{"id":155931,"date":"2019-12-09T01:00:00","date_gmt":"2019-12-09T04:00:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=155931"},"modified":"2019-12-08T19:28:56","modified_gmt":"2019-12-08T22:28:56","slug":"o-que-faz-do-rio-grande-do-sul-o-paraiso-das-borboletas-no-brasil","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2019\/12\/09\/155931-o-que-faz-do-rio-grande-do-sul-o-paraiso-das-borboletas-no-brasil.html","title":{"rendered":"O que faz do Rio Grande do Sul o ‘para\u00edso’ das borboletas no Brasil"},"content":{"rendered":"\n
\"A
A Cyanophrys bertha \u00e9 uma esp\u00e9cie de borboleta presente no Rio Grande do Sul<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

H\u00e1 40 anos, a bi\u00f3loga Helena Piccoli Romanowski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), se dedica a estudar as borboletas do Sul do Brasil.<\/p>\n\n\n\n

Come\u00e7ou em 1979, ainda estudante, e a partir de 1991, como pesquisadora e professora de sua institui\u00e7\u00e3o. Seu trabalho durante este tempo todo – que ainda continua – alargou o conhecimento que se tinha da biologia e ecologia desses insetos alados e coloridos.<\/p>\n\n\n\n

Contribuiu para dobrar o n\u00famero de esp\u00e9cies registradas no pampa (que eram conhecidas pela ci\u00eancia, mas n\u00e3o se sabia que viviam na regi\u00e3o), passando de 400 para 800, que \u00e9 mais ou menos o mesmo da Am\u00e9rica do Norte e mais do que toda a Europa, que tem cerca de 500. Estima-se que existam ainda outras 200.<\/p>\n\n\n\n

As borboletas, afirma, s\u00e3o um dos grupos animais mais estudados e, dado seu apelo est\u00e9tico, s\u00e3o tamb\u00e9m excelente ferramenta para educa\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n\n\n\n

“O Laborat\u00f3rio de Ecologia de Insetos, da UFRGS, do qual sou chefe, vem realizando amplo levantamento da biodiversidade de borboletas do Sul da Mata Atl\u00e2ntica e do Pampa desde 1993.”<\/p>\n\n\n\n

“Integrando trabalho de campo, atividades de laborat\u00f3rio e simula\u00e7\u00f5es matem\u00e1ticas, nosso grupo de pesquisa explora informa\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas provenientes dos padr\u00f5es de biodiversidade para conectar a hist\u00f3ria natural e a macroecologia delas.”<\/p>\n\n\n\n

As esp\u00e9cies s\u00e3o inventariadas em diferentes ambientes destes biomas do Brasil meridional, dando prioridade a unidades de Conserva\u00e7\u00e3o e \u00e1reas com aus\u00eancia de informa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

As borboletas s\u00e3o avaliadas por \u00e1rea, tipo de habitat e vari\u00e1veis ambientais. “Composi\u00e7\u00e3o, riqueza, estrutura, din\u00e2mica e – mais recentemente – tamb\u00e9m gen\u00e9tica das popula\u00e7\u00f5es e comunidades delas s\u00e3o analisadas comparativamente”, explica Helena.<\/p>\n\n\n\n

“O objetivo \u00e9 verificar padr\u00f5es de ocorr\u00eancia e distribui\u00e7\u00e3o, intera\u00e7\u00f5es entre esp\u00e9cies, associa\u00e7\u00f5es com as diferentes forma\u00e7\u00f5es de vegeta\u00e7\u00e3o nativa, ecorregi\u00f5es de origem, status de conserva\u00e7\u00e3o, influ\u00eancia de vari\u00e1veis ambientais (altitude, clima, interfer\u00eancia humana) e inferir processos e mecanismos geradores de diversidade.”<\/p>\n\n\n\n

Os resultados do levantamento surpreenderam pelo n\u00famero de esp\u00e9cies existente na regi\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

“A fauna de borboletas no Rio Grande do Sul \u00e9 muito mais rica do que seria de se esperar em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 sua latitude”, afirma.<\/p>\n\n\n\n

“De uma maneira geral, o n\u00famero de esp\u00e9cies diminui \u00e0 medida que a latitude aumenta e clima se torna mais frio. Mas n\u00e3o foi o que descobrimos. Comparativamente, para o tamanho da \u00e1rea considerada, Estado \u00e9 uma \u00e1rea muito rica.”<\/p>\n\n\n\n

Segundo a pesquisadora, existem no mundo cerca de 120 mil esp\u00e9cies de lepid\u00f3pteros, dos quais cerca de 18 mil s\u00e3o borboletas. O restante \u00e9 de mariposas.<\/p>\n\n\n\n

