{"id":156788,"date":"2020-01-29T09:28:00","date_gmt":"2020-01-29T12:28:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=156788"},"modified":"2020-01-28T20:33:42","modified_gmt":"2020-01-28T23:33:42","slug":"terras-indigenas-e-protegidas-sao-as-que-menos-emitem-carbono-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/01\/29\/156788-terras-indigenas-e-protegidas-sao-as-que-menos-emitem-carbono-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Terras ind\u00edgenas e protegidas s\u00e3o as que menos emitem carbono na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"\n
\"Rio,
Cientistas tamb\u00e9m chamam a aten\u00e7\u00e3o para a cada vez mais vulner\u00e1vel situa\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

As terras ind\u00edgenas (TIs) e as \u00e1reas nacionas protegidas (ANPs) da Floresta Amaz\u00f4nica representam apenas 10% de todas as emiss\u00f5es de carbono das florestas tropicais dos nove pa\u00edses amaz\u00f4nicos, revelaram pesquisadores nesta segunda-feira (27\/01).<\/p>\n\n\n\n

O estudo, publicado na revista cient\u00edfica americana\u00a0Proceedings of the National Academy of Sciences, comprova a import\u00e2ncia das terras ind\u00edgenas para a manuten\u00e7\u00e3o dos estoques de carbono, que ajudam a regular o clima e evitar que o aquecimento global seja mais intenso.<\/p>\n\n\n\n

A Amaz\u00f4nia, como a maior floresta tropical do mundo, \u00e9 considerada fundamental para o combate \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, pois armazena uma grande quantidade de carbono. As \u00e1rvores absorvem di\u00f3xido de carbono do ar, em um processo conhecido como “sequestro de carbono”. No entanto, quando s\u00e3o cortadas, liberam CO2 ao serem queimadas ou ao apodrecerem.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa mostra que de 2003 a 2016 a Amaz\u00f4nia foi uma fonte l\u00edquida de carbono para a atmosfera: a regi\u00e3o liberou cerca de 1.290 milh\u00f5es de toneladas de carbono, quando contabilizados perdas e ganhos.<\/p>\n\n\n\n

Pesquisas anteriores se concentraram amplamente nas emiss\u00f5es de carbono ligadas ao desmatamento. O novo estudo, por\u00e9m, tamb\u00e9m leva em conta as emiss\u00f5es causadas por fatores naturais, como a seca, e ganhos obtidos com o crescimento da floresta.<\/p>\n\n\n\n

Por meio de imagens de sat\u00e9lite e visitas de campo, a pesquisa mostrou que o crescimento de \u00e1rvores ajudou as terras ind\u00edgenas \u2013 que cobrem cerca de um ter\u00e7o da Amaz\u00f4nia \u2013 a registrarem a menor perda l\u00edquida de carbono.<\/p>\n\n\n\n

Terras ind\u00edgenas e \u00e1reas protegidas armazenaram mais da metade (58%) do carbono da regi\u00e3o em 2016, mas foram respons\u00e1veis por apenas 10% da varia\u00e7\u00e3o l\u00edquida, com 86% das perdas nessas terras compensadas por ganhos com o aumento da floresta.<\/p>\n\n\n\n

Enquanto isso, \u00e1reas fora de TIs e ANPs foram respons\u00e1veis por cerca de 70% das perdas totais de carbono e quase 90% da varia\u00e7\u00e3o l\u00edquida.<\/p>\n\n\n\n

Das quatro categorias de terras consideradas pelo artigo, as TIs tiveram a menor perda l\u00edquida de carbono (-0,1%). Nas ANPs, essa cifra foi de -0,6% e, em terras sem prote\u00e7\u00e3o, de -3,6%.<\/p>\n\n\n\n

Os autores defendem que o crescimento cont\u00ednuo de florestas em territ\u00f3rios ind\u00edgenas permitiu que essas terras compensassem as emiss\u00f5es de degrada\u00e7\u00e3o e perturba\u00e7\u00e3o. Ainda assim, 47% da perda total de carbono em \u00e1reas protegidas em geral foi atribu\u00edda a esses dois fatores.<\/p>\n\n\n\n

Import\u00e2ncia da preserva\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Ao publicar o artigo, os cientistas refor\u00e7am a import\u00e2ncia de preservar as \u00e1reas ind\u00edgenas. O estudo destaca que, “embora as emiss\u00f5es dentro dos territ\u00f3rios ind\u00edgenas e \u00e1reas naturais protegidas permane\u00e7am bem abaixo dos n\u00edveis externos, o\u00a0desmatamento insustent\u00e1vel de florestas est\u00e1 em ascens\u00e3o\u00a0na regi\u00e3o dos nove pa\u00edses”.<\/p>\n\n\n\n

Eles tamb\u00e9m chamam a aten\u00e7\u00e3o para a cada vez mais vulner\u00e1vel situa\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia, muitas vezes negligenciada, e para a tend\u00eancia ao\u00a0enfraquecimento da prote\u00e7\u00e3o ambiental e dos direitos ind\u00edgenas.<\/p>\n\n\n\n

“Nosso trabalho mostra que as florestas sob a administra\u00e7\u00e3o de povos ind\u00edgenas e comunidades locais t\u00eam melhores resultados de carbono do que as terras sem prote\u00e7\u00e3o, o que significa que seu papel deve ser fortalecido para que os pa\u00edses da bacia amaz\u00f4nica consigam manter esse recurso globalmente importante, ao mesmo tempo em que cumprem seus compromissos sob o Acordo Clim\u00e1tico de Paris”, avalia Wayne Walker, autor principal do estudo e cientista do Woods Hole Research Center, <\/em>organiza\u00e7\u00e3o de pesquisa cient\u00edfica que estuda os impactos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n\n\n\n

O estudo usou e atualizou os dados publicados pela primeira vez na revista Science<\/em> em 2017.<\/p>\n\n\n\n

Participaram da pesquisa cientistas, especialistas em pol\u00edtica e l\u00edderes ind\u00edgenas ligados ao\u00a0Woods Hole Research Center,\u00a0Coordena\u00e7\u00e3o das Organiza\u00e7\u00f5es Ind\u00edgenas da Bacia Amaz\u00f4nica (Coica), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaz\u00f4nia (Ipam),\u00a0Rede Amaz\u00f4nica de Informa\u00e7\u00e3o Socioambiental (Raisg) e\u00a0Fundo de Defesa Ambiental (EDF).\u00a0<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Deutsche Welle<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Estudo aponta que esses territ\u00f3rios s\u00e3o respons\u00e1veis por apenas 10% de todas as emiss\u00f5es de CO2 na floresta. Cientistas refor\u00e7am import\u00e2ncia de fortalecer e preservar \u00e1reas sob a administra\u00e7\u00e3o de povos ind\u00edgenas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":156789,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[817,32,948,469],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/156788"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=156788"}],"version-history":[{"count":1,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/156788\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":156790,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/156788\/revisions\/156790"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media\/156789"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=156788"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=156788"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=156788"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}