{"id":155504,"date":"2019-11-18T09:00:00","date_gmt":"2019-11-18T12:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=155504"},"modified":"2019-11-17T20:43:23","modified_gmt":"2019-11-17T23:43:23","slug":"biorremediacao-os-metodos-naturais-que-podem-ajudar-a-recuperar-areas-manchadas-pelo-petroleo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/11\/18\/155504-biorremediacao-os-metodos-naturais-que-podem-ajudar-a-recuperar-areas-manchadas-pelo-petroleo.html","title":{"rendered":"Biorremedia\u00e7\u00e3o: os m\u00e9todos naturais que podem ajudar a recuperar \u00e1reas manchadas pelo petr\u00f3leo"},"content":{"rendered":"\n
\"O
O \u00f3leo j\u00e1 atingiu mais de 450 praias do litoral nordestino, como a de Paulista (PE), e chegou ao Esp\u00edrito Santo<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Na trajet\u00f3ria do derramamento de petr\u00f3leo que j\u00e1 atingiu mais de 450 praias do litoral nordestino e chegou ao Esp\u00edrito Santo, uma opini\u00e3o prevalece entre todos os especialistas no tema: o ideal seria conter a subst\u00e2ncia t\u00f3xica ainda no mar. O que fazer, ent\u00e3o, depois que o contaminante alcan\u00e7a areia, estu\u00e1rios e manguezais?<\/p>\n\n\n\n

Cada ecossistema demanda uma t\u00e9cnica distinta, por isso, em Salvador, o Instituto de Geoci\u00eancias da Universidade Federal da Bahia (Igeo\/UFBA) apresentou ao Comando Unificado de Incidentes, no dia 13 de outubro, uma minuta em que est\u00e3o indicados m\u00e9todos biotecnol\u00f3gicos de remedia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

S\u00e3o processos que aceleram a degrada\u00e7\u00e3o dos compostos de petr\u00f3leo j\u00e1 impregnados nas \u00e1reas afetadas, ou seja, realizam a limpeza da toxicidade microsc\u00f3pica, imposs\u00edvel de ser feita com o trabalho manual.<\/p>\n\n\n\n

No entanto, 75 dias depois de a primeira praia do Nordeste ter sido atingida e um m\u00eas ap\u00f3s a entrega da minuta de remedia\u00e7\u00e3o, nenhuma a\u00e7\u00e3o neste sentido foi levada \u00e0 pr\u00e1tica pelo Comando Unificado ou pelo Grupo de Avalia\u00e7\u00e3o e Acompanhamento (GAA), formado pela Marinha, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama) e pela Ag\u00eancia Nacional do Petr\u00f3leo (ANP).<\/p>\n\n\n\n

“O momento ideal de utilizar essas t\u00e9cnicas \u00e9 agora. Quanto mais r\u00e1pido agirmos, mais \u00eaxito se tem na remedia\u00e7\u00e3o. Com o passar do tempo, essas subst\u00e2ncias v\u00e3o se diluindo ou se misturando aos sedimentos, o que torna mais dif\u00edcil a limpeza efetiva”, diz Ol\u00edvia Oliveira, que \u00e9 diretora do Igeo e h\u00e1 12 anos coordena pesquisas para desenvolver m\u00e9todos de remedia\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

O superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves, afirmou que todas as sugest\u00f5es recebidas (n\u00e3o s\u00f3 as da minuta) foram encaminhadas \u00e0 Secretaria Nacional de Prote\u00e7\u00e3o e Defesa Civil (Sedec), ligada ao Minist\u00e9rio do Desenvolvimento Regional (MDR).<\/p>\n\n\n\n

“Os m\u00e9todos que envolvem o uso de produtos qu\u00edmicos s\u00e3o logo descartados. Mas os que s\u00e3o naturais est\u00e3o em an\u00e1lise pela Defesa Civil”, disse Alves.<\/p>\n\n\n\n

Na sexta-feira (8\/11), a BBC News Brasil enviou questionamentos para o Minist\u00e9rio do Desenvolvimento Regional, com o objetivo de saber o andamento das an\u00e1lises dos m\u00e9todos de remedia\u00e7\u00e3o e se j\u00e1 est\u00e1 definido quando algum ser\u00e1 implementado. A reportagem perguntou tamb\u00e9m qual o valor dos recursos destinados a essa finalidade.<\/p>\n\n\n\n

A assessoria de comunica\u00e7\u00e3o do MDR confirmou por telefone o recebimento da demanda, mas n\u00e3o respondeu aos questionamentos at\u00e9 a conclus\u00e3o desta reportagem.<\/p>\n\n\n\n