As faunas de borboletas variam muito entre os continentes e os hemisf\u00e9rios em riqueza (n\u00famero de esp\u00e9cies) e composi\u00e7\u00e3o (quais esp\u00e9cies e a propor\u00e7\u00e3o dos grupos delas que est\u00e3o presentes). A regi\u00e3o neotropical (Am\u00e9rica do Sul e Caribe) \u00e9 a mais rica do mundo, com cerca de 7,5 mil a 8 mil esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

\"Euryades
O decl\u00ednio de popula\u00e7\u00f5es da borboleta Euryades choretrus foi outra descoberta do grupo da UFRGS<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Em seguida, em ordem decrescente, vem a regi\u00e3o oriental e (\u00c1sia tropical) a Eti\u00f3pica ou afrotropical (\u00c1frica sub-saariana), com algo entre 3 mil e 4 mil esp\u00e9cies cada.<\/p>\n\n\n\n

A Pale\u00e1rtica (Eur\u00e1sia e norte da \u00c1frica) contabiliza algo entre 1,8 mil a 2 mil, a Australiana ou Papuana (Austr\u00e1lia, Nova Zel\u00e2ndia, Tasm\u00e2nia, Nova Guin\u00e9 e ilhas ao redor), mil a 1,2 mil, e a Ne\u00e1rtica (Am\u00e9rica do Norte desde o norte do M\u00e9xico), de 700 a 800.<\/p>\n\n\n\n

“A soma \u00e9 maior do que 19 mil, porque v\u00e1rias delas s\u00e3o generalistas e ocorrem em mais de uma regi\u00e3o”, explica.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com ela, Col\u00f4mbia, Peru, Equador e Brasil disputam o t\u00edtulo de pa\u00eds com mais esp\u00e9cies de borboletas no mundo, com um total entre 3,5 mil e 4 mil.<\/p>\n\n\n\n

No Brasil, provavelmente, a Mata Atl\u00e2ntica, com toda sua extens\u00e3o do Nordeste ao Sul, ao longo da costa brasileira, e interiorizando-se, principalmente no Sudeste e Sul, at\u00e9 as fronteiras com Bol\u00edvia, Paraguai e Argentina, \u00e9 o bioma com mais esp\u00e9cies de borboletas, com cerca 2.750 esp\u00e9cies.<\/p>\n\n\n\n

“Mas tamb\u00e9m \u00e9 o mais estudado”, diz Helena. “Foi o primeiro a ser colonizado, al\u00e9m de abrigar a maioria e os principais centros de pesquisa e o maior n\u00famero de pesquisadores. A fauna dos demais biomas s\u00f3 come\u00e7ou a receber mais aten\u00e7\u00e3o recentemente. \u00c9 por isso que o n\u00famero de esp\u00e9cies registradas come\u00e7a a crescer.”<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m dos aspectos acad\u00eamicos da pesquisa, o objetivo do programa \u00e9 treinar e aperfei\u00e7oar recursos humanos para trabalhar em invent\u00e1rios de esp\u00e9cies, estudos taxon\u00f4micos com metodologias inovadoras, an\u00e1lise e gest\u00e3o de dados, curadoria de cole\u00e7\u00f5es, educa\u00e7\u00e3o ambiental e divulga\u00e7\u00e3o cient\u00edfica, consultorias ambientais e assegurar a continuidade e expans\u00e3o da massa cr\u00edtica capaz de ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade brasileira de borboletas.<\/p>\n\n\n\n

Helena \u00e9 uma apaixonada por esses insetos, que s\u00e3o importantes agentes polinizadores.<\/p>\n\n\n\n

“S\u00e3o organismos ador\u00e1veis para se trabalhar”, diz. “Cada esp\u00e9cie possui uma hist\u00f3ria de vida \u00fanica, que come\u00e7a com um ovo e passa pela lagarta, que precisa completar a metamorfose, durante a fase de pupa, para se tornar uma borboleta.”<\/p>\n\n\n\n

O trabalho de campo de Helena e sua equipe \u00e9 feito em \u00e1reas naturais do sul do Brasil, em geral, unidades de conserva\u00e7\u00e3o e parques como Aparados da Serra, Taim, Itapu\u00e3, Ibirapuit\u00e3, Espinilho e pelo menos uma centena de outras regi\u00f5es no Rio Grande do Sul, mas tamb\u00e9m no Pantanal, Centro-Oeste, Amaz\u00f4nia, Uruguai e Argentina.<\/p>\n\n\n\n

