{"id":154112,"date":"2019-09-20T14:00:53","date_gmt":"2019-09-20T17:00:53","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154112"},"modified":"2019-09-19T22:24:47","modified_gmt":"2019-09-20T01:24:47","slug":"as-faces-da-greve-global-pelo-clima","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/20\/154112-as-faces-da-greve-global-pelo-clima.html","title":{"rendered":"As faces da Greve Global pelo Clima"},"content":{"rendered":"\n
\"Bildkombo,

DW quer saber o que leva pessoas de todo o mundo a ir \u00e0s ruas protestar pelo clima
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Nesta sexta-feira (20\/09), milh\u00f5es v\u00e3o \u00e0s ruas em todo o mundo, como parte da mobiliza\u00e7\u00e3o que ganhou a alcunha de Greve Global pelo Clima, um protesto de uma semana iniciado pelo movimento Greve pelo Futuro (nome internacional: Fridays for Future). Os organizadores exigem o fim dos combust\u00edveis f\u00f3sseis e que os governos implementem o Acordo Clim\u00e1tico de Paris.<\/p>\n\n\n\n

Por mais diversos que os impactos da crise clim\u00e1tica possam ser para cada regi\u00e3o, manifestantes de todo o mundo est\u00e3o se unindo para exigir medidas mais r\u00e1pidas e dr\u00e1sticas de seus governos.<\/p>\n\n\n\n

A DW conversou com v\u00e1rios participantes, do M\u00e9xico \u00e0s Filipinas, sobre o que os motivou a se unir aos protestos em massa.<\/p>\n\n\n\n

A gerente de produ\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“Vivenciamos o cen\u00e1rio ‘dia zero’, quando as torneiras estar\u00e3o fechadas.” (Chantal Dette, 20 anos \u2013 Cidade do Cabo, \u00c1frica do Sul)<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"Chantal<\/a><\/figure>\n\n\n\n


“O que mais me motiva \u00e9 que, h\u00e1 cerca de um ano, meu pa\u00eds sofreu escassez de \u00e1gua e estiagem. Vivenciamos o cen\u00e1rio ‘dia zero’, quando as torneiras estar\u00e3o fechadas. Moradores de Cape Flats [\u00e1rea na Cidade do Cabo] estavam realmente sofrendo com a situa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Sou uma pessoa de cor e vivo numa comunidade realmente acostumada \u00e0 viol\u00eancia e ao crime. Se esse ‘dia zero’ chegar, as pessoas das \u00e1reas mais privilegiadas poder\u00e3o instalar po\u00e7os em suas propriedades \u2013 o que \u00e9 muito caro \u2013 enquanto as torneiras dos desfavorecidos v\u00e3o, literalmente, secar. Isso foi muito assustador para mim.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o acho que a mudan\u00e7a clim\u00e1tica possa ser separada das quest\u00f5es sociais. \u00c9 uma quest\u00e3o social. \u00c9 uma quest\u00e3o de justi\u00e7a humana, de direitos humanos, de justi\u00e7a h\u00eddrica, de seguran\u00e7a alimentar. Ela afeta todos os aspectos de nossas vidas.”<\/p>\n\n\n\n

O taxista<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“Farei tudo ao meu alcance para dirigir ecologicamente.” (Emilio Barco de la Rosa, 29 anos \u2013 Madri, Espanha)<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"Emilio<\/a><\/figure>\n\n\n\n

“Todo ver\u00e3o, eu costumava viajar com meu pai para muitos pa\u00edses \u2013 muitos. Estivemos na Fran\u00e7a, na It\u00e1lia, na Holanda, em Luxemburgo, na B\u00e9lgica. Adoro dirigir e adoro conhecer novos lugares.<\/p>\n\n\n\n

