{"id":155198,"date":"2019-11-06T16:00:28","date_gmt":"2019-11-06T18:00:28","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=155198"},"modified":"2019-11-05T23:54:52","modified_gmt":"2019-11-06T01:54:52","slug":"a-milagrosa-sobrevivencia-das-tartarugas-em-meio-ao-oleo-no-nordeste","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/11\/06\/155198-a-milagrosa-sobrevivencia-das-tartarugas-em-meio-ao-oleo-no-nordeste.html","title":{"rendered":"A milagrosa sobreviv\u00eancia das tartarugas em meio ao \u00f3leo no Nordeste"},"content":{"rendered":"\n
\"Tartaruga-marinha

Em todo o Nordeste, foram encontradas cerca de vinte tartarugas-marinhas mortas
<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

No in\u00edcio de outubro, o cen\u00e1rio n\u00e3o parecia promissor para as tartarugas na Reserva Biol\u00f3gica de Santa Isabel, uma \u00e1rea protegida localizada no litoral norte de Sergipe, entre a capital do estado, Aracaju, e a foz do rio S\u00e3o Francisco.<\/p>\n\n\n\n

Certa noite, grandes quantidades de \u00f3leo jorraram nas praias onde os primeiros filhotes de tartaruga haviam acabado de nascer \u2013 a reserva \u00e9 conhecida por ser um dos principais locais de atua\u00e7\u00e3o do Projeto Tamar, que luta pela preserva\u00e7\u00e3o das tartarugas-marinhas amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“A gente come\u00e7ou a recolher os filhotes de tartarugas que nasceram na reserva. Juntamos cerca de mil deles e fizemos a soltura em mar aberto”, conta Kelly Ferreira Cottens, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade (ICMBio), respons\u00e1vel pela preserva\u00e7\u00e3o dos ecossistemas costeiros da Reserva Biol\u00f3gica de Santa Isabel.<\/p>\n\n\n\n

A opera\u00e7\u00e3o foi um sucesso, lembra ela. “Aqui nas praias de Sergipe, a gente n\u00e3o observou nenhuma morte de filhotes.”<\/p>\n\n\n\n

Como as manchas de \u00f3leo agora se deslocam para o sul, um ar de al\u00edvio cauteloso circula em Sergipe. Atualmente, t\u00eam-se deixado os filhotes de tartaruga entrarem sozinhos no mar.<\/p>\n\n\n\n

“Agora a gente fica monitorando a contamina\u00e7\u00e3o do ambiente. Se as manchas voltarem, a gente volta com as a\u00e7\u00f5es preventivas. Mas, neste momento, o \u00f3leo diminuiu”, afirma Cottens. Segundo ela, a outra boa not\u00edcia \u00e9 que a foz do rio S\u00e3o Francisco n\u00e3o registra mais vest\u00edgios de \u00f3leo. Ainda no m\u00eas passado, petr\u00f3leo cru adentrou um dos maiores rios do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Os perigos para as tartarugas rec\u00e9m-nascidas s\u00e3o particularmente altos, diz Augusto C\u00e9sar Coelho, ocean\u00f3grafo e coordenador do Projeto Tamar. “Se voc\u00ea liberar os filhotes e eles interagirem com esse \u00f3leo na praia ou no mar, as chances de sobreviver s\u00e3o m\u00ednimas”, afirma. Por isso foi necess\u00e1rio que os filhotes nascidos em Sergipe e no norte da Bahia fossem soltos em alto mar.<\/p>\n\n\n\n

“Mas isso n\u00e3o \u00e9 uma coisa indicada, tanto que o Tamar nunca fez isso antes. Porque os filhotes precisam fazer o trajeto do ninho at\u00e9 o mar para fazer o ‘imprint’ \u2013 a impress\u00e3o que o animal tem do lugar \u2013 para, quando chegarem \u00e0 idade adulta, depois de vinte ou trinta anos, poderem voltar para essa praia”, explica Coelho.<\/p>\n\n\n\n

Desde o in\u00edcio de setembro, mais de duas mil toneladas de petr\u00f3leo de origem venezuelana atingiram diversas praias do Nordeste. Cerca de 300 praias numa extens\u00e3o de quase tr\u00eas mil quil\u00f4metros de litoral foram afetadas.<\/p>\n\n\n\n

A esta altura, o governo parte da premissa que um navio-tanque grego tenha perdido parte de sua carga a cerca de 730 quil\u00f4metros da costa brasileira, em 28 ou 29 de julho. No entanto, a companhia de navega\u00e7\u00e3o grega tem negado o incidente.<\/p>\n\n\n\n

