{"id":154234,"date":"2019-09-26T10:00:48","date_gmt":"2019-09-26T13:00:48","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154234"},"modified":"2019-09-25T21:36:04","modified_gmt":"2019-09-26T00:36:04","slug":"aquecimento-e-subida-do-nivel-do-mar-podem-agravar-inundacoes-diz-onu","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/26\/154234-aquecimento-e-subida-do-nivel-do-mar-podem-agravar-inundacoes-diz-onu.html","title":{"rendered":"Aquecimento e subida do n\u00edvel do mar podem agravar inunda\u00e7\u00f5es, diz ONU"},"content":{"rendered":"\n
\"\u00c1rea

\u00c1rea residencial em Jakarta, capital da Indon\u00e9sia, \u00e9 protegida por muro de conten\u00e7\u00e3o
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os oceanos est\u00e3o se aquecendo, e os n\u00edveis do mar sobem cada vez mais r\u00e1pido, gerando consequ\u00eancias desastrosas para os seres humanos e o planeta, adverte um relat\u00f3rio do Painel Intergovernamental sobre Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas (IPCC), das Na\u00e7\u00f5es Unidas, divulgado nesta quarta-feira (25\/09).<\/p>\n\n\n\n

Os mais de 100 cientistas envolvidos no estudo constataram que o r\u00e1pido aquecimento dos oceanos, das regi\u00f5es polares e geleiras est\u00e1 exterminando cada vez mais a vida marinha e acelerando as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo no melhor cen\u00e1rio de uma redu\u00e7\u00e3o significativa das emiss\u00f5es de gases do efeito estufa, v\u00e1rias cidades costeiras e pequenos Estados sofrer\u00e3o inunda\u00e7\u00f5es extremas por volta de 2050, repetindo-se todos os anos. At\u00e9 agora, isso s\u00f3 ocorria a cada 100 anos.<\/p>\n\n\n\n

“Embora os oceanos e a criosfera [componentes congelados do sistema terrestre] pare\u00e7am estar longe da maioria, eles est\u00e3o ligados a cada um de n\u00f3s”, afirma Lijing Cheng, ocean\u00f3grafa da Academia Chinesa de Ci\u00eancias e uma das principais autoras do estudo. “A conclus\u00e3o central \u00e9 que os dois grandes sistemas est\u00e3o mudando, e muito rapidamente, j\u00e1 tendo s\u00e9rios impactos sobre os seres humanos.”<\/p>\n\n\n\n

Degelo e aumento do n\u00edvel do mar<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Aproximadamente uma em cada dez pessoas vive numa regi\u00e3o a menos de dez metros acima do n\u00edvel do mar, e muitas j\u00e1 s\u00e3o afetadas por tempestades e inunda\u00e7\u00f5es mais graves do que as vivenciadas por seus pais e av\u00f3s.<\/p>\n\n\n\n

Alguns autores do relat\u00f3rio advertiram em entrevistas que os efeitos do aquecimento tamb\u00e9m se projetar\u00e3o terra adentro, reduzindo as reservas de alimentos e for\u00e7ando as popula\u00e7\u00f5es costeiras deixarem suas casas.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o estudo, a subida do n\u00edvel do mar gera tempestades mais fortes e a uma saliniza\u00e7\u00e3o crescente, por exemplo, do delta do rio Mekong, no sudeste asi\u00e1tico. Isso pode resultar em perdas de colheitas e aumento dos pre\u00e7os de alimentos em pa\u00edses sem acesso ao mar de outros continentes.<\/p>\n\n\n\n

Ao mesmo tempo, o degelo do permafrost<\/em> no \u00c1rtico e na Sib\u00e9ria est\u00e1 bombeando cada vez mais o metano e di\u00f3xido de carbono para a atmosfera, acelerando ainda mais o aquecimento global e gerando um perigoso c\u00edrculo vicioso. E projeta-se que um ter\u00e7o do gelo cordilheira do Hindu Kush, no Himalaia \u2013 cujos rios alimentam hoje quase 2 bilh\u00f5es de pessoas \u2013, ter\u00e1 desaparecido quando as crian\u00e7as de hoje forem idosos.<\/p>\n\n\n\n

Quando as geleiras derretem, a \u00e1gua doce flui inicialmente para os oceanos, inundando as cidades costeiras e ilhas de baixa altitude. Quando o gelo se esgota, os rios secam, podendo causar estiagem.<\/p>\n\n\n\n

“A \u00e1gua \u00e9 o elemento de conex\u00e3o”, explica Zita Sebesvari, da Universidade das Na\u00e7\u00f5es Unidas, uma das principais autoras do relat\u00f3rio, especializada no significado da subida do n\u00edvel do mar para as costas e ilhas. “O que acontece agora \u00e9 a realoca\u00e7\u00e3o de \u00e1gua em grande escala, da parte congelada do planeta para o oceano. E isso causa problemas em ambas as extremidades.”<\/p>\n\n\n\n

Os oceanos, que absorveram a maior parte do calor excessivo do aquecimento global, reagem apenas lentamente \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Isso tamb\u00e9m significa que as emiss\u00f5es do passado continuar\u00e3o aquecendo os oceanos, mesmo que deixemos hoje de queimar combust\u00edveis f\u00f3sseis e de derrubar florestas.<\/p>\n\n\n\n

“Como n\u00e3o podemos voltar com o clima ao seu estado original, temos que nos adaptar”, explica Hans-Otto P\u00f6rtner, climat\u00f3logo do Centro Helmholtz de Pesquisa Polar e Marinha, na Alemanha, e copresidente do grupo de trabalho que produziu o relat\u00f3rio. “N\u00e3o h\u00e1 tempo para esperar.”<\/p>\n\n\n\n

