{"id":154184,"date":"2019-09-24T14:03:50","date_gmt":"2019-09-24T17:03:50","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154184"},"modified":"2019-09-23T22:12:55","modified_gmt":"2019-09-24T01:12:55","slug":"victor-vescovo-o-1o-explorador-a-visitar-os-pontos-mais-profundos-de-todos-os-oceanos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/24\/154184-victor-vescovo-o-1o-explorador-a-visitar-os-pontos-mais-profundos-de-todos-os-oceanos.html","title":{"rendered":"Victor Vescovo, o 1\u00ba explorador a visitar os pontos mais profundos de todos os oceanos"},"content":{"rendered":"\n
\"Embarca\u00c3\u00a7\u00c3\u00a3o

Vitor Vescovo visitou os pontos mais profundos de todos os oceanos em menos de um ano
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O explorador americano Victor Vescovo se tornou a primeira pessoa no mundo a visitar os pontos mais profundos em todos os oceanos.<\/p>\n\n\n\n

Seu quinto e \u00faltimo mergulho foi \u00e0 Fossa de Molloy, no Oceano \u00c1rtico, a 5.500 metros de profundidade.<\/p>\n\n\n\n

Nos \u00faltimos dez meses, o milion\u00e1rio havia feito mergulhos profundos nos oceanos Pac\u00edfico, \u00cdndico, Atl\u00e2ntico e Ant\u00e1rtico. O time dele tamb\u00e9m visitou o naufr\u00e1gio do Titanic.<\/p>\n\n\n\n

A \u00faltima parte da Expedi\u00e7\u00e3o Five Deeps (Cinco Profundezas, em ingl\u00eas) foi conclu\u00edda em 24 de agosto, quando o explorador alcan\u00e7ou o ponto conhecido como Buraco Molloy, que fica a 275 km do arquip\u00e9lago Svalbard, na Noruega.<\/p>\n\n\n\n

A profundeza recorde da explora\u00e7\u00e3o foi de cerca de 5.500 metros \u2013 a primeira vez que um humano esteve nesse local.<\/p>\n\n\n\n

Embarca\u00e7\u00e3o especial<\/h2>\n\n\n\n

Todas as explora\u00e7\u00f5es de Vescovo foram feitas usando um submarino do tipo DSV (Deep Sea Vehicle), um tipo de embarca\u00e7\u00e3o tripulada especial para grandes profundezas. O ve\u00edculo da expedi\u00e7\u00e3o ganhou o nome de Limiting Factor (Fator Limitante, em tradu\u00e7\u00e3o livre) e pode carregar dois tripulantes.<\/p>\n\n\n\n

Ele tem 12 toneladas e pode suportar a press\u00e3o esmagadora no fundo do oceano, operar no escuro e em temperaturas congelantes. \u00c9 lan\u00e7ado e recuperado a partir de um “nave-m\u00e3e”, um navio de apoio, que ganhou o nome de Pressure Drop (Queda de Press\u00e3o, em tradu\u00e7\u00e3o livre).<\/p>\n\n\n\n

\"mergulhos<\/figure>\n\n\n\n

Vescovo disse que tinha muito a agradecer \u00e0s pessoas que trabalharam com ele.<\/p>\n\n\n\n

“S\u00e3o coisas que precisam ser feitas” disse ele \u00e0 BBC News. “Tenho a filosofia de que n\u00e3o estamos aqui apenas para sobreviver ou apenas para estarmos confort\u00e1veis, mas para contribuir de alguma forma. E o caminho que eu escolhi foi o de viver uma aventura enquanto fa\u00e7o algo que possa nos levar para frente enquanto esp\u00e9cie.”<\/p>\n\n\n\n

O explorador \u00e9 investidor e reservista da Marinha americana. Sua riqueza j\u00e1 o permitiu esquiar em ambos os polos e escalar as maiores montanhas em cada continente.<\/p>\n\n\n\n

Experimentos cient\u00edficos<\/h2>\n\n\n\n

Suas explora\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m permitiram diversos avan\u00e7os cient\u00edficos, j\u00e1 que ele financia as pesquisas necess\u00e1rias para as empreitadas. No curso da sua \u00faltima expedi\u00e7\u00e3o mundial, pesquisadores usaram mais de 100 aterrissadores – estruturas que s\u00e3o afundadas para o fundo do mar e que gravam o que veem e o que sentem ao longo do caminho e quando chegam no fundo.<\/p>\n\n\n\n

