{"id":154984,"date":"2019-10-30T13:00:19","date_gmt":"2019-10-30T16:00:19","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=154984"},"modified":"2019-10-29T22:04:53","modified_gmt":"2019-10-30T01:04:53","slug":"risco-oculto-de-terremoto-revelado-por-antigos-registros-astecas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/10\/30\/154984-risco-oculto-de-terremoto-revelado-por-antigos-registros-astecas.html","title":{"rendered":"Risco oculto de terremoto revelado por antigos registros astecas"},"content":{"rendered":"\n
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O vulc\u00e3o Popocat\u00e9petl, no M\u00e9xico, lan\u00e7a cinzas em julho de 2013. O pico faz parte do Cintur\u00e3o Vulc\u00e2nico Transmexicano, uma regi\u00e3o que, de acordo com sism\u00f3logos, pode apresentar um risco de terremoto maior do que o previsto.
FOTO DE\u00a0J. GUADALUPE PEREZ, AFP\/GETTY IMAGES<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Segundo os Anais de Tlatelolco<\/em>, a terra se abriu na regi\u00e3o central do M\u00e9xico em 19 de fevereiro de 1575. O c\u00f3dice antigo, composto por volta da \u00e9poca em que o Imp\u00e9rio Asteca foi derrotado pelos conquistadores espanh\u00f3is, conta a hist\u00f3ria de um abalo s\u00edsmico que durou at\u00e9 cinco dias, provocando deslizamentos de terra e abrindo um buraco de quase cinco quil\u00f4metros de extens\u00e3o no ch\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Essa catastr\u00f3fica narrativa faz parte de uma\u00a0s\u00e9rie rec\u00e9m-descoberta de terremotos n\u00e3o documentados cientificamente, ocorridos nos \u00faltimos 450 anos no M\u00e9xico, publicada por sism\u00f3logos em uma recente edi\u00e7\u00e3o do peri\u00f3dico\u00a0Tectonics<\/em>. Especificamente, a movimenta\u00e7\u00e3o ocorreu ao longo de uma cadeia de vulc\u00f5es de mais de mil quil\u00f4metros de extens\u00e3o, conhecida como Cintur\u00e3o Vulc\u00e2nico Transmexicano, uma regi\u00e3o caracterizada por picos nevados e erup\u00e7\u00f5es ardentes, que se estende entre o Golfo do M\u00e9xico e o Oceano Pac\u00edfico.<\/p>\n\n\n\n

Desde o advento da sismologia instrumental no in\u00edcio do s\u00e9culo 20, foram registrados apenas alguns terremotos fortes ao longo desse cintur\u00e3o, levando muitos a acreditar que simplesmente n\u00e3o eram t\u00e3o perigosos do ponto de vista s\u00edsmico. Mas se considerarmos o registro de terremotos na regi\u00e3o como um filme de longa-metragem, a era do monitoramento moderno \u00e9 apenas um breve instante na tela, afirma\u00a0Gerardo Su\u00e1rez, coautor do estudo, da Universidade Nacional Aut\u00f4noma do M\u00e9xico.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEsses cem anos de atividades s\u00edsmicas s\u00e3o como assistir apenas a dois ou tr\u00eas segundos de filme\u201d, afirma Su\u00e1rez. Ao analisar os registros hist\u00f3ricos, os cientistas tamb\u00e9m poder\u00e3o \u201ctentar enxergar mais que alguns poucos quadros fotogr\u00e1ficos\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Por isso, Su\u00e1rez e sua equipe procuraram os c\u00f3dices astecas e relatos de mission\u00e1rios espanh\u00f3is. O estudo deles sugere que o M\u00e9xico n\u00e3o est\u00e1 totalmente preparado para abalos ao longo de toda a extens\u00e3o do cintur\u00e3o vulc\u00e2nico, o que significa que a longa cadeia adormecida representa um risco iminente. Hoje, 52 milh\u00f5es de pessoas \u2014 ou 40% da popula\u00e7\u00e3o do M\u00e9xico \u2014 vivem ao longo desse cintur\u00e3o, ignorando quase que completamente os gigantes geol\u00f3gicos inquietos sob seus p\u00e9s.<\/p>\n\n\n\n

