{"id":155513,"date":"2019-11-18T13:00:00","date_gmt":"2019-11-18T16:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=155513"},"modified":"2019-11-17T20:56:40","modified_gmt":"2019-11-17T23:56:40","slug":"poluicao-da-agua-por-antidepressivos-afeta-o-comportamento-de-peixes","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/11\/18\/155513-poluicao-da-agua-por-antidepressivos-afeta-o-comportamento-de-peixes.html","title":{"rendered":"Polui\u00e7\u00e3o da \u00e1gua por antidepressivos afeta o comportamento de peixes"},"content":{"rendered":"\n
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Comportamento de peixes-mosquitos (Gambusia affinis) foi alterado pela polui\u00e7\u00e3o de \u00e1guas por antidepressivos (Foto: Noso\/Wikimmedia Commons)<\/em> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os antidepressivos que s\u00e3o descartados incorretamente e acabam em lagos ou rios causam estragos nas intera\u00e7\u00f5es e nas ca\u00e7as de peixes, conforme indica um novo estudo\u00a0publicado no peri\u00f3dico cient\u00edfico\u00a0Biology Letters<\/em>.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Cientistas da Universidade Monash, na Austr\u00e1lia, analisaram uma s\u00e9rie de pesquisas sobre o impacto que res\u00edduos psicoativos humanos t\u00eam na vida selvagem. “Os resultado sugerem que testes comportamentais de peixes isolados podem n\u00e3o prever com precis\u00e3o o risco ambiental de poluentes qu\u00edmicos para esp\u00e9cies que vivem em grupos”, disse o bi\u00f3logo Jake Martin. <\/p>\n\n\n\n

Segundo o estudo, h\u00e1 evid\u00eancias crescentes de que\u00a0medicamentos usados para condi\u00e7\u00f5es psicol\u00f3gicas humanas influenciam no comportamento de animais aqu\u00e1ticos. A fluoxetina, popularmente conhecida como Prozac, j\u00e1 foi encontrada em ecossistemas aqu\u00e1ticos em concentra\u00e7\u00f5es extremamente altas, o que a torna um grave poluente.<\/p>\n\n\n\n

A subst\u00e2ncia bloqueia canais de transporte nos neur\u00f4nios que, de outra forma, absorveriam o neurotransmissor serotonina.\u00a0Nos humanos, rem\u00e9dios que bloqueiam os canais da serotonina podem ajudar a evitar a depress\u00e3o. Seres vivos, como os todos os vertebrados, tamb\u00e9m possuem esse portal neurol\u00f3gico \u2013 deixando em xeque a quest\u00e3o de como drogas farmac\u00eauticas, descartadas incorretamente no\u00a0meio ambiente, afetam os c\u00e9rebros dos animais.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Metodologia<\/strong><\/em>
Quando cientistas estudam o comportamento de peixes, geralmente analisam apenas um indiv\u00edduo nadando em um tanque. “No entanto, poucas pesquisas consideraram como a resposta dos organismos sozinhos pode ser medida em um contexto social”, apontou Martin. <\/p>\n\n\n\n

Para ver se a quantidade de peixes fazia diferen\u00e7a, os especialistas coletaram peixes-mosquitos (Gambusia affinis<\/em>) f\u00eameas de um local n\u00e3o contaminado na natureza. Os bichos foram separados em tr\u00eas grupos e colocados em grandes tanques, onde foi poss\u00edvel avaliar como eles ca\u00e7avam larvas da fam\u00edlia de mosquitos Chironomidae. <\/p>\n\n\n\n

Durante um m\u00eas, um grupo foi exposto a n\u00edveis baixos de fluoxetina, o segundo grupo foi exposto a altos n\u00edveis de fluoxetina, enquanto a terceira parte n\u00e3o teve contato algum.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

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Ca\u00e7a em grupo dos peixes-mosquitos (Gambusia affinis) ficou mais agressiva quando os bichos foram expostos a um antidepressivo (Foto: Flickr\/Clinton & Charles Roberts\/Creative Commons)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Os resultados mostraram que em peixes solit\u00e1rios, a exposi\u00e7\u00e3o ao antidepressivo n\u00e3o fez diferen\u00e7a no momento do ca\u00e7a. Mas quando eles ca\u00e7avam juntos, a hist\u00f3ria foi outra. Dentro de um grupo, a ca\u00e7a gera uma competi\u00e7\u00e3o, na qual os peixes de maior tamanho tentam comer o m\u00e1ximo poss\u00edvel. <\/p>\n\n\n\n

No estudo, os animais que n\u00e3o foram expostos a fluoxetina praticaram uma “corrida”: quanto maior o peso, mais agressivamente cada peixe ca\u00e7ava. Nos peixes expostos, houve muito mais intera\u00e7\u00f5es agressivas enquanto eles buscavam as larvas.<\/p>\n\n\n\n

Para os cientistas, o estudo mostra que mudan\u00e7as de comportamento podem influenciar na capacidade de sobreviv\u00eancia na natureza.  “Nossos resultados sugerem que o contexto social \u00e9 um fator importante, mas subestimado, e que \u00e9 influenciado pelos os impactos ecol\u00f3gicos dos poluentes qu\u00edmicos na vida selvagem”, declarou Martin.<\/p>\n\n\n\n

Os pesquisadores apontam que mais estudos s\u00e3o necess\u00e1rios para entender como a mistura de medicamentos no meio ambiente pode mudar os animais individualmente e seus grupos. Enquanto isso, \u00e9 importante que a sociedade repense melhores maneiras de descartar subst\u00e2ncias farmac\u00eauticas.\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Revista Galileu<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"