M\u00e9todos naturais<\/h2>\n\n\n\n
\"Pesquisadores
Na limpeza, a \u00e1gua contaminada entra em um tanque (reator) onde est\u00e3o as microalgas, que se abastecem do carbono. Em seguida, a \u00e1gua limpa \u00e9 liberada de volta no ambiente<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

As t\u00e9cnicas desenvolvidas pelo Igeo e patenteadas pela UFBA, individualmente ou em parceria com a Unifacs (uma universidade privada de Salvador), aliam tecnologia e insumos encontrados facilmente nas costas baiana e nordestina, fazendo cair o custo e evitando o uso de produtos qu\u00edmicos \u2014 o que lan\u00e7aria novas subst\u00e2ncias possivelmente t\u00f3xicas nas biotas j\u00e1 impactadas.<\/p>\n\n\n\n

Todos os m\u00e9todos j\u00e1 foram, inclusive, testados com amostras do pr\u00f3prio \u00f3leo que chega ao litoral brasileiro desde 30 de agosto.<\/p>\n\n\n\n

“O que fazemos \u00e9 usar organismos vivos para remover os poluentes do ambiente. N\u00e3o adianta s\u00f3 tirar a polui\u00e7\u00e3o visual, \u00e9 preciso eliminar os compostos invis\u00edveis, como benzeno, tolueno e xileno, ou no m\u00ednimo diminuir a presen\u00e7a deles. A\u00ed entra a biotecnologia, com diferentes indica\u00e7\u00f5es para cada ambiente”, explica \u00cdcaro Moreira, que \u00e9 professor da UFBA e j\u00e1 atuou na ag\u00eancia ambiental do governo canadense, justamente na \u00e1rea de remedia\u00e7\u00e3o em epis\u00f3dios de derramamento de petr\u00f3leo.<\/p>\n\n\n\n

Para os casos em que o petr\u00f3leo j\u00e1 se dissolveu na \u00e1gua, a indica\u00e7\u00e3o \u00e9 utilizar microalgas que se alimentam do carbono contido nas subst\u00e2ncias t\u00f3xicas, o que elimina tais subst\u00e2ncias e a conseq\u00fcente contamina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Funciona como uma m\u00e1quina de di\u00e1lise: a \u00e1gua contaminada entra em um tanque (reator) onde est\u00e3o as microalgas, que se abastecem do carbono. Em seguida, a \u00e1gua limpa \u00e9 liberada de volta no ambiente.<\/p>\n\n\n\n

Devidamente alimentadas e crescidas, as microalgas viram uma biomassa que pode ser utilizada para produ\u00e7\u00e3o de biodiesel. “\u00c9 um processo que n\u00e3o gera res\u00edduo. A \u00e1gua fica limpa e a microalga pode virar um combust\u00edvel tamb\u00e9m limpo”, explica Moreira.<\/p>\n\n\n\n

Integrante da pesquisa em que tal m\u00e9todo foi desenvolvido, Isadora Machado mostrou, em seu mestrado em Geoqu\u00edmica, que num per\u00edodo de 28 dias as microalgas conseguiram eliminar 94% dos poluentes de amostras da chamada “\u00e1gua do petr\u00f3leo” \u2014 um efluente resultante da produ\u00e7\u00e3o petrol\u00edfera que \u00e9 apontado como uma das “\u00e1guas” mais polu\u00eddas do mundo.<\/p>\n\n\n\n

“Torcemos para que esses m\u00e9todos sejam aplicados, pois a pesquisa \u00e9 pra isso. Pra dar um retorno para o meio ambiente e a sociedade”, observa Machado.<\/p>\n\n\n\n

Em uma estimativa feita pelo professor \u00cdcaro Moreira, um conjunto de reatores capaz de tratar 1,5 mil litros de \u00e1gua marinha a cada tr\u00eas dias custaria cerca de R$ 50 mil para implanta\u00e7\u00e3o, com manuten\u00e7\u00e3o de R$ 7 mil por m\u00eas. Ao final do processo, entretanto, cada quilo de biomassa gerada poderia ser vendido por R$1 mil.<\/p>\n\n\n\n

“No final das contas, a biomassa gerada paga as contas e ainda d\u00e1 lucro. Isso \u00e9 um exemplo bem claro do que n\u00f3s chamamos de economia circular”, aponta Moreira.<\/p>\n\n\n\n

