{"id":156416,"date":"2020-01-09T14:57:00","date_gmt":"2020-01-09T17:57:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=156416"},"modified":"2020-01-08T21:00:25","modified_gmt":"2020-01-09T00:00:25","slug":"incendios-florestais-na-australia-geram-intensas-tempestades-de-fogo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/01\/09\/156416-incendios-florestais-na-australia-geram-intensas-tempestades-de-fogo.html","title":{"rendered":"Inc\u00eandios florestais na Austr\u00e1lia geram intensas \u2018tempestades de fogo\u2019"},"content":{"rendered":"\n
\"Em
Em 30 de dezembro de 2019, os inc\u00eandios florestais ardiam sob nuvens de fuma\u00e7a, em Bairnsdale, na Austr\u00e1lia. Milhares de turistas deixaram a costa leste australiana castigada pelos inc\u00eandios antes que as condi\u00e7\u00f5es se agravassem.
FOTO DE\u00a0GLEN MOREY, AP<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Elas se formam a partir de redemoinhos de fuma\u00e7a dos inc\u00eandios florestais que sobem para a atmosfera. No come\u00e7o, s\u00e3o pequenos aglomerados de nuvens brancas, mas em apenas 30 minutos podem virar tempestades imponentes.<\/p>\n\n\n\n

\u201cSem exageros, \u00e9 dif\u00edcil descrever como ficam escuros\u201d, diz Nicholas McCarthy, cientista especialista em inc\u00eandios florestais da Universidade de Queensland, na Austr\u00e1lia, sobre os piroc\u00famulos (nuvens de fogo) produzidos por inc\u00eandios florestais de grande intensidade.<\/p>\n\n\n\n

Esses fen\u00f4menos atmosf\u00e9ricos tamb\u00e9m s\u00e3o chamados de tempestades de fogo e podem agravar os inc\u00eandios porque geram ventos intensos, transportam brasas e levam raios para regi\u00f5es ainda intactas.<\/p>\n\n\n\n

Durante o\u00a0infame inc\u00eandio de Carr, na Calif\u00f3rnia, em 2018, as tempestades de fogo passaram de 4,8 para mais de 11 quil\u00f4metros em apenas 15 minutos e originaram um tornado incandescente. Essas tempestades \u00edgneas tamb\u00e9m foram vistas em locais assolados por graves inc\u00eandios florestais, como\u00a0Portugal,\u00a0Texas\u00a0e\u00a0Arizona.<\/p>\n\n\n\n

Com o aquecimento do planeta, grandes inc\u00eandios est\u00e3o\u00a0se tornando mais frequentes\u00a0e as\u00a0temporadas de inc\u00eandios est\u00e3o se prolongando. No \u00faltimo ano, a Austr\u00e1lia registrou sua primavera mais seca e\u00a0ano mais quente\u00a0e o pa\u00eds vem sofrendo com inc\u00eandios florestais cada vez mais perigosos. Cientistas dizem que as tempestades de fogo tamb\u00e9m podem aumentar, criando um c\u00edrculo vicioso muito perigoso, ressecando ainda mais uma terra j\u00e1 seca.<\/p>\n\n\n\n

\"Uma
Uma imagem por sat\u00e9lite da Nasa mostra fuma\u00e7a e nuvens provenientes dos fortes inc\u00eandios na Austr\u00e1lia.
FOTO DE\u00a0JOSHUA STEVENS, NASA EARTH OBSERVATORY\/LANDSAT<\/strong> <\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Como essas tempestades se formam<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

Pode ser dif\u00edcil prever exatamente quando e como as tempestades de fogo v\u00eam \u00e0 tona, diz Mike Flannigan, professor especialista em inc\u00eandios florestais da Universidade de Alberta.<\/p>\n\n\n\n

\u201cS\u00e3o incrivelmente intensas e inst\u00e1veis,\u201d observa ele.<\/p>\n\n\n\n

\u201cTudo que faz parte desses fen\u00f4menos est\u00e1 em seu estado mais cr\u00edtico quando esses inc\u00eandios ocorrem\u201d, diz David Fromm, especialista em piroc\u00famulos do Laborat\u00f3rio de Pesquisa Naval dos Estados Unidos.<\/p>\n\n\n\n

As mesmas condi\u00e7\u00f5es que podem levar a inc\u00eandios devastadores \u2014 ar seco e quente e vento intenso \u2014 tamb\u00e9m s\u00e3o as que t\u00eam mais probabilidade de formar tempestades de fogo.<\/p>\n\n\n\n

