O plantio de florestas \u00e9 uma realidade brasileira. O pa\u00eds possui cerca de 8 milh\u00f5es de hectares de florestas plantadas e o eucalipto lidera o crescimento do setor, acompanhando os aumentos da produ\u00e7\u00e3o brasileira de celulose. E \u00e9 justamente o setor de celulose e papel que demanda o maior crescimento da \u00e1rea plantada, tanto pr\u00f3pria como de produtores independentes.<\/p>\n\n\n\n
Em seis anos (de 2010 a 2016), a \u00e1rea de plantio de eucalipto no Brasil aumentou 16%, enquanto a de pinus regrediu 12% no mesmo per\u00edodo, gerando d\u00e9ficit em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 demanda e aumentos recentes de pre\u00e7os. O acr\u00e9scimo de \u00e1rea plantada brasileira neste per\u00edodo corresponde a mais de 770 mil hectares de de eucalipto, o que representa toda a \u00e1rea plantada de Portugal e da \u00c1frica do Sul.<\/p>\n\n\n\n
E s\u00e3o v\u00e1rios os motivos que levam o pa\u00eds a se destacar no cen\u00e1rio internacional. O Brasil possui vantagens competitivas significativas para a produ\u00e7\u00e3o florestal e, portanto, imenso potencial para atra\u00e7\u00e3o de capital de investidores financeiros nesse setor. Dentre os grandes produtores de commodities agr\u00edcolas, o pa\u00eds \u00e9, de longe, aquele com maior disponibilidade de \u00e1reas agricult\u00e1veis para expans\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o. Dentre v\u00e1rios, fatores, a produtividade agro-florestal brasileira se beneficia da disponibilidade de \u00e1gua e alta incid\u00eancia de luz solar territ\u00f3rio nacional.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m disso, entre os pa\u00edses com maior tradi\u00e7\u00e3o na produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria e florestal, o Brasil est\u00e1 entre os que oferece terras produtivas ao menor custo. Ele \u00e9 l\u00edder mundial em produtividade florestal para produ\u00e7\u00e3o em larga escala e o potencial da terra n\u00e3o para de crescer, gra\u00e7as \u00e0 velocidade do crescimento do ativo biol\u00f3gico e ao menor prazo para monetiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Para se ter uma ideia, a produtividade do eucalipto no Brasil \u00e9 de 35 m\u00b3\/ha\/ano e do pinus \u00e9 de 30 m\u00b3\/ha\/ano, enquanto em pa\u00edses como o Chile, n\u00e3o passam de 25 e 22 m\u00b3\/ha\/ano, respectivamente. Por\u00e9m, mesmo com resultados de produtividade acima de outros pa\u00edses, encontramos no Brasil \u00e1reas florestas com varia\u00e7\u00f5es de produtividade de m\u00e3os de 40%, para cima e para baixo, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 m\u00e9dia. As diferen\u00e7as de produtividade apontam para a exist\u00eancia de grandes oportunidades para a otimiza\u00e7\u00e3o tanto do custo-caixa como no capital empregado na atividade florestal no pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n
Mas de nada adianta todo esse potencial, se n\u00e3o olharmos da \u201cporteira para dentro\u201d e n\u00e3o fizermos gerenciamento florestal.<\/p>\n\n\n\n
N\u00e3o se trata um desafio trivial, por\u00e9m se o gerenciamento florestal \u00e9 bem aplicado, maximiza os retornos para o investidor, que deve se beneficiar na venda desta produ\u00e7\u00e3o com lucros.<\/p>\n\n\n\n
A ind\u00fastria tem sido lenta na ado\u00e7\u00e3o de tecnologias que podem mudar o patamar do valor do ativo florestal. E o grande desafio do gerenciamento est\u00e1 em aplicar o melhor pacote tecnol\u00f3gico para a \u00e1rea de interesse (otimiza\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o), efetividade na gest\u00e3o de custos (redu\u00e7\u00e3o de custos), alinhamento da qualidade da produ\u00e7\u00e3o \u00e0 ind\u00fastria e equil\u00edbrio com o meio ambiente, visto que a produ\u00e7\u00e3o interage com \u00e1reas de conserva\u00e7\u00e3o e outros usos da terra. <\/p>\n\n\n\n