“Saber quem fez isso \u00e9 um passo mais na frente. Agora a gente precisa atender essa situa\u00e7\u00e3o, limpar as praias e o mar”, diz Coelho. “Pois se a situa\u00e7\u00e3o se mantiver, a gente pode ter praticamente uma temporada reprodutiva inviabilizada. Isso seria uma tristeza muito grande, porque s\u00e3o aproximadamente mais de 1,5 milh\u00e3o de filhotes.”<\/p>\n\n\n\n

Entre setembro e mar\u00e7o, as tartarugas f\u00eameas enterram seus ovos na areia. A maioria dos filhotes nasce entre novembro e fevereiro, ou seja, j\u00e1 nas pr\u00f3ximas semanas. Mas hoje n\u00e3o est\u00e1 claro quanto petr\u00f3leo ainda est\u00e1 flutuando na costa brasileira. Recentemente, o \u00f3leo seguiu caminho para o sul, onde j\u00e1 alcan\u00e7ou a divisa entre os estados da Bahia e do Esp\u00edrito Santo.<\/p>\n\n\n\n

\"Filhotes<\/a>

Por temporada reprodutiva, cerca de 1,5 milh\u00e3o de filhotes de tartarugas nascem no litoral brasileiro <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Assim sendo, o ICMBio e o Projeto Tamar decidiram manter o foco nas praias baianas. Atualmente, um alarme de \u00f3leo est\u00e1 ativo nas esta\u00e7\u00f5es do Projeto Tamar em Arembepe e na Praia do Forte.<\/p>\n\n\n\n

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, na divisa entre Bahia e Esp\u00edrito Santo, tamb\u00e9m \u00e9 motivo de preocupa\u00e7\u00e3o. O arquip\u00e9lago de cinco ilhas de forma\u00e7\u00e3o vulc\u00e2nica abriga fauna e flora raras, sendo ber\u00e7o de baleias e local de alimenta\u00e7\u00e3o para tartarugas.<\/p>\n\n\n\n

“O risco \u00e9 que o \u00f3leo atinja \u00e1reas mais sens\u00edveis, os corais. O mais efetivo l\u00e1 \u00e9 o patrulhamento do mar. A ideia que a gente est\u00e1 executando \u00e9 evitar que o \u00f3leo atinja essas \u00e1reas. Pois a limpeza dos corais \u00e9 mais complexa e cara, nem se compara com a limpeza de uma praia”, explica Cottens, do ICMBio.<\/p>\n\n\n\n

Para Coelho, do Projeto Tamar, o n\u00famero relativamente baixo de tartarugas mortas devido ao derramamento de \u00f3leo \u00e9 uma grata surpresa. Em todo o Nordeste, foram encontrados cerca de vinte animais mortos. Em Sergipe, por exemplo, a pesca com redes de arrasto mata cerca de mil tartarugas por ano, de acordo com o ocean\u00f3grafo. Al\u00e9m disso, ajudou o fato de o petr\u00f3leo ter vazado em alto mar e, portanto, longe da costa.<\/p>\n\n\n\n

“Se o vazamento tivesse ocorrido mais pr\u00f3ximo da praia, com certeza a mortalidade das tartarugas teria sido maior. Mas como o vazamento aconteceu longe da costa, os animais aparentemente visualizaram as manchas. Pode ser, mas a gente n\u00e3o sabe exatamente o que est\u00e1 acontecendo”, diz Coelho.<\/p>\n\n\n\n

Ainda n\u00e3o est\u00e1 claro se novas grandes quantidades de petr\u00f3leo atingir\u00e3o o litoral de Sergipe. De qualquer forma, \u00e9 preciso estar preparado para tudo, segundo Cottens. “N\u00e3o h\u00e1 uma previs\u00e3o, mas h\u00e1 um risco.”<\/p>\n\n\n\n

De qualquer forma, especialistas\u00a0se mostram preocupados. “Existe uma informa\u00e7\u00e3o vinda do governo de que tem mais \u00f3leo para chegar. Estamos apreensivos com essa informa\u00e7\u00e3o. Se ela se concretizar, ser\u00e1 muito ruim para as tartarugas”, afirma Coelho. “Quanto mais \u00f3leo chegar de agora em diante, pior para as tartarugas, pois estamos entrando no pico reprodutivo, e mais nascimentos de tartarugas ocorrer\u00e3o.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

At\u00e9 o momento as tartarugas foram pouco afetadas pelas manchas de \u00f3leo nas praias nordestinas \u2013 tamb\u00e9m devido aos esfor\u00e7os do instituto ambiental ICMBio e do Projeto Tamar. Mas ainda \u00e9 cedo para cantar vit\u00f3ria. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":155199,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[712,719,1138,2611,939],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155198"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=155198"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155198\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":155200,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155198\/revisions\/155200"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/155199"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=155198"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=155198"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=155198"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}