{"id":155234,"date":"2019-11-08T12:36:03","date_gmt":"2019-11-08T14:36:03","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=155234"},"modified":"2019-11-08T00:42:55","modified_gmt":"2019-11-08T02:42:55","slug":"por-que-ha-mais-plastico-no-artico-do-que-em-outros-lugares-da-terra","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/11\/08\/155234-por-que-ha-mais-plastico-no-artico-do-que-em-outros-lugares-da-terra.html","title":{"rendered":"Por que h\u00e1 mais pl\u00e1stico no \u00c1rtico do que em outros lugares da Terra?"},"content":{"rendered":"\n
\"Pequenas

Pequenas fibras e detritos coletados durante amostragem de um n\u00facleo de gelo marinho na Groenl\u00e2ndia s\u00e3o iluminados sob um microsc\u00f3pio no laborat\u00f3rio do navio de pesquisa Kronprins Haakon.
FOTO DE\u00a0LAWRENCE HISLOP<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

MAR DA GROENL\u00c2NDIA, A BORDO DO KRONPRINS HAAKON<\/em> \u2014 Sobre um bloco de gelo no mar da Groenl\u00e2ndia, no alto do C\u00edrculo Polar \u00c1rtico, Ingeborg Hallanger aspira pl\u00e1stico.<\/p>\n\n\n\n

Estamos em uma parte composta de \u201cgelo fixo\u201d, assim chamada porque permanece congelada em meio a um amontoado de icebergs<\/em> presos a uma plataforma rasa na costa nordeste da Groenl\u00e2ndia. Uma superf\u00edcie branca e acidentada, com po\u00e7as de \u00e1gua azul de degelo e rachaduras, estende-se at\u00e9 o horizonte. As geleiras da Groenl\u00e2ndia brilham ao longe.<\/p>\n\n\n\n

Hallanger, pesquisadora do Instituto Polar Noruegu\u00eas em Troms\u00f8, na Noruega, olha atrav\u00e9s de um buraco perfurado no gelo, que possui cerca de 90 cent\u00edmetros de espessura, e introduz uma mangueira na \u00e1gua logo abaixo. Enquanto outros membros da expedi\u00e7\u00e3o patrulham a \u00e1rea com espingardas para alertar sobre a presen\u00e7a de ursos polares, o que obrigaria todos a voltarem rapidamente para a embarca\u00e7\u00e3o atracada perto dali, Hallanger aciona uma bomba e come\u00e7a a filtrar pequenas part\u00edculas da \u00e1gua do mar.<\/p>\n\n\n\n

Aqui no \u00c1rtico, a centenas de quil\u00f4metros da cidade mais pr\u00f3xima, encontramos algumas das maiores concentra\u00e7\u00f5es de pl\u00e1stico do planeta. Estudos constatam concentra\u00e7\u00f5es mais altas de\u00a0micropl\u00e1stico no gelo marinho\u00a0nesses pontos remotos e de alta latitude do que nos cinco dep\u00f3sitos oce\u00e2nicos de lixo conhecidos. Al\u00e9m disso, um relat\u00f3rio rec\u00e9m-publicado demonstra que micropl\u00e1sticos presentes no ar est\u00e3o caindo junto com a neve no extremo norte.<\/p>\n\n\n\n

A ecotoxicologista Hallanger pretende descobrir como o dil\u00favio de materiais sint\u00e9ticos pode afetar a vida nos\u00a0habitats<\/em>\u00a0\u00e0 beira do gelo, que formam a base da teia alimentar nos oceanos.<\/p>\n\n\n\n

\"O

O gelo marinho no Estreito de Fram pode conter a mesma quantidade de micropl\u00e1sticos existente no litoral de \u00e1reas urbanas.
FOTO DE\u00a0LAWRENCE HISLOP<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

\u201cSe for verdade que o gelo est\u00e1 repleto de pl\u00e1stico, os organismos que vivem dentro e abaixo do gelo podem estar ocupando alguns dos espa\u00e7os mais contaminados do oceano\u201d, afirma ela.<\/p>\n\n\n\n