Meu pai foi motorista de t\u00e1xi, e agora eu tamb\u00e9m sou taxista. Para o meu neg\u00f3cio, decidi dirigir um carro ecol\u00f3gico, um h\u00edbrido de motor el\u00e9trico e a gasolina. Se tiv\u00e9ssemos uma economia sustent\u00e1vel, ter\u00edamos que impulsionar ainda mais as alternativas j\u00e1 existentes e tamb\u00e9m oferec\u00ea-las a um pre\u00e7o acess\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Exijo que as companhias que ainda fabricam ve\u00edculos com altos \u00edndices de emiss\u00f5es assumam tanta responsabilidade quanto eu. Estamos pensando em iniciar uma campanha com alguns outros motoristas. Queremos oferecer nosso servi\u00e7o gratuitamente por uma semana, para podermos informar aqueles que n\u00e3o est\u00e3o protestando.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m quero mudar a imagem que t\u00eam os taxistas.”<\/p>\n\n\n\n

A especialista em seguros<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“Somos ricos e estamos vivendo muito encasulados.” (Sherebanu Frosh, 42 anos \u2013 Nova D\u00e9lhi, \u00cdndia)<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"Sherebanu<\/a><\/figure>\n\n\n\n

“N\u00f3s somos os ricos, voc\u00ea sabe. Infelizmente, vemos que gente como eu est\u00e1 queimando combust\u00edveis f\u00f3sseis de forma desproporcional, produzindo uma quantidade desproporcional de emiss\u00f5es, com que ent\u00e3o o resto da \u00cdndia sofre. A principal coisa que me motiva \u00e9 a polui\u00e7\u00e3o do ar, porque agora meus filhos s\u00e3o pequenos e no momento o que eles est\u00e3o respirando \u00e9 ar ruim.<\/p>\n\n\n\n

O que acontece em n\u00edvel local \u00e9 que todo mundo est\u00e1 tentando salvar suas pr\u00f3prias matas e \u00e1rvores. Tudo isso est\u00e1 sendo amea\u00e7ado pelo governo, que tenta vender bols\u00f5es das florestas.<\/p>\n\n\n\n

Est\u00e1vamos nos esfor\u00e7ando tanto para os pais sa\u00edrem e lutarem por seus filhos. Tentamos, tentamos, e s\u00f3 conseguimos que tr\u00eas ou quatro venham.<\/p>\n\n\n\n

Sinto que, como pais, n\u00e3o fizemos jus ao que pod\u00edamos ter feito, como um dever perante os nossos filhos. Mas as crian\u00e7as est\u00e3o tomando a frente, e isso \u00e9 sensacional.”<\/p>\n\n\n\n

O fornecedor de g\u00eaneros aliment\u00edcios<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“Havia muitas frutas e legumes que costum\u00e1vamos cultivar, mas agora n\u00e3o \u00e9 mais poss\u00edvel.” (Wessim Khiari, 25 anos \u2013 T\u00fanis, Tun\u00edsia)<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

“Estou trabalhando com agricultores. Eles est\u00e3o realmente sofrendo com a situa\u00e7\u00e3o. \u00c0s vezes n\u00e3o temos \u00e1gua, e \u00e0s vezes estamos nos afogando em chuva. Havia muitas frutas e legumes que costum\u00e1vamos cultivar, mas agora n\u00e3o \u00e9 mais poss\u00edvel.”<\/p>\n\n\n\n

Os ver\u00f5es est\u00e3o mais longos e mais quentes, e o inverno n\u00e3o \u00e9 mais inverno. Em vez de cultivar tomates durante cinco meses por ano, agora s\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel cultiv\u00e1-los por dois meses. Muitos agricultores n\u00e3o entendem a conex\u00e3o entre seus problemas e a polui\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n\n\n\n

Temos muita ind\u00fastria poluente. Mesmo se mudarmos nosso comportamento ou tentarmos convencer as pessoas a serem mais cuidadosas com o meio ambiente, isso n\u00e3o ser\u00e1 suficiente. Temos que agir em n\u00edvel maior.<\/p>\n\n\n\n

No momento estamos elegendo um novo parlamento e um novo congresso, ent\u00e3o mais do que nunca \u00e9 hora de agir para mostrar aos pol\u00edticos que, se n\u00e3o entrarem em a\u00e7\u00e3o, perder\u00e3o futuros eleitores. Na verdade, s\u00f3 um dos 26 candidatos menciona quest\u00f5es ambientais em sua campanha.”<\/p>\n\n\n\n