Um elo com o passado<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

As furiosas montanhas do Cintur\u00e3o Vulc\u00e2nico Transmexicano, de\u00a0Popocat\u00e9petl\u00a0a\u00a0Par\u00edcutin, devem sua exist\u00eancia a um processo chamado subduc\u00e7\u00e3o, no qual a min\u00fascula placa tect\u00f4nica de Rivera e a gigantesca placa tect\u00f4nica de Cocos afundam sob a placa norte-americana. O choque resultante e a sa\u00edda de \u00e1gua ocorrida com a descida das placas criam uma zona de intenso derretimento nas profundezas da Terra, que ent\u00e3o forma redes de reservat\u00f3rios de magma no interior da crosta, dando origem aos vulc\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

Extraordinariamente, entretanto, os vulc\u00f5es da regi\u00e3o n\u00e3o acompanham a extens\u00e3o da zona de subduc\u00e7\u00e3o, mantendo uma posi\u00e7\u00e3o diagonal em rela\u00e7\u00e3o a ela, o que sugere que a placa de Cocos em subduc\u00e7\u00e3o esteja de algum modo bastante deformada. Apesar do caos rochoso, o cintur\u00e3o tamb\u00e9m parece ter uma curiosa escassez dos chamados terremotos da crosta terrestre, que s\u00e3o aqueles formados por tremores relativamente superficiais, afastados da zona de subduc\u00e7\u00e3o profunda. Esse \u00e9 o tipo mais comum de terremotos que destr\u00f3i a superf\u00edcie do planeta.<\/p>\n\n\n\n

At\u00e9 hoje, os instrumentos modernos registraram apenas poucos terremotos intensos na crosta terrestre ao longo do Cintur\u00e3o Vulc\u00e2nico Transmexicano. O maior dos \u00faltimos 40 anos foi um tremor com magnitude aproximada de 5.1, ocorrido em fevereiro de 1979. Antes disso, o terremoto em Jalapa em 1920 e o fen\u00f4meno s\u00edsmico em Acambay em 1912 abalaram a regi\u00e3o a magnitudes de 6.4 e 6.9, respectivamente.<\/p>\n\n\n\n

Para obter um retrato mais completo dos registros s\u00edsmicos de uma regi\u00e3o, os ge\u00f3logos geralmente precisam assumir o papel de historiadores, afirma\u00a0Zachary Ross, geof\u00edsico da Caltech, que n\u00e3o participou do estudo. A humanidade tenta interpretar o caos rochoso ao seu redor h\u00e1 mil\u00eanios por meio de pinturas de erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas\u00a0nas paredes de cavernas\u00a0e relatos sobre m\u00edticos\u00a0p\u00e1ssaros-trov\u00e3o e baleias\u00a0para descrever terremotos e\u00a0tsunamis<\/em>, e essas descri\u00e7\u00f5es s\u00e3o inestim\u00e1veis para os sism\u00f3logos modernos.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, o Servi\u00e7o Geol\u00f3gico dos Estados Unidos utiliza relatos de tremores enviados pela popula\u00e7\u00e3o para obter uma localiza\u00e7\u00e3o mais precisa dos terremotos e atribuir a eles as magnitudes medidas. Empregando esse conhecimento para correlacionar as descri\u00e7\u00f5es hist\u00f3ricas sobre a intensidade de tremores com sua escala de magnitude, os cientistas conseguem analisar dados num\u00e9ricos sobre os terremotos informados em textos antigos.<\/p>\n\n\n\n

Isso inclui os c\u00f3dices astecas, bastante raros por terem sido queimados, em sua maioria, pelos conquistadores espanh\u00f3is, afirma\u00a0F. Ram\u00f3n Z\u00fa\u00f1iga, sism\u00f3logo da UNAM, que n\u00e3o participou do estudo. Alguns desses c\u00f3dices possuem um glifo semelhante a uma h\u00e9lice, que, h\u00e1 muito tempo, \u00e9 interpretado como uma representa\u00e7\u00e3o de movimento. Quando disposto sobre um glifo de camadas de terra, esse s\u00edmbolo passa a significar solo em movimento: tamb\u00e9m conhecido como terremoto.<\/p>\n\n\n\n

