Camila Mazzoni<\/em><\/strong><\/cite><\/blockquote>\n\n\n\nEssa adapta\u00e7\u00e3o endot\u00e9rmica permitiu que os mam\u00edferos colonizassem a maior parte dos ambientes da Terra – incluindo as extens\u00f5es frias de ambos os p\u00f3los.<\/p>\n\n\n\n
Mas em outros lugares, alguns mam\u00edferos abandonaram os tra\u00e7os endot\u00e9rmicos que a evolu\u00e7\u00e3o lhes deu. Ao fazer isso, eles adotaram um estilo de vida lento e economizador de energia, mais similar aos animais de sangue frio.<\/p>\n\n\n\n
\u201cA termorregula\u00e7\u00e3o que a maioria dos mam\u00edferos precisa fazer exige muita energia\u201d, diz Mazzoni. \u201cMas como as pregui\u00e7as n\u00e3o a possuem, isso significa que elas requerem muito menos energia\u201d.<\/p>\n\n\n\n
\u201cMas isso significa que elas s\u00f3 podem viver nos tr\u00f3picos, e n\u00e3o no alto das montanhas onde a temperatura fica bastante baixa. Dito isto, a pregui\u00e7a de dois dedos \u00e9 um pouco mais flex\u00edvel e subir\u00e1 um pouco mais as montanhas da Costa Rica.\u201d<\/p>\n\n\n\nA dieta das folhas de uma pregui\u00e7a \u00e9 nutricionalmente pobre e com poucas calorias. (Cr\u00e9dito: Getty Images) <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\nO ciclo de vida baseado em \u00e1rvores das pregui\u00e7as significa que elas passam pouco tempo sob risco de predadores como a on\u00e7a pintada. Essa \u00e9 outra raz\u00e3o pela qual as rea\u00e7\u00f5es extremamente r\u00e1pidas – e a enorme quantidade de energia necess\u00e1ria para aliment\u00e1-las – simplesmente n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rias. “Elas t\u00eam esse relacionamento \u00edntimo com as \u00e1rvores”, diz Mazzoni. “Elas dependem delas.”<\/p>\n\n\n\n
Ela diz que as pregui\u00e7as costumam \u201csubir ao topo do dossel pela manh\u00e3 para obter energia do sol e quando fica muito quente, elas voltam para a sombra das \u00e1rvores\u201d. Esse comportamento \u00e9 muito mais t\u00edpico de animais de sangue frio – lagartos e outros r\u00e9pteis – do que de outros mam\u00edferos.<\/p>\n\n\n\n
Becky Cliffe, zo\u00f3loga brit\u00e2nica que trabalha na Funda\u00e7\u00e3o de Conserva\u00e7\u00e3o da Pregui\u00e7a da Costa Rica, diz que \u00e9 somente quando voc\u00ea v\u00ea pregui\u00e7as na natureza que voc\u00ea realmente aprecia o qu\u00e3o lento elas s\u00e3o. \u201cVoc\u00ea sabe que elas se movem devagar, mas ent\u00e3o voc\u00ea olha para toda e qualquer parte do corpo deles – quando eles viram a cabe\u00e7a ou mesmo quando piscam – tudo \u00e9 feito muito devagar. Voc\u00ea tem que gastar um temp\u00e3o em campo para ver uma.\u201d<\/p>\n\n\n\n
\u00a8Entre as outras caracter\u00edsticas da vida dos mam\u00edferos que as pregui\u00e7as dispensam est\u00e1 na quantidade de leite que as m\u00e3es produzem para seus filhotes.”<\/em><\/strong><\/p><\/blockquote>\n\n\n\nOlhe atentamente para uma pregui\u00e7a e ver\u00e1 que seu pelo frequentemente estar\u00e1 com uma tonalidade verde. Pode ser tentador supor que os animais se tornaram t\u00e3o sedent\u00e1rios que se tornaram o lar de musgos e algas das \u00e1rvores ao seu redor. Mas isso omite algo muito mais fascinante, diz Mazzoni.<\/p>\n\n\n\n
“Seus pelos s\u00e3o modificados e possuem esse tipo de abertura na qual as algas e fungos podem crescer”, diz ela. “N\u00e3o \u00e9 porque eles s\u00e3o lentos. Sabemos que h\u00e1 algum tipo de relacionamento simbi\u00f3tico acontecendo l\u00e1.”<\/p>\n\n\n\n
Para que servem essas algas? Muitos cientistas est\u00e3o tentando descobrir isso. “Pode ser que seja bom para a camuflagem das pregui\u00e7as”, acrescenta Mazzoni. As algas verdes e os fungos podem ajudar as pregui\u00e7as a se misturarem com o fundo do dossel da floresta.<\/p>\n\n\n\n
