{"id":154273,"date":"2019-09-30T12:00:19","date_gmt":"2019-09-30T15:00:19","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154273"},"modified":"2019-09-30T12:48:33","modified_gmt":"2019-09-30T15:48:33","slug":"como-a-poluicao-em-manaus-tem-afetado-chuvas-e-fotossintese-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/09\/30\/154273-como-a-poluicao-em-manaus-tem-afetado-chuvas-e-fotossintese-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Como a polui\u00e7\u00e3o em Manaus tem afetado chuvas e fotoss\u00edntese na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"\n
\"Torre

The Amazon Tall Tower (ATTO), torre de media\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica em Manaus utilizada pelos cientistas do projeto GoAmazon

<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A polui\u00e7\u00e3o emitida no ar diariamente em Manaus tem alterado a composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica da atmosfera da floresta amaz\u00f4nica, modificando a forma\u00e7\u00e3o de nuvens, a ocorr\u00eancia de chuva, a incid\u00eancia de luz solar na mata e o processo de fotoss\u00edntese da vegeta\u00e7\u00e3o, atividades essenciais ao ecossistema da Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

A descoberta \u00e9 de um grupo de pesquisadores brasileiros, alem\u00e3es e americanos do GoAmazon 2014\/2015, um projeto cient\u00edfico internacional que estuda como as mudan\u00e7as promovidas pelo homem no meio urbano afetam a atmosfera limpa da regi\u00e3o amaz\u00f4nica.<\/p>\n\n\n\n

“Buscamos entender a transi\u00e7\u00e3o que ocorreu entre as condi\u00e7\u00f5es primitivas nos tempos pr\u00e9-industriais para as condi\u00e7\u00f5es atuais, impactadas pelas emiss\u00f5es urbanas”, conta o professor Henrique Barbosa, do Instituto de F\u00edsica da Universidade de S\u00e3o Paulo (IF-USP), integrante do GoAmazon.<\/p>\n\n\n\n

Em mar\u00e7o, 36 cientistas do GoAmazon, entre eles oito brasileiros,\u00a0publicaram artigo na revista Nature Communications\u00a0explicando por que, apesar de ser uma das poucas regi\u00f5es continentais que ainda conservam uma atmosfera limpa semelhante a situa\u00e7\u00f5es pr\u00e9-industriais, o ar da Amaz\u00f4nia tem apresentado elevados n\u00edveis de aeross\u00f3is secund\u00e1rios (SOA), gases atmosf\u00e9ricos altamente poluentes e t\u00f3xicos ao meio ambiente e \u00e0 sa\u00fade das pessoas.<\/p>\n\n\n\n

“Ao observar o entorno de Manaus, cidade cercada por 1.500 quil\u00f4metros de floresta pristina (virgem), constatamos que os ventos conseguem carregar e espalhar a polui\u00e7\u00e3o urbana metropolitana sobre centenas de quil\u00f4metros da Amaz\u00f4nia”, explica Barbosa, que \u00e9 um dos autores do artigo.<\/p>\n\n\n\n

Uma vez em contato com o ar extremamente limpo da Amaz\u00f4nia, as part\u00edculas dos poluentes urbanos reagem com compostos org\u00e2nicos vol\u00e1teis produzidos naturalmente pela floresta, formando altos n\u00edveis de aeross\u00f3is secund\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

“As emiss\u00f5es urbanas s\u00e3o compostas de poluentes gasosos e material particulado. Por meio de uma complexa qu\u00edmica atmosf\u00e9rica, essas emiss\u00f5es influenciam a forma\u00e7\u00e3o natural de aeross\u00f3is secund\u00e1rios na floresta, aumentando a quantidade de material particulado naquela atmosfera limpa”, explica Barbosa.<\/p>\n\n\n\n

Em outras palavras, ao sofrer interfer\u00eancia das emiss\u00f5es urbanas, a pr\u00f3pria floresta, que j\u00e1 produzia naturalmente n\u00edveis baixos de aeross\u00f3is, passou a produzir altos n\u00edveis do aerossol secund\u00e1rio, modificando a composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica natural da sua atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