Areia e manguezais<\/h2>\n\n\n\n
\"Ra\u00edzes
\u00c1reas de manguezais baianos tamb\u00e9m foram atingidas, como as barras dos rios Itapicuru e Pojuca, no litoral norte; na foto, mangue de Itacimirim, nessa regi\u00e3o<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para a areia da praia ou \u00e1reas de mangue e superf\u00edcies lamosas, cujas caracter\u00edsticas f\u00edsicas dificultam a limpeza manual e favorecem a impregna\u00e7\u00e3o das subst\u00e2ncias t\u00f3xicas, o rem\u00e9dio previsto na minuta entregue h\u00e1 um m\u00eas ao governo \u00e9 a fitorremedia\u00e7\u00e3o, ou seja, o uso de plantas, que devem ser identificadas no pr\u00f3prio ambiente atingido.<\/p>\n\n\n\n

Ali, o cientista detecta qual esp\u00e9cie consegue se dar melhor na presen\u00e7a do contaminante, o que significa uma alta capacidade de fixa\u00e7\u00e3o do carbono. Ap\u00f3s tratamento em laborat\u00f3rio, v\u00e1rias dessas plantas s\u00e3o inseridas no ecossistema impactado, onde devem ser monitoradas por um per\u00edodo que vai de tr\u00eas a seis meses.<\/p>\n\n\n\n

Assim como as microalgas, essas plantas v\u00e3o se alimentar do poluente, tirando-o do ambiente. Ao final da limpeza natural, elas tamb\u00e9m podem ser destinadas para a produ\u00e7\u00e3o de biocombust\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Experimentos j\u00e1 realizados com o m\u00e9todo em \u00e1reas contaminadas por petr\u00f3leo no entorno da Ba\u00eda de Todos os Santos mostram a elimina\u00e7\u00e3o de 89% dos compostos t\u00f3xicos em um intervalo de 90 dias.<\/p>\n\n\n\n

Um detalhe: esse m\u00e9todo serve tamb\u00e9m para \u00e1reas atingidas por esgoto (com limpeza de 100% de poluentes) e metais pesados, com \u00eaxito de 70% na elimina\u00e7\u00e3o, por exemplo, de chumbo, cobre e zinco.<\/p>\n\n\n\n

Na minuta, consta ainda a possibilidade do uso de fibras de c\u00f4co e sisal para reten\u00e7\u00e3o do \u00f3leo na \u00e1gua \u2014 t\u00e9cnica que poderia ter sido adotada pelo governo at\u00e9 mesmo para a constru\u00e7\u00e3o de conten\u00e7\u00f5es em diferentes formatos e disposi\u00e7\u00f5es, com o objetivo de proteger \u00e1reas mais sens\u00edveis, como manguezais.<\/p>\n\n\n\n

Nesse caso, as fibras utilizadas pelo Igeo s\u00e3o origin\u00e1rias do descarte das ind\u00fastrias sisaleira e do c\u00f4co. Tudo viraria lixo, mas, ap\u00f3s tratamento em laborat\u00f3rio com produtos n\u00e3o t\u00f3xicos, os poros dessas fibras ganham 20 vezes mais capacidade de absor\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ent\u00e3o, basta “empacotar” em pequenos ou grandes formatos para deter o \u00f3leo, que pode, mais uma vez, ser reaproveitado.<\/p>\n\n\n\n

“Quando o petr\u00f3leo come\u00e7ou a chegar em Salvador, n\u00f3s mesmos pegamos a fibra e fomos para as praias. E foi muito eficiente para barrar o \u00f3leo ainda na \u00e1gua. O problema \u00e9 que temos essas bolsas pequenas. Barreiras desse material poderiam ter evitado que muitos mangues fossem atingidos”, diz a mestranda C\u00e9lia Maia, que desenvolveu o m\u00e9todo junto com a colega de mestrado Rebeca da Paix\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“Confesso que nunca imaginei ver algo desse tamanho no Brasil, mas aconteceu e estamos percebendo um despreparo do governo para lidar com a situa\u00e7\u00e3o”, avalia \u00cdcaro Moreira.<\/p>\n\n\n\n

“Essa contamina\u00e7\u00e3o invis\u00edvel pode levar muitos anos para metabolizar sozinha, influenciando no uso das praias, na economia da pesca e na alimenta\u00e7\u00e3o das pessoas, pois vai sempre existir a d\u00favida sobre a contamina\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o dessas \u00e1reas. N\u00e3o d\u00e1 pra ficar de bra\u00e7os cruzados esperando o tempo passar”, completa.<\/p>\n\n\n\n

