{"id":154327,"date":"2019-10-03T14:54:36","date_gmt":"2019-10-03T17:54:36","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154327"},"modified":"2019-10-03T08:25:49","modified_gmt":"2019-10-03T11:25:49","slug":"por-que-o-ceu-e-azul-como-o-cientista-john-tyndall-descobriu-a-resposta-com-instrumentos-simples","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/10\/03\/154327-por-que-o-ceu-e-azul-como-o-cientista-john-tyndall-descobriu-a-resposta-com-instrumentos-simples.html","title":{"rendered":"Por que o c\u00e9u \u00e9 azul? Como o cientista John Tyndall descobriu a resposta com instrumentos simples"},"content":{"rendered":"\n
\"Paisagem

A curiosidade sem limites de John Tyndall o levou a novas descobertas.
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ao longo da hist\u00f3ria, muitos cientistas buscaram compreender como a natureza funciona. Diversos pesquisadores se debru\u00e7aram sobre as raz\u00f5es por tr\u00e1s de quest\u00f5es bastante elementares \u2014 por exemplo, por que o c\u00e9u \u00e9 azul?<\/p>\n\n\n\n

Em sua forma mais pura, trata-se apenas disso: do desejo de entender, sem ter como prioridade que as descobertas sejam rent\u00e1veis ou aplic\u00e1veis amplamente. Essa abordagem dada \u00e0 ci\u00eancia se chama “pesquisa motivada pela curiosidade”.<\/p>\n\n\n\n

Um dos melhores exemplos de quem seguiu essa linha foi o f\u00edsico irland\u00eas John Tyndall (1820-1893).<\/p>\n\n\n\n

\"John
O trabalho de Tyndall abarcava um leque amplo de temas<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Tyndall era um entusiasta de escaladas e passava muito tempo na regi\u00e3o dos Alpes. Frequentemente, fazia uma pausa ao entardecer, j\u00e1 que o p\u00f4r do sol e sua magn\u00edfica gama de cores o deixavam encantado.<\/p>\n\n\n\n

Por isso, se prop\u00f4s a compreender o fen\u00f4meno e inspirou gera\u00e7\u00f5es de cientistas a realizar esse tipo de pesquisa.<\/p>\n\n\n\n

O motivo por tr\u00e1s da beleza<\/h2>\n\n\n\n

A curiosidade ilimitada e o interesse pela natureza levaram Tyndall a explorar uma ampla gama de temas e fazer descobertas-chave para a ci\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Foi ele quem, por exemplo, demonstrou pela primeira vez que os gases na atmosfera absorviam calor em n\u00edveis diferentes. Isso permitiu entender a base molecular do efeito estufa.<\/p>\n\n\n\n

Em busca de respostas para suas perguntas, ele construiu diversos instrumentos para seus experimentos. Alguns deles eram muito sofisticados e requeriam, tamb\u00e9m, profunda compreens\u00e3o te\u00f3rica e destreza.<\/p>\n\n\n\n

Entretanto, quando quis saber por que o c\u00e9u \u00e9 azul durante o dia e por que fica avermelhado ao entardecer, os instrumentos usados foram simples.<\/p>\n\n\n\n

\"aparato
Esse tubo usado por Tyndall, feito com uma liga de cobre, ferro, vidro e cera, foi chamado de ‘aparato de c\u00e9u azul’ e est\u00e1 exposto na Royal Institution, em Londres.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Tyndall utilizou um tubo de vidro para simular o c\u00e9u e uma luz branca para imitar a luz solar.<\/p>\n\n\n\n

Descobriu que, quando enchia gradualmente o tubo de fuma\u00e7a, o feixe de luz parecia ser azul em um lado e, no outro extremo, ficava vermelho.<\/p>\n\n\n\n

Assim, percebeu que a cor do c\u00e9u \u00e9 o resultado de como a luz do sol se dispersa pelas part\u00edculas presentes na atmosfera \u2014 o que ficou conhecido como Efeito Tyndall. Para chegar a tal conclus\u00e3o, usou aparatos bem simples.<\/p>\n\n\n\n

‘O c\u00e9u em uma caixa’<\/h2>\n\n\n\n

O procedimento come\u00e7ou com um tanque de vidro cheio de \u00e1gua, no qual foram despejadas algumas gotas de leite.<\/p>\n\n\n\n

\"Recipiente
Em um recipiente de vidro, o cientista despejou \u00e1gua e algumas gotas de leite; depois disso, a receita s\u00f3 precisa de uma lanterna<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O leite serviu para introduzir algumas part\u00edculas no l\u00edquido. Uma vez feita a mistura simples, o cientista acendeu uma luz branca em um dos extremos do tanque.<\/p>\n\n\n\n

Imediatamente, viu que o tanque se iluminava com cores diferentes. O experimento fascinou Tyndall, que descreveu o resultado como “o c\u00e9u em uma caixa”.<\/p>\n\n\n\n

Isso porque, em um lado do tanque, a solu\u00e7\u00e3o ficou azul. \u00c0 medida em que se aproximava do outro extremo, ficava mais amarela, at\u00e9 chegar ao laranja, como no entardecer.<\/p>\n\n\n\n

Arco-\u00edris<\/h2>\n\n\n\n

Tyndall sabia que a luz branca era composta por todas as cores do arco-\u00edris. Pensou que a explica\u00e7\u00e3o para o fen\u00f4meno, que tanto o deslumbrava, era que a luz azul teria uma maior probabilidade de repelir e dispersar as part\u00edculas de leite na \u00e1gua.<\/p>\n\n\n\n