O aerossol secund\u00e1rio \u2013 formado por part\u00edculas que podem ser s\u00f3lidas, l\u00edquidas ou gasosas \u2013 age para desequilibrar a forma\u00e7\u00e3o de chuvas na regi\u00e3o da mata. “Essas part\u00edculas t\u00eam impacto na convec\u00e7\u00e3o (quando um flu\u00eddo, como a \u00e1gua ou o ar, \u00e9 aquecido e seu tamanho \u00e9 expandido), forma\u00e7\u00e3o e desenvolvimento de nuvens”, afirma Barbosa. Ele explica que, quanto maior a taxa desses aeross\u00f3is no ar, mais part\u00edculas ultrafinas v\u00e3o compor as nuvens, o que dificulta a condensa\u00e7\u00e3o do vapor d’\u00e1gua. Como resultado, demorar\u00e1 mais tempo para as chuvas se formarem.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dessa interfer\u00eancia, as part\u00edculas tamb\u00e9m participam do “balan\u00e7o radiativo (troca de calor entre o planeta e a atmosfera) e da transmiss\u00e3o de radia\u00e7\u00e3o solar da atmosfera para as folhas”, afirma Barbosa. Por isso, quanto mais part\u00edculas do aerossol secund\u00e1rio houver na atmosfera, mais dif\u00edcil ser\u00e1 para a luz do sol alcan\u00e7ar as camadas mais baixas da floresta. Tal fator diminui a quantidade de energia dispon\u00edvel para as folhas mais baixas, j\u00e1 que as plantas dependem da absor\u00e7\u00e3o da radia\u00e7\u00e3o solar para a fotoss\u00edntese.<\/p>\n\n\n\n

O pr\u00f3ximo passo do estudo do GoAmazon, programado para ocorrer em 2020, ser\u00e1 entender em detalhes os efeitos desses aeross\u00f3is t\u00f3xicos para as florestas tropicais. Com isso, o grupo pretende aprofundar o entendimento da comunidade cient\u00edfica sobre o papel das florestas tropicais nas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas globais.<\/p>\n\n\n\n

“Nosso estudo se aplica a outras regi\u00f5es de florestas tropicais no mundo, existentes na \u00c1frica e Sudoeste da \u00c1sia. Ou seja, os mesmos processos devem estar acontecendo em todas as florestas tropicais que sofrem influ\u00eancia de polui\u00e7\u00e3o produzida pela atividade humana”, pontua Barbosa, se referindo a outras gigantes tropicais, Floresta do Congo, na \u00c1frica Central, e Floresta da Indon\u00e9sia, na \u00c1sia.<\/p>\n\n\n\n

Laborat\u00f3rio a c\u00e9u aberto<\/h2>\n\n\n\n

Fundada em 1669 no cora\u00e7\u00e3o da floresta amaz\u00f4nica \u2013 em outubro a cidade far\u00e1 350 anos \u2013 Manaus passou por um intenso processo de urbaniza\u00e7\u00e3o e industrializa\u00e7\u00e3o na d\u00e9cada de 1960, com a cria\u00e7\u00e3o da Zona Franca de Manaus, uma \u00e1rea de livre com\u00e9rcio de importa\u00e7\u00e3o e exporta\u00e7\u00e3o e de incentivos fiscais estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amaz\u00f4nia um centro industrial, comercial e agropecu\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n

\"Protesto
Protesto em defesa da Amaz\u00f4nia em Manaus, em agosto deste ano<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Com a cria\u00e7\u00e3o da Zona Franca, a popula\u00e7\u00e3o de Manaus passou a aumentar 40% a cada 10 anos desde a d\u00e9cada de 1960. Hoje, a capital re\u00fane mais de 2 milh\u00f5es de habitantes e cerca de 710 mil ve\u00edculos, um aumento da frota de 250% na \u00faltima d\u00e9cada”, aponta Barbosa, citando dados do IBGE de 2019.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, a zona franca manauara \u00e9 um dos maiores polos industriais do Brasil, reunindo aproximadamente 600 ind\u00fastrias, cercadas por importantes rios para a floresta, como o Rio Negro e o Rio Solim\u00f5es, e por vegeta\u00e7\u00e3o amaz\u00f4nica.<\/p>\n\n\n\n

Apesar de parecerem n\u00fameros pequenos em rela\u00e7\u00e3o a metr\u00f3poles como S\u00e3o Paulo, que tem 12 milh\u00f5es de habitantes e uma frota de 7 milh\u00f5es de ve\u00edculos, Barbosa afirma que os efeitos da polui\u00e7\u00e3o urbana em Manaus podem ser mais perigosos ao meio ambiente, j\u00e1 que a cidade \u00e9 uma das poucas, sen\u00e3o a \u00fanica capital no mundo a estar isolada por uma densa floresta tropical em todas as suas dire\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

