{"id":155430,"date":"2019-11-14T12:35:19","date_gmt":"2019-11-14T15:35:19","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=155430"},"modified":"2019-11-14T10:39:27","modified_gmt":"2019-11-14T13:39:27","slug":"plasticos-invadem-bercarios-de-larvas-de-peixes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/11\/14\/155430-plasticos-invadem-bercarios-de-larvas-de-peixes.html","title":{"rendered":"Pl\u00e1sticos invadem \u2018ber\u00e7\u00e1rios\u2019 de larvas de peixes"},"content":{"rendered":"\n
\"Ilustra\u00e7\u00e3o

Enquanto o impacto do pl\u00e1stico em animais marinhos adultos \u00e9 cada vez mais conhecido, autores de novo estudo encontraram a contamina\u00e7\u00e3o em larvas de peixes <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para peixes “beb\u00eas”, a superf\u00edcie do mar perto do costa \u00e9 uma camada rica em nutrientes, fazendo dela uma esp\u00e9cie de “ber\u00e7\u00e1rio” para larvas desses animais, chamados de alevinos.<\/p>\n\n\n\n

Mas o que cientistas desconfiavam foi confirmado agora em um estudo in\u00e9dito: esses locais, ricos em pl\u00e2nctons, est\u00e3o repletos tamb\u00e9m de fragmentos de pl\u00e1sticos flutuantes, o que amea\u00e7a a vida dos peixes em uma fase bastante vulner\u00e1vel para a sobreviv\u00eancia. Em uma dimens\u00e3o maior, isso implica em potenciais danos para ecossistemas marinhos e at\u00e9 para o consumo humano de produtos vindos dos oceanos, dizem os autores do artigo, publicado esta semana no peri\u00f3dico Proceedings of the National Academy of Sciences.<\/em><\/p>\n\n\n\n

O achado alarmante, vindo da disseca\u00e7\u00e3o de\u00a0animais, constatou que peixes em sua fase larval j\u00e1 consomem peda\u00e7os de pl\u00e1stico presentes na \u00e1gua \u2014 coisa para a qual s\u00f3 havia confirma\u00e7\u00e3o at\u00e9 agora para peixes adultos.<\/p>\n\n\n\n

“Peixes na fase larval s\u00e3o fundamentais para o funcionamento dos ecossistemas e representam as futuras popula\u00e7\u00f5es de peixes adultos”, explicou em um comunicado \u00e0 imprensa Jamison Gove, um dos autores do estudo e ocean\u00f3grafo da NOAA, \u00f3rg\u00e3o de pesquisa do governo americano.<\/p>\n\n\n\n

“O fato destas larvas estarem rodeadas de detritos pl\u00e1sticos diminutos e ingerirem pl\u00e1sticos carregados de toxinas, em seu est\u00e1gio mais vulner\u00e1vel de vida, \u00e9 motivo de alarme”, disse Gove.<\/p>\n\n\n\n

Concentra\u00e7\u00e3o de pl\u00e1stico oito vezes maior que no Grande Dep\u00f3sito de Lixo do Pac\u00edfico<\/h2>\n\n\n\n

Os pesquisadores, vinculados ao NOAA e tamb\u00e9m \u00e0 Universidade do Estado do Arizona, analisaram dados e materiais de uma \u00e1rea de cerca de 1.000 km\u00b2 na costa oeste do Hava\u00ed.<\/p>\n\n\n\n

Eles focaram em corredores na superf\u00edcie da \u00e1gua em que materiais org\u00e2nicos e inorg\u00e2nicos se juntam.<\/p>\n\n\n\n

“Estes corredores concentram pl\u00e2nctons e, portanto, fornecem um o\u00e1sis de comida que \u00e9 fundamental para o desenvolvimento e a sobreviv\u00eancia das larvas de peixes”, disse Jonathan Whitney, ecologista marinho do NOAA e um dos autores do estudo.<\/p>\n\n\n\n