\"Borboleta
‘A fauna de borboletas no Rio Grande do Sul \u00e9 muito mais rica do que seria de se esperar em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 sua latitude’, diz pesquisadora<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A pesquisadora conta que, durante as pesquisas, ela e seus colegas e alunos de mestrado e doutorado ouvem muitas perguntas sobre as borboletas.<\/p>\n\n\n\n

Entre as mais comuns est\u00e3o quanto tempo vivem (em geral, referem-se ao adulto, que pode viver de alguns dias, principalmente esp\u00e9cies de regi\u00f5es temperadas a – agora se sabe – muitos meses, como algumas borboletas tropicais e subtropicais), e se o pozinho (escamas) das asas pode cegar.<\/p>\n\n\n\n

“Tentando generalizar, a maioria deve viver ao redor de 7 a 10 dias, mas faltam dados para uma resposta definitiva ainda”, responde.<\/p>\n\n\n\n

“A outra resposta \u00e9, definitivamente, n\u00e3o. Pode, como qualquer p\u00f3, causar irrita\u00e7\u00e3o se entrar nos olhos, o que \u00e9 improv\u00e1vel, mas n\u00e3o deixa ningu\u00e9m cego.”<\/p>\n\n\n\n

Os resultados do trabalho do grupo de Helena v\u00e3o muito al\u00e9m, \u00e9 claro, das respostas a essas perguntas simples.<\/p>\n\n\n\n

“Um dos principais resultados \u00e9 o conhecimento de quais s\u00e3o as esp\u00e9cies de borboletas que ocorrem no sul do Brasil”, diz a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

“A fauna do hemisf\u00e9rio Sul do planeta \u00e9 muito pouco conhecida e principalmente a das partes de clima n\u00e3o tropical e de regi\u00f5es, digamos assim, menos ‘ex\u00f3ticas’ (quero dizer, aquelas que n\u00e3o s\u00e3o florestas tropicais ou n\u00e3o remetem \u00e0 ideia de \u00e1reas ‘selvagens’). O hemisf\u00e9rio norte e os pa\u00edses de tradi\u00e7\u00e3o anglo-sax\u00f4nica, em especial, j\u00e1 v\u00eam sendo estudado h\u00e1 s\u00e9culos e contam com uma tradi\u00e7\u00e3o cient\u00edfica bem estabelecida.”<\/p>\n\n\n\n

Por isso, diz ela, at\u00e9 muito recentemente, a maior parte das teorias e conhecimento biol\u00f3gico de que se dispunha sobre borboletas derivava de estudos feitos em \u00e1reas temperadas da Europa e Am\u00e9rica do Norte.<\/p>\n\n\n\n

Ou seja, n\u00e3o apenas as esp\u00e9cies de regi\u00f5es tropicais e do hemisf\u00e9rio sul n\u00e3o eram conhecidas, como tamb\u00e9m imaginava-se que as teorias gerais que se aplicavam para as do Norte poderiam simplesmente ser usadas para os ecossistemas de outras partes do mundo.<\/p>\n\n\n\n

“Quanto mais estudamos, mais temos visto que, n\u00e3o s\u00f3 que elas s\u00e3o diferentes, mas tamb\u00e9m que os padr\u00f5es e processos que ocorrem com popula\u00e7\u00f5es e comunidades dos tr\u00f3picos e do Sul, muitas vezes tamb\u00e9m diferem daquilo que se conhece para a Europa e Am\u00e9rica do Norte”, explica.<\/p>\n\n\n\n

Al\u00e9m desses resultados mais amplos, o trabalho tamb\u00e9m teve descobertas mais espec\u00edficas. Uma delas \u00e9 sobre a borboleta de inverno (Taygetis yphtima<\/em>), feita durante o mestrado de Vanessa Pedrotti, que realizou suas pesquisas numa propriedade particular em S\u00e3o Francisco de Paula, na serra ga\u00facha.<\/p>\n\n\n\n

“\u00c9 uma esp\u00e9cie que vive em interior de mata bem conservada, t\u00edpica de regi\u00f5es de floresta de arauc\u00e1ria na Mata Atl\u00e2ntica at\u00e9 o Sul do Brasil, mas tamb\u00e9m no Paraguai e na Argentina”, explica Helena, que foi orientadora do trabalho.<\/p>\n\n\n\n

Segundo ela, os adultos come\u00e7am a emergir das pupas de forma sincronizada no in\u00edcio do ver\u00e3o e vivem ao longo de todo o ano, o que \u00e9 muito incomum. “Registramos provavelmente a maior longevidade conhecida para borboletas nos neotr\u00f3picos: 247 dias”, conta.<\/p>\n\n\n\n