Em alguns c\u00f3dices, esses glifos s\u00e3o acompanhados de datas. Embora os Anais de Tlatelolco <\/em>n\u00e3o possuam glifos de terremoto e estejam escritos em nahuatl, a l\u00edngua dos astecas, escribas an\u00f4nimos felizmente utilizaram o alfabeto latino para recontar os fen\u00f4menos s\u00edsmicos.<\/p>\n\n\n\n

Relatos da era colonial feitos por mission\u00e1rios tamb\u00e9m s\u00e3o extremamente \u00fateis. Tamb\u00e9m foram encontrados dados s\u00edsmicos antigos na Calif\u00f3rnia, afirma\u00a0Ken Hudnut, geof\u00edsico do Servi\u00e7o Geol\u00f3gico dos Estados Unidos, localizado em Pasadena, que n\u00e3o participou do estudo. Relatos meticulosamente detalhados de conventos danificados por terremotos foram utilizados para ressarcir a Igreja.<\/p>\n\n\n\n

Embora a natureza subjetiva de todas essas descri\u00e7\u00f5es impe\u00e7a os cientistas de atribuir grande precis\u00e3o \u00e0s estimativas de magnitude, ainda \u00e9 um esfor\u00e7o que vale a pena, sobretudo para encontrar os epicentros de terremotos ocultos h\u00e1 muito tempo, afirma Ross.<\/p>\n\n\n\n

Viagem no tempo ao Temblor Grande<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Com essas incertezas em mente, Su\u00e1rez e sua equipe passaram oito anos examinando registros hist\u00f3ricos para obter dados num\u00e9ricos de antigos terremotos no M\u00e9xico com a maior precis\u00e3o poss\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Por exemplo, registros criados pelo mission\u00e1rio Fray Antonio Tello contam sobre o Temblor Grande, um terremoto ocorrido em 27 de dezembro de 1568 na parte ocidental do cintur\u00e3o. O fen\u00f4meno danificou igrejas e conventos, provocou deslizamentos de terra, transformou o solo\u00a0em l\u00edquido, e abriu rachaduras por todo o ch\u00e3o. Tamb\u00e9m abalou os len\u00e7\u00f3is fre\u00e1ticos, fazendo com que alguns po\u00e7os secassem e outros, transbordassem. A equipe estima que tenha sido um fen\u00f4meno de magnitude 7.2.<\/p>\n\n\n\n

Dizem que o terremoto de 1575 descrito nos\u00a0Anais de Tlatelolco<\/em>\u00a0ocorreu perto de Zacateotl\u00e1n, um local que n\u00e3o existe atualmente e cujas ru\u00ednas nunca foram encontradas. Historiadores que utilizam outro c\u00f3dice chamado\u00a0Anais de Huamantla\u00a0<\/em>suspeitam que Zacateotl\u00e1n era um local a sudeste do\u00a0vulc\u00e3o La Malinche, o que colocaria o epicentro do terremoto a cerca de 45 quil\u00f4metros a leste da cidade moderna de Puebla.<\/p>\n\n\n\n

O c\u00f3dice explica que uma rachadura na superf\u00edcie medindo 2,8 mil brazas <\/em>surgiu ap\u00f3s o terremoto. Uma braza<\/em> \u00e9 uma unidade conhecida de profundidade da \u00e1gua equivalente ao comprimento de dois bra\u00e7os esticados e, assim, essas informa\u00e7\u00f5es foram utilizadas para estimar o comprimento da falha de cerca de cinco quil\u00f4metros. Com base nessa medida, o terremoto principal provavelmente teve magnitude 5.7, sendo seguido por v\u00e1rias r\u00e9plicas menos intensas.<\/p>\n\n\n\n

Atento a terremotos<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

O fator que desencadeia terremotos no cintur\u00e3o permanece em debate, afirma Z\u00fa\u00f1iga. Ainda assim, a obten\u00e7\u00e3o de magnitudes e epicentros de terremotos pelo novo estudo ajuda a enfatizar que o cintur\u00e3o n\u00e3o \u00e9 uma falha \u00fanica, como San Andreas, na Calif\u00f3rnia, mas um emaranhado de falhas menores. Agora est\u00e1 claro que terremotos na crosta terrestre tamb\u00e9m ocorrem ao longo de todo o cintur\u00e3o, explica Su\u00e1rez, mesmo onde n\u00e3o foram identificadas as falhas que os provocaram.<\/p>\n\n\n\n