A floresta do futuro produz mais, gerenciada de perto e com profissionalismo, custa menos, consome menos recursos naturais e fornece produtos e servi\u00e7os de maior valor agregado. Ela alia benef\u00edcios em curto, m\u00e9dio e longo prazo em setores como Sustentabilida<\/strong>de (certifica\u00e7\u00f5es; pegada de carbono\/cr\u00e9ditos de carbono; gest\u00e3o da \u00e1gua; controle biol\u00f3gico de pragas e energias renov\u00e1veis), Biotecnologia<\/strong> (introdu\u00e7\u00e3o de OGMs com maior produtividade; introdu\u00e7\u00e3o de novos traits como maior teor de lignina, resist\u00eancia a pragas, doen\u00e7as e estresse abi\u00f3tico); Usos da madeira<\/strong> (manejo para uso m\u00faltiplo e manejo \u201cenerg\u00e9tico\u201d e extra\u00e7\u00e3o de novos compostos para substitui\u00e7\u00e3o de mat\u00e9rias-primas f\u00f3sseis) e Gest\u00e3o<\/strong> (silvicultura de precis\u00e3o; ferramentas inteligentes de gest\u00e3o; aplica\u00e7\u00f5es limitadas de big data e uso intelig\u00eancia artificial e intelig\u00eancia aumentada em diferentes n\u00edveis do processo).<\/p>\n\n\n\n Investir em gerenciamento florestal deveria ser a premissa das empresas, mas alguns sinais deixam ainda mais claro que \u00e9 hora de se fazer esse investimento, como rentabilidade abaixo do esperado, aus\u00eancia de gestores florestais na equipe, aus\u00eancia de sistemas de gest\u00e3o, aus\u00eancia de plano de longo prazo com acordos comerciais estruturados, produtividade florestal abaixo do esperado. <\/p>\n\n\n\n O investimento pode parecer para muitos um preciosismo, mas feito de maneira profissional, tende a neutralizar as inefici\u00eancias no modelo de gest\u00e3o do investidor. Os resultados de redu\u00e7\u00e3o de custos operacionais e a melhoria da produtividade se inclinam a ser maiores que o investimento realizado no gerenciamento florestal profissional. Certamente a profissionaliza\u00e7\u00e3o traz ganhos para todo o projeto.<\/p>\n\n\n\n Fases do Gerenciamento<\/strong><\/p>\n\n\n\n O gerenciamento florestal \u00e9 estruturado para garantir que o planejamento de longo prazo seja adequadamente posto em pr\u00e1tica, portanto, \u00e9 necess\u00e1rio o desenvolvimento do PLP (Plano de Longo Prazo). Nesta etapa, \u00e9 necess\u00e1rio lan\u00e7ar m\u00e3o de diversas ferramentas de otimiza\u00e7\u00e3o espacial, atreladas \u00e0s demandas anuais de corte e comercializa\u00e7\u00e3o, buscando o m\u00e1ximo de retorno para o investidor.<\/p>\n\n\n\n Geralmente o PLP \u00e9 seguido de uma modelagem financeira que visa constituir o plano base de resultados. A partir da\u00ed \u00e9 necess\u00e1rio o desdobramento do PLP em um Plano Or\u00e7ament\u00e1rio anual, que n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil, pois \u00e9 necess\u00e1rio implementar redu\u00e7\u00e3o de custos e melhoria da produtividade. Tendo o plano or\u00e7ament\u00e1rio, partimos para o plano operacional e depois para o controle operacional. A capacidade do gestor florestal de analisar, criticar a gerar oportunidades de planos de a\u00e7\u00e3o de melhoria \u00e9 que determina o sucesso do modelo.<\/p>\n\n\n\n Ou seja, para se ter excel\u00eancia no plantio de floresta \u00e9 necess\u00e1rio um gerenciamento com estrat\u00e9gia, gest\u00e3o de processos, sistema de gest\u00e3o e uso de intelig\u00eancia aumentada. S\u00f3 assim o Brasil seguir\u00e1 na lideran\u00e7a na atividade e conseguir\u00e1 aproveitar ao m\u00e1ximo e com maior rentabilidade suas vantagens competitivas.<\/p>\n\n\n\n Luiz Fellipe Arcal\u00e1 <\/strong>\u2013 Diretor executivo da Innovatech Gest\u00e3o.<\/strong> Formado em Engenharia Florestal UNESP e MBA em Gest\u00e3o Empresarial pela FGV, possui experi\u00eancia em gerenciamento de neg\u00f3cios, planejamento e inova\u00e7\u00e3o para o setor do agroneg\u00f3cio. Trabalha com in\u00fameras companhias levando novas formas de gerenciamento, com foco em resultados e amadurecimento de processos de produ\u00e7\u00e3o.\n\n<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O plantio de florestas \u00e9 uma realidade brasileira. 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