{"id":154608,"date":"2019-10-13T21:37:00","date_gmt":"2019-10-14T00:37:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154608"},"modified":"2019-10-13T21:37:02","modified_gmt":"2019-10-14T00:37:02","slug":"brasil-precisa-investir-em-pesquisa-de-especies-nativas-para-alavancar-restauracao-florestal-diz-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/divulgacao\/2019\/10\/13\/154608-brasil-precisa-investir-em-pesquisa-de-especies-nativas-para-alavancar-restauracao-florestal-diz-estudo.html","title":{"rendered":"Brasil precisa investir em pesquisa de esp\u00e9cies nativas para alavancar restaura\u00e7\u00e3o florestal, diz estudo"},"content":{"rendered":"\n
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O Brasil precisa investir em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) das suas esp\u00e9cies de \u00e1rvores nativas para alavancar a restaura\u00e7\u00e3o florestal e conseguir criar um novo modelo de desenvolvimento que proteja as florestas, em especial a Amaz\u00f4nia, al\u00e9m de gerar emprego e renda aos produtores. A conclus\u00e3o \u00e9 de um estudo publicado pelo WRI Brasil.<\/p>\n\n\n\n

O estudo, chamado \u201cResearch gaps and pirites in silviculture with native species in Brazil\u201d, parte da necessidade do pa\u00eds em alavancar a restaura\u00e7\u00e3o florestal \u2013 o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milh\u00f5es de hectares de florestas at\u00e9 2030 \u2013 e busca entender quais s\u00e3o os gargalos que precisam ser superados para que a silvicultura com esp\u00e9cies nativas possa ser um caminho para dar escala aos projetos de restaura\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O estudo identificou que ainda h\u00e1 muitas lacunas de conhecimento t\u00e9cnico e cient\u00edfico para o plantio de \u00e1rvores nativas, como por exemplo em sementes e mudas, melhoramento gen\u00e9tico ou manejo. A partir dessas lacunas, os autores estimam, em uma an\u00e1lise de custo-benef\u00edcio, quais seriam os benef\u00edcios econ\u00f4micos se o Brasil investisse em P&D.<\/p>\n\n\n\n

Os resultados s\u00e3o promissores.  O investimento necess\u00e1rio para que a silvicultura de nativas decole \u00e9 relativamente baixo \u2013 cerca de 0,04% do investimento total brasileiro em pesquisa. Com esses recursos, e uma escala de plantio de 10.000 hectares (uma quantidade pequena, ao considerar o territ\u00f3rio brasileiro), o estudo revela que a silvicultura de nativas traz retorno econ\u00f4mico. A an\u00e1lise de custo-benef\u00edcio aponta que o retorno de investimento pode ser de US$ 2,36 para cada d\u00f3lar investido, em um per\u00edodo de 20 anos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO estudo mostra que h\u00e1 demanda por madeira tropical, e que a silvicultura com esp\u00e9cies nativas pode atender essa demanda com lucratividade, impulsionando a               restaura\u00e7\u00e3o. Mas para isso \u00e9 necess\u00e1rio investir em P&D para desenvolver essas esp\u00e9cies\u201d, diz Alan Batista, especialista de investimentos do WRI Brasil e um dos autores do estudo.<\/p>\n\n\n\n

Proteger as florestas naturais<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m de ser uma atividade com potencial de retorno financeiro, a silvicultura de nativas traz benef\u00edcios ambientais claros, que v\u00e3o desde a restaura\u00e7\u00e3o de \u00e1reas degradas at\u00e9 a captura de carbono da atmosfera nas \u00e1rvores, ajudando a controlar as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. \u201cPlantar \u00e1rvores em \u00e1reas hoje degradas, com o manejo adequado, vai permitir ao produtor rural produzir madeira de alta qualidade e valor econ\u00f4mico ao mesmo tempo que gera servi\u00e7os ambientais, como prote\u00e7\u00e3o do solo e preserva\u00e7\u00e3o das nascentes\u201d, diz Miguel Calmon, diretor de Florestas do WRI Brasil e um dos autores do estudo.<\/p>\n\n\n\n

Outra grande vantagem da silvicultura de nativas \u00e9 a de aliviar a press\u00e3o sobre as florestas tropicais. Atualmente, estima-se que 50% da madeira comercializada no mundo e 70% na Amaz\u00f4nia s\u00e3o produzidas de forma ilegal, muitas vezes destruindo a floresta. Ao produzir madeira por meio do plantio de \u00e1rvores nativas e do manejo florestal, o produtor estar\u00e1 colocando madeira legal e de qualidade no mercado, tirando um dos incentivos para se desmatar florestas naturais.<\/p>\n\n\n\n

