{"id":153656,"date":"2019-08-28T12:15:26","date_gmt":"2019-08-28T15:15:26","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153656"},"modified":"2019-08-27T22:21:02","modified_gmt":"2019-08-28T01:21:02","slug":"agricultor-afirma-que-desmata-amazonia-para-sobreviver","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/08\/28\/153656-agricultor-afirma-que-desmata-amazonia-para-sobreviver.html","title":{"rendered":"Agricultor afirma que desmata Amaz\u00f4nia ‘para sobreviver’"},"content":{"rendered":"\n
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\u00c1reas queimadas da floresta amaz\u00f4nica perto de Porto Velho, Rond\u00f4nia, em 24 de agosto de 2019<\/strong><\/em>
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“Desmatamos para sobreviver”, diz \u00e0 AFP o agricultor Aur\u00e9lio Andrade em um ponto remoto da Amaz\u00f4nia brasileira, enquanto as chamas consomem o mato na propriedade de seu vizinho.<\/p>\n\n\n\n

A 120 km de Porto Velho, capital do estado de Rond\u00f4nia, o homem de 65 anos trava sua pr\u00f3pria batalha, alheio \u00e0 crise pol\u00edtica e diplom\u00e1tica provocada pelo avan\u00e7o das chamas na maior floresta tropical do mundo.<\/p>\n\n\n\n

Observado de cima, seu terreno, de poucos hectares se comparado com as grandes fazendas, acaba quase na linha que divide a minguante floresta verde da crescente \u00e1rea desmatada.<\/p>\n\n\n\n

O local era considerado uma “terra de ningu\u00e9m”, ocupada por Andrade h\u00e1 19 anos, junto com sua mulher evang\u00e9lica, que caminha quatro horas para assistir ao culto na localidade mais pr\u00f3xima. Ele espera que a terra seja reconhecida como sua propriedade pelas autoridades.<\/p>\n\n\n\n

O procedimento para obter a posse de terras p\u00fablicas \u00e9 fonte permanente de conflitos entre comunidades ind\u00edgenas, grileiros e o poder do Estado.<\/p>\n\n\n\n

Neste caso, trata-se de um local sem comunica\u00e7\u00f5es, sem vigil\u00e2ncia, sem outra lei al\u00e9m da imposta pelos propriet\u00e1rios de terras, madeireiros e mineiros ilegais para saquear os tesouros da maior floresta tropical do planeta.<\/p>\n\n\n\n

“Aqui n\u00e3o temos apoio do governo federal nem de ningu\u00e9m, s\u00f3 de Deus. Assim fazemos uma derrubada para plantar capim, para sobreviver, para o gado comer”, explica.<\/p>\n\n\n\n

Sua propriedade tem uma prec\u00e1ria casa de cimento e um terreno que foi desmatado com os anos, no qual cria vacas, galinhas, porcos, patos e cavalos.<\/p>\n\n\n\n

Os ambientalistas acusam os pequenos propriet\u00e1rios de terras como ele – n\u00e3o apenas os grandes – de aproveitarem a falta de controle do Estado para expandir suas posses em detrimento da floresta.<\/p>\n\n\n\n

“Tem que derrubar umas \u00e1rvores, esperar tr\u00eas meses e jogar as sementes. At\u00e9 mesmo voc\u00ea se pegar uma \u00e1rea deserta, tem que ro\u00e7ar, queimar e fazer uma casa para sua moradia com os teus filhos. Porque tu n\u00e3o vai fazer uma moradia no alto de uma \u00e1rvore como se fosse um p\u00e1ssaro, certo?”, acrescenta com uma risada.<\/p>\n\n\n\n

Nenhuma men\u00e7\u00e3o ao fato de que os inc\u00eandios supostamente controlados da temporada de seca tendem a sair do controle e viram os grandes inc\u00eandios que s\u00e3o not\u00edcias em todo mundo h\u00e1 v\u00e1rios dias.<\/p>\n\n\n\n

Como o que est\u00e1 queimando, a poucos metros, na propriedade de seu vizinho, o que tira seu sono.<\/p>\n\n\n\n

“Estou preocupado, com medo”, confessa. “At\u00e9 pedi apoio de algumas pessoas (do governo) para ver se cortam, e o fogo apaga. Se n\u00e3o, qualquer noite voc\u00ea est\u00e1 dormindo e esse fogo pode causar um problema muito s\u00e9rio”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

“Durante o dia, eu venho olhar aqui, no canto da cerca, e observo, a fuma\u00e7a e o fogo”, completa Aur\u00e9lio.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: AFP<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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