{"id":153717,"date":"2019-09-02T13:52:32","date_gmt":"2019-09-02T16:52:32","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153717"},"modified":"2019-09-01T21:57:49","modified_gmt":"2019-09-02T00:57:49","slug":"o-tempo-em-que-o-rio-de-janeiro-secou-apos-destruir-floresta-por-cafe","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/02\/153717-o-tempo-em-que-o-rio-de-janeiro-secou-apos-destruir-floresta-por-cafe.html","title":{"rendered":"O tempo em que o Rio de Janeiro secou ap\u00f3s destruir floresta por caf\u00e9"},"content":{"rendered":"\n
\"Alto

As \u00e1rvores da mata da Tijuca eram cortadas e usadas para a produ\u00e7\u00e3o de carv\u00e3o. Depois davam lugar \u00e0s planta\u00e7\u00f5es. Tamb\u00e9m havia pastos e planta\u00e7\u00f5es de legumes e frutas.
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A densa floresta que hoje serve de moldura para as paisagens paradis\u00edacas do Rio de Janeiro j\u00e1 foi quase careca em algumas partes. No s\u00e9culo 19, suas \u00e1rvores foram derrubadas para dar lugar principalmente a planta\u00e7\u00f5es de caf\u00e9, produto cada vez mais lucrativo naquela \u00e9poca. At\u00e9 hoje quem caminha pela Floresta da Tijuca e Paineiras esbarra em ru\u00ednas de constru\u00e7\u00f5es desse per\u00edodo.<\/p>\n\n\n\n

Viajantes estrangeiros que estiveram no Rio naqueles anos escreveram que n\u00e3o raro a fuligem das queimadas na Floresta da Tijuca e matas adjacentes chegava a encobrir o sol do meio dia, dizem pesquisadores.<\/p>\n\n\n\n

O desmatamento, somado ao aumento da popula\u00e7\u00e3o, ao clima seco em alguns anos e \u00e0 falta de infraestrutura no Rio, acabou, por vezes, deixando a capital imperial sem abastecimento de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

A consequ\u00eancia foi o surgimento de um mercado paralelo de venda de \u00e1gua, a dissemina\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as e, alguns anos depois, o replantio de mais de 100 mil \u00e1rvores, no que foi o maior esfor\u00e7o de reflorestamento em floresta tropical do mundo at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A iniciativa se deveu tamb\u00e9m, dizem pesquisadores, a uma cultura intelectual de valoriza\u00e7\u00e3o da preserva\u00e7\u00e3o da natureza que ganhava for\u00e7a naquela \u00e9poca.<\/p>\n\n\n\n

A BBC conversou com historiadores e ge\u00f3grafos para reconstituir essa ocupa\u00e7\u00e3o, o desmatamento, o impacto na popula\u00e7\u00e3o da \u00e9poca e o reflorestamento da mata que hoje faz parte do Parque Nacional da Floresta da Tijuca.<\/p>\n\n\n\n

\"Parque
A mata desmatada era parte do que hoje constitui o Parque Nacional da Tijuca<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como era o plantio de caf\u00e9 na mata carioca<\/h2>\n\n\n\n

O plantio do caf\u00e9 no Brasil come\u00e7ou no Par\u00e1 e logo migrou para o Rio de Janeiro, no final do s\u00e9culo 18. Mas foi no s\u00e9culo 19 que o produto brasileiro realmente come\u00e7ou a decolar no mercado externo e com isso sua produ\u00e7\u00e3o para a exporta\u00e7\u00e3o aumentou.<\/p>\n\n\n\n

Em 1808, a Fam\u00edlia Real portuguesa desembarcou no Brasil, trazendo consigo um n\u00famero de pessoas para o qual a cidade n\u00e3o estava preparada. Nas palavras de Pedro Menezes da Cunha, diplomata, pesquisador da hist\u00f3ria das matas cariocas e ativista em defesa delas, “a Floresta da Tijuca nunca mais foi a mesma”.<\/p>\n\n\n\n

Segundo conta Menezes da Cunha, Dom Jo\u00e3o 6\u00ba permitiu que estrangeiros fixassem resid\u00eancia no Brasil e convidou para o pa\u00eds nobres e fazendeiros franceses que haviam deixado seu pa\u00eds durante a Revolu\u00e7\u00e3o Francesa e o per\u00edodo napole\u00f4nico.<\/p>\n\n\n\n