Com t\u00e9cnicas de sensoriamento remoto, os pesquisadores detectaram, nestes corredores em compara\u00e7\u00e3o com \u00e1guas superficiais “normais”, uma maior densidade de fitopl\u00e2nctons (1,7 vezes maior); zoopl\u00e2nctons (3,7 vezes); e larvas de peixes (8,1 vezes). Os corredores continham tamb\u00e9m peixes com melhores habilidades para nadar, tanto em termos de velocidade quanto de dura\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Mas esses corredores tamb\u00e9m mostraram uma densidade mediana 126 vezes maior de pl\u00e1sticos do que outras partes das \u00e1guas superficiais \u2014 e oito vezes maior do que a densidade encontrada no Grande Dep\u00f3sito de Lixo do Pac\u00edfico, uma massiva \u00e1rea de ac\u00famulo de res\u00edduos, boa parte pl\u00e1sticos, entre a Calif\u00f3rnia e o Hava\u00ed. Em 658 larvas de peixes dissecadas, foram encontrados part\u00edculas de pl\u00e1stico em 42 deles, uma ocorr\u00eancia 2,3 vezes maior do que em outros tipos de \u00e1guas superficiais.<\/p>\n\n\n\n

\"Dois
Esp\u00e9cies amplamente comercializadas, como o espadarte, tiveram fragmentos de pl\u00e1sticos encontrados<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

“Encontramos pequenos peda\u00e7os de pl\u00e1stico no est\u00f4mago de esp\u00e9cies amplamente comercializadas, como o espadarte e o dourado-do-mar, e esp\u00e9cies de recifes de corais como o peixe-porco”, contou Whitney.<\/p>\n\n\n\n

A maior parte dos pl\u00e1sticos encontrados foram considerados fragmentos pequenos (menores que 5mm) \u2014 que costumam originar da decomposi\u00e7\u00e3o de pl\u00e1sticos maiores, expostos por meses a anos a fatores como Sol e o sal do mar. Em rela\u00e7\u00e3o ao tipo, a maioria foi de pol\u00edmeros de polietileno e polipropileno.<\/p>\n\n\n\n

“Esses pol\u00edmeros s\u00e3o usados em itens de consumo de uso \u00fanico (por exemplo, sacolas pl\u00e1sticas, caixas de alimentos e garrafas d’\u00e1gua) e em materiais comumente usados em ind\u00fastrias mar\u00edtimas, como transporte, aquicultura e pesca (por exemplo, engradados, baldes, cordas e redes). Sabe-se que o pol\u00edmero mais dominante encontrado nos corredores, o polietileno (76,6%), absorve poluentes mais rapidamente do que outros pol\u00edmeros e pode servir como um vetor de\u00a0poluentes para a fauna marinha”, diz o estudo.<\/p>\n\n\n\n

Fragmentos pl\u00e1sticos azuis confundidos com alimento<\/h2>\n\n\n\n
\"Peda\u00e7os
Fragmentos de pl\u00e1stico se originam de por\u00e7\u00f5es maiores em decomposi\u00e7\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como boa parte dos fragmentos pl\u00e1sticos ingeridos tinham cor azul ou transl\u00facida, e muitos zoopl\u00e2nctons t\u00eam pigmentos assim, os pesquisadores acreditam que os animais confundam os itens com alimentos na hora de comer.<\/p>\n\n\n\n

Ainda n\u00e3o se sabe ao certo o impacto desta ingest\u00e3o para os organismos de larvas de peixes, mas tudo indica que seja igual ou pior do que para animais adultos.<\/p>\n\n\n\n

“Estudos de laborat\u00f3rio t\u00eam algumas limita\u00e7\u00f5es, mas j\u00e1 revelaram que a ingest\u00e3o de pl\u00e1stico pode ter efeitos adversos nos peixes, incluindo o ac\u00famulo de subst\u00e2ncias t\u00f3xicas; bloqueio e perfura\u00e7\u00e3o intestinal; desnutri\u00e7\u00e3o; e diminui\u00e7\u00e3o da capacidade de fuga de predadores. \u00d3rg\u00e3os n\u00e3o plenamente desenvolvidos podem prejudicar a capacidade das larvas de peixes de se desintoxicar e eliminar poluentes qu\u00edmicos. Portanto, os impactos da ingest\u00e3o de pl\u00e1stico nas larvas s\u00e3o provavelmente mais graves do que nos peixes adultos”, diz o artigo, que apesar do alarme ser sucedido tamb\u00e9m por poss\u00edveis solu\u00e7\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 importante ressaltar que reduzir diretamente a exposi\u00e7\u00e3o de larvas de peixes a pl\u00e1sticos \u00e9 fact\u00edvel. Estima-se que o volume anual de pl\u00e1stico que chega aos oceanos poderia ser reduzido em cerca de 80% com investimentos globais no gerenciamento de res\u00edduos e comportamento dos consumidores”, conclui.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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