Pl\u00e1sticos em todo o Norte<\/h3>\n\n\n\n

A \u00e1rea em que Hallanger est\u00e1 trabalhando \u00e9 uma das partes mais polu\u00eddas com pl\u00e1stico do \u00c1rtico. Nessa passagem entre o leste da Groenl\u00e2ndia e as ilhas Svalbard da Noruega \u2014 um centro de correntes oce\u00e2nicas chamado Estreito de Fram \u2014 um estudo recente encontrou\u00a0mais de 12 mil part\u00edculas de micropl\u00e1stico por litro\u00a0de gelo marinho. Esse valor \u00e9 semelhante \u00e0s concentra\u00e7\u00f5es mais altas relatadas que flutuam em\u00a0costas urbanas polu\u00eddas.\u00a0E ele \u00e9 superado apenas pelas 14 mil part\u00edculas por litro recentemente encontradas na neve\u00a0sobre o gelo marinho do Estreito de Fram.<\/p>\n\n\n\n

Mas a invas\u00e3o de pl\u00e1sticos no \u00c1rtico n\u00e3o se limita ao Estreito de Fram. Os cientistas t\u00eam encontrado micropl\u00e1sticos no extremo norte, do mar de Beaufort ao arquip\u00e9lago canadense e \u00e0s \u00e1guas da Sib\u00e9ria, e est\u00e3o come\u00e7ando a entender por qu\u00ea.\u00a0As\u00a0\u00e1guas superficiais\u00a0do oceano \u00c1rtico abrigam a maior parte dos pl\u00e1sticos de todas as bacias oce\u00e2nicas. O n\u00famero de part\u00edculas medidas em algumas partes do\u00a0fundo do oceano\u00a0\u00c1rtico s\u00e3o as mais altas do mundo. Fragmentos de materiais produzidos pelo homem est\u00e3o aparecendo em meio \u00e0 vida selvagem do \u00c1rtico, particularmente entre as aves. Em especial, uma esp\u00e9cie chamada fulmar-do-norte, que se parece com uma gaivota, se tornou um \u00edm\u00e3 para os pl\u00e1sticos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cTodos os grupos de fulmares que examinamos no \u00c1rtico nos \u00faltimos 30 anos tinham pl\u00e1sticos\u201d, diz Jenn Provencher, chefe da Unidade de Sa\u00fade Silvestre do Servi\u00e7o de Vida Selvagem do Canad\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

Os cientistas estimam que at\u00e9\u00a012,7 milh\u00f5es de toneladas m\u00e9tricas\u00a0de lixo pl\u00e1stico sejam despejadas no mar todos os anos, sendo essa inunda\u00e7\u00e3o de pl\u00e1sticos um problema global. Mas al\u00e9m de possuir algumas das maiores concentra\u00e7\u00f5es de micropl\u00e1stico do mundo, o \u00c1rtico, provavelmente, \u00e9 muito mais vulner\u00e1vel aos efeitos desse material devido \u00e0s suas dif\u00edceis condi\u00e7\u00f5es de vida, teia alimentar limitada e pelo fato de ser afetado por intensas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEstamos submetendo os animais que vivem nesse ambiente a um estresse cada vez maior\u201d, diz Hallanger, que estuda exposi\u00e7\u00f5es, rotas e impactos dos micropl\u00e1sticos em aves, raposas e outros animais do \u00c1rtico. \u201c\u00c9 poss\u00edvel que isso os fa\u00e7a entrar em colapso.\u201d<\/p>\n\n\n\n

A onipresen\u00e7a do pl\u00e1stico<\/h3>\n\n\n\n

De volta ao\u00a0Kronprins Haakon<\/em>, um navio quebra-gelo destinado a pesquisas do Instituto Polar Noruegu\u00eas, Hallanger, o estudante de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o Vegard St\u00fcrzinger e eu decidimos conduzir um experimento improvisado com micropl\u00e1sticos. As amostras coletadas por Hallanger, que tamb\u00e9m contam com n\u00facleos de gelo, peda\u00e7os de gelo \u201cpanqueca\u201d rec\u00e9m-formado e \u00e1gua do mar mais profunda, ter\u00e3o que aguardar no laborat\u00f3rio do instituto, em Troms\u00f8. Mas, aqui, filtramos v\u00e1rias amostras de gelo derretido, raspadas da superf\u00edcie da banquisa por onde ningu\u00e9m andou, e examinamos o material filtrado em um microsc\u00f3pio.<\/p>\n\n\n\n