“Manaus um laborat\u00f3rio a c\u00e9u aberto”, define o professor do IF-USP, afirmando que por menor que seja o aumento da emiss\u00e3o de poluentes na capital do Amazonas, o aumento de aeross\u00f3is secund\u00e1rios na floresta ser\u00e1 sempre devastador.<\/p>\n\n\n\n

“Quando afetada pela polui\u00e7\u00e3o urbana, a forma\u00e7\u00e3o de aeross\u00f3is secund\u00e1rios dentro da Amaz\u00f4nia \u00e9 muito maior do que o que foi observado na maioria dos locais em outras partes do mundo”, exemplifica Barbosa, afirmando que a pluma urbana emitida em Manaus aumentou a taxa de produ\u00e7\u00e3o de aeross\u00f3is secund\u00e1rios na floresta em at\u00e9 400%.<\/p>\n\n\n\n

Para se ter no\u00e7\u00e3o de como o ar em por\u00e7\u00f5es amaz\u00f4nicas que n\u00e3o sofrem interfer\u00eancia de poluentes urbanos \u00e9 limpo, o meteorologista Glauber Cirino, professor do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Riscos e Desastres Naturais na Amaz\u00f4nia, da Universidade Federal do Par\u00e1, afirma que, durante o per\u00edodo chuvoso, a atmosfera na regi\u00e3o \u00e9 semelhante \u00e0quelas encontradas sobre oceanos remotos.<\/p>\n\n\n\n

“As concentra\u00e7\u00f5es de part\u00edculas na Bacia Amaz\u00f4nica medidas durante a esta\u00e7\u00e3o chuvosa est\u00e3o entre as mais baixas encontradas em qualquer continente no mundo. Nessa \u00e9poca, o ar sobre a maior parte da regi\u00e3o amaz\u00f4nica \u00e9 limpo como o ar sobre o oceano aberto”, compara Cirino.<\/p>\n\n\n\n

Piora na estiagem<\/h2>\n\n\n\n

Em julho, as queimadas no estado do Amazonas atingiram n\u00edveis preocupantes: dos 1.699 focos de inc\u00eandios registrados no primeiro semestre do ano, 80% deles ocorreram em julho, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas.<\/p>\n\n\n\n

No dia 2 de agosto, o governo estadual do Amazonas decretou estado de emerg\u00eancia na regi\u00e3o metropolitana de Manaus por 180 dias em fun\u00e7\u00e3o das queimadas.<\/p>\n\n\n\n

Naquele mesmo m\u00eas, os av\u00f3s do estudante universit\u00e1rio manauara Ivan Santana, de 19 anos, se mudaram da capital por causa de problemas respirat\u00f3rios agravados pelo ar polu\u00eddo da regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Em 2018, meus av\u00f3s vieram de Porto Velho (Rond\u00f4nia) para Manaus por causa do trabalho e para ficar pr\u00f3ximos da fam\u00edlia”, lembra Santana. “Logo que minha av\u00f3, que tem asma, chegou na cidade, come\u00e7ou a reclamar que o ar de Manaus era muito pesado”.<\/p>\n\n\n\n

O estudante conta que a doen\u00e7a respirat\u00f3ria da av\u00f3 estava controlada antes da mudan\u00e7a. Por\u00e9m, depois de algumas semanas morando em Manaus, as crises asm\u00e1ticas voltaram a ocorrer. Em junho, quando come\u00e7aram as queimadas na regi\u00e3o, a av\u00f3 passou a ter at\u00e9 duas crises por dia.<\/p>\n\n\n\n

“Minha av\u00f3 ligava em casa e dizia que se n\u00e3o se mudasse de Manaus, ela sentia que poderia morrer sem ar”, lembra Santana.<\/p>\n\n\n\n

\"Os
Os avi\u00f5es alem\u00e3es G1 e G5 usados pelos cientistas do GoAmazon para estudar a atmosfera amaz\u00f4nica<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Nesse mesmo per\u00edodo, uma nuvem de fuma\u00e7a vinda das queimadas come\u00e7ou a pairar sobre a cidade. “Essa fuma\u00e7a aparece todo ano nesse per\u00edodo, mas at\u00e9 minha av\u00f3 come\u00e7ar a sofrer com o problema, eu nunca tinha me atentado para o fato de como o ar da cidade \u00e9 perigoso”, afirma o estudante.<\/p>\n\n\n\n

