{"id":153841,"date":"2019-09-10T03:13:45","date_gmt":"2019-09-10T06:13:45","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153841"},"modified":"2019-09-09T22:18:43","modified_gmt":"2019-09-10T01:18:43","slug":"os-indigenas-premiados-na-onu-por-produtos-que-geram-renda-e-mantem-floresta-em-pe","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/10\/153841-os-indigenas-premiados-na-onu-por-produtos-que-geram-renda-e-mantem-floresta-em-pe.html","title":{"rendered":"Os ind\u00edgenas premiados na ONU por produtos que geram renda e mant\u00eam floresta em p\u00e9"},"content":{"rendered":"\n
\"\u00c3\u00b3leo

Miniusina dentro de aldeia da Terra Ind\u00edgena Wawi transforma a polpa do pequi em \u00f3leo; 2018 teve produ\u00e7\u00e3o recorde e exporta\u00e7\u00f5es para os Estados Unidos
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Um dos l\u00edderes da Terra Ind\u00edgena Wawi, em Mato Grosso, Winti Kis\u00eadj\u00ea relata \u00e0 BBC News Brasil uma conversa recente entre um fazendeiro e um cacique de seu povo.<\/p>\n\n\n\n

Grande produtor de soja da regi\u00e3o de Quer\u00eancia (MT), o fazendeiro ofereceu \u00e0 comunidade cursos para que ind\u00edgenas pudessem trabalhar como operadores de m\u00e1quinas agr\u00edcolas em sua propriedade. “O cacique respondeu que o fazendeiro n\u00e3o precisava mais nos procurar, porque a gente j\u00e1 tem o nosso trabalho”, conta o ind\u00edgena.<\/p>\n\n\n\n

Winti se referia \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de pequi, fruto t\u00edpico do Cerrado com m\u00faltiplas aplica\u00e7\u00f5es culin\u00e1rias, cosm\u00e9ticas e medicinais. O projeto dos kis\u00eadj\u00ea foi agraciado neste ano com o Pr\u00eamio Equatorial, com que o Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) reconheceu 22 solu\u00e7\u00f5es de desenvolvimento sustent\u00e1vel promovidas por comunidades locais e ind\u00edgenas. Membros do grupo viajar\u00e3o a Nova York neste m\u00eas para receber o pr\u00eamio, durante a Assembleia Geral da ONU.<\/p>\n\n\n\n

A atividade – uma das duas iniciativas brasileiras premiadas entre 847 candidaturas de 127 pa\u00edses – se soma a uma crescente lista de empreendimentos reconhecidos internacionalmente com que ind\u00edgenas brasileiros t\u00eam conciliado gera\u00e7\u00e3o de renda e preserva\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n\n\n\n

No caso do \u00f3leo de pequi, a coisa vai al\u00e9m, pois os frutos s\u00e3o colhidos em terras que estavam degradadas ap\u00f3s terem sido ocupadas por pecuaristas no passado. Depois de retomarem o territ\u00f3rio, nos anos 1990, os kis\u00eadj\u00ea espalharam pequizeiros pelas pastagens – que, aos poucos, v\u00e3o recuperando sua fei\u00e7\u00e3o original de floresta de transi\u00e7\u00e3o entre o Cerrado e a Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

\"Winti

Winti Kis\u00eadj\u00ea (\u00e0 dir.) e Tawaiku Yudj\u00e1 em encontro de povos da floresta xinguanos na Terra Ind\u00edgena Menkragnoti, no sul do Par\u00e1
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A lista de casos de sucesso inclui a produ\u00e7\u00e3o de mel e de \u00f3leo de baba\u00e7u por ind\u00edgenas da bacia do Xingu e a instala\u00e7\u00e3o de miniusinas para beneficiar produtos de ribeirinhos na regi\u00e3o da Terra do Meio, no Par\u00e1. Entre os clientes dos grupos est\u00e3o marcas como P\u00e3o de A\u00e7\u00facar, Mercur e Wickbold, al\u00e9m de chefs como Alex Atala e Bela Gil.<\/p>\n\n\n\n

As iniciativas se destacam num momento em que o governo Jair Bolsonaro defende abrir terras ind\u00edgenas para a minera\u00e7\u00e3o e a agropecu\u00e1ria, argumentando que as atividades ajudariam melhorar as condi\u00e7\u00f5es de vida dos grupos. O presidente costuma dizer que o “\u00edndio n\u00e3o pode continuar sendo pobre em cima de terra rica” – afirma\u00e7\u00e3o duramente criticada por ind\u00edgenas presentes no 4\u00ba encontro da Rede Xingu+, confer\u00eancia de povos da floresta acompanhada pela BBC entre 21 e 23 de agosto (leia mais abaixo).<\/p>\n\n\n\n