Os filtros ficam repletos de manchas vermelhas, azuis, pretas e amarelas, menores do que a borracha da ponta de um l\u00e1pis \u2014 o tamanho m\u00e1ximo classificado como micropl\u00e1stico. A maioria parece ser fibra sint\u00e9tica, juntamente com algumas lascas e fragmentos.<\/p>\n\n\n\n

Nosso procedimento n\u00e3o \u00e9 nem um pouco cient\u00edfico. N\u00e3o calibramos nossas medi\u00e7\u00f5es, n\u00e3o padronizamos nossos m\u00e9todos e n\u00e3o evitamos a contamina\u00e7\u00e3o, cuidados que Hallanger tomar\u00e1 em suas an\u00e1lises reais \u2014 embora estejamos em um laborat\u00f3rio limpo e lacrado, onde n\u00e3o s\u00e3o permitidas roupas sint\u00e9ticas.<\/p>\n\n\n\n

Contudo, \u00e9 alarmante. \u201cAs quantidades s\u00e3o realmente altas!\u201d, diz Hallanger sobre as manchas de pl\u00e1stico observadas.<\/p>\n\n\n\n

De onde vem todo esse pl\u00e1stico encontrado no \u00c1rtico e como ele est\u00e1 entrando nesse ambiente supostamente intocado?<\/p>\n\n\n\n

Pl\u00e1stico em movimento<\/h3>\n\n\n\n

Erik van Sebille, ocean\u00f3grafo da Universidade de Utrecht, na Holanda, est\u00e1 mapeando o movimento dos pl\u00e1sticos nos oceanos. H\u00e1 tanto lixo no oceano \u00c1rtico que ele acredita que\u00a0outro dep\u00f3sito de lixo\u00a0esteja se formando no mar de Barents, acima da Noruega e da R\u00fassia. Grande parte do lixo parece vir do noroeste da Europa e da costa leste da Am\u00e9rica do Norte.<\/p>\n\n\n\n

Van Sebille sup\u00f5e que os pl\u00e1sticos estejam se acumulando pr\u00f3ximo ao limite meridional do oceano \u00c1rtico porque as \u00e1guas do Atl\u00e2ntico que se deslocam para o norte esfriam e afundam nessa regi\u00e3o, colocando em movimento um poderoso sistema de corrente oce\u00e2nica chamado C\u00e9lula de Revolvimento Meridional do Atl\u00e2ntico. O pl\u00e1stico flutua e, portanto, fica para tr\u00e1s.<\/p>\n\n\n\n

\u201cChamo isso de dejeto que n\u00e3o vai embora com a descarga\u201d, diz van Sebille.<\/p>\n\n\n\n

Mas a grande maioria dos micropl\u00e1sticos n\u00e3o est\u00e1 flutuando na superf\u00edcie do oceano \u2014 est\u00e3o misturados ao longo da coluna de \u00e1gua. E esses fragmentos submersos n\u00e3o est\u00e3o apenas se acumulando no \u00c1rtico; tamb\u00e9m v\u00e3o em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 Ant\u00e1rtida. Em um novo estudo, van Sebille e colegas descobriram que as\u00a0correntes subterr\u00e2neas podem mover quantidades significativas\u00a0de micropl\u00e1stico presentes em latitudes m\u00e9dias para os dois polos. Na verdade, ele diz, quando transportado por correntes subterr\u00e2neas, \u201co pl\u00e1stico tem muito mais chance de acabar nas regi\u00f5es polares\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, van Sebille descobriu que o pl\u00e1stico tamb\u00e9m est\u00e1 surfando nas ondas em dire\u00e7\u00e3o aos polos,\u00a0um processo de transporte mar\u00edtimo conhecido como deriva de Stokes. Como a maioria dos modelos que fazem estimativas do pl\u00e1stico oce\u00e2nico n\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o o deslocamento causado pela deriva de Stokes, as concentra\u00e7\u00f5es no \u00c1rtico podem ser consideravelmente maiores, afirma ele.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto isso, o gelo marinho transporta e armazena grandes quantidades de micropl\u00e1stico no \u00c1rtico. Mas, com o gelo derretendo rapidamente, esse armazenamento deve ser considerado tempor\u00e1rio, diz Ilka Peeken, bi\u00f3loga marinha do Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha da Alemanha.<\/p>\n\n\n\n

