{"id":153673,"date":"2019-08-30T10:46:07","date_gmt":"2019-08-30T13:46:07","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153673"},"modified":"2019-08-30T10:46:09","modified_gmt":"2019-08-30T13:46:09","slug":"na-amazonia-francesa-parque-ocupa-quase-metade-do-territorio-e-garimpo-e-maior-ameaca-ambiental","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/08\/30\/153673-na-amazonia-francesa-parque-ocupa-quase-metade-do-territorio-e-garimpo-e-maior-ameaca-ambiental.html","title":{"rendered":"Na ‘Amaz\u00f4nia francesa’, parque ocupa quase metade do territ\u00f3rio e garimpo \u00e9 maior amea\u00e7a ambiental"},"content":{"rendered":"\n
\"Parque
Parque Amaz\u00f4nico da Guiana \u00e9 a maior reserva florestal da Fran\u00e7a \u2014 Foto: Guillaume Feuillet\/Parc amazonien de Guyane<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O maior parque nacional da Fran\u00e7a n\u00e3o est\u00e1 na Europa, e sim na Amaz\u00f4nia. E faz fronteira com o Brasil. O Parque Amaz\u00f4nico da Guiana<\/strong>ocupa uma \u00e1rea de cerca de 34 mil quil\u00f4metros quadrados \u2013 mais do que o estado de\u00a0Alagoas\u00a0e equivalente a quase metade do territ\u00f3rio da\u00a0Guiana Francesa.<\/p>\n\n\n\n

Longe das queimadas que geraram mal estar entre os presidentes\u00a0Emmanuel Macron\u00a0e\u00a0Jair Bolsonaro, a regi\u00e3o tem o\u00a0garimpo ilegal<\/strong>como o problema mais grave para a preserva\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia. O problema, inclusive, tem levado Brasil e Fran\u00e7a a fazerem opera\u00e7\u00f5es conjuntas para evitar a explora\u00e7\u00e3o clandestina da floresta (leia sobre o tema mais adiante<\/em>).<\/p>\n\n\n\n

\"Apesar
Apesar do nome ‘Vila Brasil’, comunidade fica do lado franc\u00eas do rio Oiapoque, que divide os dois pa\u00edses \u2014 Foto: Guillaume Feuillet\/Parc amazonien de Guyane
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Ent\u00e3o, como as queimadas pouco afetaram a Guiana Francesa?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Uma imensa \u00e1rea de preserva\u00e7\u00e3o dividida por Brasil e Fran\u00e7a ajudou a evitar queimadas no nordeste da Amaz\u00f4nia, disse ao G1 <\/strong>o cientista J\u00e9r\u00f4me Chave, do Centro de Estudos da Biodiversidade da Amaz\u00f4nia. Ele mencionou as seguintes raz\u00f5es:<\/strong><\/p>\n\n\n\n

  • As queimadas que chamaram aten\u00e7\u00e3o do mundo ocorreram principalmente em\u00a0\u00e1reas desmatadas anteriormente<\/strong>.<\/li>
  • N\u00e3o \u00e9 o caso do Parque Amaz\u00f4nico da Guiana, que, com o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque (Amap\u00e1), formam uma das\u00a0maiores \u00e1reas preservadas de floresta<\/strong>\u00a0do mundo.<\/li>
  • A\u00a0enorme e densa mata<\/strong>\u00a0isolam esses dois parques dos maiores centros urbanos da regi\u00e3o amaz\u00f4nica.<\/li><\/ul>\n\n\n\n

    “No norte [da Amaz\u00f4nia], o acesso \u00e9 mais dif\u00edcil, ent\u00e3o h\u00e1 menos perigo de fogo e desmatamento. Essa \u00e9 a vantagem de nossa geografia”, explicou Chave.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

    \"Mapa
    Mapa do Parque Amaz\u00f4nico da Guiana, na Guiana Francesa \u2014 Foto: Rodrigo Sanches\/G1<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

    O Parque Amaz\u00f4nico da Guiana abriga centenas de milhares de esp\u00e9cies diferentes. S\u00f3 de insetos, estima-se que haja 100 mil. Tamanha biodiversidade leva os franceses a pressionarem as autoridades locais por maior preserva\u00e7\u00e3o das florestas sob controle da Fran\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