14 etnias unidas no Xingu<\/h2>\n\n\n\n

Grupos ind\u00edgenas brasileiros mant\u00eam graus variados de trocas econ\u00f4micas com a sociedade envolvente. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que as trocas s\u00e3o m\u00ednimas – caso de alguns povos isolados na Amaz\u00f4nia – at\u00e9 grupos com rela\u00e7\u00f5es comerciais antigas e consolidadas. Em v\u00e1rios pontos do Brasil, comunidades ind\u00edgenas ajudam a abastecer mercados locais com frutas, peixes e legumes. Na regi\u00e3o do Alto Rio Negro (AM), por exemplo, boa parte da farinha de mandioca \u00e0 venda em cidades \u00e9 fabricada por comunidades ind\u00edgenas.<\/p>\n\n\n\n

A novidade \u00e9 o surgimento de iniciativas que buscam agregar mais valor aos produtos, focando, em muitos casos, p\u00fablicos de grandes cidades do Brasil e do exterior – como o \u00f3leo de pequi dos kis\u00eadj\u00ea.<\/p>\n\n\n\n

A experi\u00eancia do grupo com o item foi apresentada no encontro, ocorrido na Terra Ind\u00edgena Menkragnoti, no Par\u00e1. A reuni\u00e3o agregou l\u00edderes de 14 etnias ind\u00edgenas e de quatro reservas extrativistas da bacia do Xingu para debater o cen\u00e1rio pol\u00edtico brasileiro e alternativas econ\u00f4micas a atividades que destroem a floresta.<\/p>\n\n\n\n

Ao anunciar os vencedores do Pr\u00eamio Equatorial, o Pnud disse que os kis\u00eadj\u00ea transformaram “o status quo, recuperando suas terras tradicionais e desenvolvendo um modelo empresarial inovador que usa \u00e1rvores de pequi nativo para restaurar paisagens, fomentar a seguran\u00e7a alimentar e desenvolver produtos para mercados locais e nacionais”.<\/p>\n\n\n\n

A outra entidade brasileira premiada foi o Conselho Ind\u00edgena de Roraima (CIR). Segundo o Pnud, o grupo “garantiu os direitos de 55 mil ind\u00edgenas sobre 1,7 milh\u00e3o de hectares de terras ao promover a resili\u00eancia ecol\u00f3gica e social por meio da conserva\u00e7\u00e3o de variedades de esp\u00e9cies tradicionais”.<\/p>\n\n\n\n

\"Pequi\"\/
Pequizeiros cultivados na Terra Ind\u00edgena Wawi (MT) em \u00e1rea que havia sido degradada por pecu\u00e1ria no passado<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Produ\u00e7\u00e3o recorde<\/h2>\n\n\n\n

O pequi dos kis\u00eadj\u00ea \u00e9 colhido e processado em uma miniusina, instalada em 2011 na aldeia Ng\u00f4jhw\u00ear\u00ea. O projeto foi desenvolvido com o apoio do Instituto Socioambiental (ISA), do Instituto Bacuri e do Grupo Rezek.<\/p>\n\n\n\n

Em 2018, a produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo chegou a 315 litros – um recorde. Parte foi exportada para os EUA, e o resto foi comercializado em supermercados da rede P\u00e3o de A\u00e7\u00facar e no Mercado de Pinheiros, em S\u00e3o Paulo.<\/p>\n\n\n\n

Ao apresentar o caso no encontro da Rede Xingu +, Winti Kis\u00eadj\u00ea comparou a produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de pequi a pr\u00e1ticas do agroneg\u00f3cio.<\/p>\n\n\n\n

Em algumas terras ind\u00edgenas brasileiras, comunidades t\u00eam arrendado \u00e1reas para o plantio de gr\u00e3os em troca de um percentual da produ\u00e7\u00e3o. A atividade \u00e9 hoje proibida, embora o governo Jair Bolsonaro e congressistas da bancada ruralista tentem mudar a legisla\u00e7\u00e3o para permiti-la.<\/p>\n\n\n\n

Para Winti, por\u00e9m, o agroneg\u00f3cio \u00e9 incompat\u00edvel com os modos de vida das comunidades. “N\u00e3o podemos pensar s\u00f3 em economia, temos que pensar na sobreviv\u00eancia de nossa cultura”, ele afirmou.<\/p>\n\n\n\n

Winti lembrou que o plantio de gr\u00e3os no Brasil envolve o uso intensivo de agrot\u00f3xicos, que podem contaminar rios e animais. Por isso, diz ele, ind\u00edgenas que optem por aderir \u00e0 atividade talvez tenham de abrir m\u00e3o de pr\u00e1ticas milenares como a ca\u00e7a e a pesca para n\u00e3o correr o risco de se contaminar.<\/p>\n\n\n\n

