{"id":154250,"date":"2019-09-27T02:00:59","date_gmt":"2019-09-27T05:00:59","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154250"},"modified":"2019-09-26T23:05:39","modified_gmt":"2019-09-27T02:05:39","slug":"amazonia-os-esforcos-para-ajudar-os-animais-feridos-pelos-incendios","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/27\/154250-amazonia-os-esforcos-para-ajudar-os-animais-feridos-pelos-incendios.html","title":{"rendered":"Amaz\u00f4nia: os esfor\u00e7os para ajudar os animais feridos pelos inc\u00eandios"},"content":{"rendered":"\n
\"Esse

Esse tatu \u00e9 um dos 70 animais resgatados das zonas de queimadas perto de Santa Cruz, na Bol\u00edvia. Eles s\u00e3o tratados em um hotel que foi transformado em um centro para animais na pequena comunidade de Aguas Clientes. O dono do hotel, Jos\u00e9 Rodriguez, tenta acalmar o animal antes de ele ser solto novamente na floresta.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Em quase todos os \u00faltimos 35 dias, o bi\u00f3logo Ra\u00fal Ernesto Rojas e um grupo de volunt\u00e1rios procuram por animais ao redor das chamas que atingem Santa Cruz, na Bol\u00edvia. O que eles mais encontram s\u00e3o corpos ou ossos carbonizados. Para qualquer sobrevivente invis\u00edvel, eles deixam milho e \u00e1gua fresca em cascas de palmeiras.<\/p>\n\n\n\n

\u201cN\u00f3s paramos de contar porque havia muitos\u201d, diz Rojas sobre os mortos.<\/p>\n\n\n\n

\"Jovens

Jovens volunt\u00e1rios de Robor\u00e9, cidade a cerca de 30 quil\u00f4metros de Aguas Calientes, tentam extinguir as chamas. Os jovens trabalham em grupo para combater os inc\u00eandios que j\u00e1 queimaram mais de seis milh\u00f5es de acres na regi\u00e3o at\u00e9 o momento.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os animais mortos n\u00e3o s\u00e3o uma surpresa. Nada na Amaz\u00f4nia \u00e9 adaptado para lidar com os inc\u00eandios, que ocorrem em v\u00e1rias partes da Bol\u00edvia e do Brasil, assim como no Peru e no Paraguai. A maioria das queimadas\u00a0s\u00e3o intencionais para limpar a floresta para a agricultura. At\u00e9 o momento, na regi\u00e3o de Chiquitan\u00eda, nos arredores de Santa Cruz, 24,3 mil km\u00b2 de floresta \u2013 uma \u00e1rea do tamanho de Vermont\u2014 j\u00e1 queimaram,\u00a0segundo o governo da cidade. Ainda n\u00e3o \u00e9 claro quanto da Amaz\u00f4nia brasileira foi queimada neste ano, mas o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do pa\u00eds diz que os inc\u00eandios s\u00e3o sem precedentes.<\/p>\n\n\n\n

O pre\u00e7o que as chamas est\u00e3o cobrando da vida selvagem da Amaz\u00f4nia pode nunca ser conhecido. Ainda assim, relatos de testemunhas ilustram as consequ\u00eancias individuais para os animais – e os tremendos desafios enfrentados pelas pessoas que querem ajudar.<\/p>\n\n\n\n

\"Beb\u00eas

Beb\u00eas periquitos recebem tratamento no centro de resgate em Aguas Calientes. Eles foram resgatados por membros da tribo ind\u00edgena Ayoreos ap\u00f3s um inc\u00eandio em sua aldeia. A pol\u00edcia levou os animais para o abrigo.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
\"Veterin\u00e1rios