“Tamb\u00e9m, ao contr\u00e1rio do usual e esperado para esp\u00e9cies em regi\u00f5es subtropicais, ela tem grande abund\u00e2ncia no inverno. Os ambientes que habita costumam apresentar temperaturas baix\u00edssimas em julho e agosto, \u00e0s vezes at\u00e9 abaixo de zero.<\/p>\n\n\n\n

Mais estudos dever\u00e3o ser conduzidos para entender estas adapta\u00e7\u00f5es. Estas interessantes caracter\u00edsticas, por\u00e9m, tem potencial de tornar a Taygetis yphtima<\/em> especialmente em risco frente ao quadro de aquecimento clim\u00e1tico que deveremos enfrentar nos pr\u00f3ximos anos.”<\/p>\n\n\n\n

\"Borboleta
Al\u00e9m dos aspectos acad\u00eamicos da pesquisa, o objetivo do programa \u00e9 treinar e aperfei\u00e7oar recursos humanos para trabalhar em invent\u00e1rios de esp\u00e9cies de borboleta, como a Doxocopa kallina<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

O decl\u00ednio de popula\u00e7\u00f5es da borboleta Euryades choretrus<\/em> – grande, bonita, vistosa e de f\u00e1cil identifica\u00e7\u00e3o por leigos – foi outra descoberta do grupo.<\/p>\n\n\n\n

Ela \u00e9 end\u00eamica – e depende para existir – dos campos nativos do sul e costumava ser muito abundante. Quando lagarta, alimenta-se de uma planta rasteira que s\u00f3 ocorre em \u00e1reas bem conservadas, a Aristolocchia sessilifolia<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

“Por este motivo, foi batizada, por meio de uma campanha nas redes sociais e eventos de extens\u00e3o, como ‘campoleta’ e decidimos torn\u00e1-la esp\u00e9cie-bandeira para conserva\u00e7\u00e3o dos campos nativos”, explica Helena.<\/p>\n\n\n\n

Atualmente, tem sido extremamente dif\u00edcil encontr\u00e1-la, devido \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o crescente de seu habitat.<\/p>\n\n\n\n

“Temos estudado a esp\u00e9cie h\u00e1 mais de 5 anos e \u00e9 not\u00e1vel o decl\u00ednio de suas popula\u00e7\u00f5es e de \u00e1reas adequadas para a ela”, lamenta a pesquisadora.<\/p>\n\n\n\n

“Recentemente, durante dois anos, realizamos uma s\u00e9rie de expedi\u00e7\u00f5es, por toda sua extens\u00e3o de ocorr\u00eancia potencial, abrangendo in\u00fameras regi\u00f5es dos campos sulinos, do Paran\u00e1, passando por Santa Catarina, varrendo o pampa ga\u00facho, e incluindo inclusive \u00e1reas do Uruguai e Argentina.<\/p>\n\n\n\n

Em 77,5% das \u00e1reas previamente selecionadas por modelagem matem\u00e1tica e imagens de sat\u00e9lite, onde deveria haver h\u00e1bitat adequado para a ocorr\u00eancia da campoleta, n\u00e3o havia mais campos nativos. Onde encontramos \u00e1reas adequadas, apenas em 14% dos casos a esp\u00e9cie foi localizada.”<\/p>\n\n\n\n

Em v\u00e1rios dos poucos locais em que os pesquisadores encontraram campos em bom estado de conserva\u00e7\u00e3o, n\u00e3o havia inseto algum, provavelmente devido ao uso indiscriminado de agrot\u00f3xicos nas monoculturas, em geral de soja, que circundavam as \u00e1reas estudadas.<\/p>\n\n\n\n

“A campoleta \u00e9 considerada vulner\u00e1vel \u00e0 extin\u00e7\u00e3o nas listas de esp\u00e9cies amea\u00e7adas dos Estados do sul do Brasil, mas, com base neste nosso estudo, aconselhamos que seu status seja mudado para amea\u00e7ada na lista estadual e inclu\u00edda na lista nacional.”<\/p>\n\n\n\n

De acordo com ela, como era uma borboleta comum e robusta, a campoleta \u00e9 um bom indicador das condi\u00e7\u00f5es de conserva\u00e7\u00e3o do campo.<\/p>\n\n\n\n

“Muitas outras esp\u00e9cies devem estar em situa\u00e7\u00e3o preocupante como a dela”, lamenta.<\/p>\n\n\n\n

“Apenas, por n\u00e3o serem grandes ou vistosas ou talvez n\u00e3o ter sido t\u00e3o abundantes anteriormente, n\u00e3o s\u00e3o t\u00e3o evidentes para n\u00f3s.”<\/p>\n\n\n\n

Fonte: BBC<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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