A consultora econ\u00f4mica<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“Voc\u00ea precisa assumir uma posi\u00e7\u00e3o, quando v\u00ea que a coisa afeta vidas.” (Damaris Yarcia, 43 anos \u2013 Manila, Filipinas)<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"<\/a><\/figure>\n\n\n\n

“Se eu pudesse escolher qualquer a\u00e7\u00e3o a ser tomada imediatamente, escolheria descartar pl\u00e1sticos nos estabelecimentos. O lixo \u00e9 um problema por aqui, especialmente quando ele chega ao oceano. Na verdade, quando chove, nosso sistema de esgoto fica bloqueado pelo lixo.<\/p>\n\n\n\n

Minha consci\u00eancia sobre essas coisas mudou quando um tuf\u00e3o passou por aqui alguns anos atr\u00e1s. Foi um grande furac\u00e3o e muitas pessoas morreram.<\/p>\n\n\n\n

Voc\u00ea precisa assumir uma posi\u00e7\u00e3o, quando v\u00ea que a coisa afeta vidas. Quero dizer, se s\u00f3 se v\u00ea lixo nas ruas, \u00e0s vezes at\u00e9 se faz vista grossa. Mas quando se assiste na TV gente sendo apanhada pelas enchentes, sem conseguir fugir da enxurrada, \u00e9 realmente traum\u00e1tico, muda sua perspectiva sobre o assunto. Torna-se algo pessoal.<\/p>\n\n\n\n

Vai ser a primeira vez que vou a uma manifesta\u00e7\u00e3o, \u00e9 mais como um protesto pessoal. Para mim, realmente n\u00e3o importa se vai haver muitos manifestantes ou apenas um punhado, desde que haja gente disposta a se colocar.”<\/p>\n\n\n\n

O vigilante<\/strong><\/p>\n\n\n\n

“Muitos dizem que protestar n\u00e3o muda nada”. (Eduardo Dominguez, 21 anos \u2013 Tuxtla Guti\u00e9rrez, M\u00e9xico)<\/em><\/p>\n\n\n\n

\"Eduardo<\/a><\/figure>\n\n\n\n

“Aqui vivemos em escassez, somos cada vez mais, e h\u00e1 cada vez menos produtos alimentares. A mudan\u00e7a clim\u00e1tica gera pobreza. Todos os anos h\u00e1 mais calor, mais e mais esp\u00e9cies amea\u00e7adas. O lixo tamb\u00e9m \u00e9 um grande tema por aqui. As ruas est\u00e3o cheias de lixo, e ent\u00e3o tudo entra nos rios e depois no mar.<\/p>\n\n\n\n

Ainda n\u00e3o h\u00e1 muito apoio aos protestos aqui. Alguns j\u00e1 ouviram falar das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, mas ainda n\u00e3o se tomaram muitas medidas. Muitos dizem que protestar n\u00e3o muda nada, e que vamos morrer de qualquer jeito.<\/p>\n\n\n\n

Mas, pessoalmente, penso no que vi das Greves pelo Futuro, que o protesto \u00e9 \u00fatil. Se houver um esfor\u00e7o, poder\u00e1 haver uma mudan\u00e7a mesmo contra o governo, que, nesse caso, tem grande parte da responsabilidade.<\/p>\n\n\n\n

Em julho fizemos a primeira marcha. Minha principal motiva\u00e7\u00e3o \u00e9 minha sobrinha de seis anos. Gostaria que ela tivesse um futuro digno e as mesmas oportunidades que eu j\u00e1 tive.”<\/p>\n\n\n\n

As declara\u00e7\u00f5es foram editadas com o fim de condens\u00e1-las e torn\u00e1-las mais claras.<\/em><\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Em 20 de setembro come\u00e7a uma semana de mobiliza\u00e7\u00e3o pelo clima. Espera-se que a\u00e7\u00e3o atraia milh\u00f5es de manifestantes em todo o mundo. DW conversou com participantes de v\u00e1rios pa\u00edses sobre o que os levou a protestar. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154113,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[96,1054,1236],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154112"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154112"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154112\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154114,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154112\/revisions\/154114"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154113"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154112"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154112"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154112"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}