Veterin\u00e1rios do abrigo cuidam da tamandu\u00e1 Valentina, cujas patas foram severamente queimadas. Aqui, eles aplicam pomada, medica\u00e7\u00e3o e fazem um novo curativo nos ferimentos.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201cEncontramos muitos esqueletos\u201d, diz Rojas, que trabalha para o governo de Santa Cruz. Os animais \u201cestavam tentando correr do fogo, mas foram pegos pelas chamas e queimados. O principal cen\u00e1rio \u00e9 de devasta\u00e7\u00e3o e morte. S\u00e3o cinzas.\u201d<\/p>\n\n\n\n

At\u00e9 macacos est\u00e3o aparecendo mortos, diz ele. Se animais que s\u00e3o r\u00e1pidos e \u00e1geis n\u00e3o conseguem escapar das chamas, \u201c\u00e9 um sinal muito ruim\u201d para as criaturas que se movem mais devagar. \u201cTenho contato com desastres como esse h\u00e1 15 anos, mas este aqui \u00e9 sem precedentes.\u201d<\/p>\n\n\n\n

A cidade de Santa Cruz designou Rojas e outros cinco funcion\u00e1rios do governo para trabalhar no Hotel Biotermal Aguas Calientes, que foi transformado em um centro tempor\u00e1rio de resgate e reabilita\u00e7\u00e3o de animais. Cinco volunt\u00e1rios da Universidade de Santa Cruz e um parque local de vida selvagem tamb\u00e9m se uniram ao esfor\u00e7o.\u00a0O Centro de Resgate para V\u00edtimas de Inc\u00eandios Biotermal, como \u00e9 chamado o local, abriu em 21 de Agosto em Aguas Calientes, cidade com cerca de 900 habitantes nos arredores de Santa Cruz. A instala\u00e7\u00e3o \u00e9 uma das doze na Bol\u00edvia que fornece assist\u00eancia de resgate e reabilita\u00e7\u00e3o para animais selvagens \u2013 e \u00e9 a \u00fanica dedicada \u00e0s v\u00edtimas dos inc\u00eandios.<\/p>\n\n\n\n

\"A

A bi\u00f3loga Daniela Vidal monitora os sinais vitais da tamandu\u00e1 Valentina. Logo ap\u00f3s ter sido internada com queimaduras de terceiro grau, ela entrou em coma.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

At\u00e9 agora, a equipe tratou de 70 animais, incluindo tartarugas de barriga vermelha, periquitos, tucanos e um texugo. H\u00e1 duas semanas, eles resgataram uma tamandu\u00e1 gigante, cujas patas estavam cobertas de queimaduras de terceiro grau. \u201cAs quatros patas estavam totalmente queimadas\u201d, diz Flora Cecilia Dorado, veterin\u00e1ria do governo de Santa Cruz que lidera os trabalhos de reabilita\u00e7\u00e3o. Ela conta que a tamandu\u00e1, que a equipe batizou de Valentina, foi o resgate que gerou mais estresse at\u00e9 agora. Logo ap\u00f3s sua chegada, ela entrou em coma e assim ficou por mais de 18 horas. \u201cEla assustou a todos\u201d, diz Dorado. \u201cSer\u00e1 um longo caminho para a Valentina.\u201d  <\/p>\n\n\n\n

A hist\u00f3ria da tamandu\u00e1 \u00e9 rara: a maioria dos animais que entram em contato direto com os inc\u00eandios morre. \u00c9 por isso que a contagem de resgastes do centro ainda n\u00e3o superou o n\u00famero 100: os corpos superam em muito o n\u00famero de sobreviventes. A maioria dos animais que fogem das chamas e s\u00e3o levados ao centro est\u00e3o famintos e severamente desidratados.<\/p>\n\n\n\n

\"Depois

Depois de 18 horas, Valentina acordou do coma e aos poucos come\u00e7ou a comer. Aqui ela se deleita com um pouco de leite e cupins.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
\"Todos