Em julho, no \u00e1pice das ocorr\u00eancias de focos de inc\u00eandio no entorno de Manaus, os av\u00f3s voltaram a morar em Porto Velho.<\/p>\n\n\n\n

“A mudan\u00e7a aconteceu num momento insuport\u00e1vel de queimadas na regi\u00e3o, mas minha av\u00f3 reclamava do ar pesado na cidade muito antes do per\u00edodo de estiagem come\u00e7ar. Ou seja, temos um ar muito polu\u00eddo o ano todo, e que fica insuport\u00e1vel nos meses das queimadas por causa da fuma\u00e7a”, comenta Santana.<\/p>\n\n\n\n

Erickson Oliveira dos Santos, doutor em qu\u00edmica ambiental pela Universidade Federal do Amazonas, explica que Manaus, por estar localizada em uma regi\u00e3o de clima equatorial, n\u00e3o tem as quatro esta\u00e7\u00f5es do ano, apresentando apenas duas situa\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas: um per\u00edodo chuvoso, que vai de novembro a maio, e outro seco, entre julho e setembro. Em ambos, as temperaturas costumam ser elevadas. Tal caracter\u00edstica piora a qualidade do ar na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Sabemos que nos meses de estiagem, correspondente ao inverno, a polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica da cidade piora consideravelmente por causa das queimadas na regi\u00e3o, mas ainda n\u00e3o podemos mensurar a qualidade do ar de modo detalhado por falta de dados, uma vez que seria necess\u00e1rio fazer uma medi\u00e7\u00e3o di\u00e1ria e durante todo o ano em Manaus”, defende Santos, afirmando que, com um monitoramento di\u00e1rio do ar, o governo poderia emitir alertas \u00e0 popula\u00e7\u00e3o e se preparar com anteced\u00eancia para combater os problemas ocorridos durante a estiagem.<\/p>\n\n\n\n

Assim como a cidade e a popula\u00e7\u00e3o, o meteorologista Cirino explica que o ecossistema da Amaz\u00f4nia tamb\u00e9m sofre com as queimadas na regi\u00e3o metropolitana da capital, uma vez que as nuvens de fuma\u00e7a carregadas pelos ventos alteram o ciclo h\u00eddrico da floresta.<\/p>\n\n\n\n

\"Centro
Centro hist\u00f3rico de Manaus, capital constru\u00edda no cora\u00e7\u00e3o da Floresta Amaz\u00f4nica<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Devido as neblinas de fuma\u00e7a emitidas durante as queimadas na regi\u00e3o, um n\u00famero muito maior de got\u00edculas pequenas demais para precipitar na forma de chuva foram encontradas na atmosfera da Amaz\u00f4nia. Tal fato aumenta o tempo de vida da nuvem e diminui a precipita\u00e7\u00e3o na floresta”, descreve Cirino.<\/p>\n\n\n\n

J\u00e1 no per\u00edodo chuvoso, o meteorologista explica que as part\u00edculas geradas pelas queimadas florestais s\u00e3o removidas da atmosfera de forma relativamente r\u00e1pida, “fazendo com que os focos de fogo deste per\u00edodo sejam praticamente irrelevantes para a atmosfera amaz\u00f4nica”.<\/p>\n\n\n\n

Energia <\/strong>‘<\/strong>suja<\/strong>‘<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Para os pesquisadores, n\u00e3o \u00e9 correta a ideia de que o ar de Manaus \u00e9 polu\u00eddo somente na \u00e9poca da estiagem, em decorr\u00eancia dos inc\u00eandios e queimadas florestais.<\/p>\n\n\n\n

“Assim como em qualquer metr\u00f3pole, a queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis em Manaus \u00e9 a principal fonte de polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica”, afirma Santos.<\/p>\n\n\n\n

“Al\u00e9m das queimadas florestais durante a estiagem, a queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis em Manaus est\u00e1 presente o ano todo nas emiss\u00f5es veicular, industrial e nas usinas termel\u00e9tricas, distribu\u00eddas por todo o estado do Amazonas”, completa o qu\u00edmico ambiental.<\/p>\n\n\n\n

