{"id":153998,"date":"2019-09-16T14:00:06","date_gmt":"2019-09-16T17:00:06","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=153998"},"modified":"2019-09-15T20:35:30","modified_gmt":"2019-09-15T23:35:30","slug":"ratos-treinados-para-brincar-de-esconde-esconde-parecem-se-divertir","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/16\/153998-ratos-treinados-para-brincar-de-esconde-esconde-parecem-se-divertir.html","title":{"rendered":"Ratos treinados para brincar de esconde-esconde parecem se divertir"},"content":{"rendered":"\n
\"\"\/<\/figure>\n\n\n\n

Uma nova pesquisa sugere que ratos conseguem aprender a brincar de esconde-esconde e que eles se divertem fazendo isso. A pesquisa foi publicada nesta semana na revista Science,<\/em> e descreve como neurocientistas de Berlim ensinaram ratos de laborat\u00f3rio brincar.<\/p>\n\n\n\n

Uma das melhores partes da pesquisa foi ver que ratos conseguem se adaptar aos dois pap\u00e9is da brincadeira: se escondendo e procurando. Dos seis ratos participantes, cinco foram treinados para fazer as duas coisas, enquanto um deles aprendeu apenas a procurar, porque ele foi o primeiro a ser treinado e a segunda habilidade foi inclu\u00edda no experimento mais tarde.<\/p>\n\n\n\n

O primeiro rato tamb\u00e9m n\u00e3o recebeu um implante cerebral que os outros receberam. Este implante serve para que os pesquisadores acompanhem quais partes do c\u00e9rebro dos ratos est\u00e3o sendo utilizadas com maior \u00eanfase durante a atividade.<\/p>\n\n\n\n

Ensinar ratos a brincar pode parecer uma perda de tempo, mas o trabalho trouxe informa\u00e7\u00f5es importantes sobre as capacidades cognitivas de roedores e talvez at\u00e9 de pequenos mam\u00edferos em geral.<\/p>\n\n\n\n

O treinamento<\/h2>\n\n\n\n

No experimento, os ratos n\u00e3o foram recompensados com alimento ou \u00e1gua, e sim com aten\u00e7\u00e3o dos treinadores. Quando eles cumpriam o desafio, recebiam afagos e os treinadores faziam movimentos com as m\u00e3os imitando saltos de ratos. O curioso foi que os ratos pareciam estar se divertindo tanto na brincadeira que eles at\u00e9 adiavam o fim dela, se escondendo v\u00e1rias vezes em seguida e adiando a recompensa.<\/p>\n\n\n\n

O treinamento teve in\u00edcio quando os animais tinham apenas tr\u00eas semanas de vida, sendo que no come\u00e7o os cientistas apenas ficavam pr\u00f3ximos deles para que eles se acostumassem com a presen\u00e7a dos humanos e ficassem bem \u00e0 vontade. O treinamento mais puxado aconteceu entre a 5a<\/sup> e 23a<\/sup> semanas de vida.<\/p>\n\n\n\n

A atividade acontecia em uma sala bem iluminada, com v\u00e1rios papel\u00f5es grandes que permitiam aos pesquisadores se esconderem atr\u00e1s, e tamb\u00e9m v\u00e1rias caixas de pl\u00e1stico pequenas para os ratos se esconderem. Havia caixas pretas e transparentes, para que os cientistas pudessem observar qual era preferida pelos ratos que se escondiam.<\/p>\n\n\n\n

Para que os pesquisadores conseguissem se esconder sem serem imediatamente seguidos ou vistos pelos ratos, os animais eram presos em uma caixa escura, que era aberta com ajuda de um controle remoto acionado pelo pesquisador.<\/p>\n\n\n\n

Ensinar os ratos a se esconderem e a procurarem um humano n\u00e3o foi muito f\u00e1cil. No in\u00edcio, os pesquisadores apenas passaram bastante tempo com eles e brincaram da mesma forma que fariam com um animal de estima\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ensinando a procurar<\/h2>\n\n\n\n
\"\"
Rato preto e branco procura pela pesquisadora escondida atr\u00e1s da caixa<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201cDepois que eles se familiarizaram conosco, eles come\u00e7aram a querer interagir conosco. Usamos isso para ensin\u00e1-los o papel de quem procura. Primeiro, nos \u201cescondemos\u201d em plena vista, e quando os animais se aproximavam, recebiam a recompensa com uma intera\u00e7\u00e3o brincando. Voc\u00ea pode fazer c\u00f3cegas neles, persegui-los de brincadeira com a m\u00e3o e ele tamb\u00e9m persegue a sua m\u00e3o\u201d, explicou o pesquisador Konstantin Hartmann.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores passaram ent\u00e3o a se esconder atr\u00e1s das caixas de papel\u00e3o, e quando o rato os encontravam, a pessoa iniciava a intera\u00e7\u00e3o divertida.<\/p>\n\n\n\n