Todos os dias, funcion\u00e1rios e volunt\u00e1rios do centro saem em busca de animais sobreviventes. Eles encontram muitos esqueletos. Para algum sobrevivente invis\u00edvel, eles deixam milho e \u00e1gua.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os habitantes de Aguas Calientes e das redondezas est\u00e3o ajudando. \u201cAs comunidades vizinhas sobrevivem da ca\u00e7a,\u201d diz Jos\u00e9 Sierra Rodriguez, dono do hotel (agora fechado para h\u00f3spedes) com sua esposa, Claudia Mostajo Hollweg. \u201cMas, ao mesmo tempo, muitas pessoas est\u00e3o trazendo animais [feridos].\u201d Quatro jovens porcos-do-mato \u00f3rf\u00e3os, por exemplo. Um morador os encontrou correndo ao redor da m\u00e3e, que havia morrido, e os trouxe para o centro.<\/p>\n\n\n\n

Dorado diz que cuidar desses animais \u00e9 cansativo e emocionalmente doloroso. Eles exigem aten\u00e7\u00e3o 24 horas por dia. A veterin\u00e1ria dorme cerca de tr\u00eas horas por noite. Cinco animais, entre eles um tucano e uma capivara, morreram mesmo depois de resgatados. Outros \u2013 incluindo papagaios, tartarugas e um texugo \u2013 se recuperaram completamente.  <\/p>\n\n\n\n

Dorado diz que ela e seus colegas minimizam o contato com os animais, pois pretendem retornar o maior n\u00famero poss\u00edvel deles para a natureza. Na semana passada libertou uma \u00e1guia. Antes disso, um tatu adulto. Animais que n\u00e3o podem ser libertados na mata, como um tatu beb\u00ea, s\u00e3o enviados ao zool\u00f3gico de Santa Cruz para cuidados de longo prazo.<\/p>\n\n\n\n

Enormes desafios<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Apesar do apoio da comunidade e da dedica\u00e7\u00e3o da equipe tempor\u00e1ria, o centro est\u00e1 em dificuldades. Os funcion\u00e1rios do governo de Santa Cruz, incluindo Rojas e Dorado, podem ser retirados do centro a qualquer momento, e n\u00e3o h\u00e1 equipamento dispon\u00edvel para diagnosticar les\u00f5es internas. Uma \u00e9gua chamada Milagros ficou presa no cercado enquanto as chamas a rodeavam, e acabou sofrendo queimaduras de quarto grau em todo o corpo. Jos\u00e9 Rodriguez diz que os funcion\u00e1rios suspeitavam que seus pulm\u00f5es e f\u00edgado tinham sido severamente prejudicados pela inala\u00e7\u00e3o de fuma\u00e7a, mas n\u00e3o tinham como ter certeza. Milagros morreu. \u00a0<\/p>\n\n\n\n

\"Essa

Essa \u00e9gua chamada Milagros sofreu queimaduras de quarto grau no rosto e pesco\u00e7o ao ficar presa em um campo cercado. Quando chegou ao centro de resgate, ela j\u00e1 tinha sofrido por v\u00e1rios dias. Apesar de ter recebido tratamento, Milagros morreu.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A equipe est\u00e1 preocupada com o fato de n\u00e3o ter o equipamento necess\u00e1rio para fornecer cuidados de longo prazo aos animais. \u201c\u00c9 uma trag\u00e9dia nesse momento\u201d, diz Dorados. \u201cMas, o mais importante \u00e9: o que vai acontecer depois desse evento?\u201d<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 per\u00edodo de elei\u00e7\u00f5es na Bol\u00edvia e as autoridades locais est\u00e3o felizes em comparecer em libera\u00e7\u00e3o de animais resgatados e obter cobertura da m\u00eddia, diz Rojas. Mas ele teme que esse n\u00edvel de aten\u00e7\u00e3o n\u00e3o dure e n\u00e3o fa\u00e7a com que o centro se torne permanente ou obtenha mais equipamentos.<\/p>\n\n\n\n