O terremoto de 1568, por exemplo, n\u00e3o tem uma falha atribu\u00edda categoricamente a ele e, por isso, os sism\u00f3logos est\u00e3o escavando trincheiras na regi\u00e3o na esperan\u00e7a de detectar fissuras indicativas do fen\u00f4meno. Em buscas futuras, podem ser empregados\u00a0lasers<\/em>\u00a0instalados em avi\u00f5es e helic\u00f3pteros conhecidos como LIDAR para observar linhas de falhas soterradas, de forma muito semelhante a como a tecnologia \u00e9 usada para\u00a0detectar s\u00edtios arqueol\u00f3gicos\u00a0ocultos sob a vegeta\u00e7\u00e3o e o solo, afirma Hudnut.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 fundamental conseguir um retrato melhor desse quebra-cabe\u00e7a s\u00edsmico, j\u00e1 que os registros mostram que o risco s\u00edsmico ao longo de regi\u00f5es do cintur\u00e3o vulc\u00e2nico \u00e9 maior do que se pensava anteriormente, conta\u00a0Luis Quintanar, sism\u00f3logo da UNAM, que n\u00e3o participou do estudo.<\/p>\n\n\n\n

Grandes terremotos no cintur\u00e3o ocorrem ao longo de milhares de anos, assim, n\u00e3o se limitam a locais espec\u00edficos com muita frequ\u00eancia. Al\u00e9m disso, nenhum dos terremotos do cintur\u00e3o ser\u00e1 t\u00e3o grande quanto os provocados pelas zonas de subduc\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Contudo, se ocorrer um terremoto de crosta terrestre moderadamente intenso em uma dessas falhas localizada em uma regi\u00e3o muito populosa, \u201cmuitos danos poderiam ser causados\u201d, afirma Su\u00e1rez. Ao contr\u00e1rio das cidades costeiras do Pac\u00edfico e do sul que est\u00e3o\u00a0acostumadas \u00e0 ira\u00a0dos\u00a0terremotos provocados pela subduc\u00e7\u00e3o, as grandes metr\u00f3poles ao longo do cintur\u00e3o, como Guadalajara, t\u00eam sido amplamente poupadas de terremotos destruidores h\u00e1 algum tempo. Muitos dos moradores do cintur\u00e3o podem n\u00e3o ter recorda\u00e7\u00f5es de grandes terremotos, nem mesmo recorda\u00e7\u00f5es transmitidas por gera\u00e7\u00f5es passadas, e n\u00e3o estar\u00e3o preparados para a pr\u00f3xima ocorr\u00eancia, conta Z\u00fa\u00f1iga. Ele espera que not\u00edcias desses fen\u00f4menos hist\u00f3ricos tragam o perigo oculto aos holofotes.<\/p>\n\n\n\n

Por ora, prossegue o esfor\u00e7o para descobrir terremotos a partir de registros escritos. Por exemplo, sism\u00f3logos e historiadores est\u00e3o estudando o\u00a0Arquivo Geral das \u00cdndias, criado na cidade espanhola de Sevilha. Ele cont\u00e9m informa\u00e7\u00f5es sobre o dom\u00ednio espanhol em regi\u00f5es das Am\u00e9ricas entre os anos 1500 e 1800. Talvez esses documentos revelem mais terremotos do passado, dispersos ao longo do cintur\u00e3o e em outros locais do M\u00e9xico, afirma Su\u00e1rez.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSou adepto de viagens no tempo\u201d, diz ele.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Robin George Andrews National Geographic <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Exames cient\u00edficos de relatos hist\u00f3ricos sugerem que at\u00e9 40% da popula\u00e7\u00e3o do M\u00e9xico vive em uma regi\u00e3o mais sismicamente ativa do que se suspeitava. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":154985,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[121],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154984"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=154984"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154984\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":154986,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/154984\/revisions\/154986"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/154985"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=154984"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=154984"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=154984"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}