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A ‘nave-m\u00e3e’ chamada Pressure Drop coletou uma grande quantidade de dados<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O time cient\u00edfico da expedi\u00e7\u00e3o diz que descobriu quase 40 novas esp\u00e9cies no processo. Um grande cat\u00e1logo de amostras biol\u00f3gicas e aqu\u00e1ticas aguarda an\u00e1lise no laborat\u00f3rio, incluindo um grupo \u00fanico de amostras de \u00e1guas profundas obtido em cada um dos cinco locais visitados.<\/p>\n\n\n\n

O cientista-chefe da expedi\u00e7\u00e3o, Alan Jamieson, ressaltou a import\u00e2ncia das medidas de salinidade, temperatura e profundidade feitas pelo submarino e pelos aterrissadores.<\/p>\n\n\n\n

“Voc\u00ea mede na descida e na subida, e se voc\u00ea somar os metros medidos, s\u00e3o 1,5 milh\u00e3o de metros de \u00e1gua”, diz ele. Isso vai ajudar os pesquisadores a entenderem melhor a circula\u00e7\u00e3o do oceano, o que \u00e9 necess\u00e1rio para melhorar os modelos computacionais que projetam futuros cen\u00e1rios clim\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

“Temos muito poucas medidas das partes mais profundas dos oceanos, abaixo de 6 mil metros de profundidade”, diz o cientista, que \u00e9 bi\u00f3logo marinho da universidade de Newcastle, no Reino Unido.<\/p>\n\n\n\n

O navio DSSV Pressure Drop mapeou o fundo do mar conforme atravessou os cinco oceanos. Os dados de profundidade cobrem cerca de 300 mil quil\u00f4metros quadrados – uma \u00e1rea equivalente \u00e0 da It\u00e1lia.<\/p>\n\n\n\n

Os dados est\u00e3o sendo compartilhados com um projeto internacional que procura mapear todo o ch\u00e3o do oceano at\u00e9 2030. Atualmente, menos de 20% foi mapeado com uma boa resolu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A expedi\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m demonstrou a alta capacidade da tecnologia de mar profundo mais recente.<\/p>\n\n\n\n

A expectativa \u00e9 que o submarino Limiting Factor seja o primeiro de muitos do tipo.<\/p>\n\n\n\n

“Eu acho que o que Victor fez \u00e9 not\u00e1vel e outros v\u00e3o continuar o que ele come\u00e7ou, voltando a esses lugares e passando mais tempo l\u00e1”, diz Patrick Lahey, co-criador da Triton Submarines, que construiu a embarca\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

\"Victor
Victor Vescovo explorou por quatro horas o fundo da Fossa das Marianas<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Voc\u00ea est\u00e1 come\u00e7ando a ver mais pesquisa marinha financiada e conduzida por pessoas ricas que compraram submarinos. Eles acharam que iriam us\u00e1-los para recrea\u00e7\u00e3o mas agora est\u00e3o usando para completar expedi\u00e7\u00f5es cient\u00edficas, para dar a pessoas como Al Jamieson uma plataforma para trabalhar.”<\/p>\n\n\n\n

Vescovo agora est\u00e1 pensando no espa\u00e7o e conversando com pessoas que podem ajud\u00e1-lo a chegar l\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, ele est\u00e1 longe de querer abandonar a pesquisa marinha e espera fazer novos mergulhos no ano que vem em fossas que n\u00e3o foram exploradas no c\u00edrculo do Pac\u00edfico.<\/p>\n\n\n\n

Vescovo foi parabenizado pelo ocean\u00f3grafo americano Don Walsh, que fez hist\u00f3ria em 1960 quando se juntou a Jacques Piccard na primeira expedi\u00e7\u00e3o tripulada ao ponto mais profundo da Terra \u2013 a depress\u00e3o Challenger, na Fossa das Marianas.<\/p>\n\n\n\n

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Don Walsh (na foto, \u00e0 esq.), que participou de expedi\u00e7\u00e3o em 1960, parabeniza Victor Vescovo pela nova conquista<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Walsh tamb\u00e9m elogiou a nova tecnologia utilizada.<\/p>\n\n\n\n

“O que voc\u00ea v\u00ea aqui \u00e9 um sistema – o navio, o submarino e os aterrissadores. Eles interagem e cooperam, e quando voc\u00ea os v\u00ea trabalhando junto \u00e9 como um bal\u00ea”, disse Walsh \u00e0 BBC News.<\/p>\n\n\n\n

“O que \u00e9 impressionante \u00e9 a capacidade de repetir o feito – ser capaz de mergulhar de novo e de novo.”<\/p>\n\n\n\n

A Atlantic Productions est\u00e1 fazendo um document\u00e1rio sobre a Expedi\u00e7\u00e3o Five Deeps para o Discovery Channel que deve estrear no ano que vem.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"