{"id":153710,"date":"2019-09-02T04:42:27","date_gmt":"2019-09-02T07:42:27","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153710"},"modified":"2019-09-01T21:48:17","modified_gmt":"2019-09-02T00:48:17","slug":"pesquisadores-encontram-arvore-mais-alta-da-amazonia-e-dizem-que-ate-o-momento-esta-salva-das-queimadas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/02\/153710-pesquisadores-encontram-arvore-mais-alta-da-amazonia-e-dizem-que-ate-o-momento-esta-salva-das-queimadas.html","title":{"rendered":"Pesquisadores encontram \u00e1rvore mais alta da Amaz\u00f4nia e dizem que ‘at\u00e9 o momento’ est\u00e1 salva das queimadas"},"content":{"rendered":"\n
\"\u00c3\u0081rvore

A mais alta das \u00e1rvores gigantes da Amaz\u00f4nia est\u00e1 dentro de uma unidade de conserva\u00e7\u00e3o estadual de uso sustent\u00e1vel, a Floresta Estadual do Par\u00fa (PA)
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Enquanto diferentes partes da\u00a0Amaz\u00f4nia\u00a0pegavam fogo, uma equipe de 30 pessoas fazia uma perigosa viagem, primeiro de barco e depois a p\u00e9, em busca de uma \u00e1rvore em especial na floresta que atraiu a aten\u00e7\u00e3o do mundo por causa das chamas.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisadores de diferentes pa\u00edses, moradores locais, bombeiros e um escalador estavam \u00e0 procura da \u00e1rvore mais alta da Amaz\u00f4nia brasileira j\u00e1 registrada.<\/p>\n\n\n\n

Percorreram 220 quil\u00f4metros de barco e caminharam 10 quil\u00f4metros mata adentro at\u00e9 encontrarem um exemplar esp\u00e9cie\u00a0Dinizia excelsa<\/em>, tamb\u00e9m conhecida como Angelim Vermelho, dentro de uma unidade de conserva\u00e7\u00e3o estadual de uso sustent\u00e1vel, a Floresta Estadual do Par\u00fa, no Par\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

A \u00e1rvore tem 88 metros de altura \u2013 algo equivalente a um pr\u00e9dio de 24 andares. Sua altura \u00e9 um recorde para a Amaz\u00f4nia brasileira, que ainda n\u00e3o tinha registrado nenhuma \u00e1rvore com mais de 70 metros de altura.<\/p>\n\n\n\n

A descoberta da equipe coordenada pelo professor Eric Bastos Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), virou artigo na publica\u00e7\u00e3o acad\u00eamica\u00a0Frontiers in Ecology and the Environment, uma das mais conceituadas revistas de ecologia do mundo.<\/p>\n\n\n\n

\"Eric

Professor Eric Gorgens, coordenador da pesquisa: ‘Devido ao dif\u00edcil acesso, a regi\u00e3o (onde est\u00e1 a \u00e1rvore mais alta) n\u00e3o \u00e9 visada por madeireiros, agropecuaristas, nem garimpeiros. At\u00e9 o momento’
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Risco de queimada<\/h2>\n\n\n\n

A “gigante” da Amaz\u00f4nia estava intacta, bem longe dos focos de inc\u00eandios que alastraram por outras partes da floresta.<\/p>\n\n\n\n

“O risco (de queimada) \u00e9 praticamente zero. A regi\u00e3o \u00e9 muito remota, distante de qualquer concentra\u00e7\u00e3o humana, a mais pr\u00f3xima est\u00e1 a 220 quil\u00f4metros”, explica o professor da UFVJM. Ele coordenou a expedi\u00e7\u00e3o, que contou tamb\u00e9m com pesquisadores das universidades de Oxford, Cambridge, Federal do Amap\u00e1, Federal de Alagoas, Instituto Federal do Amap\u00e1, e Estadual do Amap\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tamb\u00e9m participou da pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

“Al\u00e9m disso, a \u00e1rvore est\u00e1 numa regi\u00e3o cercada por dois grandes afluentes do Amazonas, os rios Par\u00fa e Jari. Devido ao dif\u00edcil acesso, a regi\u00e3o n\u00e3o \u00e9 visada por madeireiros, agropecuaristas, nem garimpeiros”. “At\u00e9 o momento”, pondera o professor.<\/p>\n\n\n\n