\"Uma

Uma vista a\u00e9rea de limoeiros destru\u00eddos em Robor\u00e9 ilustra a escala da destrui\u00e7\u00e3o.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n
\"Bombeiros

Bombeiros volunt\u00e1rios da comunidade de Robor\u00e9 iluminam o caminho \u00e0 medida que avan\u00e7am em dire\u00e7\u00e3o \u00e0s chamas.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 necess\u00e1rio que seja dito em voz alta e repetidas vezes\u201d, diz Rojas. Quando as chuvas chegarem e os inc\u00eandios cessarem \u201ctodo mundo vai se esquecer disso. Ap\u00f3s as elei\u00e7\u00f5es, todo mundo vai esquecer os animais. E eles ainda v\u00e3o precisar de aten\u00e7\u00e3o por muito e muitos meses depois. \u00c9 preciso apoiar\u00a0essa iniciativa.\u201d<\/p>\n\n\n\n

No Brasil, op\u00e7\u00f5es limitadas<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

A situa\u00e7\u00e3o dos animais no Brasil \u00e9 semelhante \u00e0 da Bol\u00edvia, segundo Jo\u00e3o Gon\u00e7alves, gerente de comunica\u00e7\u00f5es da\u00a0World Animal Protection, organiza\u00e7\u00e3o internacional de bem-estar animal sem fins lucrativos. Muitos animais n\u00e3o escapam e as mortes s\u00e3o muito comuns. Aqueles que conseguem fugir das chamas e da fuma\u00e7a geralmente ficam \u00f3rf\u00e3os ou queimados.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o h\u00e1 um esfor\u00e7o nacional unificado para ajudar animais feridos pelos inc\u00eandios, diz Gon\u00e7alves. Os resgates s\u00e3o realizados em uma base local e volunt\u00e1ria, e a extens\u00e3o varia amplamente em diferentes \u00e1reas. Na maior parte do pa\u00eds, cabe aos bombeiros que se deparam com animais sobreviventes decidir resgat\u00e1-los e lev\u00e1-los a um centro de reabilita\u00e7\u00e3o local \u2013 se houver algum na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Gon\u00e7alves destaca duas regi\u00f5es, a 480 quil\u00f4metros uma da outra, Rio Branco e Porto Velho, que est\u00e3o enfrentando queimadas. Rio Branco tem um centro para animais que \u00e9 gerenciado pelo governo, mas Porto Velho n\u00e3o. L\u00e1, conta Gon\u00e7alves, \u201cse um bombeiro quiser resgatar um animal, ele n\u00e3o tem para onde levar o animal para receber tratamento.\u201d Existem apenas outros dois centros de animais na Amaz\u00f4nia brasileira e nenhum deles fica perto das \u00e1reas de queimadas intensas.<\/p>\n\n\n\n

Bombeiros normalmente n\u00e3o recebem treinamento de resgate de animais e n\u00e3o t\u00eam equipamentos ou ferramentas usadas nos primeiros socorros de animais, como ganchos para levantar cobras ou caixas para transporte. A World Animal Protection est\u00e1 fornecendo treinamento e recursos atrav\u00e9s de parcerias com brigadas de inc\u00eandio em Rio Branco e nas redondezas e espera expandir esses esfor\u00e7os.<\/p>\n\n\n\n

\"A

A veterin\u00e1ria Fabiola Su\u00e1rez segura um porco-do-mato \u00f3rf\u00e3o no centro de resgate e reabilita\u00e7\u00e3o em Aguas Calientes. O beb\u00ea, resgatado de uma zona de queimada, n\u00e3o sobreviveu.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong>
<\/a><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Entre os animais que o centro de Rio Branco recebeu, est\u00e3o duas beb\u00eas pregui\u00e7as \u00f3rf\u00e3s encontradas pelos bombeiros. Por necessidade, os socorristas se concentram em mitigar o sofrimento de cada animal, mas os inc\u00eandios est\u00e3o t\u00e3o generalizados que popula\u00e7\u00f5es inteiras de animais podem ser prejudicadas.<\/p>\n\n\n\n

