura, \u201cmais prov\u00e1vel \u00e9 o surgimento de um anel de fuma\u00e7a\u201d, afirma ele.<\/p>\n\n\n\n

Embora o estudo ainda n\u00e3o tenha sido analisado por outros especialistas, ele parece explicar por que os an\u00e9is de fuma\u00e7a n\u00e3o s\u00e3o observados sempre em todos os vulc\u00f5es, j\u00e1 que os an\u00e9is precisam exatamente dessas condi\u00e7\u00f5es para se formar.<\/p>\n\n\n\n

Ainda que satisfeitas essas condi\u00e7\u00f5es, entretanto, nem sempre aparecem an\u00e9is de fuma\u00e7a, o que sugere existirem mais aspectos ainda desconhecidos a considerar no pandem\u00f4nio gasoso dos vulc\u00f5es. Felizmente, a equipe ainda estuda o fen\u00f4meno na tentativa de encontrar mais respostas.<\/p>\n\n\n\n

As pesquisas n\u00e3o se resumem a satisfazer uma curiosidade cient\u00edfica. Os an\u00e9is vulc\u00e2nicos s\u00e3o formados nas mesmas vias rochosas que transportam o magma at\u00e9 a superf\u00edcie durante as erup\u00e7\u00f5es, ent\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel que estud\u00e1-los ajude os ge\u00f3logos a entender melhor o que se passa dentro das gargantas de vulc\u00f5es cheias de vapor.<\/p>\n\n\n\n

Embora o estudo possa n\u00e3o tratar da quest\u00e3o mais urgente da vulcanologia, ele ao menos tenta resolver um mist\u00e9rio divertido e belo de se contemplar, afirma Ferlito.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Robin George Andrews – National Geographic<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os assustadores c\u00edrculos foram avistados em fen\u00f4menos vulc\u00e2nicos em todo o mundo, mas sua origem era um mist\u00e9rio havia muito tempo. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153516,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[990,371],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153515"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153515"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153515\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153517,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153515\/revisions\/153517"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153516"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153515"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153515"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153515"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}