\"encontro
Confer\u00eancia que reuniu 14 etnias ind\u00edgenas e quatro comunidades ribeirinhas na Terra Ind\u00edgena Menkragnoti (PA)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Mel de \u00edndios do Xingu<\/h2>\n\n\n\n

N\u00e3o foi a primeira vez que ind\u00edgenas brasileiros receberam reconhecimento internacional por algumas de suas atividades econ\u00f4micas.<\/p>\n\n\n\n

Em 2017, grupos do Territ\u00f3rio Ind\u00edgena do Xingu (MT) ganharam o Pr\u00eamio Equatorial do Pnud por seu trabalho na autocertifica\u00e7\u00e3o de mel org\u00e2nico. O projeto envolve cem apicultores de 39 aldeias dos povos kawaiwete, yudja, kis\u00eadj\u00ea e ikpeng.<\/p>\n\n\n\n

Em 2018, a FAO (ag\u00eancia da ONU para agricultura e seguran\u00e7a alimentar) deu uma men\u00e7\u00e3o honrosa no pr\u00eamio “Saberes e Sabores” \u00e0s mulheres do povo Xikrin da aldeia Pot-Kr\u00f4, da Terra Ind\u00edgena Trincheira Bacaj\u00e1 (PA), pela produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo de baba\u00e7u.<\/p>\n\n\n\n

O \u00f3leo, tradicionalmente usado como cosm\u00e9tico nas aldeias, \u00e9 hoje processado em uma miniusina e comercializado tamb\u00e9m fora do territ\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

Outros itens produzidos por ind\u00edgenas que t\u00eam atra\u00eddo a aten\u00e7\u00e3o de grandes marcas no Brasil e no exterior s\u00e3o a pimenta produzida pelo povo baniwa, no Amazonas, e os cogumelos do povo yanomami da regi\u00e3o de Awaris, em Roraima. Os chefs Alex Atala e Bela Gil j\u00e1 usaram os produtos em receitas.<\/p>\n\n\n\n

Rede de cantinas<\/h2>\n\n\n\n

Na Terra do Meio, regi\u00e3o formada por reservas extrativistas e terras ind\u00edgenas no m\u00e9dio Xingu, no Par\u00e1, comunidades locais encontraram uma solu\u00e7\u00e3o para a falta de capital de giro, problema que inviabilizava atividades econ\u00f4micas mais vultosas.<\/p>\n\n\n\n

Os grupos formaram coletivos batizados de cantinas para processar e vender produtos da floresta extra\u00eddos sem desmatamento.<\/p>\n\n\n\n

Hoje h\u00e1 27 cantinas na regi\u00e3o, que contam com oito miniusinas e produzem itens como farinha de baba\u00e7u, \u00f3leo de copa\u00edba e castanha-do-par\u00e1. A clientela da rede conta com multinacionais como Mercur, Firmenich e Wickbold, al\u00e9m de prefeituras da regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Entre 2009 e 2018, as cantinas comercializaram produtos no valor de R$ 3,75 milh\u00f5es, dos quais R$ 2,08 milh\u00f5es em 2018. O capital de giro dos coletivos \u00e9 de cerca de R$ 500 mil.<\/p>\n\n\n\n

Integrante da rede e moradora da Reserva Extrativista do Rio Iriri, a ribeirinha Liliane Ferreira, de 26 anos, criticou Bolsonaro por ele afirmar que povos amaz\u00f4nicos seriam pobres.<\/p>\n\n\n\n

“Ele (Bolsonaro) diz que somos pobres porque n\u00e3o conhece a nossa realidade. A gente luta, temos dificuldades e pedras no caminho que temos de empurrar, mas temos nossos produtos da floresta. N\u00e3o precisamos derrubar \u00e1rvores para ter nosso sustento”, afirmou Ferreira.<\/p>\n\n\n\n

\"aldeia\"\/
Casa dos homens da aldeia Kubenkokre, na Terra Ind\u00edgena Menkragnoti, onde povos ind\u00edgenas e ribeirinhos se reuniram para discutir pol\u00edtica e alternativas a atividades destrutivas<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Encurtamento de dist\u00e2ncias<\/h2>\n\n\n\n

Para Pablo Molloy, engenheiro agr\u00f4nomo formado pela USP que assessora associa\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas em seus neg\u00f3cios, os principais desafios enfrentados pelas comunidades para que iniciativas econ\u00f4micas sustent\u00e1veis deslanchem s\u00e3o dist\u00e2ncias de tr\u00eas ordens.<\/p>\n\n\n\n

A primeira \u00e9 a dist\u00e2ncia geogr\u00e1fica entre v\u00e1rios dos territ\u00f3rios desses grupos e os locais onde os bens s\u00e3o comercializados, o que dificulta sua chegada aos mercados e encarece os produtos.<\/p>\n\n\n\n