Ensinando a se esconder<\/h2>\n\n\n\n

Ensinar os ratos a se esconderem foi mais dif\u00edcil. \u201cCome\u00e7amos colocando o animal em uma caixa e sentando ao lado dele. Assim que o animal pulava para fora, n\u00f3s brinc\u00e1vamos com ele. Depos s\u00f3 brinc\u00e1vamos quando ele se distanciava de n\u00f3s e da caixa. Continuamente, apenas brincamos com o animal quando ele se aproximava de um esconderijo apropriado. O \u00faltimo passo era que o animal tinha que se esconder apropriadamente antes de n\u00f3s brincarmos com ele\u201d, descreveu ele.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 interessante notar que no in\u00edcio das intera\u00e7\u00f5es, quando os ratos eram mais jovens, eles tentaram encerrar o jogo o mais r\u00e1pido poss\u00edvel para receber carinho. Conforme eles ficavam mais velhos, eles alongavam o jogo o m\u00e1ximo poss\u00edvel, demonstrando gostar mais da brincadeira em si do que da recompensa.<\/p>\n\n\n\n

Eles se tornaram cada vez mais estrat\u00e9gicos, preferindo se esconder nas caixas escuras do que nas transparentes. Eles tamb\u00e9m andavam de forma silenciosa na hora de trocar de esconderijo.<\/p>\n\n\n\n

Duas hip\u00f3teses<\/h2>\n\n\n\n

No estudo, os pesquisadores trabalharam com duas hip\u00f3teses. A primeira foi chamada de \u201cmoldado para brincar\u201d, e a segunda foi chamada de \u201cbrincadeira pela brincadeira\u201d. Na primeira, os ratos brincariam porque foram condicionados com a recompensar, da forma cl\u00e1ssica em que os outros experimentos com ratos s\u00e3o conduzidos. Na segunda, os ratos brincariam pelo simples prazer de brincar, n\u00e3o tanto pela recompensa.<\/p>\n\n\n\n

A conclus\u00e3o deles \u00e9 que os ratos brincaram pelo prazer de brincar, ou seja, a \u201cbrincadeira pela brincadeira\u201d.<\/p>\n\n\n\n

\u201cPrimeiro, parecia que os animais estavam se divertindo. Comportamentos que mostram empolga\u00e7\u00e3o incluem: locomo\u00e7\u00e3o r\u00e1pida e direta, procura fren\u00e9tica, provocar o experimentador, e execu\u00e7\u00e3o de saltos de alegria. Os ratos eram bastante vocais e interessados em se envolver no jogo, mas pareciam cansados ao final da sess\u00e3o de 20 tentativas. Al\u00e9m disso, os aspectos motivacionais se diferenciam do condicionamento atrav\u00e9s de comida\u201d, escreveram eles.<\/p>\n\n\n\n

Segundo os pesquisadores, quando ratos s\u00e3o condicionados com alimento, eles realizam a mesma tarefa incansavelmente, chegando a centenas de repeti\u00e7\u00f5es. O comportamento dos ratos tamb\u00e9m parecia ter prop\u00f3sito. Eles preferiam se esconder em caixas escuras ao inv\u00e9s das transparentes, como se eles preferissem se esconder a serem encontrados logo para receber a recompensa.<\/p>\n\n\n\n

Em termos de resultados cient\u00edficos, o experimento permitiu que a equipe estudasse o comportamento de brincadeira dos ratos. Isso nos traz informa\u00e7\u00f5es novas sobre o funcionamento do c\u00e9rebro deles e como eles processam regras e pap\u00e9is de jogos.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

\nhttps:\/\/youtu.be\/VCc_eK1F3pg\n<\/div><\/figure>\n\n\n\n

Fonte: Hypescience <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"