Peeken, que estuda os efeitos das mudan\u00e7as ambientais nos organismos que vivem no gelo do \u00c1rtico, encontrou 17 tipos diferentes de pl\u00e1stico no gelo \u2014 e as embalagens, peda\u00e7os de tampa de garrafa, tintas, nylon, poli\u00e9ster e fragmentos que provavelmente foram bitucas de cigarro\u00a0representam cerca de metade de todas as part\u00edculas. O nylon e a tinta provavelmente vieram de fontes locais, como equipamentos de pesca e navios, conta ela, ao passo que itens como embalagens e tampas de garrafa devem ter percorrido longas dist\u00e2ncias. Alguns podem ter escapado da Grande Mancha de Lixo do Pac\u00edfico e sido levados ao norte pelo Estreito de Bering. O lixo preso no gelo, recolhido pelo mar congelante, atravessa o \u00c1rtico na deriva Transpolar.<\/p>\n\n\n\n

Agora, um novo estudo sugere que os micropl\u00e1sticos tamb\u00e9m estejam presentes nas correntes de ar, chegando ao \u00c1rtico na forma de\u00a0neve\u00a0revestida de pl\u00e1stico. Al\u00e9m de estarem presentes nas \u00e1guas, essas part\u00edculas min\u00fasculas e quase invis\u00edveis podem ser inaladas, afirma a autora do estudo\u00a0Melanie Bergmann, ecologista marinha do Instituto Alfred Wegener.<\/p>\n\n\n\n

Possibilidades nada animadoras<\/h3>\n\n\n\n

Sabe-se relativamente pouco sobre o impacto da polui\u00e7\u00e3o dos pl\u00e1sticos nos ecossistemas do \u00c1rtico. Al\u00e9m das aves, foram encontrados micropl\u00e1sticos no est\u00f4mago de algumas esp\u00e9cies de peixes polares, al\u00e9m de mexilh\u00f5es-azuis, caranguejos-da-neve e estrelas-do-mar que habitam o fundo do oceano, de acordo com\u00a0um recente relat\u00f3rio sobre lixo marinho\u00a0no extremo norte, do\u00a0Prote\u00e7\u00e3o do Ambiente Marinho \u00c1rtico<\/em>\u00a0(PAME), grupo de trabalho do Conselho do \u00c1rtico.\u00a0 Mas poucas pesquisas foram realizadas nessa regi\u00e3o remota e desafiadora e, embora experimentos tenham encontrado danos, como comportamento alterado em peixes expostos a micropl\u00e1sticos, os\u00a0estudos at\u00e9 o momento n\u00e3o revelaram impactos na sa\u00fade animal em n\u00edvel populacional.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, observa Hallanger, estudos laboratoriais demonstram que os produtos da decomposi\u00e7\u00e3o dos micropl\u00e1sticos, que s\u00e3o ainda menores, os chamados nanopl\u00e1sticos, podem atravessar a parede celular. Eles podem penetrar a barreira hematoencef\u00e1lica. Podem at\u00e9 mesmo\u00a0atravessar a placenta e atingir o feto. E as condi\u00e7\u00f5es do \u00c1rtico podem ser especialmente prop\u00edcias \u00e0 transforma\u00e7\u00e3o de micropl\u00e1sticos em nanopl\u00e1sticos. Essas condi\u00e7\u00f5es consistem no congelamento e degelo, na redu\u00e7\u00e3o de tamanho pela a\u00e7\u00e3o do gelo e na a\u00e7\u00e3o dos fortes ventos e ondas.<\/p>\n\n\n\n

\u201c\u00c9 assustador\u201d, diz Hallanger.<\/p>\n\n\n\n

Como \u00e9 o caso em outros lugares, a possibilidade de o pl\u00e1stico ir parar nos alimentos \u00e9 uma grande preocupa\u00e7\u00e3o por aqui. Ingeridos por pequenas criaturas na parte inferior da teia alimentar, os micropl\u00e1sticos podem sofrer \u201caumento biol\u00f3gico\u201d \u00e0 medida que esses organismos s\u00e3o ingeridos por organismos sucessivamente maiores \u2014 chegando, em algum momento, at\u00e9 os humanos.<\/p>\n\n\n\n