A segunda \u00e9 a dist\u00e2ncia t\u00e9cnica – os cuidados necess\u00e1rios para que os produtos mantenham sua qualidade at\u00e9 os pontos de venda, fatores que exigem capacita\u00e7\u00e3o profissional e o uso de boas pr\u00e1ticas do mercado.<\/p>\n\n\n\n

A terceira \u00e9 a dist\u00e2ncia de comunica\u00e7\u00e3o – a import\u00e2ncia de saber contar a hist\u00f3ria desses produtos por meio de seus r\u00f3tulos, tornando-os atraentes para consumidores que podem estar a milhares de quil\u00f4metros de seu local de origem.<\/p>\n\n\n\n

Ele diz que os produtos premiados conseguiram encurtar essas tr\u00eas dist\u00e2ncias. Nesse processo, segundo ele, foi fundamental o fortalecimento das associa\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas que encabe\u00e7am as iniciativas. “Elas t\u00eam CNPJ e s\u00e3o capazes de conversar com compradores nas grandes cidades ou no exterior”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

\"Xingu\"\/
Imagem de sat\u00e9lite mostra avan\u00e7o de fazendas de gado e soja nos limites de \u00e1reas protegidas da bacia do Xingu, em Mato Grosso<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Soja x produtos da floresta<\/h2>\n\n\n\n

Molloy afirma que dificilmente uma atividade econ\u00f4mica de baixo impacto ambiental conduzida por ind\u00edgenas ou ribeirinhos poder\u00e1 competir, em termos de lucro, com atividades mais destrutivas que t\u00eam seduzido v\u00e1rias comunidades, como o garimpo, a extra\u00e7\u00e3o de madeira ou o cultivo de gr\u00e3os em larga escala.<\/p>\n\n\n\n

“Pode ser que o \u00f3leo de pequi saia perdendo em rela\u00e7\u00e3o a uma mala de dinheiro dada por um garimpeiro ou a um contrato de arrendamento de terras”, afirma Molloy. “Por outro lado, quando se colocam os dois neg\u00f3cios em perspectiva temporal, passamos a conversar sobre autonomia e liberdade.”<\/p>\n\n\n\n

Segundo Molloy, uma comunidade ind\u00edgena que passe a produzir soja “ser\u00e1 um elo fr\u00e1gil em uma cadeia muito maior, onde sua palavra, sua autonomia e sua liberdade est\u00e3o encurtadas”.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 iniciativas sustent\u00e1veis que valorizem produtos locais permitiriam ao grupo “ser ator da constru\u00e7\u00e3o daquele produto, definir seu pre\u00e7os, associar-se a ele para transform\u00e1-lo em dinheiro”.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, ele diz que atividades destrutivas podem se mostrar menos vantajosas ainda que resultem em lucros maiores, caso se considerem todos os seus impactos para a comunidade. Por exemplo, um grupo ind\u00edgena que deixe de pescar e se banhar num rio contaminado por garimpo ter\u00e1 de gastar mais com comida adquirida na cidade e com outras formas de lazer. “Eles ter\u00e3o de gastar muito mais dinheiro do que gastariam caso suas tradi\u00e7\u00f5es tivessem sido levadas em considera\u00e7\u00e3o”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Mercados locais<\/h2>\n\n\n\n

Apesar dos avan\u00e7os de v\u00e1rias comunidades em seus empreendimentos sustent\u00e1veis, Molloy diz que ainda h\u00e1 espa\u00e7o para melhorias nesses casos – especialmente na comunica\u00e7\u00e3o com moradores de regi\u00f5es vizinhas.<\/p>\n\n\n\n

Um relato presenciado pela BBC no encontro da Rede Xingu+ ilustra esse ponto. Representantes do Territ\u00f3rio Ind\u00edgena do Xingu disseram ter dificuldade para vender seu mel em mercados de munic\u00edpios vizinhos, onde moradores teriam receio quanto \u00e0 qualidade de produtos fabricados por ind\u00edgenas – embora o item esteja nas prateleiras de uma das principais redes de supermercados do pa\u00eds, o P\u00e3o de A\u00e7\u00facar.<\/p>\n\n\n\n

“Seria interessante que os mercados locais tamb\u00e9m pudessem ter contato com os produtos da floresta, o que passa pela desconstru\u00e7\u00e3o de preconceitos”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Um dos l\u00edderes da Terra Ind\u00edgena Wawi, em Mato Grosso, Winti Kis\u00eadj\u00ea relata \u00e0 BBC News Brasil uma conversa recente entre um fazendeiro e um cacique de seu povo. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":153842,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[54,157,730,60],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153841"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=153841"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153841\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":153843,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/153841\/revisions\/153843"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/153842"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=153841"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=153841"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=153841"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}