{"id":154598,"date":"2019-10-14T17:00:56","date_gmt":"2019-10-14T20:00:56","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154598"},"modified":"2019-10-13T21:08:52","modified_gmt":"2019-10-14T00:08:52","slug":"boneca-russa-impressionante-diamante-encontrado-dentro-de-outro-diamante-intriga-cientistas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/10\/14\/154598-boneca-russa-impressionante-diamante-encontrado-dentro-de-outro-diamante-intriga-cientistas.html","title":{"rendered":"Boneca russa? Impressionante diamante encontrado dentro de outro diamante intriga cientistas"},"content":{"rendered":"\n
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Em fen\u00f4meno in\u00e9dito, diamante rec\u00e9m-encontrado chacoalha livremente no interior de outro diamante maior. Os cientistas est\u00e3o intrigados com a origem dessa configura\u00e7\u00e3o t\u00e3o incomum.
FOTO DE\u00a0OF ALROSA<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Ao separar as pedras preciosas rec\u00e9m-escavadas em Yakutia, na R\u00fassia, especialistas que trabalham com a mineradora ALROSA se depararam com algo que nunca tinham visto antes: um min\u00fasculo diamante sepultado no interior de outro diamante maior. O chamado diamante \u2018Matrioska\u2019, batizado em homenagem \u00e0s bonecas russas, pesa apenas 0,124 grama e a pedra preciosa externa possui largura aproximada igual ao comprimento de um gr\u00e3o de arroz, segundo o an\u00fancio da ALROSA sobre a descoberta na semana passada.<\/p>\n\n\n\n

Normalmente, os diamantes funcionam como min\u00fasculas c\u00e1psulas do tempo, capturando\u00a0minerais ex\u00f3ticos\u00a0ou tra\u00e7os do\u00a0l\u00edquido denso\u00a0que os originou. Mas a descoberta de um pequeno diamante solto dentro da estrutura natural de outro diamante surpreendeu os pesquisadores.<\/p>\n\n\n\n

\u201cFiquei impressionado, nunca vi algo assim\u201d, afirma\u00a0Thomas Stachel,\u00a0mineralogista da Universidade de Alberta, sobre sua rea\u00e7\u00e3o ap\u00f3s ver o v\u00eddeo com o tinido de um diamante dentro do outro. \u201cJ\u00e1 lidamos com diamantes h\u00e1 muito tempo e esse \u00e9 o primeiro do tipo.\u201d<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o est\u00e1 claro como os diamantes adquiriram essa curiosa configura\u00e7\u00e3o, mas logo poderemos ter pistas: est\u00e3o em curso planos para envi\u00e1-los ao Instituto Gemol\u00f3gico da Am\u00e9rica (GIA, na sigla em ingl\u00eas) para mais estudos, o que poderia ajudar a obter novas informa\u00e7\u00f5es sobre os fen\u00f4menos que ocorrem a quil\u00f4metros de profundidade.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEssa \u00e9 uma cria\u00e7\u00e3o \u00fanica da natureza\u201d, afirmou Oleg Kovalchuk, diretor-adjunto de inova\u00e7\u00f5es para os Empreendimentos Geol\u00f3gicos de Pesquisa e Desenvolvimento da ALROSA, em um\u00a0comunicado \u00e0 imprensa.<\/p>\n\n\n\n

Ra\u00edzes dos diamantes<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Diamantes geralmente se cristalizam a centenas de quil\u00f4metros de profundidade. Eles assumem a forma do que \u00e9 conhecido como ra\u00edzes crat\u00f4nicas de continentes, que s\u00e3o zonas do manto antigo e r\u00edgido que d\u00e3o suporte \u00e0s massas de terra sobrepostas.<\/p>\n\n\n\n

Essas regi\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o de diamantes ficam completamente fora do alcance da explora\u00e7\u00e3o do homem; a maior profundidade j\u00e1 perfurada pelo homem foi de pouco mais de 12 quil\u00f4metros. Ent\u00e3o, para estudar as curiosas condi\u00e7\u00f5es de sua forma\u00e7\u00e3o, os cientistas precisam analisar, por conta pr\u00f3pria, os diamantes, que s\u00e3o trazidos \u00e0 superf\u00edcie durante as raras erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas que desenterram rochas fundidas conhecidas como magma kimberl\u00edtico.<\/p>\n\n\n\n

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Esta imagem radiogr\u00e1fica do diamante duplo mostra uma pedra min\u00fascula dentro da cavidade vazia de outro diamante maior. Esse v\u00e3o n\u00e3o suportaria as press\u00f5es esmagadoras das profundezas de nosso planeta, onde s\u00e3o formados os diamantes, ent\u00e3o os pesquisadores acreditam que, no passado, a cavidade tenha sido preenchida por algo.
FOTO DE\u00a0OF ALROSA<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Foi provavelmente assim que esse novo diamante chegou ao alcance do ambicioso olhar do homem \u2014 mas permanece um mist\u00e9rio como exatamente se formou. Ao que parece, a cristaliza\u00e7\u00e3o de muitos diamantes est\u00e1 ligada \u00e0 subduc\u00e7\u00e3o do leito do mar, que ocorre quando uma densa placa tect\u00f4nica oce\u00e2nica afunda sob uma placa continental menos densa. Conforme o leito do mar desce, as temperaturas sobem, for\u00e7ando os fluidos a sair das rochas e sedimentos. Os diamantes se cristalizam a partir do caldo resultante, salgado e rico em carbono, que se infiltra a partir da subsuperf\u00edcie.<\/p>\n\n\n\n