Patentes prontas \u00e0 espera de recursos<\/h2>\n\n\n\n
\"Com
Com Farol de Itapu\u00e3 ao fundo, volunt\u00e1rios trabalham na limpeza do \u00f3leo em Salvador<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Para al\u00e9m dos m\u00e9todos descritos na minuta elaborada pelo Igeo, as t\u00e9cnicas biol\u00f3gicas mais difundidas de remedia\u00e7\u00e3o \u2014 sem uso de subst\u00e2ncias qu\u00edmicas \u2014 envolvem a aplica\u00e7\u00e3o de fungos e bact\u00e9rias nas \u00e1reas a serem descontaminadas.<\/p>\n\n\n\n

Esse \u00e9 o foco da pesquisa de Cristina Quintella, titular da UFBA que neste momento est\u00e1 em Portugal como professora visitante, testando novos m\u00e9todos no Centro de Investiga\u00e7\u00e3o em Energia e Ambiente do Instituto Polit\u00e9cnico de Set\u00fabal (IPS).<\/p>\n\n\n\n

“As t\u00e9cnicas existem e n\u00e3o s\u00e3o poucas. Est\u00e3o todas testadas e patenteadas, prontas para aplica\u00e7\u00e3o. A maior parte das patentes \u00e9 registrada na China, mas s\u00e3o tecnologias j\u00e1 em dom\u00ednio p\u00fablico”, diz Quintella, co-autora da mais atualizada revis\u00e3o global de patentes de biorremedia\u00e7\u00e3o para \u00e1reas atingidas por \u00f3leo, publicada em julho deste ano pelo Journal of Environmental Management.<\/p>\n\n\n\n

Ela explica que, com os fungos e bact\u00e9rias, o processo \u00e9 semelhante ao das microalgas e plantas.<\/p>\n\n\n\n

Primeiro, o pesquisador identifica os microorganismos na praia ou no manguezal impactado \u2014 nunca se deve usar microorganismos extra\u00eddos de outros ecossistemas, para n\u00e3o proliferar uma praga que vai gerar desequil\u00edbrio.<\/p>\n\n\n\n

Em seguida, o volume dessas bact\u00e9rias e fungos \u00e9 multiplicado em laborat\u00f3rio. Reinseridos na biota, eles v\u00e3o se alimentar dos compostos de petr\u00f3leo e limpar o ambiente.<\/p>\n\n\n\n

“Sabe crian\u00e7a que n\u00e3o quer comer e voc\u00ea d\u00e1 uma bala pra abrir o apetite? \u00c9 a mesma coisa. A gente bota os fungos l\u00e1 com uma comidinha. Depois que acabar, eles v\u00e3o precisar de mais comida, ent\u00e3o v\u00e3o comer as mol\u00e9culas do petr\u00f3leo”, explica Quintella.<\/p>\n\n\n\n

Quando o poluente se esgota, prossegue a professora, os fungos e bact\u00e9rias ficam sem alimento e come\u00e7am a morrer, restando somente o volume da popula\u00e7\u00e3o original daqueles microorganismos, o que refaz o equil\u00edbrio do ecossistema.<\/p>\n\n\n\n

Quintella evita fazer uma estimativa de custos da aplica\u00e7\u00e3o do m\u00e9todo, pois depende de vari\u00e1veis como tamanho da \u00e1rea atingida, volume do material de laborat\u00f3rio e tempo de monitoramento.<\/p>\n\n\n\n

A professora afirma, entretanto, que a depender do contexto e da fonte de financiamento, recursos para deslocamento, hospedagem e alimenta\u00e7\u00e3o dos cientistas que v\u00e3o a campo ou at\u00e9 a mesmo a partilha na utiliza\u00e7\u00e3o de equipamentos podem ser suficientes para que seja aplicada a biorremedia\u00e7\u00e3o em determinadas \u00e1reas.<\/p>\n\n\n\n

“Bem ou mal, da \u00e1gua se tira o \u00f3leo. O problema \u00e9 o que fica nos solos e nos mangues. \u00c9 para isso que existem esses m\u00e9todos, que s\u00e3o inclusive bastante simples e o governo pode pagar. Basta ter vontade”, conclui.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Na trajet\u00f3ria do derramamento de petr\u00f3leo que j\u00e1 atingiu mais de 450 praias do litoral nordestino e chegou ao Esp\u00edrito Santo, uma opini\u00e3o prevalece entre todos os especialistas no tema: o ideal seria conter a subst\u00e2ncia t\u00f3xica ainda no mar. O que fazer, ent\u00e3o, depois que o contaminante alcan\u00e7a areia, estu\u00e1rios e manguezais? <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":155505,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[481,286,429,1948,474],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155504"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=155504"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155504\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":155506,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/155504\/revisions\/155506"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/155505"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=155504"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=155504"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=155504"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}