Plataforma de pesquisa e esp\u00e9cies priorit\u00e1rias<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O investimento em pesquisa e desenvolvimento de nativas n\u00e3o seria algo fora do comum \u2013 ele j\u00e1 existiu para as esp\u00e9cies ex\u00f3ticas. Nos \u00faltimos quarenta anos, as ind\u00fastrias do pinus e eucalipto investem em melhorias de esp\u00e9cies para sua produ\u00e7\u00e3o, gerando grandes resultados.<\/p>\n\n\n\n

Os autores do estudo sugerem que o mesmo pode ser feito para as nativas. Como a produ\u00e7\u00e3o de madeira a partir de esp\u00e9cies nativas plantadas ainda tem dificuldade de competir no mercado, principalmente por conta da competi\u00e7\u00e3o com a madeira ilegal tirada de florestas prim\u00e1rias, o estudo prop\u00f5e a cria\u00e7\u00e3o de uma Plataforma de Pesquisa & Desenvolvimento.<\/p>\n\n\n\n

A ideia \u00e9 que essa plataforma, que est\u00e1 sendo desenvolvida pela Coaliz\u00e3o Brasil Clima, Florestas e Agricultura e facilitada pelo WRI Brasil, possa captar recursos p\u00fablico ou privados, seja de governos, empresas ou doadores, para destin\u00e1-los a uma pesquisa ainda em fase pr\u00e9-competitiva, suprindo lacunas de conhecimento no desenvolvimento das esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

O trabalho prop\u00f5e que esses recursos sejam direcionados para as esp\u00e9cies nativas mais promissoras para a produ\u00e7\u00e3o de madeira ou produtos n\u00e3o-madeireiros, e identificou 15 esp\u00e9cies da Amaz\u00f4nia e 15 da Mata Atl\u00e2ntica \u2013 sendo que algumas delas tamb\u00e9m ocorrem no Cerrado. S\u00e3o \u00e1rvores como a arauc\u00e1ria ou vinh\u00e1tico, na Mata Atl\u00e2ntica, e o paric\u00e1 ou andiroba na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa permitir\u00e1 desenvolver melhor o conhecimento cient\u00edfico dessas esp\u00e9cies, permitindo uma melhor sele\u00e7\u00e3o de mudas e sementes, realizando t\u00e9cnicas de melhoramento gen\u00e9tico ou desenvolvendo princ\u00edpios de manejo ainda inexistentes para essas \u00e1rvores brasileiras. Uma vez que esses gargalos sejam resolvidos e a produ\u00e7\u00e3o de nativas esteja em condi\u00e7\u00f5es de competir no mercado, a pesquisa passaria a ser desenvolvida pelas empresas do setor.<\/p>\n\n\n\n

O estudo \u201cResearch gaps and priorities in silviculture with native species in Brazil\u201d est\u00e1 dispon\u00edvel na integra, em ingl\u00eas, e pode ser baixado no site wribrasil.org.br.<\/p>\n\n\n\n

Sobre o WRI Brasil<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O WRI Brasil \u00e9 um instituto de pesquisa que transforma grandes ideias em a\u00e7\u00f5es para promover a prote\u00e7\u00e3o do meio ambiente, oportunidades econ\u00f4micas e bem-estar humano. Atua no desenvolvimento de estudos e implementa\u00e7\u00e3o de solu\u00e7\u00f5es sustent\u00e1veis em clima, florestas e cidades. Alia excel\u00eancia t\u00e9cnica \u00e0 articula\u00e7\u00e3o pol\u00edtica e trabalha em parceria com governos, empresas, academia e sociedade civil.<\/p>\n\n\n\n

O WRI Brasil faz parte do World Resources Institute (WRI), institui\u00e7\u00e3o global de pesquisa com atua\u00e7\u00e3o em mais de 50 pa\u00edses. O WRI conta com o conhecimento de aproximadamente 700 profissionais em escrit\u00f3rios no Brasil, China, Estados Unidos, Europa, M\u00e9xico, \u00cdndia, Indon\u00e9sia e \u00c1frica.<\/p>\n\n\n\n

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Relat\u00f3rio do WRI Brasil mostra que, com investimento em Pesquisa & Desenvolvimento de esp\u00e9cies nativas,
\nprodutores podem gerar renda e proteger a Amaz\u00f4nia, Mata Atl\u00e2ntica e Cerrado <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":8,"featured_media":154609,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[147],"tags":[722,1019,73,365,2458],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154608"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/8"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154608"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154608\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154610,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154608\/revisions\/154610"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154609"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154608"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154608"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154608"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}