Esses estrangeiros \u2013 n\u00e3o s\u00f3 franceses, mas tamb\u00e9m holandeses e de outras na\u00e7\u00f5es europeias \u2013 compraram terras nas partes altas da Floresta da Tijuca, onde o clima mais ameno. A regi\u00e3o virou o ambiente da alta sociedade do Rio de Janeiro, onde as fam\u00edlias ricas se refugiavam do calor no ver\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Mas al\u00e9m disso, aquele ambiente era mais adequado ao plantio de caf\u00e9, avesso a temperaturas altas. “O padr\u00e3o era comprar, desmatar, vender a madeira como carv\u00e3o vegetal e plantar caf\u00e9 no terreno ‘limpo’, descreve Menezes da Cunha em seu livro Parque Nacional Da Tijuca : 140 Anos Da Reconstru\u00e7\u00e3o De Uma Floresta<\/em>, escrito em co-autoria com Marcos S\u00e1 Corr\u00eaa e Ricardo Azoury.<\/p>\n\n\n\n

\"Escravos
Gravura de Jean-Baptiste Debret mostra escravos transportando caf\u00e9<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ilustra\u00e7\u00f5es da \u00e9poca mostram bem como era a paisagem: encostas recortadas por grandes faixas de planta\u00e7\u00e3o de caf\u00e9; nas partes planas, grandes casas.<\/p>\n\n\n\n

Como conta o professor Rog\u00e9rio Ribeiro de Oliveira, do Departamento de Geografia da PUC-Rio, tamb\u00e9m havia carvoarias na Floresta de Tijuca. Sua equipe de pesquisa j\u00e1 localizou cerca de 200 delas. As \u00e1rvores cortadas da floresta eram usadas para a produ\u00e7\u00e3o de carv\u00e3o vegetal e depois davam lugar \u00e0s planta\u00e7\u00f5es. Tamb\u00e9m h\u00e1 registros hist\u00f3ricos que mostram que nas montanhas havia pastos e planta\u00e7\u00f5es de legumes e frutas.<\/p>\n\n\n\n

Houve at\u00e9 uma tentativa de cultivo de ch\u00e1, feita com trabalhadores vindos de Macau, na China, que \u00e0 \u00e9poca era col\u00f4nia portuguesa. \u00c9 da\u00ed que vem o nome de um ponto tur\u00edstico atual da Floresta da Tijuca, a Vista Chinesa. As planta\u00e7\u00f5es, no entanto, n\u00e3o vingaram.<\/p>\n\n\n\n

Como o desmatamento afetou o abastecimento<\/h2>\n\n\n\n

Historiadores e ge\u00f3grafos dizem que o Rio de Janeiro tem problemas de abastecimento de \u00e1gua desde sua funda\u00e7\u00e3o, em 1565, no alto de um morro, perto de onde hoje fica o bairro da Urca. Segundo informa\u00e7\u00f5es da Companhia Estadual de \u00c1guas e Esgotos (Cedae), a principal fonte \u00e0 \u00e9poca era uma lagoa, que era chamada de “lagoa de \u00e1gua ruim”. O primeiro aqueduto s\u00f3 foi conclu\u00eddo em 1723. Nireu Cavalcanti diz que j\u00e1 havia desde o s\u00e9culo 17 legisla\u00e7\u00e3o para proteger as nascentes, mostrando que o assunto j\u00e1 era uma preocupa\u00e7\u00e3o antes mesmo do aumento de planta\u00e7\u00e3o de caf\u00e9.<\/p>\n\n\n\n

“A cidade sempre sofreu com estiagens e tinha poucas alternativas de fontes de \u00e1gua”, diz o ge\u00f3grafo Rog\u00e9rio de Oliveira. “As planta\u00e7\u00f5es de caf\u00e9 do s\u00e9culo 19 foram instaladas nas partes altas, mais frescas, onde as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas eram melhores para o seu plantio, e essas s\u00e3o justamente as \u00e1reas de nascente dos rios”, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