\"Subida<\/a>

Subida do n\u00edvel do mar causou inunda\u00e7\u00f5es em agosto de 2018 em Funafuti, Tuvalu <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Limites da adapta\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

No front de uma batalha unilateral com a natureza, as cidades costeiras e ilhas de at\u00f3is j\u00e1 come\u00e7aram a agir. Megacidades como Jacarta e Xangai constru\u00edram enormes muros para proteger a popula\u00e7\u00e3o da subida do n\u00edvel do mar e de tempestades mais fortes. Na\u00e7\u00f5es insulares pouco povoadas como Fiji est\u00e3o deslocando comunidades inteiras: as pessoas deixam suas casas, no que os cientistas denominam “retiradas coordenadas”.<\/p>\n\n\n\n

Os pequenos Estados insulares e as ilhas de baixa altitude s\u00e3o particularmente vulner\u00e1veis por falta de recursos, afirma H\u00e9l\u00e8ne Jacot des Combes, baseada em Fiji, especialista em gest\u00e3o de riscos para desastres na Universidade do Pac\u00edfico Sul, e uma das principais autoras do relat\u00f3rio.<\/p>\n\n\n\n

“Qualquer que seja a solu\u00e7\u00e3o encontrada, deve ser feita em coopera\u00e7\u00e3o com a comunidade global”, reivindica. Quanto \u00e0 prote\u00e7\u00e3o costeira, o relat\u00f3rio salienta a import\u00e2ncia de preservar as barreiras naturais contra as mar\u00e9s, como os mangues e zonas \u00famidas.<\/p>\n\n\n\n

Mas a capacidade de adapta\u00e7\u00e3o tem limites, se as emiss\u00f5es continuarem aumentando, adverte o tamb\u00e9m coautor do relat\u00f3rio Matthias Garschagen, professor de geografia e especialista em pesquisa de risco na Universidade Ludwig Maximilian, em Munique.<\/p>\n\n\n\n

Com cada metro de eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel do mar, os custos para a prote\u00e7\u00e3o das costas aumentam, e o espa\u00e7o nas pequenas ilhas diminui, afirma Garschagen. “Os modelos mostram que as popula\u00e7\u00f5es s\u00f3 t\u00eam uma chance de adapta\u00e7\u00e3o bem-sucedida nos cen\u00e1rios de baixas emiss\u00f5es.”<\/p>\n\n\n\n

As principais v\u00edtimas<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Os cientistas do IPCC sublinham que os pa\u00edses menos respons\u00e1veis pela mudan\u00e7a clim\u00e1tica s\u00e3o os mais afetados pelas altera\u00e7\u00f5es no oceano e na criosfera. O degelo nas montanhas e no \u00c1rtico tem tido um impacto negativo na sa\u00fade humana, nos meios de subsist\u00eancia e mesmo no acesso a comida e bebida, aponta o relat\u00f3rio. Prev\u00ea-se que o risco de cat\u00e1strofes para os povoados nas montanhas e no \u00c1rtico aumente \u00e0 medida que habitantes e edif\u00edcios forem ficando mais expostos a riscos como inunda\u00e7\u00f5es e avalanches.<\/p>\n\n\n\n

A perda de popula\u00e7\u00f5es de peixes, devido \u00e0 acidifica\u00e7\u00e3o dos oceanos, poder\u00e1 amea\u00e7ar a dieta de centenas de milhares de seres humanos, muitos das quais j\u00e1 lutam para se alimentarem. De acordo com a Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Alimenta\u00e7\u00e3o e Agricultura (FAO), os peixes representam 17% da prote\u00edna animal consumida. Al\u00e9m disso, algumas comunidades ind\u00edgenas nas montanhas ver\u00e3o secar suas fontes de \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

“H\u00e1 bem pouco de positivo para se ver”, afirma John Tanzer, especialista em oceanos da organiza\u00e7\u00e3o ambiental WWF. “Eu n\u00e3o sei se nos pa\u00edses ricos ‘caiu a ficha’ quanto \u00e0s poss\u00edveis consequ\u00eancias humanit\u00e1rias, que provavelmente v\u00e3o se acelerar.”<\/p>\n\n\n\n

Se agirem agora, contudo, as autoridades poder\u00e3o limitar os danos. A prote\u00e7\u00e3o costeira pode reduzir o risco de inunda\u00e7\u00f5es em dezenas a centenas de vezes neste s\u00e9culo, indica o relat\u00f3rio \u2013 se os governos investirem at\u00e9 centenas de bilh\u00f5es de d\u00f3lares. Os autores acrescentam que mudan\u00e7as econ\u00f4micas e institucionais “profundas” permitir\u00e3o o desenvolvimento sustent\u00e1vel, em face das mudan\u00e7as nos oceanos e nas regi\u00f5es geladas. “Realizar esse potencial depende de mudan\u00e7as transformadoras”, concluem.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Segundo relat\u00f3rio do IPCC, grandes investimentos e cortes dr\u00e1sticos das emiss\u00f5es s\u00e3o necess\u00e1rios para evitar desastres, \u00e0 medida que glaciares se derretem e cidades afundam. “\u00c9 preciso a\u00e7\u00e3o urgente e ambiciosa”, afirma. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154235,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1123,476,1113,1720,46,1242],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154234"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154234"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154234\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154236,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154234\/revisions\/154236"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154235"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154234"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154234"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154234"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}