E os pl\u00e1sticos est\u00e3o, de fato, sendo consumidos pelo homem. Um novo estudo constata que os norte-americanos\u00a0ingerem at\u00e9 52 mil part\u00edculas de pl\u00e1stico por ano em alimentos e bebidas\u00a0\u2014 e esse n\u00famero sobe para 121 mil quando\u00a0os pl\u00e1sticos inalados s\u00e3o considerados.<\/p>\n\n\n\n

Mas o \u00c1rtico n\u00e3o \u00e9 como outros lugares. A polui\u00e7\u00e3o dos pl\u00e1sticos apresenta um problema especial aqui, pois a regi\u00e3o \u00e9 lar de muitas pessoas que dependem quase inteiramente do ecossistema marinho para sua alimenta\u00e7\u00e3o e cultura.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNo \u00c1rtico, a cadeia alimentar marinha est\u00e1 muito ligada ao consumo humano\u201d, diz Provencher. \u201cSe o pl\u00e1stico passa a estar presente nas esp\u00e9cies… e se existem pessoas que dependem dessas esp\u00e9cies como fonte de alimento, o efeito negativo pode ser muito mais amplo do que em diversas outras regi\u00f5es do mundo.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Peter Murphy, coordenador regional no Alasca do Programa de Detritos Marinhos da Ag\u00eancia Norte-Americana de Administra\u00e7\u00e3o dos Oceanos e da Atmosfera (NOAA), concorda.<\/p>\n\n\n\n

\u201cA subsist\u00eancia no Alasca \u00e9 uma quest\u00e3o e uma preocupa\u00e7\u00e3o reais porque, em muitas comunidades, a maior parte das calorias ingeridas \u00e9 proveniente das terras e \u00e1guas que os cercam\u201d, diz ele sobre os grupos ind\u00edgenas da costa e das ilhas do Alasca.<\/p>\n\n\n\n

A polui\u00e7\u00e3o dos pl\u00e1sticos nessas \u00e1reas representa \u201cum impacto muito mais linear\u201d, diz ele. Um estudo de 2015-17 que avaliou a quantidade de micropl\u00e1sticos na areia das praias do Parque Nacional dos EUA descobriu que o\u00a0n\u00edvel de polui\u00e7\u00e3o em alguns litorais remotos do Alasca\u00a0era semelhante ao observado em uma \u00e1rea altamente povoada perto da Ponte Golden Gate, em S\u00e3o Francisco.<\/p>\n\n\n\n

At\u00e9 o momento, n\u00e3o h\u00e1 evid\u00eancias claras de que a polui\u00e7\u00e3o dos pl\u00e1sticos aumente dentro da teia alimentar ou que\u00a0represente um risco para as pessoas que consomem frutos do mar. Mas uma nova e grande iniciativa ser\u00e1 lan\u00e7ada em breve para monitorar a polui\u00e7\u00e3o e os efeitos do pl\u00e1stico no \u00c1rtico. Liderado pela\u00a0Isl\u00e2ndia, ap\u00f3s o pa\u00eds ter assumido a presid\u00eancia do\u00a0Conselho do \u00c1rtico, o projeto ser\u00e1 um grupo de trabalho especial do\u00a0Programa de Monitoramento e Avalia\u00e7\u00e3o do \u00c1rtico. Hallanger e outros fazem parte do projeto.<\/p>\n\n\n\n

Ainda h\u00e1 muito a ser descoberto sobre as consequ\u00eancias dessa triste onipresen\u00e7a do pl\u00e1stico, dizem os cientistas que estudam o \u00c1rtico.<\/p>\n\n\n\n

\u201cRealmente n\u00e3o temos controle\u201d, afirma Hallanger, contemplando, do navio, um bloco de gelo onde aves marinhas buscam peixes.<\/p>\n\n\n\n

\u201cO \u00c1rtico \u00e9 o lugar ideal para mostrar que esse \u00e9 um problema global\u201d, diz ela. \u201cE o mundo todo precisa fazer algo a respeito.\u201d<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Cheryl Katz – National Geographic<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

As correntes oce\u00e2nicas e o ar transportam o pl\u00e1stico at\u00e9 o extremo norte, onde ele se acumula – inclusive no organismo dos animais que l\u00e1 habitam. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":155235,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[205,3668,947,1766],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155234"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=155234"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155234\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":155236,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155234\/revisions\/155236"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/155235"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=155234"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=155234"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=155234"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}