“Tamb\u00e9m pode ser uma maneira das pregui\u00e7as obterem prote\u00edna extra”, diz ela, observando que \u00e0s vezes se v\u00ea lambidas de pregui\u00e7as nas algas que crescem em seus pelos. O crescimento de fungos tamb\u00e9m pode ajudar a reduzir o n\u00famero de parasitas. \u201cO pelo deles \u00e9 quase completamente resistente \u00e0 \u00e1gua e impede muitos parasitas. Pregui\u00e7as t\u00eam menos parasitas que outros mam\u00edferos de tamanho semelhante. \u201d<\/p>\n\n\n\nAs pregui\u00e7as beb\u00eas precisam mamar constantemente por que a m\u00e3e produz pequenas quantidades de leite por vez. (Cr\u00e9dito: Getty Images) <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\nEntre as outras caracter\u00edsticas da vida dos mam\u00edferos que as pregui\u00e7as dispensam est\u00e1 a quantidade de leite que as m\u00e3es produzem para seus filhotes.<\/p>\n\n\n\n
“As m\u00e3es pregui\u00e7as n\u00e3o armazenam grandes quantidades de leite, ent\u00e3o \u00e9 produzido gota a gota”, diz Cliffe. Os filhotes se prendem perto do mamilo e depois se alimentam quando o leite escorre.<\/p>\n\n\n\n
“Contudo, o estilo de vida devagar-e-sempre dos bichos-pregui\u00e7a n\u00e3o pode ser tomado erroneamente como pregui\u00e7a propriamente”<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Os anos de Cliffe assistindo pregui\u00e7as na selva da Costa Rica deram-lhe muitas informa\u00e7\u00f5es sobre seu comportamento. “Elas n\u00e3o pulam e n\u00e3o correm. Mas elas t\u00eam bra\u00e7os incrivelmente fortes. Se um humano e uma pregui\u00e7a tivessem uma luta de bra\u00e7os, a pregui\u00e7a definitivamente venceria.\u201d Mas as pernas da pregui\u00e7a – que n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rias para uma velocidade vertiginosa ou mesmo para suportar todo o seu peso na maior parte do tempo – n\u00e3o t\u00eam a mesma massa muscular.<\/p>\n\n\n\n
“<\/strike><\/b><\/span>“Contudo, o estilo de vida devagar-e-sempre dos bichos-pregui\u00e7a n\u00e3o pode ser tomado erroneamente como pregui\u00e7a propriamente”, diz Cliffe. “Eles n\u00e3o s\u00e3o pregui\u00e7osos. Os macacos bugios que vivem nas florestas dormem por at\u00e9 18 horas por dia, e as pregui\u00e7as dormem por cerca de 10. \u201d<\/p>\n\n\n\n Se as pregui\u00e7as n\u00e3o tivessem terminado vivendo em um ambiente quente e \u00famido, coberto de \u00e1rvores, elas poderiam ter sido mais felizes, vivendo em um ritmo mais r\u00e1pido. Mas, ao longo de in\u00fameras gera\u00e7\u00f5es, elas chegaram a um ritmo de vida perfeitamente adequado ao seu ambiente.<\/p>\n\n\n\n
“Elas mostram que voc\u00ea n\u00e3o precisa correr o tempo todo tentando encontrar comida”, diz Cliffe. “Elas liberaram toda a tens\u00e3o”.<\/p>\n\n\n\n
Fonte: BBC Future \/ Stephen Dowling Tradu\u00e7\u00e3o: Reda\u00e7\u00e3o Ambientebrasil \/ Maria Beatriz Ayello Leite Para ler a reportagem original em ingl\u00eas acesse: http:\/\/www.bbc.com\/future\/story\/20190828-why-do-sloths-move-so-slowly<\/a> <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Pregui\u00e7as fazem tudo em c\u00e2mera lenta, at\u00e9 piscar. Mas por que elas evolu\u00edram para viver suas vidas em um ritmo t\u00e3o lento? <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":2,"featured_media":153700,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4132],"tags":[4072,188],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153679"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153679"}],"version-history":[{"count":12,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153679\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":163462,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153679\/revisions\/163462"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153700"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153679"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153679"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153679"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}