    “A Amaz\u00f4nia \u00e9 uma regi\u00e3o que faz muita gente sonhar. Principalmente em zonas temperadas, como a Fran\u00e7a, h\u00e1 toda uma cultura e imagin\u00e1rio que se construiu sobre a floresta”, comenta Chave.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

    Garimpos ilegais<\/h2>\n\n\n\n
    \"Opera\u00c3\u00a7\u00c3\u00a3o
    Opera\u00e7\u00e3o contra o garimpo ilegal no rio Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, em 2016 \u2014 Foto: Divulga\u00e7\u00e3o\/Pol\u00edcia Civil<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

    Apesar das poucas queimadas, autoridades de Brasil e Fran\u00e7a precisam lidar com o garimpo ilegal<\/strong>, a maior amea\u00e7a para a enorme biodiversidade da regi\u00e3o e das popula\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas na regi\u00e3o entre o Amap\u00e1 e a Guiana Francesa.<\/p>\n\n\n\n

    O presidente do Parque Amaz\u00f4nico da Guiana, Claude Suzanon, admitiu o problema do garimpo ilegal em entrevista ao G1<\/strong>. “\u00c9 nossa maior dificuldade”, afirma.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

    Suzanon explica que a proibi\u00e7\u00e3o do uso do merc\u00fario na Guiana Francesa n\u00e3o dissuade garimpeiros de utilizarem o material na corrida pelo ouro.<\/p>\n\n\n\n

    “O merc\u00fario contamina peixes, polui os rios. \u00c9 uma pena, mas acabamos desaconselhando algumas popula\u00e7\u00f5es locais a comer certas esp\u00e9cies de peixes”, diz Suzanon.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

    \"Militares
    Militares participam de funeral de dois soldados mortos durante opera\u00e7\u00e3o contra garimpos ilegais, em 2016, em Caiena, na Guiana Francesa \u2014 Foto: Jerome Vallette \/ AFP<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

    O problema atinge frontalmente o Brasil porque, segundo o instituto franc\u00eas Centro Nacional da Pesquisa Cient\u00edfica, a maior parte dos garimpeiros ilegais \u00e9 de brasileiros. Em junho, uma opera\u00e7\u00e3o da Pol\u00edcia Federal brasileira prendeu 20 pessoas\u00a0acusadas de com\u00e9rcio ilegal de ouro\u00a0proveniente dos garimpos dessa regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

    Na vis\u00e3o do presidente do Parque Amaz\u00f4nico da Guiana, a impunidade atrai cidad\u00e3os que cruzam o rio Oiapoque para participar de garimpos ilegais do lado franc\u00eas da fronteira.<\/p>\n\n\n\n

    “\u00c9 complicado erradicar os garimpeiros clandestinos porque eles mal v\u00e3o \u00e0 pris\u00e3o. Acabam reenviados de volta ao Brasil. As medidas n\u00e3o s\u00e3o dissuasivas”, apontou Suzanon.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n

    \"Rio
    Rio Oiapoque, fronteira Brasil-Guiana Francesa \u2014 Foto: C\u00e1ssio Vasconcellos
    <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

    H\u00e1 tentativas de Brasil e Fran\u00e7a em cooperarem com o problema. Em abril, o Ex\u00e9rcito Brasileiro e legion\u00e1rios das For\u00e7as Armadas francesas participaram de opera\u00e7\u00f5es conjuntas na regi\u00e3o do Tucumaque para patrulhar o rio Oiapoque e fiscalizar embarca\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

    No m\u00eas seguinte, uma opera\u00e7\u00e3o colocou\u00a0cerca de tr\u00eas mil militares do Ex\u00e9rcito Brasileiro em a\u00e7\u00e3o\u00a0em Oiapoque \u2013 j\u00e1 fora da regi\u00e3o dos parques \u2013 para combater crimes como tr\u00e1fico e contrabando.<\/p>\n\n\n\n

    Ecologia e economia<\/h2>\n\n\n\n
    \"Foto
    Foto de arquivo de lan\u00e7amento de um foguete Veja na Guiana Francesa \u2014 Foto: Handout \/ CNES \/ AFP Photo<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

    Mesmo que o Parque Amaz\u00f4nico ocupe “apenas” cerca de 40% da Guiana Francesa, imagens de sat\u00e9lite mostram que praticamente toda a regi\u00e3o \u00e9 coberta por mata densa. Boa parte dos mais de 250 mil habitantes do territ\u00f3rio ultramarino franc\u00eas vivem em tr\u00eas cidades:<\/p>\n\n\n\n