\"Gravura
Gravura de Jonathan Needham mostra o Aqueduto da Carioca, mais tarde conhecido como Arcos da Lapa. A constru\u00e7\u00e3o, do s\u00e9culo 18, trazia a \u00e1gua das nascentes do rio da Carioca, ao longo das encostas da serra de Santa Teresa, at\u00e9 o Largo da Carioca<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O professor explica como o desmatamento afeta o volume de \u00e1guas nos rios. A floresta, diz, \u00e9 um ambiente de infiltra\u00e7\u00e3o. Com a floresta funcionando normalmente, a \u00e1gua da chuva vai batendo nas copas das \u00e1rvores, dissipando energia, por isso, quando chega no solo, chega com menos for\u00e7a. N\u00e3o encontra a terra, mas a serrapilheira (camada de folhas), que \u00e9 uma esp\u00e9cie de esponja, que acumula tr\u00eas vezes seu peso em \u00e1gua. Sem a mata, a \u00e1gua cai com muito for\u00e7a e desce morro abaixo, sem infiltrar a terra, o que seca as nascentes.<\/p>\n\n\n\n

“O caf\u00e9 tinha outro problema, ligado ao fato de que ele era plantado em linhas morro abaixo. Isso fazia com que se abrissem pequenos canais, onde a \u00e1gua corria direto.”<\/p>\n\n\n\n

Isso se somou ao aumento populacional na cidade, que fez crescer a demanda por \u00e1gua, e o hist\u00f3rico problema de falta de infraestrutura de abastecimento.<\/p>\n\n\n\n

Como o desabastecimento afetava a popula\u00e7\u00e3o<\/h2>\n\n\n\n

Em anos de menos chuva, o problema do desabastecimento se agravava. Historiadores citam alguns anos como especialmente cr\u00edticos: 1824, 1829, 1833, 1834, 1844 e 1856.<\/p>\n\n\n\n

“Era o que voc\u00ea imagina \u2013 mau cheiro, doen\u00e7as”, diz Menezes da Cunha.<\/p>\n\n\n\n

Claudia Heynemann, pesquisadora do Arquivo Nacional e autora de Floresta da Tijuca: natureza e civiliza\u00e7\u00e3o<\/em>, publicado em 1994, diz que “o Rio de Janeiro era uma cidade assolada \u2013 por seca, pela dificuldade de canaliza\u00e7\u00e3o da \u00e1gua, por doen\u00e7as e epidemias, muito calor. Os relatos dos estrangeiros davam conta disso, mas havia tamb\u00e9m um tom de preconceito da parte deles”, diz ela.<\/p>\n\n\n\n

\"Desenho
Desenho mostra escravo carregando \u00e1gua em 1825<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O historiador Nireu Cavalcanti conta que a coroa teve que colocar policiais para proteger os chafarizes. “Foram estabelecidas cotas e quem tinha fonte de \u00e1gua dentro de sua propriedade foi convocado a liberar o acesso para que a popula\u00e7\u00e3o pudesse usufruir tamb\u00e9m”, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

Cavalcanti lembra que nessa \u00e9poca se fortaleceu a profiss\u00e3o de aguadeiros, vendedores de \u00e1gua, mas os pre\u00e7os cobrados eram altos.<\/p>\n\n\n\n

“A solu\u00e7\u00e3o cl\u00e1ssica \u00e9 buscar \u00e1gua mais longe. Quem tinha escravo, mandava buscar. Houve at\u00e9 casos de pessoas pegando caravelas e viajando para buscar \u00e1gua em outros lugares porque os mananciais secaram”, conta o ge\u00f3grafo Rog\u00e9rio de Oliveira.<\/p>\n\n\n\n

Reflorestamento e solu\u00e7\u00f5es para o abastecimento<\/h2>\n\n\n\n

Com o agravamento do problema, dizem os pesquisadores, o desmatamento come\u00e7ou a ser apontado como causa.<\/p>\n\n\n\n

“A Tijuca, cujos mananciais vinham cada vez mais sendo aproveitados para abastecimento da cidade, fez com que em 1857 a aten\u00e7\u00e3o do governo se voltasse para as suas florestas”, contou o escritor Gast\u00e3o Cruls no livro Apar\u00eancia do Rio de Janeiro<\/em>, publicado em 1949.<\/p>\n\n\n\n

“As fazendas a\u00ed abertas uns trinta anos antes e queimadas subsequentes tinham-lhe quase completamente acabado com a pujante vegeta\u00e7\u00e3o. Urgia reflorest\u00e1-la”, escreve Cruls.<\/p>\n\n\n\n

Claudia Heynemann lembra que havia uma tradi\u00e7\u00e3o intelectual na Europa e nos Estados Unidos que tamb\u00e9m ressoava aqui e que preparou o terreno para a aceita\u00e7\u00e3o da ideia de reflorestamento.<\/p>\n\n\n\n