O exemplar da esp\u00e9cie Dinizia excelsa <\/em>localizado pela equipe de Gorgens n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica \u00e1rvore gigante, apesar de ser a mais alta j\u00e1 registrada na Amaz\u00f4nia brasileira.<\/p>\n\n\n\n

Sete \u00e1reas de ‘\u00e1rvores gigantes’<\/h2>\n\n\n\n

Antes de encarar a viagem pelo rio Jari, pesquisadores de universidades do Brasil, Finl\u00e2ndia e Reino Unido j\u00e1 tinham analisado dados de 594 cole\u00e7\u00f5es de \u00e1rvores espalhadas por toda a Amaz\u00f4nia brasileira.<\/p>\n\n\n\n

\"Expedi\u00e7\u00e3o
Para validar as informa\u00e7\u00f5es obtidas pelo sensor remoto, a expedi\u00e7\u00e3o Jari-Paru foi realizada entre os dias 14 e 24 de agosto<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Usando uma esp\u00e9cie de “radar laser” que faz sensoriamento remoto, os pesquisadores identificaram sete regi\u00f5es com \u00e1rvores gigantes, todas com altura superior a 80 metros.<\/p>\n\n\n\n

“O que \u00e9 extraordin\u00e1rio para a Amaz\u00f4nia brasileira, visto que n\u00e3o havia registros de \u00e1rvores acima de 70 metros”, diz o coordenador do projeto.<\/p>\n\n\n\n

Seis dessas cole\u00e7\u00f5es estavam regi\u00e3o do Rio Jari, entre os estados do Amap\u00e1 e Par\u00e1, incluindo a gingante mor.<\/p>\n\n\n\n

Para validar as informa\u00e7\u00f5es obtidas pelo sensor remoto, a expedi\u00e7\u00e3o Jari-Paru partiu da cidade de Laranjal do Jari, no Amap\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

Entre os dias 14 e 24 de agosto, as 30 pessoas da equipe se dividiram em quatro barcos para subir e descer o rio, enfrentando corredeiras e cachoeiras.<\/p>\n\n\n\n

“A regi\u00e3o do Jari \u00e9 uma das regi\u00f5es mais isoladas da Amaz\u00f4nia e o \u00fanico contato da expedi\u00e7\u00e3o com a civiliza\u00e7\u00e3o se dava por equipamentos SPOTs, um rastreador e comunicador por sat\u00e9lite para situa\u00e7\u00f5es de emerg\u00eancia”, conta o professor.<\/p>\n\n\n\n

Localizaram outros exemplares de Argelim Vermelho, com di\u00e2metros que variam de dois a tr\u00eas metros, esp\u00e9cie valorizada no mercado de madeira. A equipe escalou \u00e1rvores para coletar material bot\u00e2nico e validar a altura. “Foram utilizadas t\u00e9cnicas que n\u00e3o machucam a \u00e1rvore”, explica o professor da UFVJM.<\/p>\n\n\n\n

Por que a descoberta \u00e9 importante?<\/h2>\n\n\n\n
\"\u00c1rvore
As \u00e1rvores gigantes localizadas na Amaz\u00f4nia s\u00e3o conhecidas conhecidas como Angelim Vermelho e t\u00eam di\u00e2metros que variaram de 2 a 3 metros<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para o professor Eric Gorgens, a descoberta da \u00e1rvore mais alta da Amaz\u00f4nia brasileira \u00e9 uma prova de como ainda se conhece pouco sobre a floresta e mostra a import\u00e2ncia da preserva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Toda vez que a ci\u00eancia encontra algo nunca antes imaginado, acende um alerta voltado para a preserva\u00e7\u00e3o. Imagina a quantidade de plantas, animais, insetos entre outras coisas que ainda est\u00e3o para ser descobertos”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

“As nossas florestas possuem uma riqueza j\u00e1 conhecida que ningu\u00e9m discute, mas ainda reservam segredos que levam tempo e dedica\u00e7\u00e3o para sua descoberta. A explora\u00e7\u00e3o n\u00e3o planejada, sem a ado\u00e7\u00e3o de pr\u00e1ticas sustent\u00e1veis, voltado somente para a produ\u00e7\u00e3o, compromete a manuten\u00e7\u00e3o dos nossos recursos naturais”, avalia.<\/p>\n\n\n\n