Panthera, uma organiza\u00e7\u00e3o global de conserva\u00e7\u00e3o de felinos selvagens, estima que os inc\u00eandios j\u00e1 deixaram 500 on\u00e7as-pintadas feridas ou mortas no Brasil e na Bol\u00edvia. S\u00e3o 500 de uma popula\u00e7\u00e3o j\u00e1 em decl\u00ednio, amea\u00e7ada pela perda de habitat, fragmenta\u00e7\u00e3o e ca\u00e7a, diz Esteban Pay\u00e1n, diretor regional da organiza\u00e7\u00e3o na Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 a velocidade da devasta\u00e7\u00e3o\u201d que \u00e9 t\u00e3o perigosa, ele diz. \u201cNunca ter\u00edamos centenas de on\u00e7as-pintadas mortas por ca\u00e7adores em apenas duas semanas.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Em alerta<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Para os bolivianos que trabalham no centro de resgate em Aguas Calientes, cada sucesso \u00e9 uma vit\u00f3ria. \u201cToda vida \u00e9 importante. Todo animal \u00e9 importante,\u201d diz Rojas, o bi\u00f3logo que passa os dias vasculhando as zonas queimadas atr\u00e1s de animais nas cinzas.<\/p>\n\n\n\n

\"Volunt\u00e1rios

Volunt\u00e1rios da cidade vizinha de San Lorenzo se preparam para combater novos inc\u00eandios que se aproximaram de sua cidade.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 muito triste o que aconteceu,\u201d diz Dorado. Ela espera que as hist\u00f3rias de cada animal \u2013 Valentina, a tamandu\u00e1, os porcos-do-mato \u00f3rf\u00e3os, Milagros, a \u00e9gua que sucumbiu aos ferimentos \u2013 levem as pessoas a verem as consequ\u00eancias dos inc\u00eandios. \u201cEspero que as pessoas possam ter consci\u00eancia de que os humanos s\u00e3o a principal raz\u00e3o do que est\u00e1 acontecendo com esses animais e com a natureza. Espero que as pessoas possam acordar.\u201d<\/p>\n\n\n\n

No dia 14 de setembro, um s\u00e1bado, Dorado se casou no abrigo com seu companheiro de longa data. \u201cEle sempre dizia: \u2018Amanh\u00e3, quando tivermos mais dinheiro\u2019. Mas depois de ver isso e ficar aqui por 15 dias, eu disse a ele: \u2018Quero me casar com voc\u00ea aqui, porque n\u00e3o h\u00e1 amanh\u00e3.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, na manh\u00e3 da segunda-feira seguinte, ela levou Valentina at\u00e9 Santa Cruz para receber mais tratamento. Pouco tempo depois, a tamandu\u00e1 come\u00e7ou a andar novamente.<\/p>\n\n\n\n

\"A
A equipe do centro de resgate de Aguas Calientes, juntamente com oficiais do governo, liberta um falc\u00e3o que se recuperou totalmente. A instala\u00e7\u00e3o tem uma licen\u00e7a tempor\u00e1ria do governo, mas o dono, Jos\u00e9 Rodriguez, enfatiza a necessidade de uma licen\u00e7a permanente para poderem receber fundos, equipamentos e funcion\u00e1rios de longo prazo.
FOTO DE\u00a0JUAN PABLO AMPUDIA, NATIONAL GEOGRAPHIC<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Fonte: National Geographic Natasha Daly <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Na Bol\u00edvia e no Brasil, animais selvagens est\u00e3o morrendo por causa das chamas. Centro de resgate est\u00e1 trabalhando para ajudar os sobreviventes. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154251,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,405,487,98,413],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154250"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154250"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154250\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154252,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154250\/revisions\/154252"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154251"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154250"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154250"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154250"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}