{"id":156882,"date":"2020-02-05T14:02:00","date_gmt":"2020-02-05T17:02:00","guid":{"rendered":"https:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=156882"},"modified":"2020-02-04T22:07:30","modified_gmt":"2020-02-05T01:07:30","slug":"vaga-lumes-estao-sob-risco-de-extincao-diz-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2020\/02\/05\/156882-vaga-lumes-estao-sob-risco-de-extincao-diz-estudo.html","title":{"rendered":"Vaga-lumes est\u00e3o sob risco de extin\u00e7\u00e3o, diz estudo"},"content":{"rendered":"\n
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\u00a0(ruiruito\/Getty Images)<\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

A lista de insetos que chamamos de vaga-lumes inclui mais de 2.000 esp\u00e9cies diferentes bem distribu\u00eddas pelo globo. Eles s\u00e3o famosos por emitir luz atrav\u00e9s de rea\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas internas em um processo chamado de bioluminesc\u00eancia, com o objetivo de atrair parceiros e se reproduzir. Enquanto isso, podem tamb\u00e9m atrair turistas curiosos: em pa\u00edses como Jap\u00e3o, China e Mal\u00e1sia, \u00e9 comum que os brilhantes rituais de acasalamento dos insetos virem espet\u00e1culos para mais de 200 mil pessoas por ano. Mas esses espet\u00e1culos est\u00e3o sob risco: in\u00fameras esp\u00e9cies do inseto est\u00e3o enfrentando amea\u00e7as de extin\u00e7\u00e3o,\u00a0segundo um novo relat\u00f3rio.
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N\u00e3o h\u00e1 muitos dados sobre o tamanho das popula\u00e7\u00f5es de todas as esp\u00e9cies de vaga-lumes pelo mundo, mas algumas bastante estudadas, como o vaga-lume europeu comum (Lampyris noctiluca<\/em>), v\u00eam diminuindo nos \u00faltimos anos. Isso levou colocou especialistas em alerta. <\/p>\n\n\n\n

O problema n\u00e3o \u00e9 exatamente novo:\u00a0estudos anteriores\u00a0j\u00e1 haviam apontado para um poss\u00edvel \u201capocalipse de insetos\u201d, com at\u00e9 41% de esp\u00e9cies de insetos enfrentando s\u00e9rios riscos de extin\u00e7\u00e3o. Mas o novo estudo focou especialmente nas amea\u00e7as a diferentes esp\u00e9cies de vaga-lumes \u2013 algo in\u00e9dito at\u00e9 ent\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

H\u00e1 tr\u00eas motivos principais que aumentam o risco de extin\u00e7\u00e3o dos bichos, segundos os pesquisadores. O primeiro \u00e9 a perda de habitat: assim como outros animais, algumas esp\u00e9cies de vaga-lumes dependem de condi\u00e7\u00f5es espec\u00edficas para completar seus ciclos de vida.\u00a0Pteroptyx tener<\/em>, uma esp\u00e9cie de vaga-lume encontrada na Mal\u00e1sia e conhecida por seus voos brilhantes e sincronizados, por exemplo, est\u00e1 sob s\u00e9rio risco porque \u00e9 adaptada ao manguezal do pa\u00eds. Nas \u00faltimas d\u00e9cadas, os mangues malasianos v\u00eam sendo substitu\u00eddos por planta\u00e7\u00f5es de \u00f3leo de palma.<\/p>\n\n\n\n

O segundo motivo \u00e9 o que mais surpreendeu os cientistas: polui\u00e7\u00e3o luminosa. J\u00e1 se sabe que as luzes artificiais afetam os ritmos de diversos animais (incluindo os pr\u00f3prios humanos), mas elas s\u00e3o especialmente danosas para os vaga-lumes, que utilizam suas pr\u00f3prias luzes para atrair parceiros. Em um mundo onde pelo menos 23% da superf\u00edcie \u00e9 constantemente iluminada, esse processo fica mais dif\u00edcil para os animais.<\/p>\n\n\n\n

Outra amea\u00e7a \u00e9 o aumento do uso de inseticidas. A maioria dos vaga-lumes passa por est\u00e1gios larvais, em que ficam enterrados ou debaixo da \u00e1gua por at\u00e9 dois anos enquanto se desenvolvem. \u00c9 nesse per\u00edodo que os insetos est\u00e3o mais vulner\u00e1veis a inseticidas como neonicotin\u00f3ides ou organofosfato \u2013 que s\u00e3o usados para matar pestes, mas que podem acabar afetando tamb\u00e9m insetos ben\u00e9ficos, incluindo os vaga-lumes.<\/p>\n\n\n\n

A pesquisa tamb\u00e9m identificou algumas esp\u00e9cies que parecem estar especialmente amea\u00e7adas. A Phausis reticulata<\/em>, conhecidos como \u201cfantasma azul\u201d pelo forte brilho colorido que emite, est\u00e1 sob s\u00e9rio risco. Tudo porque as f\u00eameas da esp\u00e9cie n\u00e3o t\u00eam asas e dificilmente conseguem migrar de habitat caso ele seja destru\u00eddo.<\/p>\n\n\n\n

Por sorte, nem todos est\u00e3o na pior. O Photinus pyrali<\/em>s, uma esp\u00e9cie de vaga-lume bastante comum na Am\u00e9rica do Norte, parece estar resistindo \u00e0s amea\u00e7as e se adaptando a diferentes locais. Mas o problema permanece, e cientistas e ativistas v\u00eam pensando em estrat\u00e9gias para preservar esses insetos t\u00e3o \u00fanicos.<\/p>\n\n\n\n

\u201cNosso objetivo \u00e9 disponibilizar esse conhecimento para donos de terras, para quem cria pol\u00edticas p\u00fablicas e para f\u00e3s de vaga-lume em todo o mundo\u201d, diz Sonny Wong, da Sociedade Natural da Mal\u00e1sia e coautor do novo artigo. \u201cQueremos manter os vaga-lumes iluminando nossas noites por muito, muito tempo\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Fonte: Bruno Carbinatto – Super Interessante <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"