Segundo Barbosa, a produ\u00e7\u00e3o de eletricidade por meio da queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis \u00e9 uma das maiores fontes de polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica em Manaus.<\/p>\n\n\n\n

\"O
Manaus fica \u00e0s margens dos rios Negro e Solim\u00f5es. A atmosfera na Bacia Amaz\u00f4nica, diferentemente da de Manaus, \u00e9 uma das mais limpas do mundo<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Cerca de 86% da eletricidade de Manaus \u00e9 produzida em usinas termel\u00e9tricas, que queimam \u00f3leo combust\u00edvel, g\u00e1s natural e \u00f3leo diesel para produzir energia”, explica Barbosa.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisas do GoAmazon confirmaram que os principais gases emitidos em Manaus e que s\u00e3o respons\u00e1veis pelo aumento da produ\u00e7\u00e3o de aeross\u00f3is secund\u00e1rios na Amaz\u00f4nia s\u00e3o justamente os \u00f3xidos de nitrog\u00eanio, gases poluentes emitidos pela combust\u00e3o dos combust\u00edveis f\u00f3sseis.<\/p>\n\n\n\n

“O impacto da produ\u00e7\u00e3o de energia no estado do Amazonas n\u00e3o \u00e9 pior porque, em 2009, come\u00e7ou a operar o gasoduto que liga Urucu a Manaus, em que o combust\u00edvel principal deixou de ser o diesel para ser o g\u00e1s natural”, afirma o professor do IF-USP.<\/p>\n\n\n\n

Solu\u00e7\u00f5es<\/h2>\n\n\n\n

Uma das solu\u00e7\u00f5es para amenizar os danos da polui\u00e7\u00e3o urbana de Manaus na floresta amaz\u00f4nica, segundo os pesquisadores, \u00e9 investir em tecnologias limpas de transporte urbano e de produ\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1veis.<\/p>\n\n\n\n

\"Um
Infografia publicada na revista Nature Communications mostra os impactos das emiss\u00f5es em Manaus na atmosfera amaz\u00f4nica<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

De acordo com a tese de doutorado de 2018 desenvolvida no Instituto Nacional de Pesquisa da Amaz\u00f4nia (Inpa), intitulada “Efeitos da mudan\u00e7a de combust\u00edveis das usinas termel\u00e9tricas de Manaus na qualidade do ar”, cerca de 65% da produ\u00e7\u00e3o de energia em Manaus se d\u00e1 a partir do g\u00e1s natural.<\/p>\n\n\n\n

Antes da chegada do g\u00e1s natural, o estudo mostrou que as termel\u00e9tricas da regi\u00e3o metropolitana manauara emitiam 16 toneladas de mon\u00f3xido de carbono e 129 toneladas de \u00f3xidos de nitrog\u00eanio por dia. Com 65% da produ\u00e7\u00e3o de energia a partir do g\u00e1s natural, as emiss\u00f5es ca\u00edram para 12 toneladas de mon\u00f3xido de carbono e 52 toneladas de \u00f3xidos de nitrog\u00eanico.<\/p>\n\n\n\n

Se 100% da energia gerada em Manaus fosse substitu\u00edda por g\u00e1s natural, segundo os resultados do estudo, as emiss\u00f5es de \u00f3xidos de nitrog\u00eanio e g\u00e1s carb\u00f4nico diminuiriam em 89% e 55%, respectivamente. A mudan\u00e7a total para g\u00e1s natural na matriz energ\u00e9tica tamb\u00e9m reduziria as concentra\u00e7\u00f5es m\u00e1ximas de oz\u00f4nio em mais de 70% nos dias mais polu\u00eddos, quando as concentra\u00e7\u00f5es desse g\u00e1s s\u00e3o maiores.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n\n\n\n


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A polui\u00e7\u00e3o emitida no ar diariamente em Manaus tem alterado a composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica da atmosfera da floresta amaz\u00f4nica, modificando a forma\u00e7\u00e3o de nuvens, a ocorr\u00eancia de chuva, a incid\u00eancia de luz solar na mata e o processo de fotoss\u00edntese da vegeta\u00e7\u00e3o, atividades essenciais ao ecossistema da Amaz\u00f4nia. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154274,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,35,1064,607],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154273"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154273"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154273\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154275,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154273\/revisions\/154275"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154274"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154273"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154273"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154273"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}