Conforme o ar sobre um inc\u00eandio fica intensamente quente, ele cria uma rajada de vento para cima, chamada convec\u00e7\u00e3o ascendente, que canaliza a fuma\u00e7a para a atmosfera, como uma chamin\u00e9. \u00c0 medida que o ar sobe, ele se resfria e se condensa, formando nuvens. Quanto mais alto ele sobe, maior \u00e9 a probabilidade de formar uma tempestade, diz Flannigan.<\/p>\n\n\n\n

\u201cEsses temporais criam seu pr\u00f3prio campo de vento porque t\u00eam uma convec\u00e7\u00e3o ascendente bastante violenta. \u00c9 um ambiente muito turbulento\u201d, conta ele.<\/p>\n\n\n\n

Assim que se formam, os piroc\u00famulos se parecem com tempestades intensas, mas apresentam diferen\u00e7as importantes. Tendem a produzir rel\u00e2mpagos com cargas positivas, ao inv\u00e9s de negativas, que duram mais e d\u00e3o mais tempo para que os raios incendeiem o solo ao atingi-lo. As tempestades de fogo tamb\u00e9m costumam ficar estagnadas, pairando sobre o inc\u00eandio que as formou. Por fim e, talvez, mais not\u00e1vel seja o fato de que \u00e9 muito raro as tempestades de fogo formarem a precipita\u00e7\u00e3o t\u00e3o necess\u00e1ria para combater os avassaladores inc\u00eandios.<\/p>\n\n\n\n

\u201cPraticamente n\u00e3o produzem nenhuma precipita\u00e7\u00e3o\u201d, diz Fromm. Uma das ironias dos piroc\u00famulos \u00e9 que, por serem formados pelo fogo, a gera\u00e7\u00e3o de fuma\u00e7a altera a microf\u00edsica a ponto de n\u00e3o permitir que a precipita\u00e7\u00e3o se forme\u201d.<\/p>\n\n\n\n

A quest\u00e3o do clima<\/strong><\/h3>\n\n\n\n

A Austr\u00e1lia est\u00e1 particularmente em risco de sentir os impactos diretos da altera\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica.\u00a0Desde 2005, o pa\u00eds vem registrando seus 10 anos mais quentes.<\/p>\n\n\n\n

Seja um \u00fanico furac\u00e3o, inunda\u00e7\u00e3o ou inc\u00eandio, os cientistas n\u00e3o conseguem atribuir um fen\u00f4meno meteorol\u00f3gico isolado \u00e0 altera\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica, por isso procuram tend\u00eancias que mostrem como os padr\u00f5es clim\u00e1ticos mudaram ao longo do tempo. Fromm diz que, at\u00e9 o momento, sua pesquisa n\u00e3o demonstrou essa tend\u00eancia de forma definitiva, mas ela ainda est\u00e1 em andamento.<\/p>\n\n\n\n

No ano passado, a Austr\u00e1lia teve mais tempestades causadas por fogo do que o total dos \u00faltimos 20 anos. Como as condi\u00e7\u00f5es quentes e secas persistem no pa\u00eds, os cientistas esperam que os piroc\u00famulos continuem a se formar.<\/p>\n\n\n\n

\u201cCom a altera\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica, devemos ter inc\u00eandios de maiores propor\u00e7\u00f5es e, como consequ\u00eancia, pode-se esperar uma maior ocorr\u00eancia desse tipo de tempestade\u201d, afirma Flanningan. \u201cMinha previs\u00e3o \u00e9 que haja um aumento no futuro\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Em um artigo publicado em julho de 2019, McCarthy e os coautores do estudo constataram que o clima australiano em processo de mudan\u00e7a poderia colocar mais pessoas e habitats<\/em> em risco de serem afetados por tempestades de fogo.<\/p>\n\n\n\n

O que ainda n\u00e3o est\u00e1 claro s\u00e3o os efeitos em longo prazo dessas tempestades. Os cientistas sabem que os piroc\u00famulos s\u00e3o capazes de propagar o fogo e agravar as condi\u00e7\u00f5es dos inc\u00eandios florestais, mas segundo Fromm, eles tamb\u00e9m podem bloquear a luz solar em \u00e1reas localizadas gerando, assim, um efeito de resfriamento.<\/p>\n\n\n\n

A Austr\u00e1lia ainda est\u00e1 no come\u00e7o de sua temporada de inc\u00eandio florestal e os meteorologistas afirmam que os inc\u00eandios podem continuar por meses.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Sarah Gibbens – National Geographic<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

De aspecto apocal\u00edptico, as tempestades formadas pelos inc\u00eandios provocam rel\u00e2mpagos e ventos capazes de transportar brasas perigosas por quil\u00f4metros. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":156417,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[1638,3749,1413,487],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/156416"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=156416"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/156416\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":156418,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/156416\/revisions\/156418"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/156417"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=156416"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=156416"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=156416"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}