\"Tanque
Os tons de azul pr\u00f3ximo \u00e0 fonte de luz.<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Agora sabemos que isso se deve ao fato de que a luz azul tem um comprimento de onda mais curto que o de outras cores de luz vis\u00edvel. Isso significa que a luz azul \u00e9 a primeira a se dispersar por todo o l\u00edquido.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 por isso que a parte mais pr\u00f3xima \u00e0 fonte de luz ficava azulada. E isso tamb\u00e9m explica por que o c\u00e9u \u00e9 azul: porque essa luz tem uma maior probabilidade de se dispersar pela atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

Mas o experimento do tanque tamb\u00e9m explica as outras cores do entardecer.<\/p>\n\n\n\n

O que h\u00e1 por tr\u00e1s do p\u00f4r do sol<\/h2>\n\n\n\n

\u00c0 medida em que a luz penetra mais profundamente na \u00e1gua leitosa, todos os comprimentos de onda mais curtos se dispersam. Restam assim apenas os comprimentos de onda mais longa, laranja e vermelho.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, a \u00e1gua fica progressivamente mais alaranjada e, se o tanque for grande o suficiente, vermelha.<\/p>\n\n\n\n

\"Luz
No outro extremo do tanque, cheio de \u00e1gua e leite, a luz vinda da mesma lanterna aparece em cores bastante distintas<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u00c9 o mesmo que ocorre com o c\u00e9u.<\/p>\n\n\n\n

\u00c0 medida que o sol se p\u00f5e, cada vez mais baixo, sua luz tem de viajar por uma camada mais espessa de atmosfera. Com isso, as ondas azuis com comprimentos mais curtos dispersam-se por completo, deixando apenas as luzes laranja e vermelha. Por isso, vemos o c\u00e9u avermelhado ao entardecer.<\/p>\n\n\n\n

Hoje, sabemos que a luz se dispersa principalmente nas mol\u00e9culas de ar, em vez de part\u00edculas de poeira, como pensava Tyndall.<\/p>\n\n\n\n

Entretanto, ainda que sua explica\u00e7\u00e3o tenha sido incorreta em tais detalhes, foi certeira em seu princ\u00edpio.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, a m\u00e1 interpreta\u00e7\u00e3o de seus resultados levou Tyndall a fazer sua descoberta mais importante.<\/p>\n\n\n\n

Um recipiente e um pouco de poeira<\/h2>\n\n\n\n

Sendo um cientista curioso, Tyndall decidiu prosseguir e fazer mais experimentos.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, usou um recipiente com ar e cheio de poeira, e deixou que o p\u00f3 se acumulasse por dias a fio.<\/p>\n\n\n\n

\"Poeira\"\/
Tyndall deixou que part\u00edculas de poeira se acumulassem antes de come\u00e7ar o experimento<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Chamou essa amostra, com toda a poeira j\u00e1 assentada, de “ar opticamente puro”.<\/p>\n\n\n\n

Logo come\u00e7ou a inserir mais coisas no recipiente, para observar o que acontecia.<\/p>\n\n\n\n

Primeiramente, colocou um peda\u00e7o de carne. Logo em seguida, de peixe. Adicionou ainda amostras de sua pr\u00f3pria urina.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, notou algo interessante. Nem a carne e nem o peixe apodreceram, e sua urina n\u00e3o escureceu. Segundo ele, “continuou t\u00e3o clara quanto um vinho xerez fresco”.<\/p>\n\n\n\n

\"Entardecer
Tudo come\u00e7ou com a pergunta: por que tanta beleza?<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Descoberta por acidente<\/h2>\n\n\n\n

O que ele havia criado n\u00e3o era ar livre de qualquer poeira, ou opticamente puro.<\/p>\n\n\n\n

Sem se dar conta, Tyndall havia esterilizado o ambiente. Deixou que todas as bact\u00e9rias se acumulassem no fundo do recipiente. Em outras palavras, o ar ficou livre de germes.<\/p>\n\n\n\n

Essa n\u00e3o era sua inten\u00e7\u00e3o original, mas Tyndall proporcionou evid\u00eancia decisiva para uma teoria controversa \u00e0 \u00e9poca: de que a decomposi\u00e7\u00e3o de materiais e as doen\u00e7as eram causadas por micr\u00f3bios presentes no ar.<\/p>\n\n\n\n

Tyndall era um homem que pesquisava exclusivamente pela busca do conhecimento, sem se vincular a um problema espec\u00edfico do mundo real.<\/p>\n\n\n\n

Ele n\u00e3o se prop\u00f4s a descobrir as origens de doen\u00e7as transmitidas pelo ar, quando come\u00e7ou a explorar o que estava por tr\u00e1s das cores do c\u00e9u. Mas foi exatamente isso que ele fez.<\/p>\n\n\n\n

O caso faz com que a express\u00e3o em ingl\u00eas para descrever esse tipo de pesquisa, guiada pela curiosidade, soe bastante apropriada: “blue-sky investigation” ou “investiga\u00e7\u00e3o de c\u00e9u azul”.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Ao longo da hist\u00f3ria, muitos cientistas buscaram compreender como a natureza funciona. Diversos pesquisadores se debru\u00e7aram sobre as raz\u00f5es por tr\u00e1s de quest\u00f5es bastante elementares \u2014 por exemplo, por que o c\u00e9u \u00e9 azul? <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154328,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1135,75,2178],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154327"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154327"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154327\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154329,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154327\/revisions\/154329"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154328"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154327"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154327"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154327"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}