“Jos\u00e9 Bonif\u00e1cio (naturalista e estadista brasileiro) j\u00e1 falava disso no s\u00e9culo 18. E havia tamb\u00e9m uma cr\u00edtica a um tipo de agricultura, que era o modelo agr\u00e1rio exportador, que era a cultura do pr\u00f3prio caf\u00e9, \u00e0 explora\u00e7\u00e3o do trabalho escravo, como um tipo de agricultura atrasado. Os pr\u00f3prios ministros de Dom Pedro 2\u00ba diziam isso”, diz ela.<\/p>\n\n\n\n

“Isso aconteceu numa \u00e9poca em que come\u00e7ava a surgir uma consci\u00eancia ambiental. No mundo ocidental, estavam discutindo os efeitos negativos da Revolu\u00e7\u00e3o Industrial, e nessa esteira foram criados diversos parques nacionais nos Estados Unidos”, diz Menezes da Cunha.<\/p>\n\n\n\n

Heynemann cita como exemplos do desenvolvimento dessa ideia de preserva\u00e7\u00e3o a cria\u00e7\u00e3o do Imperial Instituto Fluminense de Agricultura, que administrou o Jardim Bot\u00e2nico, a as aulas de Engenharia Florestal que passaram a ser lecionadas na Escola Polit\u00e9cnica.<\/p>\n\n\n\n

“Apesar de ser algo extraordin\u00e1rio (o reflorestamento), n\u00e3o era excepcional que se preocupasse com isso”, diz a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

\"Fonte
Fonte em homenagem a Dom Pedro 2\u00ba<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O processo come\u00e7ou em 1861, quando o Visconde do Bom Retiro deu ao Major Manoel Gomes Archer a miss\u00e3o de replantar as \u00e1rvores da floresta.<\/p>\n\n\n\n

A coroa ent\u00e3o desapropriou as terras e pagou indeniza\u00e7\u00f5es aos fazendeiros. Segundo Cavalcanti, eles n\u00e3o tiveram muito espa\u00e7o para manobra \u2013 o m\u00e1ximo que podiam fazer era contestar o valor que receberiam.<\/p>\n\n\n\n

A Floresta da Tijuca foi ent\u00e3o fundada, e o processo de reflorestamento durou d\u00e9cadas. Enquanto isso, foram sendo criadas solu\u00e7\u00f5es de curto prazo, por exemplo, a constru\u00e7\u00e3o de caixas d’\u00e1gua na mata da G\u00e1vea Pequena.<\/p>\n\n\n\n

“A essa altura”, diz o livro de Menezes da Cunha e colegas, “j\u00e1 se tinha como ponto pac\u00edfico, contudo, que as \u00e1guas da Tijuca n\u00e3o seriam suficientes para o abastecimento do Rio de Janeiro. Nesse sentido, ainda no fim do s\u00e9culo XIX e primeira metade do s\u00e9culo XX, grandes projetos de capta\u00e7\u00e3o na Pedra Branca e de transposi\u00e7\u00e3o do Tingu\u00e1 e do Guandu reduziram significativamente a depend\u00eancia da Cidade com rela\u00e7\u00e3o aos mananciais da Tijuca.”<\/p>\n\n\n\n

“Mas n\u00e3o foi antes dos anos 1940 do s\u00e9culo 20 que a cidade melhorou mesmo sua situa\u00e7\u00e3o de abastecimento, com o in\u00edcio da capta\u00e7\u00e3o do rio Guandu”, diz o ge\u00f3grafo Rog\u00e9rio de Oliveiro.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A densa floresta que hoje serve de moldura para as paisagens paradis\u00edacas do Rio de Janeiro j\u00e1 foi quase careca em algumas partes. No s\u00e9culo 19, suas \u00e1rvores foram derrubadas para dar lugar principalmente a planta\u00e7\u00f5es de caf\u00e9, produto cada vez mais lucrativo naquela \u00e9poca. At\u00e9 hoje quem caminha pela Floresta da Tijuca e Paineiras esbarra em ru\u00ednas de constru\u00e7\u00f5es desse per\u00edodo. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153718,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[417,1617,157,572,2968,26],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153717"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153717"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153717\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153719,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153717\/revisions\/153719"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153718"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153717"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153717"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153717"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}