\"Expedi\u00e7\u00e3o
‘Crescer em altura \u00e9 um desafio para as \u00e1rvores’, diz o professor que coordenou expedi\u00e7\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Gorgens classifica a exist\u00eancia de uma \u00e1rvore de 88 metros de altura como “extraordin\u00e1ria” para a Amaz\u00f4nia brasileira. O professor diz ainda que crescer em altura \u00e9 um desafio para as \u00e1rvores.<\/p>\n\n\n\n

“As \u00e1rvores altas s\u00e3o mais propensas \u00e0 quebra e \u00e0 queda, seja por vento, ou seja por n\u00e3o aguentar o pr\u00f3prio peso. As rajadas causam um torque na base da \u00e1rvore, levando o fuste \u00e0 um alto estresse. Outro fator que limita o crescimento em altura \u00e9 o suprimento de \u00e1gua para copa. \u00c0 medida que as \u00e1rvores se tornam mais altas, o aumento da resist\u00eancia hidr\u00e1ulica e o peso da coluna de \u00e1gua aumenta o estresse h\u00eddrico”.<\/p>\n\n\n\n

Por isso, diz ele, \u00e1rvores gigantes s\u00e3o consideradas um evento raro.<\/p>\n\n\n\n

O engenheiro florestal Matheus Nunes, da Universidade de Helsinque, na Finl\u00e2ndia, destaca a import\u00e2ncia da descoberta e da exist\u00eancia das \u00e1rvores gigantes para o ecossistema.<\/p>\n\n\n\n

\"Expedi\u00e7\u00e3o
A \u00e1rvore mais alta da Amaz\u00f4nia foi localizada a 10 km floresta adento, a partir da margem do rio Jari<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Al\u00e9m de afirmar que esses raros exemplares da flora s\u00e3o um laborat\u00f3rio natural para conhecer como elas chegaram a tais alturas, elas t\u00eam um papel fundamental no ciclo do carbono. “Pois elas t\u00eam maior biomassa e, portanto, s\u00e3o capazes de sequestrar mais carbono”, explica.<\/p>\n\n\n\n

Nunes identificou a \u00e1rvore tropical mais alta do mundo na Mal\u00e1sia em 2015, quando encontrou dois exemplares do g\u00eanero Shorea, uma com 90,6 metros e a outra 89,5 metros.<\/p>\n\n\n\n

Ambas superaram o recorde mundial de 2007, quando norte-americanos encontraram, numa outra regi\u00e3o da Mal\u00e1sia, uma \u00e1rvore de pouco mais de 88 metros – que, at\u00e9 a descoberta do pesquisador brasileiro, em agosto de 2015, era considerada a \u00e1rvore mais alta dos tr\u00f3picos.<\/p>\n\n\n\n

\"Expedi\u00e7\u00e3o
Partindo da cidade de Laranjal do Jari, uma equipe de 30 pessoas percorreu um trajeto de aproximadamente 220 km por rio e 10 km por terra at\u00e9 localizar a \u00e1rvore mais alta da Amaz\u00f4nia<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“A derrubada de tais \u00e1rvores iria na contram\u00e3o de v\u00e1rias discuss\u00f5es sobre sequestro de carbono para desacelerar as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e devem ser definitivamente levadas como estrat\u00e9gias para conserva\u00e7\u00e3o das florestas na regi\u00e3o”, completa Nunes, que n\u00e3o participou da expedi\u00e7\u00e3o, mas ajudou a rastrear a Amaz\u00f4nia brasileira em busca de gigantes.<\/p>\n\n\n\n

O pr\u00f3ximo desafio para grupo \u00e9 entender o que levou essas \u00e1rvores a atingirem alturas t\u00e3o elevadas na Amaz\u00f4nia, tanto do ponto de vista ambiental, quanto do ponto de vista fisiol\u00f3gico.<\/p>\n\n\n\n

Eric Gorgens diz que estudos como esse levam muito tempo. “Por isso, \u00e9 essencial valorizar as unidades de conserva\u00e7\u00e3o e estabelecer pol\u00edticas p\u00fablicas de longo prazo de incentivo \u00e0 pesquisa e monitoramento de nossa flora”, avalia.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Enquanto diferentes partes da Amaz\u00f4nia pegavam fogo, uma equipe de 30 pessoas fazia uma perigosa viagem, primeiro de barco e depois a p\u00e9, em busca de uma \u00e1rvore em especial na floresta que atraiu a aten\u00e7\u00e3o do mundo por causa das chamas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153711,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,2156,802,98],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153710"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153710"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153710\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153712,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153710\/revisions\/153712"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153711"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153710"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153710"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153710"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}