Contudo, ao que parece, conforme o diamante rec\u00e9m-encontrado cristalizava, algo deu errado. Em vez de a pedra formar um bloco \u00fanico de mineral, o diminuto diamante ficou envolto em um diamante maior. A cavidade atualmente vazia na qual o diamante min\u00fasculo est\u00e1 abrigado n\u00e3o suportaria as press\u00f5es esmagadoras que a dupla teria que enfrentar nas profundezas do subsolo, ent\u00e3o alguma outra subst\u00e2ncia pode ter preenchido o v\u00e3o inicialmente.<\/p>\n\n\n\n

\u201cN\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel ter um espa\u00e7o aberto no manto. \u00c9 absoluta e completamente imposs\u00edvel\u201d, afirma Stachel. \u201cQualquer espa\u00e7o vazio sujeito a essas press\u00f5es desapareceria em um milissegundo.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Recheio misterioso<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Talvez o diamante duplo possa ter abrigado uma gota de um fluido salgado em que o mineral se moldou, afirma\u00a0Michael F\u00f6rster, pesquisador de p\u00f3s-doutorado em petrologia experimental da Universidade Macquarie da Austr\u00e1lia. Esse fluido poderia ter vazado facilmente por um orif\u00edcio ou fissura no exterior do diamante maior. Outros especialistas sugerem que o espa\u00e7o teria sido preenchido com minerais do manto, como olivina verde-amarronzada ou granada vermelho-escura.<\/p>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 interessante imaginar qual mineral poderia ter atuado como espa\u00e7ador entre o diamante de dentro e o de fora\u201d, escreve F\u00f6rster em um e-mail.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o se sabe como e quando esses minerais teriam desaparecido, mas poderiam ter escapado quando os diamantes estavam a caminho da superf\u00edcie, afirma\u00a0Wuyi Wang, vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Gemol\u00f3gico da Am\u00e9rica. Rochas derretidas ou fluidos c\u00e1usticos poderiam ter entrado em contato com o conte\u00fado e liquefeito os minerais do manto.<\/p>\n\n\n\n

Alternativamente, Stachel acredita que a transforma\u00e7\u00e3o poderia ter ocorrido na superf\u00edcie da Terra. L\u00e1, a \u00e1gua poderia ter agido incessantemente no recheio mineral, primeiramente transformando-o em minerais mais fracos e male\u00e1veis e, depois, talvez dissolvendo alguns deles.<\/p>\n\n\n\n

Ainda assim, \u00e9 improv\u00e1vel que quaisquer dos processos tenham limpado toda a cavidade. \u00c9 a\u00ed que o processamento humano entra em cena, ressalta Stachel. Embora n\u00e3o esteja claro como o diamante duplo foi limpo ap\u00f3s sua minera\u00e7\u00e3o, muitos m\u00e9todos de processamento incluem uma lavagem com subst\u00e2ncias altamente corrosivas, como \u00e1cido fluor\u00eddrico.<\/p>\n\n\n\n

\u201cIsso dissolve quase qualquer mineral que conhecemos\u201d, conta Stachel. Um dos poucos que sobrevive \u00e9 o diamante. Solicita\u00e7\u00f5es \u00e0 ALROSA em busca de mais informa\u00e7\u00f5es sobre o diamante e seu processamento ainda aguardam resposta.<\/p>\n\n\n\n

Futuro brilhante<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

J\u00e1 foram encontradas anteriormente outras forma\u00e7\u00f5es curiosas com diamantes que se assemelham a partes da nova configura\u00e7\u00e3o de \u201cdiamante dentro de diamante\u201d. Por exemplo, Wang possui h\u00e1 muito tempo o que parece ser um diamante dentro de outro diamante, mas a pedra interna ainda permanece aderida firmemente \u00e0 parede do diamante externo. Al\u00e9m disso, muitos outros diamantes possuem orif\u00edcios em sua superf\u00edcie brilhante, acrescenta Stachel.<\/p>\n\n\n\n

Ao estudar essas excentricidades do mundo mineral, os pesquisadores podem descobrir mais sobre o processo de desenvolvimento dos diamantes e talvez sobre os ambientes e composi\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas que as pedras encontram nas profundezas de nosso planeta.<\/p>\n\n\n\n

Wang, que liderar\u00e1 a an\u00e1lise da pedra preciosa no GIA, est\u00e1 especialmente interessado em examinar o diamante duplo por tomografia computadorizada de alta resolu\u00e7\u00e3o para visualizar a estrutura em tr\u00eas dimens\u00f5es. Ele espera examinar o formato da cavidade interna, al\u00e9m de buscar uma poss\u00edvel rota de fuga para o prov\u00e1vel recheio mineral. Ele ainda espera estudar a composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica dos diamantes de forma n\u00e3o destrutiva para obter ind\u00edcios do que pode ter existido no espa\u00e7o vazio.<\/p>\n\n\n\n

Ainda assim, para resolver o enigma de fato, afirma Stachel, \u00e9 poss\u00edvel que seja necess\u00e1rio apenas encontrar mais exemplos: \u201cO objetivo final agora seria encontrar um diamante cujo v\u00e3o ainda esteja preenchido. A\u00ed todos n\u00f3s ficar\u00edamos satisfeitos.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Maya Wei-Haas – National Geographic <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A configura\u00e7\u00e3o in\u00e9dita e incomum de uma pedra preciosa encontrada em uma mina russa sugere a ocorr\u00eancia de misteriosos fen\u00f4menos a quil\u00f4metros de profundidade. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154599,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1341,2860,1421],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154598"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154598"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154598\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154600,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154598\/revisions\/154600"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154599"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154598"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154598"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154598"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}